sábado, 25 de janeiro de 2014

TRABALHO E PROSPERIDADE

Texto Áureo: Provérbios 10.22
Verdade Prática: A Bíblia condena a inércia e a preguiça, pois é através do trabalho e da bênção de Deus que prosperamos.
Leitura Bíblica: Provérbios 3.9,10; 22.13; 24.30-34

Lição 03


INTRODUÇÃO


Nas lições anteriores, aprendemos que um provérbio bíblico utiliza a linguagem metafórica para expressar o seu real significado. De fato a palavra hebraica machaf – traduzida em nossas Bíblias como provérbio -, possui um leque de significados: parábola, comparação, alegoria, fábula, provérbio, dito enigmático, símbolo, argumentação ou apologia. Tais recursos lingüísticos permeiam todo o livro de Provérbios
Na lição de hoje, veremos algumas das metáforas usadas pelos sábios para tratar da natureza do trabalho e sua importância. Elas revelam que o labor é uma condição necessária à expressão humana. Ao observamos o campo, a imagem de um animal ou mesmo a atividade dos insetos, aprenderemos acerca da grandeza do trabalho. Era dessa forma que os sábios da antiguidade ensinavam, pois quando se entende tais metáforas, compreende-se melhor a natureza do trabalho.

I.                   A METÁFORA DO CELEIRO E DO LAGAR (PV 3.9,10)

1.      A dádiva que faz prosperar: Em Pv 3.9,10, esta escrito que devemos honrar ao Senhor com nossas rendas. Tal atitude, segundo o sábio, fará com que os nossos “celeiro” se encham abundantemente e que transbordem de mosto os nossos “lagares”. O celeiro e o largar transbordantes são metáforas que representam uma vida abundante! O celeiro, tradução do hebraico asam, é o lugar onde se deposita a produção de grãos. Quando transbordava era sinal de casa farta! Vemos isso nas bênçãos decorrentes da obediência (Dt 28.8). Mas o conselho do sábio mostra que isso só é possível quando há generosidade em fazermos a vontade de Deus.
2.      A benção que enriquece: No mesmo texto, Salomão fala dos bens e da renda adquiridos como fruto do trabalho. Mas a verdadeira prosperidade não vem apenas de nosso esforço, mas principalmente do resultado direto da benção do Senhor. É exatamente isso o que diz o sábio em Pv 10.22.
O celeiro e o lagar somente se encherão e transbordarão quando a benção de Deus estiver neles. É a benção divina que faz a distinção entre ter posses e ser verdadeiramente próspero, pois é possível ser rico, mas não ser feliz. A prosperidade integral só é possível com a presença de Deus em nossa vida.

II.                A METAFORA DA FORMIGA (Pv 6.6-11)

1.       As formigas sabem poupar: Na metáfora da formiga, o sábio nos exorta a tomamos uma atitude m prudente diante da realidade da vida: “Vai ter com a formiga”. A palavra hebraica usada aqui é yalak, e possui o sentido de “mover-se”, tomar uma atitude na vida (Pv 6.6)! Até os insetos podem nos dar lições sobre o trabalho! Mas não é apenas isso que aprendemos com as formigas. Ainda em Provérbios, o sábio Agur invoca o exemplo desses pequenos insetos (Pv 30.25). As formigas possuem uma noção sofisticada de trabalho – “no verão [elas] prepararam a sua comida”, isto é, as formigas sabem poupar! Elas não apenas trabalham, mas também poupam. O cristão deve aprender igualmente a poupar recursos para eventualidades futuras.
2.      As formigas sabem ser autônomas: O texto de Provérbios diz que a formiga, mesmo “não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão: na saga ajunta o seu mantimento” (Pv 6.7,8)
As formigas também são responsáveis e trabalham sem serem vigiadas. O erudito Derek Kidner observa o contraste entre elas e o preguiçoso, quando informa que a formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo. A formiga discerne os tempos, o preguiçoso não!

III.             A METAFORA DO LEÃO (PV 22.13; 26.13)

1.      Conhecendo o leão: A metáfora do leão se encontra em duas passagens do livro de Provérbios (22.13 e 26.13). Há uma pequena variante nesse provérbios, mas o sentido é o mesmo – o preguiçoso sempre arranja uma desculpa para fugir do trabalho! Ora o leão esta “lá fora”, ora esta “no caminho” e Orsa esta “nas ruas”! O leão é o mais forte dos animais, e a sua presença causa medo. O fato de o preguiçoso ver o trabalho como um leão significa que ele o encara como uma realidade difícil de ser enfrentada. Tem medo do trabalho, assim como tem medo do leão! É desnecessário dizer que essa é uma visão completamente equivocada do labor.
2.      Matando o leão: Há alguns provérbios populares que expressam um sentido semelhante aos provérbios estudados acima. Por exemplo: “a vida é dura para quem é mole”; “matando um leão por dia”. Tais ditos populares revelam que a vida pode ser difícil, dura, mas tem de ser enfrentada.
3.      Não adianta ficar com medo do leão! O pastor Matthew Henry observa que esse “leão” é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia. Se há um leão lá fora, é o leão do qual falou o apóstolo Pedro, e ele está rugindo em busca de quem possa devorar (1 Pe 5.8). O preguiçoso será a sua principal presa!

IV.             O TRABALHO E A METÁFORA DOS ESPINHEIROS (Pv 24.30-34)

1.      Trabalho, prosperidade e espiritualidade: Já vimos que o trabalho possui também uma dimensão espiritual (Pv 3.9). Isso vai de encontro àquilo que pensa o senso comum acerca do trabalho. A idéia que ficou associada ao trabalho é a de que ele é algo meramente material e totalmente destituído de valor espiritual valor espiritual (Pv 3.9). Isso vai de encontro àquilo que pensa o senso comum acerca do trabalho. A idéia que ficou associada ao trabalho é a de que ele é algo meramente material e totalmente destituído de valor espiritual. Mas não é assim que pensa o sábio (Pv 24.30). Quando ele viu o campo do preguiçoso totalmente abandonado, cheio de espinheiros, a primeira sensação que teve foi de um “homem falto de entendimento”.
É interessante observamos que, no hebraico, essa expressão vem carregada de avlores espirituais. A palavra hebraica usada para “entendimento” é leb, significando coração, entendimento e mente. A ideia é mostrar o que há no interior do homem – a espiritualidade. , Andrew Bowlingo, especialista em hebraico Bíblico, destaca que esse vocábulo é usado para indicar as funções imateriais da personalidade humana. Portanto, o trabalho é algo extremamente espiritual. Ninguém será menos crente porque trabalha, aliás, a verdade é justamente o contrário (Ef 4.28; 2 Ts 3.10)!
2.      Trabalho, ócio e lazer! A análise do sábio sobre a inércia do preguiçoso, que favoreceu o nascimento de espinheiros dentro da plantação, é uma forma de ironizar o ócio dele (Pv 24.33,34). Não dá para prosperar mantendo-se de braços cruzados, e muito menos ficando eternamente em repouso! É preciso se mexer. Todavia, esse é apenas um aspecto da questão, pois quem trabalha precisa de descanso e também e lazer! Deus criou o principio do descanso semanal (Gn 2.2). Precisamos, inclusive, de tempo livre para estarmos a sós com Deus e com a nossa família.

CONCLUSÃO

O trabalho dignifica o homem e é por isso que devemos levá-lo a sério. Trabalhando, alcançaremos a verdadeira e bíblica prosperidade. Essa recomendação é válida também para os obreiros, pois se não tiverem cuidado, acabarão por mergulhar numa inércia pecaminosa.
Não devemos todavia, nos fazer escravos do trabalho. Devemos estar disponíveis também a cultuar a Deus, cuidar de nossa família e, com ela, recrear-nos. Enfim, se nos dedicarmos ao trabalho, conforme recomenda-nos a Bíblia, teremos uma vida digna e tranqüila na presença de Deus.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2013
Comentarista: José Gonçalves
Tema Central: SABEDORIA DE DEUS PARA UMA VIDA VITORIOSA: A atualidade de Provérbios e Eclesiastes.
Páginas: 13 - 17


domingo, 5 de janeiro de 2014

JESUS O MODELO IDEAL DE HUMILDADE

 Texto Áureo: Filipenses 2.5
Verdade Prática: Jesus Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.
Leitura Bíblica: Filipenses 2.5-11

Lição 04

INTRODUÇÃO

Nesta lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana, obediência e humilhação, bem como a sua divindade. Humanidade e divindade, aliás, são as duas naturezas inseparáveis de Jesus. Esta doutrina é apresentada por Paulo no segundo capítulo da Epístola aos Filipenses.
Veremos ainda que Jesus nunca deixou de ser Deus, e que encarnando-se, salvou-nos de nossos pecados. A presente lição revela também a sua exaltação.

I.                   O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)

1.      Ele deu o maior exemplo de humildade: Na Epístola aos Filipenses, lemos: “De sorte que haja em nós o mesmo sentimento que houve também, em Cristo Jesus” (v 5). Este texto reflete a humildade de Cristo revelada antes da encarnação. Certa feita, quando ensinava aos seus discípulos, o Mestre disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).
Jesus Cristo é o modelo perfeito de humildade. O apóstolo Paulo insta a que os filipenses tenham a mesma disposição demonstrada por Jesus.
2.      Ele era igual a Deus: “Que sendo em forma de Deus” (v 6). A Palavra forma sugere o objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma essência da divindade. Cristo é Deus, igual com o pai, pois ambos tem a mesma natureza, glória e essência (Jo 17.5). A forma verbal da palavra sendo aparece em outras versões bíblicas como subsistindo ou existindo.
Cristo é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em forma de Deus”. Os líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele dizia ser “igual a Deus”. A Filipe, o Senhor afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A divindade de Cristo é fartamente corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.8; Ap 21.7). Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não de sua divindade, mas de sua glória.
3.      Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v 6): Isto significa que o Senhor não se apegou aos seus “direitos divinos”. Ele não agiu egoisticamente, mas esvaziou-se da sua glória, para assumir a natureza humana e entregar-se em expiação por toda a humanidade. O que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o seu amor pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza terrena. Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do pecado.

II.                O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)

1.      “Aniquilou-se a si mesmo” (2.7): Foi na sua encarnação que o Senhor Jesus deu a maior prova da sua humildade: Ele “aniquilou-se a si mesmo”. O termo grego usado pelo apóstolo é o verbo kenoô, que significa também esvaziar, ficar vazio. Portanto, o verbo esvaziar comunica melhor do que aniquilar a idéia da encarnação de Jesus; destaca que Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se de sua glória e tomou a natureza humana. Todavia, em momento algum veio a despojar-se da sua divindade.
Jesus não trocou a natureza divina pela humana. Antes, voluntariamente, renunciou em parte às prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade. Tornando-se verdadeiro homem, fez-se maldição por nos (Gl 3.13). E levou sobre o seu corpo todos os nossos pecado (1 Pe 2.24). Em Gl 4.4, Paulo escreveu que, na plenitude dos tempos, “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher”. Isto indica que Jesus é consubstancial com toda a humanidade nascida em Adão. A diferença entre Jesus e os demais seres humanos esta no fato de Ele ter sido gerado virginalmente pelo Espírito Santo e nunca ter cometido qualquer pecado ou iniqüidade (Lc 1.35). Por isso, o amado Mestre é “verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus”.
2.      Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8): Jesus encarnado rebaixou-se mais ainda ao permitir ser escarnecido e maltrado pelos incrédulos (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc 14.60,61). A auto-humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém jamais perdeu o foco da sua missão: cumpriu toda a justiça de Deus para salvar a humanidade.
3.      Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8): O Mestre amado foi obediente à vontade do pai até mesmo em sua agonia: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). No Getsêmani, antes de encartar o Calvário, Jesus enfrentou profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus, acatando-lhe a vontade soberana. Quando enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo da sua humilhação. Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; Gl 3.13), passando pela morte e morte de cruz.

III.             A EXALTAÇÃO DE CRISTO (2.9-11)

1.      “Deus o exaltou soberanamente” (2.9): Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O caminho  da exaltação passou pela humilhação, mas Ele foi coroado de glória, tornando-se herdeiro de todas as coisas (Hb 1.3; 2.9; 12.2).
Usado pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios revela a glorificação de Cristo. O nome “Jesus” é equivalente a “Senhor”, e, por decreto divino, Ele foi elevado acima de todo nome. As Escrituras atestam que ante o seu nome “se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]” (v 10).
2.      Dobre-se todo joelho: Diante de Jesus, todo Joelho se dobrará (v 10). Ajoelhar-se implica reconhecer a autoridade de alguém. Logo, quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos bem claro que Ele é a autoridade suprema na só da igreja, mas de todo o Universo. Quando oramos em seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a soberania. Pois todas as coisas, animadas e inanimadas, estão sob a sua autoridade e não podem esquivar-se do seu senhorio.
3.      “Toda língua confessa (v 11): Além de ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus, a expressão implica também a pregação dôo Evangelho em todo o mundo. Cada crente deve proclamar o nome de Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se crê. A confissão de que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de convergência de toda a igreja (Rm 10.9; At 10.36; 1 Co 8.6). Nosso credo implica o reconhecimento público de Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. A exaltação de Cristo deve ser proclamada universalmente.

CONCLUSÃO

O tema estudado hoje é altamente teológico. Vimos a humilhação e a encarnação de Jesus. Estudamos a dinâmica da sua humanização e a sua conseqüente exaltação. Aprendemos também que o Senhor Jesus é o Deus forte encarnado – verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. E que Ele recebeu do pai toda autoridade nos céus e na terra. Ele é o Kyrios. O Senhor Todo-poderoso. O nome sob o qual, um dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Proclamemos essa verdade universalmente.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:3º/2013
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:FILIPENSES – A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja

Páginas: 22 - 29

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Texto Áureo: Hebreus 3.7,8
Verdade Prática: Peca-se contra o Espírito Santo, quando se ofende a sua santidade ee autoridade
Leitura Bíblica: Números 14.26-35

Lição 12


INTRODUÇÃO


Esta lição foi escrita por causa da deturpação que se faz da doutrina do Espírito Santo. O tratamento concedido à terceira pessoa da Trindade e a dúvida quanto à sua personalidade e divindade, incentiva-nos a aclarar o que as Escrituras nos apresentam sobre este assunto.

I.                   A SUSCETIBILIDADE DO ESPÍRITO SANTO

Como pessoa, Ele se comunica conosco. O Espírito Santo chora, ama e sente. Ele é muito sensível aos atos que ferem sua natureza divina (Rm 8.26,27; 15.30; Ef 4.30; Tg 4.5). O fato de Ele ser suscetível a ofensas não significa que seja fraco. O Espírito Santo reage natural e automaticamente a toda ofensa contra sua pessoa.

II.                DEFINIÇÃO DE PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

1.      O que é pecado? São várias as definições dadas ao termo pecado. Sua etimologia aclara seu significado nas Escrituras, e permite-nos distinguir entre o pecado perdoável e o imperdoável. No latim, “PECCATU”, significa transgressão de uma lei ou preceito. O credo de Westminster define: “Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus ou qualquer transgressão da lei divina”. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, ele é apresentado e definido como transgressão, desobediência, iniqüidade, perversão, erro, ignorância, etc (Is 5.13; Os 4.6; 1 Jo 3.4). No grego “HAMARTIA”, significa “desvio do alvo”.
2.      Pecados perdoáveis e o imperdoável: João, o apóstolo amado, distinguiu dois tipos de pecados cometidos pelo homem. Os que são e os que não são para a morte (1 Jo 5.16). A Igreja Romana denominou-os de veniais e mortais. Porém, identificamo-nos pelo grau de afetação à santidade e à autoridade do Espírito Santo. São pecados perdoáveis contra o Espírito santo, os que ofendem a SUS suscetibilidade, como entristecê-lo, desprezá-lo, ultrajá-lo, tentá-lo, mentir-lhe, etc.
A palavra morte refere-se tanto à espiritual como à física. Os coríntios não discerniam o corpo do Senhor no momento da santa Ceia (1 Co 11.29); por isso, viviam fracos e doentes por causa dos pecados cometidos. A punição era a cessação da vida física, para não sofrerem o dano maior da morte eterna (1 Co 11.30). O crente que transgride os preceitos da Palavra de Deus, sem qualquer disciplina, é julgado pelo Senhor (1 Co 11.27-29). Existem pecados para a morte espiritual, que é a condenação eterna, se não houver arrependimento. No entanto, o imperdoável fere frontalmente o caráter do Espírito Santo. Uma pessoa que peca contra a autoridade e a santidade divinas, por ignorância, fraqueza moral, resistência, tentação, etc, é perdoada. Porém, quando blasfema conscientemente, com conhecimento de causa, para este pecado não há perdão.

III.             PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

1.      O pecado de desprezar o Espírito Santo (Hb 10.29): Esta é uma das piores ofensas à terceira pessoa da trindade. Algumas traduções registram a palavra agravo ou ultraje. A transgressão está em não se reconhecer a autoridade do Espírito, e negar que Ele seja capaz de fazer alguma coisa. Significa tratá-lo com desdém, com pouco caso. Este pecado consiste na rejeição e resistência à graça de Deus revelada em Jesus Cristo. Hb 10.26 destaca o que peca deliberadamente (consciente), mesmo tendo o conhecimento da verdade. Em Hb 6.4, o autor diz “porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo”, alcancem a arrependimento (Hb 6.6). A culpabilidade deste pecado está na apostasia da é, conforme indica o texto de Hb 10.29.
2.      O pecado de tentar o Espírito santo: Pode alguém tentar a Deus? A Bíblia registra um fato histórico do povo hebreu (Hb 3.7-9+), a caminho da terra prometida (Ex 17.1). Como não havia água para beber, eles discutiram com Moisés. Este, então, respondeu: “Por causa desta provocação, Deus ordenou a Moisés que ferisse a rocha em Horebe (Ex 17.6). O Espírito Santo entristeceu-se com a murmuração do povo contra o seu servo (Ex 17.7). Esta atitude levou o homem de Eus a chamar aquele lugar de Massá e Meribá que, respectivamente, significa TENTAÇÃO e Provação. Esta historia mostra claramente o que significa tentar o Espírito Santo. Os hebreus colocavam em dúvida a fidelidade de Deus. Esqueciam-se com facilidade de todas as maravilhas anteriormente efetuadas. Tentar o Espírito Santo, hoje, significa, significa testá-lo ou colocá-lo à prova, como se corresse o risco de Ele não cumprir o que prometeu. Lamentavelmente, em nossos dias, o Espírito Santo é testado por aqueles o consideram idêntico ao homem. A Bíblia ordena que examinemos a nós mesmos (2 Co 13.5). Porém, tentar o Espírito Santo ou testá-lo quanto à veracidade de suas palavras e o cumprimento de suas promessas, constitui-se numa falta grave (At 5.9). É uma irreverência, condenada por sua Palavra (Mt 4.7; Dt 6.16). Não podemos colocá-lo no mesmo nível das fraquezas e limitações humanas, e, sim, crer plenamente nele (Sl 27.7-14).
3.      O PECADO DE MENTIR AO ESPÍRITO SANTO: Mentir ao Espírito Santo é o mesmo que tratá-lo como um nosso semelhante. A tentativa de esconder a verdade dele, quando todas as coisas são patentes e claras, significa rejeitar a palavra do salmista que diz: “Ate as próprias trevas não te serão escuras; as trevas e a luz são a mesma coisa” (Sl 139.12). Ananias e Safira propuseram em seus corações contribuir para a obra de Deus. Porém, por trás desta intenção, eles guardaram uma parte do dinheiro da venda da propriedade, para transmitir a idéia de que haviam dado tudo. Esta tentativa de enganar os apóstolos e a Igreja constituiu-se numa ofensa ao Espírito santo, que sonda os corações e conhece os nossos pensamentos (Sl 139.1-5). Ele revelou a verdade a Pedro, que disse: ‘Ananias, por que encheu Satanás o teu coração para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesse parte do preço da herdade?...Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.4). Quase três horas depois, chegou safira, com a mesma atitude hipócrita e mentirosa, sem saber que seu marido morrera aos pés dos apóstolos. Interrogada, também mentiu, e respondeu-lhe Pedro: “Por que é que entre os vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor?”(At 5.9). este pecado foi de dupla ação, pois se constituiu numa mentira e tentação ao Espírito santo. Ao casal, a punição foi imediata, para exemplo de correção e disciplina. O Espírito Santo é sensível às ofensas que ferem, não só a sua pessoa, mas a sua divindade
Da experiência amarga de Ananias e Safira, aprendemos uma lição de vida cristã: o pecado de ambos foi fraude contra o Espírito Santo. Ao mentirem a Pedro, não reconheciam o caráter espiritual do ministério apostólico, e por isso, ofenderam o Espírito Santo.
4.      O pecado de extinguir ou apagar o Espírito santo: “Não apagueis o Espírito” (1 Ts 5.19). É uma forma especial de referir-se a um dos seus símbolos, o Fogo. A Igreja é uma família que precisa manter o aquecimento do Espírito santo para que todos vivam unidos. Apagar o Espírito em nossos corações significa, literalmente, eliminar o fogo divino de nossas vidas. Extingui-se o Espírito, quando se rejeita o poder que dinamiza o cristão a fazer a obra de Deus. Apaga-se o Espírito, quando, por displicência, acaba-se o amor fraternal (Mt 24.12; 1 Jo 3.14).
A Bíblia diz que “Deus é um fogo consumidor” (Hb 12.29). É o poder santificador e purificador da presença do Espírito Santo, que limpa toda a impureza, e incendeia a alma do crente com flamas de louvor, adoração e serviço. João batista declarou que Jesus batizaria com Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11). Apagar o Espírito santo, significa extinguir este fogo que ilumina, aquece, queima e limpa. No dia de Pentecoste, foram vistas “línguas de fogo” sobre as cabeças dos discípulos. Esta manifestação do Espírito não destruía, mas assinalava a qualidade daquela experiência (At 2.3).


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 56 - 59                    


sábado, 28 de dezembro de 2013

O DIVÓRCIO

Texto Áureo: Mateus 19.9
Verdade Prática: O divórcio, embora admissível em caso de infidelidade, sempre traz sérias conseqüências à família. Por isso Deus o odeia.
Leitura Bíblica: Mateus 19.3-12

Lição 07

INTRODUÇÃO

Por ser algo traumático, o divorcio é sempre um assunto difícil de ser tratado. Existem pessoas que não o aceitam em nenhuma condição. Há pessoas que, sob determinadas circunstâncias são favoráveis, há os que buscam base nas Sagradas Escrituras para admiti-lo em qualquer situação. Qual a posição da Bíblia? É o que estudaremos nesta lição.

I.                   O DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO

1.      A Lei de Moisés e o divórcio: O capitulo 24 do livro de Deuteronômio trata a respeito do divórcio. Como a prática havia se tornado comum em Israel, o propósito da lei era regulamentar tal situação a fim de evitar os abusos e preservar a família. Nenhuma lei do Antigo Testamento incentivava alguém a divorciar-se, mas servia como base legal para a proibição de outros casamentos com a mulher divorciada. O divórcio era e é um ato extremo (Ml 2.16). Infelizmente, muitos que conhecem a Palavra do Senhor se divorciam por qualquer motivo.
O casamento é uma aliança de amor, inclusive com Deus, um pacto que não pode ser quebrado por motivos fúteis e torpes.
2.      A carta de divórcio: Uma vez que recebia a carta de divórcio, tanto o homem quanto a mulher estavam livres para se casarem novamente. Todavia, segundo a lei, a mulher que fora repudiada, depois de viver com outro marido, não poderia retornar para o primeiro, pois tal atitude era considerada abominação ao Senhor (Dt 24.4). Divorciar-se não era fácil, pois havia várias formalidades, e somente o homem podia pedir o divórcio. A mulher não tinha tal direito. A lei de Moisés, apesar de não incentivar o divórcio, dispunha de vários mecanismos para torná-lo mais humano (Dt 24).

II.                O ENSINO DE JESUS A RESPEITO DO DIVÓRCIO

1.      A pergunta dos fariseus: Procurando incriminar Jesus, e imbuídos da idéia difundida pela escola do rabino Hilel (que defendia o direito de o homem dar carta de divórcio à mulher “por qualquer motivo”), os fariseus questionaram: “É licito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19.3b). Respondendo aos acusadores, Jesus relembrou o “principio” divino párea o casamento, quando Deus fez o ser humano, “macho e fêmea”, “ambos uma [só] carne” (Gn 2.24). Assim, o Mestre concluiu: “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19.6b). Essa é a doutrina originária a respeito da união entre um homem e uma mulher; ela reflete o plano de Deus para o casamento, considerando-o uma união indissolúvel.
2.      O ensino de Jesus: Os fariseus insistiram: ‘Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?”(Mt 19.7b). Respondendo à insistente pergunta, Jesus explicou que Moisés permitiu dar carta de repúdio às mulheres, “por causa da dureza dos vossos corações”. Uma mulher abandonada pelo marido ficaria exposta à miséria ou à prostituição para sobreviver. Com a carta de divórcio ela poderia casar-se novamente. Deus não é radical no trato com os problemas decorrentes do pecado e com o ser humano. Ele se importava com as mulheres e sabia o quanto elas iriam sofrer com a dureza do coração do homem, e tornou o trato desse assunto mais digno para elas.
Segundo ensinou o Senhor Jesus, o divórcio é permitido somente no caso de infidelidade conjugal.
Ao invés de satisfazer o desejo dos fariseus, que admitiam o divórcio “pór qualquer motivo”, o Mestre disse: “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt 19.9). Numa outra versão bíblica, lê-se: “exceto por causa da infidelidade conjugal” ou “relações sexuais ilícitas”. Essa foi a única condição que Jesus entendeu ser suficiente para o divórcio.
3.      Permissão para novo casamento: Pelo texto bíblico, esta claro que Jesus permite o divórcio com a possibilidade de haver novo casamento, somente por parte do cônjuge fiel, vítima de prostituição, ou infidelidade conjugal. Deus admite a separação do casal, não como regra, mas como exceção em virtude de práticas insuportáveis relacionadas à sexualidade, que desfazem o pacto conjugal. Do contrário, um servo ou uma serva de Deus seria lesado duas vezes: p0elo Diabo, que destrói casamentos e, outra, pela comunidade local, que condenaria uma vitima a passar o resto da vida em companhia de um ímpio, ou viver sob o jugo do celibato, que não faz parte do plano original de Deus (Gn 2.18). Todavia, em Jesus o crente tem forças para perdoar e fazer o possível para restaurar seu casamento.

III.             ENSINOS E PAULO A RESPEITO O DIVÓRCIO

1.      Aos casais crentes: Paulo diz: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher” (1 Co 7.10,11). Esta passagem refere-se aos “casais crentes”, os quais não devem divorciar-se, sem que haja algum dos motivos prescritos na Palavra de Deus (Mt 19.9; 1 Co 7.15). Se há desentendimentos o caminho não é o divórcio, mas a reconciliação acompanhada do perdão sincero ou o celibato por opção e não por imposição eclesiástica.
2.      Quando um dos cônjuges não é crente: Paulo ensina que, se o cônjuge não crente concorda em viver dignamente, com o crente, que este não o deixe (1 Co 7.12-14).. O crente agindo com sabedoria poderá inclusive ganhar o descrente para Jesus (1Pe 3.1).
3.      O cônjuge fiel não esta sujeito a servidão: O apóstolo, porém, ressalva: “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. Porque, donde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, donde sabes, ou marido, se salvarás tua mulher?” (1 Co 7.15,16). Ou seja, o cristão fiel, esposo ou esposa, não é obrigado a viver até a morte sob servidão de um ímpio. Nesse caso, ele ou ela, pode reconstruir a sua vida de acordo com a vontade de Deus (1 Co 7.27,28,39). Entretanto, aguarde o tempo de Deus na sua vida.

CONCLUSÃO

O divórcio causa sério inconveniente à igreja local, às famílias e à sociedade. No projeto original de Deus, não havia espaço para o divórcio. Precisamos tratar cada caso de modo pessoal sempre em conformidade com a Palavra de Deus. Não podemos fugir so que recomenda e prescreve a Bíblia Sagrada. E não podemos nos esquecer de que a Igreja é também uma “comunidade terapêutica”.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/2013
Comentarista: Elinaldo Renovato
Tema Central: A FAMÍLIA CRISTÃ NO SÉCULO XXI – Protegendo seu lar dos ataques do inimigo
Páginas: 46 - 53


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

EDUCAÇÃO CRISTÃ - RESPONSABILIDADE DOS PAIS

Texto Áureo: Provérbios 22.6
Verdade Prática: A educação cristã de nossas crianças, adolescentes e jovens é uma responsabilidade intransferível e pessoal dos pais com o apoio e assistência da Igreja.
Leitura Bíblica: Deuteronômio 6.1-9

Lição 8

INTRODUÇÃO
Educar os filhos não é uma tarefa fácil. Deus, porém, confiou-nos essa tarefa, e dela não podemos fugir. Infelizmente, muitos pais estão terceirizando a educação de seus filhos, e isso tem enfraquecido a família cristã. Para que cumpramos essa tão nobre missão é necessário que busquemos a sabedoria que somente Deus pode conceder-nos (Tg 1.5; 3.17). Ainda que contemos com a ajuda da igreja, a responsabilidade de educar é dos pais.

I.                   EDUCAÇÃO, A MISSÃO PRIORITÁRIA DOS PAIS

1.      O que significa educar? Segundo o Dicionário Houaiss “a palavra educar vem do latim educo e significa ‘criar uma criança’; cuidar, instruir”. Podemos definir educação como ensino e instrução. Não podemos jamais nos esquecer que a igreja do Senhor tem uma função educadora. Como sal e luz deste mundo ela deve educar e instruir segundo a Palavra de Deus (Mt 28.19,20). Como crentes precisamos ser guiados e orientados segundo as Escrituras, pois ela nos protege das sutilezas do maligno.
2.      Educação Cristã: Se quisermos uma sociedade melhor, mais justa e solidária, precisamos como igreja do Senhor, valorizar o ensino da Palavra de Deus. Para isso, é imprescindível investir na Educação Cristã, pois o seu principal objetivo é levar o crente a conhecer mais a Deus (Os 6.3), contribuindo para que o fiel tenha uma vida reta perante o Senhor e a sociedade. Nesse processo, a participação da liderança é decisiva. Aliás, ensinar é um dos deveres do pastor (1 Tm 3.2; 2 Tm 2.24).
3.      A educação nas escolas: Vivemos em uma sociedade permissiva, onde faltam valores morais e éticos. Tanto nas escolas públicas quanto nas privadas, as crianças e os jovens estão em contato com filosofias ateístas, materialistas e pragmáticas. Tais ensinos, nocivos à fé cristã, já fazem parte do currículo de muitas escolas. Por isso, os pais não podem negligenciar a educação dos seus filhos. Eles precisam, com a ajuda da igreja, ser instruídos para orientar seus filhos (Ef 6.1-4). Os resultados da educação divorciada dos valores cristãos podem ser os piores possíveis: milhares de adolescentes grávidas, aumento das doenças sexualmente transmissíveis, aumento do número de casos de AIDS, etc.

II.                A EDUCAÇÃO NO ANTIGO E EM O NOVO TESTAMENTO

1.      No Antigo testamento: A ordem do Senhor aos israelitas era para que estes priorizassem a educação. Os pais tinham a responsabilidade de ensinar os filhos a respeito dos atos do Senhor em favor do povo de Israel (Sl 78.5). Assim os filho, mediante o testemunho dos pais, conheceriam a Deus e aprenderiam a temê-lo (Dt 4.9,10). No livro de Josué lemos a respeito do memorial erguido com doze pedras retiradas do rio Jordão (Js 4.20-24). Este memorial serviria para lembrar ao povo o dia em que o Senhor os fez passar a pés secos pelo rio. Ao verem esse memorial, as crianças ouviriam a sua história e aprenderiam mais sobre o Deus de seus pais. É preciso que façamos o mesmo com nossas crianças, testemunhando do poder de Deus às próximas gerações. É preciso aproveitar cada momento para mostrarmos a nossa gratidão a Deus, de modo que o nosso exemplo de vida fale tanto quanto nossas palavras.
2.      Em o Novo Testamento: As sinagogas também eram um centro de instrução onde os meninos judeus aprendiam a respeito da Lei. Mesmo havendo essas “escolas” a educação no lar era prioritária. Jesus, como menino judeu, provavelmente, provavelmente participou do ensino nas sinagogas, pois seus pais cumpriam os rituais judaicos (Lc 2.21-24, 39-42). Em sua pré-adolescencia, Jesus já sabia de cor a Torá, chegando confundir os doutores no Templo (Lc 2.46,47). Em o Novo Testamento vemos que AA educação começava no lar, passava pela sinagoga, e se fortalecia no Templo. Temos também o exemplo do Jovem obreiro Timóteo. O apóstolo Paulo escreveu a Timóteo exortando-o a permanecer nas Sagradas Escrituras, que havia aprendido ainda menino (2 Tm 1.5,6; 3.14-17).
3.      Na atualidade: A Escola Dominical é a maior e a mais acessível agência de educação religiosa das igrejas evangélicas. Ela auxilia todas as faixas etárias na compreensão das Sagradas Escrituras. Porém, a Escola Dominical não pode ser a única responsável pela formação espiritual e moral de nossas crianças, adolescentes e jovens. A responsabilidade maior cabe aos pais. Alias, a educação de nossos filhos deve começar, prioritariamente, em nosso lar, pois assim Deus recomenda em sua Palavra (Ef 6.1-4).

III.             A EDUCAÇÃO CRISTÃ NA FAMILIA

1.      Os filhos são herança do Senhor: Os pais precisam cuidar dos filhos com zelo, carinho e amor, oferecendo uma educação de qualidade, pois eles são “herança do Senhor” e a nossa grande recompensa (Sl 127.3); portanto, agradeça a Adeus pelos seus filhos. Como forma de gratidão, procure ensiná-los e educá-los no temor do Senhor (Ef 6.1-4). Não seja negligente com a educação deles (Pv 22.6).
2.      O ensino da Palavra de Deus no lar: Os pais são, por natureza, os primeiros professores dos filhos. A criança conhece a Deus primeiramente através dos pais, por isso, não deixe de fazer o culto doméstico. Reserve ao menos 10 minutos por dia para louvar e adorar ao Senhor com seus filhos. Tais momentos são especiais e ajudam a fortalecer a família. Não permita que a televisão ou quaisquer meios de distração impeçam a sua família de desfrutar desses minutos tão especiais.
3.      Leve seus filhos à igreja: Lamentavelmente, muitos pais vão à igreja sem seus filhos. As crianças e os jovens devem ser persuadidos, com amor, a ir à Casa do Senhor. Se ainda na infância forem conduzidos à Casa de Deus, quando jovens darão valor AA essa prática saudável (Mc 10.13-16). A Educação Cristã começa no lar e é fortalecida na igreja, notadamente na Escola Dominical.

CONCLUSÃO

“Educação é dever do Estado e direito do cidadão”, porém, a educação começa na família. Os pais receberam de Deus uma das mais nobres missões: Educar seus filhos. Aqueles que amam ao Senhor e a sua Palavra vão fazer de tudo para que seus filhos sejam educados segundo os princípios bíblicos. Somente assim livraremos nossos filhos dos horrores destes últimos dias.



Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/2013
Comentarista: Elinaldo Renovato
Tema Central: A FAMÍLIA CRISTÃ NO SÉCULO XXI – Protegendo seu lar dos ataques do inimigo

Páginas: 54 - 60

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O FRUTO DO ESPÍRITO

Texto Áureo: Gálatas 5.22,23
Verdade Prática: O fruto do Espírito é expressão máxima do caráter de Cristo no cotidiano do autentico cristão.
Leitura Bíblica: Gálatas 5.16-26

Lição 11


INTRODUÇÃO


A linguagem bíblica apresenta uma das figuras mais belas sobre o caráter cristão, representada pela metáfora do “fruto do Espírito santo”. Jesus é AA sua expressão máxima. Ele é o exemplo perfeito. Seu caráter é uma demonstração infalível, para que o imitemos (1 Jo 2.6; 1 Pe 2.21). Nesta lição, estudaremos as qualidades que permeiam a vida do cristão. São virtudes que equilibram todas as suas forças vitais, quanto ao seu relacionamento com deus, com o próximo e consigo mesmo.

I.                   A IGREJA, UM JARDIM FECHADO.

Cantares de Salomão apresenta, em linguagem metafórica, a relação entre a Igreja e Jesus. Paulo declara que “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Na inspiração poética, “jardim fechado” é imagem de um pomar reservado, que só o rei e seus convidados tinham o direito de usufruí-lo. É um local com árvores frutíferas, flores e frutos, onde não se admite ervas daninhas, nem espinhos.
A Igreja é este “jardim fechado”, zelado e cultivado pelo Espírito Santo”. Seu fruto manifesta-se na vida dos cristãos que se encontram no horto. A linguagem de Cantares mostra o  desejo de Jesus, de encontrar em nós excelentes frutos, fontes e flores.

II.                OS AROMAS DO JARDIM

Cantares 4.16 afirma: “para que se derramem os seus aromas”. Esta expressão significa o suave exalara do perfume das flores e dos frutos deste jardim. São as fragrâncias da Igreja que atraem Jesus para perto de si. Não há no deserto, cheiro que se compare ao das árvores florais e frutíferas. No “Éden” de Deus existem “arbustos” de várias espécies que agradam ao Senhor.
1.                  O bom cheiro de Cristo (2 Co 2.15): Neste jardim, a Igreja de Cristo, estão os perfumes e as especiarias que produzem “o bom cheiro de Cristo”. Para que este aroma se espalhe e proporcione prazer ao “Amado Senhor”, os elementos da natureza também exercem suas funções. O Sol, o vento, a chuva, e o orvalho contribuem, para que haja crescimento, floração e frutificação no jardim. O Espírito Santo é tipificado pela “pomba”, conforme demonstração no dia do batismo de Jesus (Mt 3.16). Esta ave é limpa e pura. O Espírito santo também não habita em corações imundos. O “bom cheiro de Cristo” é a influência do caráter dele na vida do cristão.
2.                  Será, vento, chuva e orvalho: Quatro elementos da natureza tipificam frutificação no jardim do Senhor. Este “pomar” não teria beleza, nem viçosidade, perfume, brisa suave sem a presença dos mesmos.
A Bíblia diz que “Deus é um sol” (Sl 84.11), cujos raios e luzes fertilizam, aquecem e dão beleza à “terra” dos nossos corações. Jesus é identificado, profeticamente, como “o sol da justiça” (Ml 4.2). Seu brilho rejuvenesce nossas vidas.
O jardim do Senhor precisa de “chuva” que alimente a terra, supra os seus mananciais, e fertilize as raízes das plantas. A promessa deste derramamento sobre a humanidade é de abundância, de fertilização e de limpeza (Jl 2.23,24). Não há “fruto do Espírito” sem a devida irrigação dos nossos corações! Onde não chove, o barro é duro e seco, e se transforma em torrão. Isto significa falta de sensibilidade e de quebrantamento párea as coisas espirituais. Não há frutificação sem algo que amoleça os corações humanos. Só mediante o derramamento do Espírito, em forma de chuva serôdia e temporã, há quebrantamento dos “torrões” carnais e amolecimento acessível para a semeadura e a fertilização.
O jardim do Senhor é abençoado pelo “orvalho” do estio das chuvas (Os 14.5,6). Para que a terra não fique seca no verão, O Criador providenciou este fenômeno: gotículas unidas resultantes do vapor que se condena e cai sobre a relva à noite. As plantas, que receberam o calor do Solo, durante o dia, renovam-se e rejuvenescem-se, quando recebem esta umidade. O cristão precisa do orvalho espiritual, para produzir o “fruto do Espírito” (Gn 27.28,29).
Cantares 4.16 fala do “vento”, e pede para que ele assopre sobre o jardim. Isto simboliza a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. O aroma se espalha, por seu intermédio.
O vento é o hálito do Senhor, que assopra  e promove a fragrância espiritual, em atos e palavras da vida cotidiana dos cristãos.

III.             A TERRA QUE PRODUZ O FRUTO DO ESPÍRITO

Todos nós somos o jardim do Senhor. Por isso, individualmente, cada um de nós é uma planta que produz o “fruto do Espírito”.
A Parábola do Semeador, em Mt 13.3-8, aparentemente, não tem qualquer relação com a expressão “fruto do Espírito”. Entretanto, faremos uma aplicação tipológica, sem desviar o sentido original da passagem, que apresenta quatro tipos de terreno sobre os quais “a semente” foi lançada. Então, vejamos:
1.      “Pé do caminho” (Mt 13.4): O que torna um terreno endurecido? É o constante caminhar das pessoas, cuja influência enfraquece a terra e a torna insensível a receber AA semente. Muitos cristãos não produzem o “fruto do Espírito”, porque suas vidas são transitadas por pessoas e coisas que ferem e massificam sentimentos. Nenhum lavrador lança a semente em terra batida; ante a lavra com o arado e, depois de amaciada, aduba-a, para fortalecê-la. Descubramos as coisas e pessoas, cujas influencias comprimem e pressionam nossas convicções, para incapacitá-las a receber ajuda do Espírito Santo. Conceitos e ideologias mundanos massificam nossos corações (Sl 51.10,17).
2.      “Pedregais” (Mt 13.5): Que fruta produz uma árvore no meio de pedregais? Geralmente, é uma terra inútil, em que nada se pode plantar. Jesus mostrava que este tipo de solo, sua vida será contida pelas pedras e, se germinar, suas raízes não serão profundas. Isto fala de superficialidade: “fruto do Espírito” não é produzido em um coração rochoso, que não oferece receptividade à semente.
3.      “Entre os espinhos” (Mt 13.7): Na Bíblia encontramos termos como espinhos, cardos, abrolhos e sarças, ervas e  arbustos típicos das regiões semi-áridas da Palestina e do oriente Médio. Nenhum lavrador cosciente lança semente em uma terra cheia de ervas daninhas, pois as mesmas sufocam a semeadura, quando esta germina. É preciso limpá-las e arrancar todo o mato, párea, depois, ará-la e semeá-la. O “fruto do Espírito” não é produzido em um coração que sufoca a semente do Evangelho!
4.      “Boa Terra” (Mt 13.8): Quando o Espírito  regenera alguém, renova seu coração, para capacitá-lo à produção do “fruto do Espírito”. Ele, que vive em nós, recria, remodela e renova. Reproduz no caráter do cristão as suas próprias qualidades (Rm 5.5).

IV.             PRODUZINDO O FRUTO DO ESPÍRITO

Discute-se o registro da palavra fruto, se no singular ou plural. Não dogmatizemos esta questão. Parece-nos que a forma mais aceitável é a primeira, que indica nove qualidades distintas do mesmo fruto, e não nove frutos da mesma árvore. Ele é indivisível, e forma uma unidade espiritual. É impossível ter-se uma parte dele, e não possuir a outra. Ou tem-se o fruto completo e perfeito ou nada se possui. O fruto do Espírito difere dos “dons do Espírito” quanto ao recebimento. Ele surge de dentro para fora, naturalmente, através do crescimento espiritual. Os dons manifestam-se instantaneamente, de fora para dentro. O primeiro ajuda a desenvolver o segundo. O fruto do Espírito é a essência do caráter de Cristo na vida do cristão.

V.                A TRÍPLICE RELAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO

As qualidades do “fruto do Espírito” Estabelecem três relações básicas do cristão: com Deus, com o próximo e consigo mesmo.
1.      A relação com Deus manifesta-se em “amor, gozo e paz”:
a.       O amor (1 Jo 4.8): Não se trata do que é baseado em sentimento e afeto humano. Declara a Bíblia que o amor é o vinculo da perfeição, e a maior das virtudes cristãs (1 Co 13.13; Cl 3.14). Ele, como qualidade do “fruto do Espírito”, é divino. É o amor AGAPE (grego). Não se trata de vários tipos, mas do que vem de Deus. É o exercido pelo coração e pela mente, e engloba os nossos sentimentos e a nossa vontade.
b.      O “gozo do “Espírito”: É aquela alegria que nos estimula a viver, andar e realizar a obra de Deus. No grego é chara. E registra-se, pelo menos, setenta vezes no Novo Testamento. É a satisfação que estabelece a atmosfera distinta da vida cristã. Ela se expressão em todas as circunstâncias, favoráveis ou não, porque é uma alegria que faz o crente superar as dificuldades, com confiança na vitória (Fp 3.1; 4.4). O apóstolo Paulo exortou: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16).
c.       A “paz”: É a que o mundo não possui e nem a conhece. É a anelada pelo coração do homem, mas só é possível obtê-la em Cristo Jesus. Ela não pode atuar, onde não se eliminam os desejos instintivos do homem. A paz do Espírito vem de uma total independência das coisas materiais. Significa ser totalmente livre das influências mundanas. No hebraico é SHALOM e no grego, EEIRENE. Ela descreve a serenidade, a tranqüilidade e o perfeito contentamento da vida (Is 32.17), Paz é obter aquele estado de espírito que conserva a mente na confiança do Senhor (Fp 4.7).
2.      A relação com o próximo manifesta-se em “longanimidade, benignidade e bondade”:
a.      “Longanimidade”: No grego malcrothumia. O prefixo MAKROS significa “grande ou longo”, e THUMIA ou THOM
b.      “Benignidade: Diz respeito à pessoa que vai além da tolerância de não desejar o mal a ninguém, e da benevolência de querer o bem a todos. No grego, Cherestotes, que significa gentileza, doçura de temperamento, sobretudo com as pessoas simples (2 Co 6.6). A Bíblia exorta-nos que sejamos benignos (Sl 36.3; 112.5).
c.       “Bondade”: É a expressão máxima do amor cristão. No grego, AGARHOSUNE, que se refere ao homem bom, cuja generosidade brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem. É o amor em ação (Gl 6.10).
3.      A relação consigo mesmo manifesta-se em “fé, mansidão e temperança”:
a.       “Fé”: No grego, PISTIS, com o sentido de fidelidade, lealdade. Ela procede de Deus e torna o cristão capaz de manter-se fiel ao Senhor em qualquer circunstância. O Criador produz em nós a sua fidelidade (Lm 3.22,23; Sl 36.5; 89.1,2,5,24,33; 92.2). O cristão descobre, pela experiência, que possui esta qualidade do Espírito, quando é desafiado à infidelidade.
b.      “Mansidão”: é outra qualidade que se opõe ao orgulho, à belicosidade. No grego PRAUTES, significa placidez, modéstia. É um termo que contrasta com a soberba (Ec 10.14; Is 26.6). Geralmente, a mansidão aparece junto com o amor “ágape) (1 Co 4.21). Ela se refere àquela serenidade ou atitude interior do cristão, no modo ou atitude interior do cristão, no modo de agir e reagir às situações adversas. Não deve ser confundida com frouxidão.
c.       “Temperança: No grego, EGKRATEIA, que quer dizer “autocontrole”, domínio próprio. Os dicionários definem “temperança” como uma virtude cardinal que nos induz a refrear a sensualidade e a usar todas as coisas com moderação”, significa, também, sobriedade e continência. É uma qualidade do Espírito que todo o cristão precisa cultivar e obter (1Co 9.25; 2 Pe 1.6).


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 51 - 55         

domingo, 8 de dezembro de 2013

O ESPIRITO SANTO E A CURA DIVINA

Texto Áureo: Marcos 16.18
Verdade Prática: Através dos dons espirituais, o Espírito Santo opera maravilhas no seio da igreja.
Leitura Bíblica: Atos 9.34-35

Lição 10


INTRODUÇÃO


A enfermidade é universal. Os esforços da medicina contribuem grandemente para atenuar e prevenir doenças. Mas é indispensável a sua doutrina e inevitável esta experiência na trajetória da Igreja.

I.                   A CURA MÉDICA E A DIVINA

1.      Não há divergência entre a Bíblia e a Medicina: A Bíblia não é um livro científico, ainda que ela fale de ciência. Ela registra em suas páginas todas as áreas de estudo humano, inclusive a medicina. A diferença entre a Bíblia ee a medicina é que a segunda apenas previne e diagnostica, enquanto que a primeira oferece a cura eficaz. A ciência não possui todas as respostas para um mundo feliz, como pretendem alguns, mas as Escrituras as contêm. Admite-se a possibilidade dos meios medicinais para a cura de muitas doenças. Sabemos que Deus conduz as mãos de um médico no tratamento de um enfermo, e até mesmo no uso de medicamentos naturais, para a cura de uma enfermidade. A Bíblia transcreve receitas medicinais, conforme aconteceu com o rei Ezequias, que possuía uma úlcera inflamada, e o levava à morte. Mas o próprio Deus indicou-lhe um medicamento natural, que se constituía de uma “pasta de figo”; ela serviu de emplasto sobre a ferida (Is 38.1,4,5,21).
2.      A cura divina é uma dádiva de Deus ao enfermo: O dom de cura atuou grandemente na Igreja primitiva, e está presente nos dias atuais.
No ministério de Paulo, a cura divina era constante. Entretanto, ele receitou um medicamento ao jovem Timóteo, que tinha um problema de saúde: “Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Tm 5.23).
3.      A intervenção médica e a divina: Distinguimos, sem dificuldade, as curas médicas e as divinas. A medicina atua de forma natural. A cura divina é a operação sobrenatural, por meio dos dons espirituais de curar (1 Co 12.9). Os médicos obedecem a regras e leis da ciência e as curas se efetuam na esfera natural e cientifica. A divina efetua-se através da manifestação do poder de Deus.

II.                O QUE É CURA DIVINA?

1.      Definição: Conforme escreveu Hugh Jeter, “cura divina é o processo mediante o qual Deus, de modo sobrenatural, comunica vida, saúde e força Às almas e aos corpos afligidos”.
2.      Qual a finalidade da cura divina: A cura divina é para a alma e o corpo (Mt 9.6). A Bíblia diz que Jesus foi ungido, para fazer o bem e curar a todos os oprimidos do Diabo (At 1.38). Ele libertava as pessoas de suas enfermidades físicas, mentais e espirituais. A cura removia a opressão da enfermidade e dava ao enfermo a vida e vigor físico. Em Lc 9.55, Jesus afirma que o “Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”. Seu ministério foi acompanhado de muitos sinais e prodígios. Entretanto, a cura era sempre condicionada à fé dos doentes.
As mais variadas enfermidades foram curadas, como surdez, mudez, hidropisia, hemorragia, cegueira, lepra, paralisia, etc. Em alguns enfermos, Ele impôs as mãos e os curou (Mc 5.23; 6.5; Lc 13.13). Outros receberam AA cura, mediante a fé demonstrada (Mt 9.2,22,29; 15.28; Mc 2.5; 5.34; 10.52; Lc 5.20; 7.50; 8.48; 18.42). Ele também repreendia as enfermidades por sua palavra (Mt 8.8,16; Lc 4.32,36; 7.7).

III.             OS DONS DE PODER

1.      O dom de fé (1 Co 12.9): Não confundamos este dom com a fé comum, ou a manifestada para a conversão. A Palavra de Paulo ao carcereiro de Filipos mostra a fé para a salvação: “crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa (At 16.31), A redenção não se obtém pelas boas obras, mas pela fé no Filho de Deus (Ef 2.18). O segredo do Cristianismo não é o “ver para crer” e, sim o “crer para ver”. A fé “é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1).
Existe também a fé, fruto do Espírito (Gl 5.22). Ela é o resultado de nossa união com Cristo. O Novo Testamento fala também da fé, a qual se refere ao que cremos e confessamos. Ela se desenvolve, através da meditação e do estudo da Palavra de Deus.
O dom da fé, entre outras coisas, é um tipo especial que comanda a ação dos dons de curar e de milagres e maravilhas. Ele implica na capacitação espiritual e sobrenatural que conduz o cristão a confiar em Deus, a fim de realizar proezas em nome do Senhor.
2.      O dom de operação de milagres ou Maravilhas (1 Co 12.10): Existem três termos gregos identificados com o “dom de milagres” : “DUNAMIS”, que significa poder, sem o qual não haveria milagres: “Teras”, cujo significado é maravilha, e corresponde ao que é assombroso e admirável: “Semeion”, que quer dizer sinais. Portanto, “maravilhas e sinais” estão na mesma dimensão de milagres. O apóstolo Pedro, em seu primeiro discurso no dia de Pentecoste, disse: “Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis\” (At 2.22).
O que entendemos por milagres? Harold Horton afirma: É uma intervenção sobrenatural no curso comum da natureza; uma suspensão temporária da ordem da natureza segundo o que conhecemos... É um ato soberano do Espírito de Deus, independente de leis e ou sistemas... Deus não esta atado sequer por suas próprias leis ou sistemas... Falar de Deus como se Ele estivesse circunscrito por leis de sua própria feitura seria reduzi-lo ao plano de criatura e diminuir a verdadeira essência de seus atributos eternos. Alguns exemplos de milagres ou maravilhas são: a abertura do mar Vermelho (Ex 14.13-22); o toque da vara de  Moisés na rocha de Horebe ( Ex 17.5-7); o dia longo de Josué (Js 10.12-14); a ressurreição da filha de Jairo; do filho da viúva de Naim; de Lázaro; a multiplicação dos pães; a tempestade aclamada por ordem de Jesus; a ressurreição de Dorcas. Os milagres operados são provas visíveis de um poder invisível.

IV.              OS DONS DE CURAR
Dos dons de poder, a cura estabelece a continuidade do ministério terreno de Jesus. Ele sarou a muitos e ordenou a seus discípulos: “Curai os enfermos” (Mt 10.8). Nos primórdios da Igreja, esta experiência era constante no ministério dos discípulos. O Espírito Santo concedeu-lhes os dons espirituais, que confirmaram e fortaleceram a vida cristã.
Notemos que o texto se refere a “dons de curar” (1 Co 12.9). Os termos gregos para dons e curar são “CHARISMATA” e “IAMATON”. Por isso, a expressão bíblica é “dons de curar”. Por estar no plural, não resta dúvida de que se trata de “dons especiais para casos específicos”. O apóstolo Tiago afirma: “Está alguém entre vós doentes? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará, e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.14,15). Entendemos, aqui, que a fé opera aliada ao caso especifico de cura daquela enfermidade.

V.                COMO OPERAM OS DONS DE CURAR?

Alguns teólogos modernos afirmam que a “medicina é o cumprimento das promessas divinas”. Outros ainda dizem que a “medicina é a expressão da compaixão de Cristo neste mundo na atualidade”. É obvio que discordamos destes pensamentos! Já afirmamos que a medicina tem o seu lugar na experiência humana e a Bíblia aceita o seu papel.
1.      A cura divina manifesta-se pelo ato de fé (Mc 9.213): O autêntico cristão possui a autoridade de orar por um enfermo e repreender a enfermidade em nome de Jesus. Não precisa, necessariamente, ter um dos dons de curar, porque a manifestação deles está implícita no ministério especifico. A fé no poder de Cristo é fundamental para o cumprimento da missão de pregar o Evangelho a toda a criatura (Mc 16.15). Acreditamos que, se levarmos um pecador arrependido aos pés de Cristo, para receber o perdão dos pecados e a purificação pelo sangue do Cordeiro, o milagre do novo nascimento acontecerá. Porque não admitirmos também que Jesus, além de salvar a alma, liberta o corpo das enfermidades? Ele próprio disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10), que significa saúde física e espiritual.
2.      A cura divina revela-se através dos Dons específicos de cura: A Igreja é a expressão de Cristo, pois ela é o seu corpo dinâmico na Terra (1 Co 12.12,27). Os dons espirituais são concedidos para que se manifestem nas vidas dos cristãos. O apóstolo Pedro declara que a Noiva de Cristo é participante da natureza divina (2 Pe 1.4). Por isso, Jesus revela-se por meio de seu corpo místico, a Igreja.
Quando pregamos a Cristo, expulsamos os demônios, oramos e impomos as mãos sobre os enfermos, o fazemos em nome do Filho de Deus. Os dons de curar são especiais para a libertação de vários tipos de enfermidades. Eles atuam em prol da saúde do povo de Deus e da conversão dos que não conhecem a Cristro.
3.      Os dons de curar manifestam-se para conceder autoridade à mensagem do Evangelho: O e crescimento da Igreja Primitiva assustou as autoridades religiosas de Jerusalém. Pedro e João foram ameaçados de morte, por pregarem o Evangelho. A Igreja, então, reunida orou: “Olha, Senhor, para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda ousadia a tua palavra; enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu Santo Filho Jesus” (At 4.29,30). Depois desta oração, o Espírito Santo operou no meio deles com graça e poder. Além de ensinar com ousadia a Palavra de Deus, diz o escritor de Atos dos apóstolos: “E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. Os dons de curar devem estar na vida da Igreja para promover a fé e a ousadia na pregação do Evangelho. Quando alguém é destituído dos dons espirituais, tudo o que faz não passa de rotina e mero formalismo. Assim como o espírito humano vivifica o corpo, o Espírito Santo santifica a Igreja. Os dons espirituais promovem a renovação, a alegria, a submissão a Cristo e a mobilização dos cristãos para o cumprimento do seu dever.  A operação de sinais e prodígios, pela manifestação dos dons de curar, trará a todos saúde física e espiritual. A presença de Deus nas vidas das pessoas despertará a fé e a ousadia para a realização de sua obra.
4.      Os dons de curar são necessários para a conquista das almas para Cristo: Diz a Bíblia que, por onde os apóstolos passavam, os milagres e as curas aconteciam, e o povo era liberto, ao ouvir a mensagem do Evangelho. É necessário saber que as curas divinas convenciam as pessoas do poder salvador de Jesus. Filipe exerceu o ministério de cura e libertação (At 8.5-7). Saem dúvida alguma, a pregação do Evangelho, acompanhada por sinais e prodígios, promove a fé e a conversão de muitos a Cristo Jesus. Negar este fato é renunciar a própria fé pentecostal.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal

Páginas: 46 – 50