Texto Áureo: Marcos 16.18
Verdade Prática: Através dos dons
espirituais, o Espírito Santo opera maravilhas no seio da igreja.
Leitura Bíblica: Atos 9.34-35
Lição 10
INTRODUÇÃO
A
enfermidade é universal. Os esforços da medicina contribuem grandemente para
atenuar e prevenir doenças. Mas é indispensável a sua doutrina e inevitável
esta experiência na trajetória da Igreja.
I.
A CURA
MÉDICA E A DIVINA
1.
Não há
divergência entre a Bíblia e a Medicina: A Bíblia não é um livro
científico, ainda que ela fale de ciência. Ela registra em suas páginas todas
as áreas de estudo humano, inclusive a medicina. A diferença entre a Bíblia ee
a medicina é que a segunda apenas previne e diagnostica, enquanto que a
primeira oferece a cura eficaz. A ciência não possui todas as respostas para um
mundo feliz, como pretendem alguns, mas as Escrituras as contêm. Admite-se a
possibilidade dos meios medicinais para a cura de muitas doenças. Sabemos que
Deus conduz as mãos de um médico no tratamento de um enfermo, e até mesmo no
uso de medicamentos naturais, para a cura de uma enfermidade. A Bíblia
transcreve receitas medicinais, conforme aconteceu com o rei Ezequias, que
possuía uma úlcera inflamada, e o levava à morte. Mas o próprio Deus
indicou-lhe um medicamento natural, que se constituía de uma “pasta de figo”;
ela serviu de emplasto sobre a ferida (Is 38.1,4,5,21).
2.
A cura divina
é uma dádiva de Deus ao enfermo: O dom de cura atuou grandemente na
Igreja primitiva, e está presente nos dias atuais.
No
ministério de Paulo, a cura divina era constante. Entretanto, ele receitou um
medicamento ao jovem Timóteo, que tinha um problema de saúde: “Não bebas mais
água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas
freqüentes enfermidades” (1 Tm 5.23).
3.
A intervenção
médica e a divina: Distinguimos, sem dificuldade, as curas médicas e as
divinas. A medicina atua de forma natural. A cura divina é a operação
sobrenatural, por meio dos dons espirituais de curar (1 Co 12.9). Os médicos
obedecem a regras e leis da ciência e as curas se efetuam na esfera natural e
cientifica. A divina efetua-se através da manifestação do poder de Deus.
II.
O QUE É CURA
DIVINA?
1.
Definição:
Conforme escreveu Hugh Jeter, “cura divina é o processo mediante o qual Deus,
de modo sobrenatural, comunica vida, saúde e força Às almas e aos corpos
afligidos”.
2.
Qual a
finalidade da cura divina: A cura divina é para a alma e o corpo (Mt
9.6). A Bíblia diz que Jesus foi ungido, para fazer o bem e curar a todos os
oprimidos do Diabo (At 1.38). Ele libertava as pessoas de suas enfermidades
físicas, mentais e espirituais. A cura removia a opressão da enfermidade e dava
ao enfermo a vida e vigor físico. Em Lc 9.55, Jesus afirma que o “Filho do
Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”. Seu
ministério foi acompanhado de muitos sinais e prodígios. Entretanto, a cura era
sempre condicionada à fé dos doentes.
As
mais variadas enfermidades foram curadas, como surdez, mudez, hidropisia,
hemorragia, cegueira, lepra, paralisia, etc. Em alguns enfermos, Ele impôs as
mãos e os curou (Mc 5.23; 6.5; Lc 13.13). Outros receberam AA cura, mediante a
fé demonstrada (Mt 9.2,22,29; 15.28; Mc 2.5; 5.34; 10.52; Lc 5.20; 7.50; 8.48;
18.42). Ele também repreendia as enfermidades por sua palavra (Mt 8.8,16; Lc 4.32,36;
7.7).
III.
OS DONS DE
PODER
1.
O dom de fé
(1 Co 12.9): Não confundamos este dom com a fé comum, ou a manifestada
para a conversão. A Palavra de Paulo ao carcereiro de Filipos mostra a fé para
a salvação: “crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa (At
16.31), A redenção não se obtém pelas boas obras, mas pela fé no Filho de Deus
(Ef 2.18). O segredo do Cristianismo não é o “ver para crer” e, sim o “crer
para ver”. A fé “é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas
que se não vêem” (Hb 11.1).
Existe
também a fé, fruto do Espírito (Gl 5.22). Ela é o resultado de nossa união com
Cristo. O Novo Testamento fala também da fé, a qual se refere ao que cremos e
confessamos. Ela se desenvolve, através da meditação e do estudo da Palavra de
Deus.
O
dom da fé, entre outras coisas, é um tipo especial que comanda a ação dos dons
de curar e de milagres e maravilhas. Ele implica na capacitação espiritual e
sobrenatural que conduz o cristão a confiar em Deus, a fim de realizar proezas
em nome do Senhor.
2.
O dom de
operação de milagres ou Maravilhas (1 Co 12.10): Existem três termos
gregos identificados com o “dom de milagres” : “DUNAMIS”, que significa poder,
sem o qual não haveria milagres: “Teras”, cujo significado é maravilha, e
corresponde ao que é assombroso e admirável: “Semeion”, que quer dizer sinais.
Portanto, “maravilhas e sinais” estão na mesma dimensão de milagres. O apóstolo
Pedro, em seu primeiro discurso no dia de Pentecoste, disse: “Varões
israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus
entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de
vós, como vós mesmos bem sabeis\” (At 2.22).
O
que entendemos por milagres? Harold Horton afirma: É uma intervenção
sobrenatural no curso comum da natureza; uma suspensão temporária da ordem da
natureza segundo o que conhecemos... É um ato soberano do Espírito de Deus,
independente de leis e ou sistemas... Deus não esta atado sequer por suas
próprias leis ou sistemas... Falar de Deus como se Ele estivesse circunscrito
por leis de sua própria feitura seria reduzi-lo ao plano de criatura e diminuir
a verdadeira essência de seus atributos eternos. Alguns exemplos de milagres ou
maravilhas são: a abertura do mar Vermelho (Ex 14.13-22); o toque da vara
de Moisés na rocha de Horebe ( Ex
17.5-7); o dia longo de Josué (Js 10.12-14); a ressurreição da filha de Jairo;
do filho da viúva de Naim; de Lázaro; a multiplicação dos pães; a tempestade
aclamada por ordem de Jesus; a ressurreição de Dorcas. Os milagres operados são
provas visíveis de um poder invisível.
IV.
OS DONS DE CURAR
Dos
dons de poder, a cura estabelece a continuidade do ministério terreno de Jesus.
Ele sarou a muitos e ordenou a seus discípulos: “Curai os enfermos” (Mt 10.8).
Nos primórdios da Igreja, esta experiência era constante no ministério dos
discípulos. O Espírito Santo concedeu-lhes os dons espirituais, que confirmaram
e fortaleceram a vida cristã.
Notemos
que o texto se refere a “dons de curar” (1 Co 12.9). Os termos gregos para dons
e curar são “CHARISMATA” e “IAMATON”. Por isso, a expressão bíblica é “dons de
curar”. Por estar no plural, não resta dúvida de que se trata de “dons
especiais para casos específicos”. O apóstolo Tiago afirma: “Está alguém entre
vós doentes? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com
azeite em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o
levantará, e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.14,15).
Entendemos, aqui, que a fé opera aliada ao caso especifico de cura daquela
enfermidade.
V.
COMO OPERAM
OS DONS DE CURAR?
Alguns
teólogos modernos afirmam que a “medicina é o cumprimento das promessas
divinas”. Outros ainda dizem que a “medicina é a expressão da compaixão de
Cristo neste mundo na atualidade”. É obvio que discordamos destes pensamentos!
Já afirmamos que a medicina tem o seu lugar na experiência humana e a Bíblia
aceita o seu papel.
1.
A cura divina
manifesta-se pelo ato de fé (Mc 9.213): O autêntico cristão possui a
autoridade de orar por um enfermo e repreender a enfermidade em nome de Jesus.
Não precisa, necessariamente, ter um dos dons de curar, porque a manifestação
deles está implícita no ministério especifico. A fé no poder de Cristo é
fundamental para o cumprimento da missão de pregar o Evangelho a toda a
criatura (Mc 16.15). Acreditamos que, se levarmos um pecador arrependido aos
pés de Cristo, para receber o perdão dos pecados e a purificação pelo sangue do
Cordeiro, o milagre do novo nascimento acontecerá. Porque não admitirmos também
que Jesus, além de salvar a alma, liberta o corpo das enfermidades? Ele próprio
disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10), que
significa saúde física e espiritual.
2.
A cura divina
revela-se através dos Dons específicos de cura: A Igreja é a expressão
de Cristo, pois ela é o seu corpo dinâmico na Terra (1 Co 12.12,27). Os dons
espirituais são concedidos para que se manifestem nas vidas dos cristãos. O
apóstolo Pedro declara que a Noiva de Cristo é participante da natureza divina
(2 Pe 1.4). Por isso, Jesus revela-se por meio de seu corpo místico, a Igreja.
Quando
pregamos a Cristo, expulsamos os demônios, oramos e impomos as mãos sobre os
enfermos, o fazemos em nome do Filho de Deus. Os dons de curar são especiais
para a libertação de vários tipos de enfermidades. Eles atuam em prol da saúde
do povo de Deus e da conversão dos que não conhecem a Cristro.
3.
Os dons de
curar manifestam-se para conceder autoridade à mensagem do Evangelho: O
e crescimento da Igreja Primitiva assustou as autoridades religiosas de
Jerusalém. Pedro e João foram ameaçados de morte, por pregarem o Evangelho. A
Igreja, então, reunida orou: “Olha, Senhor, para as suas ameaças, e concede aos
teus servos que falem com toda ousadia a tua palavra; enquanto estendes a tua
mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu Santo
Filho Jesus” (At 4.29,30). Depois desta oração, o Espírito Santo operou no meio
deles com graça e poder. Além de ensinar com ousadia a Palavra de Deus, diz o
escritor de Atos dos apóstolos: “E muitos sinais e prodígios eram feitos entre
o povo pelas mãos dos apóstolos. Os dons de curar devem estar na vida da Igreja
para promover a fé e a ousadia na pregação do Evangelho. Quando alguém é
destituído dos dons espirituais, tudo o que faz não passa de rotina e mero
formalismo. Assim como o espírito humano vivifica o corpo, o Espírito Santo
santifica a Igreja. Os dons espirituais promovem a renovação, a alegria, a
submissão a Cristo e a mobilização dos cristãos para o cumprimento do seu
dever. A operação de sinais e prodígios,
pela manifestação dos dons de curar, trará a todos saúde física e espiritual. A
presença de Deus nas vidas das pessoas despertará a fé e a ousadia para a
realização de sua obra.
4.
Os dons de
curar são necessários para a conquista das almas para Cristo: Diz a
Bíblia que, por onde os apóstolos passavam, os milagres e as curas aconteciam,
e o povo era liberto, ao ouvir a mensagem do Evangelho. É necessário saber que
as curas divinas convenciam as pessoas do poder salvador de Jesus. Filipe
exerceu o ministério de cura e libertação (At 8.5-7). Saem dúvida alguma, a
pregação do Evangelho, acompanhada por sinais e prodígios, promove a fé e a
conversão de muitos a Cristo Jesus. Negar este fato é renunciar a própria fé
pentecostal.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 46 – 50
Nenhum comentário:
Postar um comentário