quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

CONSEQUENCIAS DA INIMIZADE ENTRE ESAU E JACO

 
Texto Áureo: Salmo 133.1
Verdade Prática: Deus deseja que seus filhos vivam em perfeita união espiritual, a fim de que produzam o fruto do Espírito santo e em tudo glorifiquem o seu nome.
Leitura Bíblica: Gênesis 27.37-45
 
Lição 02
 
INTRODUÇÃO
 
Nesta lição, estudaremos as conseqüências da inimizade entre dois irmãos, Esaú e Jacó, filhos de Isaque (Gn 25.22-25). Ambos foram criados sob a orientação de um grande patriarca, e receberam instrução divina, pois o pai deles era homem de oração (Gn 25.20,21). Entretanto, por causa da mentira, tornaram-se inimigos, a ponto de não poderem viver juntos. Se não fossem as leis permissivas de Deus, teríamos, hoje, uma história diferente para contar. A inimizade desses dois irmãos deve servir de lição para todos nós que constituímos a Igreja do Senhor aqui na terra, para não seguimos os seus exemplos negativos e não perdemos a nossa primogenitura, como Esaú, nem sermos castigados como Jacó, que pagou um preço alto por causa de sua fraude (Gn 27.35)
 
I.                   INIMIZADE ENTRE IRMÃOS CAUSA PREJUÍZO
 
  1. Nascidos sob as bênçãos de Deus (Gn 25.21,23): Sendo Rebeca Estéril, Isaque orou a Deus em favor dela e o Senhor ouviu sua oração, e ela concebeu e teve dois filhos: Esaú e Jacó (Gn 25.24). Eram gêmeos, com a diferença de que o segundo nasceu agarrado aos pés do primeiro (Gn 25.26). Por causa disso, o mais novo recebeu o nome de Jacó, que significa “suplantador”. A Bíblia cita três casos de pessoas que nasceram gêmeas: 1) Jacó e Esaú (Gn 25.24-28); 2) Perez e Zerá (Gn 38.27-30); 3) Dídimo (Tomé), que significa gêmeos (Jo 11.16; 20.24; 21.2). (A Bíblia não revela o nome de seu irmão gêmeo).
Esaú e Jacó representam duas naturezas. Cada uma tem suas características peculiares. O conveniente é não sermos dominados por nenhuma delas, a exemplo de Esaú, vencido pelo apetite carnal. Enquanto Jacó conseguiu vencer suas inclinações com a ajuda de Deus, conforme constatamos, em Betel, em Padã-Arã e no ribeiro de Jaboque (Gn 32.22-30). Com Esaú aconteceu o contrário, sendo ele herdeiro das bênçãos de Deus pela primogenitura e pela sucessão patriarcal, perdeu tudo, por causa de um prato de comida, tornando-se “fornicário e profano” (Hb 12.16,17). “Jacó não era um anjo, mas, comparado com Esaú, estava imensamente mais capacitado párea ser o pai da nação messiânica de Deus” (Halley). “Apesar de suas falhas, Jacó deu valor à bênção divina envolvida na aliança. Ele parecia entusiasmado com a presença divina acerca de uma nação por meio da qual seria abençoado o mundo... ele precisou experimentar as conseqüências do seu pecado, conforme sucede a todos os homens. Deus o testou e o castigou, produzindo em sua vida a grandeza. Deus o tratava como um filho (Hb 12.5-8)”. (Tendas e Palácio – ICI).
  1. Rivalidade antes do nascimento (Gn 25.22,23): Antes de eles nascerem, já lutavam no ventre de Rebeca, ao ponto de ela perguntar ao Senhor porque isso acontecia. Deus lhe disse: “Duas nações há em teu ventre, dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro e o maior servirá ao menor” (Gn 25.22,23). Estas palavras, Deus falou particularmente a rebeca. Não obstante, ela não conseguiu evitar a rivalidade entre seus filhos, colaborando para que isso acontecesse. Rivalidade no ventre, no viver diário, em suas profissões, e até no modo de servir a Deus. Como é triste e lamentável ouvir a Palavra de Deus e não obedecer, especialmente em se tratando de suas promessas “que são fiéis e verdadeiras”!
  2. Diferença nas atividades (Gn 25.27): Esaú gostava do campo, era caçador; e Jacó, homem simples. Ainda não vi um caçador, crente ou não, que não seja precipitado, exagerado contador de anedotas. O primeiro exemplo que a Bíblia cita Ninrode (Gn 10.8,9) era poderoso, isto é, tornou-se famoso como caçador. É melhor tornar-se conhecido como pregador do Evangelho, ganhador de almas, ensinador.
Vejamos a diferença entre os dois irmãos, Esaú e Jacó. O primeiro tornou-se “profano e fornicário”, não por ser caçador ou homem do campo, mas por ter vendido o seu direito de primogenitura (Hb 12.16). O segundo é o pai das doze tribos de Israel, e de sua descendência nasceu o Senhor Jesus Cristo. Esaú é o tipo do crente destituído da fé, homem natural (1 Co 2.14), que não valoriza as bênçãos de Deus.
Muitos crentes foram abençoados ricamente, a partir de sua conversão, e batizados em águas e no Espírito santo. Ocuparam cargos de confiança na igreja, tiveram o crédito de seus pastores; entretanto, tornaram-se profanos, hoje, estão pagando um preço alto, sem condições de voltar ou reconciliar-se como Esaú, que não encontrou mais lugar para receber a bênção (Hb 12.17).
  1. Cuidado com a profanação: Esaú não valorizou as bênçãos que recebera de Deus; antes profanou-as. Tenhamos cuidado para não profanarmos o nome do Senhor, procedendo irreverentemente em sua casa, desrespeitando as coisas sagradas (1 Co 11.20,21). Profanar é violar a santidade de Deus, ou algo que lhe é consagrado (Dt 22.20,30; 1 Co 5.1). Ananias e safira caíram mortos por profanarem a Igreja, através da mentira (At 5.1-5,9). O pecado “é uma miséria no mundo que tem reação de loucura no homem e o leva ao abismo sem conhecer a vontade de Deus”.

II.                DEUS NÃO NEGA AOS HOMENS SUAS BÊNÇÃOS
 
  1. Virtudes de Jacó (Gn 25.27): Jacó habitava em tendas, as quais falam da fé, das promessas de Deus (Hb 11.9). Por isso, ele conseguiu vencer suas inclinações negativas com a colaboração de Deus e o esforço de sua mãe, que o ajudou a receber a primogenitura, ao alcançar a bênção de Isaque, como orvalho do céu (Gn 27.28a); gordura da terra (Gn 27.28b); abundância de trigo (Gn 27.28c); abundância de vinho (Gn 27.28d) e povos e nações se encurvariam a ele (Gn 27.29a). Tornar-se-ia senhor de seus irmãos (27.29b), e seriam malditos os que lhe amaldiçoassem (Gn 27.29c). “Da linhagem da promessa, todos os filhos de Abraão foram eliminados, salvo Isaque. Dos filhos deste, foi excluído Esaú, sendo Jacó o único escolhido. Com Jacó cessou o processo de eliminação; todos os descendentes dele seriam incluídos na Nação Eleita” (Manual Bíblico – Halley).
  2. Bênção de Esaú: Habitaria nas gorduras da terra (Gn 27.39a); nos orvalhos do céu (GN 27.39b); viveria pela espada (Gn 27.40a); serviria a seu irmão (Gn 27.40b). Veja a diferença entre “ter” e “habitar”, na distribuição da bênção entre Esaú e Jacó. Entretanto, o primeiro perdeu a bênção, após vender sua primogenitura. Ele, como primogênito, estava na linha sucessória (Gn 12.3). “Segundo as bênçãos e a avaliação divina, as grandes promessas messiânicas poderiam ter sido realizadas em Esaú, que perdeu este direito por uma passageira gratificação carnal. Sem dúvida, a idéia de Jacó quanto à primogenitura era, nessa ocasião, carnal e inadequada; mas, seu desejo de obter, mostrou uma verdadeira fé” (Scofield).
Precisamos controlar nossos apetites (Gn 25.30). Pois poderemos praticar erros e pecados irreparáveis, como Esaú. Diz o autor da epístola aos Hebreus que “querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou” (Hb 13.17). (Isto é, buscou a bênção e não arrependimento).
  1. Direito de primogenitura: Porção dobrada (Dt 21.17); minha força, princípio do meu vigor e o mais excelente em poder (Gn 49.3). Tudo isso, em caso de profanação, seria passado a outro, inclusive a primogenitura. Como exemplo, temos o caso de Rúben, o primogênito de Jacó; sua primogenitura foi dada a José (1 Cr 5.1,2).
  2. Bênção da primogenitura: A primogenitura tinha três fatores importantes: 1) Até o estabelecimento do sacerdócio arônico, o cabeça da família exercia direitos sacerdotais; 2) A família de Abraão tinha a promessa edênica de “esmagar a cabeça da serpente” (Gn 3.15); 3) Esaú, como primogênito, estava na linha sucessória da bênção (Gn 12.3).

III.             AS CAUSAS DA INIMIZADE ENTRE IRMÃOS
 
  1. Jacó compra a primogenitura de Esaú e recebe a bênção de Isaque (Gn 27.4): Isaque estava velho e cego; em vez de convocar os dois filhos, chamou apenas o mais velho, para abençoá-lo. Ele talvez não soubesse do propósito divino (Gn 25.23), que a bênção pertencia a Jacó (Ml 1.2; Rm 9.10-13). Também não sabia que Esaú havia vendido sua primogenitura (Gn 25.34) e fora aborrecido por Deus. Quantos crentes têm perdido suas bênçãos e posições, seus direitos e cargos, ao trocarem sua primogenitura espiritual por um “prato de lentilhas” (Gn 25.31,32)! Tenhamos cuidado, pois o Diabo se aproveita de nossas fraquezas e nossas limitações, até de nossa velhice, para nos derrubar! Se os velhos não forem bem orientados, poderão prejudicar a si mesmos e a seus filhos, como Isaque, que desejou dar a bênção a Esaú, quanto este já havia perdido a primogenitura e a sucessão patriarcal (Gn 25.34; 27.28,29).
  2. A discriminação de Isaque e Rebeca em relação aos filhos (Gn 27.5-7): Rebeca ouviu a conversa entre seu marido e o filho mais velho. Isaque amava mais a Esaú do que a Jacó, não por ser o favorito ou o primogênito, ou por sua habilidade na caça, mas por causa do guisado que ele preparava (Gn 27.4). Esta distinção foi a causa da rivalidade e perda de unidade entre os dois irmãos (Ef 6.4).
A simulação de Rebeca (Gn 27.8-10,14). Ela não usou a fé, que é o firme fundamento (Hb 11.1), mas a forma irregular, talvez aquela dos jesuítas: “os fins justificam os meios”, e descobriu o meio de proteger e evitar que seu filho mais novo perdesse a bênção, assumindo sob pena de maldição (Gn 27.13), as conseqüências. Vejamos:
Pecado premeditado – matou um cabrito e fez um guisado igual ao que Esaú preparava para Isaque; cobriu as mãos e o pescoço de Jacó, com a pele de animal, pois ele era sem pelo. Vestiu-o com a roupa de gala de Esaú. A farsa foi bem preparada, pois Isaque não percebeu. Com a diferença de que o guisado estava gostoso, mas a “caça” não era legítima. A pele que usava, em suas mãos e seu pescoço, era legítima, mas não era a dele.
  1. A mentira de Jacó (Gn 27.19): “Eu sou Esaú”. Além de mentir, blasfemou contra Deus, ao dizer: “O Senhor teu Deus a mandou ao meu encontro” (referindo-se a caça – Gn 27.20), confirmando com um beijo (27.24,26). Busquemos a bênção de Deus pelo caminho certo e não por subterfúgios. Devemos ter o cuidado de não usar as mãos de outro, como meio de imitar alguém ou ganhar vantagem. Usemos aquilo que temos e sejamos o que somos. De quem são as tuas mãos? Os teus vestidos? Jacó, disfarçado, através das mãos, dos vestidos e do guisado, recebeu as bênçãos de Isaque, no lugar de seu irmão Esaú (27.24-29).
  2. A rejeição de Esaú na hora da bênção (Gn 27.30-36): Veio Esaú para receber a bênção, mas já era tarde demais, pois Isaque já havia abençoado a Jacó (Gn 27.33). Este atendera o seu pedido, satisfizera o seu apetite, e ele o colocou como senhor de Esaú (Gn 27.37). Agora o maior serviria ao menor (Gn 25.23). “Querendo depois herdar a bênção, foi rejeitado” (Hb 12.17). Muitos deixam a igreja, abandonam a fé, como fez Esaú que, depois de desprezar e vender sua primogenitura, foi rejeitado. Não deixemos para depois, acertemos com Deus agora, hoje (Hb 3.7,8)!
 
 
 
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/1993
Comentarista: José Apolônio
Tema Central: Família – Alicerce da Sociedade
Páginas: 06 - 09

Nenhum comentário:

Postar um comentário