quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

CONGREGACAO CRISTA DO BRASIL

 
Texto Bíblico: Efésios 4.11
Verdade Prática: O zelo pelas coisas de Deus deve ser calibrado pelo bom senso e, acima de tudo, por uma perfeita compreensão das Sagradas Escrituras.
Leitura Bíblica: 1 Coríntios 9.4-14.
 
Lição 11
 
INTRODUÇÃO
 
Há os que afirmam que a Congregação Cristã no Brasil (CCB) é uma seita; outros, pelo contrário: recusam-se a admitir tal coisa: descrevem-na como um movimento infelicitado por alguns desvios doutrinários de caráter secundário.
 
I.                   HISTÓRICO
 
  1. Origem de Francescon: Louis Francescon nasceu na Comarca de Udine, Itália, em 29 de março de 1866. Converteu-se em 1891, aos 25 anos de idade, quando já morava em Chigaco, EUA. No ano seguinte, na mesma cidade, foi criada a Igreja Presbiteriana Italiana, pastoreada por Filippo Grilli. Nesta igreja, Francescon foi eleito diácono, e, depois de alguns anos, ancião.
Em 1907, Francescon passou a freqüentar a Missão Americana, reconhecendo como irmão, amigo e homem de Deus, o pastor W. H. Durhan, pregador pentecostal, de quem Francescon se inteirou sobre a doutrina do batismo no Espírito Santo. Francescon pastoreava um rebanho de crentes pentecostais na colônia italiana de Chigaco. Como o trabalho cresse, deixou suas atividades materiais para dedicar-se integralmente ao ministério cristão.
  1. Chegada ao Brasil: Em 8 de março de 1910, Francescon e G. Lombardi partiram de Buenos Aires rumo à cidade de São Paulo, onde no bairro do Brás, começaram a pregar o Evangelho, vindo a fundar a Igreja Pentecostal Italiana – primeiro nome da Congregação Cristã no Brasil. Suas atividades estavam concentradas na colônia italiana. Depois, Francescon foi para o Panamá, deixando a igreja nas mãos de homens inexperientes.

II.                DOUTRINA DA SALVAÇÃO
 
  1. Sectarismo: A maioria de seus adeptos afirma que a salvação só é possível na sua igreja. Eles chamam os evangélicos de outras denominações de “seitários”. Não reconhecem o batismo efetuado por ministros do Evangelho de outras denominações, mesmo que seja por imersão e em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19).
A despeito desse perigoso sectarismo, devemos levar em conta o que diz a Bíblia. A Palavra de Deus garante que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 2.32; Rm 10.10). A salvação, portanto, está em Jesus (Jo 14.6; AT 4.12), e não em organizações religiosas.
  1. Batismo em nome de Jesus: Segundo os adeptos da CCB, o batismo só é válido se efetuado com esta fórmula: “Em nome do Senhor Jesus, eu te batizo em nome do pai, do Filho e do Espírito Santo”. Neste tópico, faça uma revisão da lição número cinco.
  2. Batismo não salva: Eles usam a passagem de At 2.38 para justificar a doutrina medieval de que as águas do batismo têm propriedades miraculosas para purificar pecados. O apóstolo Paulo delimitou com muita propriedade o batismo do Evangelho (1 Co 1.14-17); ele era contra a forma externa bem típica do judaísmo. A salvação é pela graça (Ef 2.8,9). Ou seja: é um ato da graça de Deus (Tt 2.11). A regeneração é obra do Espírito Santo (Tt 3.5), enquanto que o batismo em água é o sinal de arrependimento.
 
III.             ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
 
  1. Perfil: Tendo em vista sua estrutura, em algumas regiões do Brasil a CCB acha-se completamente estagnada. Eles não têm motivação para ampliar o seu crescimento porque são predestinacionalistas – herança da Igreja Presbiteriana.
Para eles, a Bíblia não tem a devida relevância. A vida dos adeptos da CCB é norteada pelo “iluminismo” e não pela Palavra de Deus. Vão ao culto para “buscar a palavra”, e não para aprender no templo (Sl 27.4). Suas bases teológicas são bastante precárias.
  1. Cargos: A análise dos aspirantes ao ministério concentra-se principalmente no parentesco e no patriarcalismo.
Estes são os cargos principais: ancião, diácono e cooperador. A CCB é contra o cargo de pastor, embora Francescon mantivesse comunhão com os demais pastores, tendo-os em alta estima. Afinal, pastores e evangelistas são dons ministeriais (Ef 4.11) designados para a liderança do rebanho de Deus.
  1. Recursos financeiros: Criticam os dízimos, mas acabaram por estabelecer o próprio sistema de levantamento de recursos para a manutenção de suas atividades. Quanto ao dízimo, é uma maneira de o crente reconhecer a soberania de Deus; é um ensinamento que aparece em toda a Bíblia (Gn 14.20; Ml 3.10; Mt 23.23; Hb 7.5).
  2. Manutenção dos obreiros ( 1 Co 9.4-14): Este texto é a defesa de Paulo sobre o sustento dos obreiros. Os que pensam doutro modo, ficam sem argumentos ante a clareza e objetividade com que o apóstolo trata o assunto.
A Bíblia deixa bem claro que os dízimos eram destinados aos levitas e sacerdotes (Nm 18.21-24; Hb 7.5), para que houvesse sempre mantimento na Casa de Deus (Ml 3.10). Os filhos de Levi e os ministros do altar, por sua vez, pagavam os dízimos dos dízimos recebidos (Nm 18.26).
Paulo, como os demais judeus, tinha uma profissão alternativa – fazedor de tendas (At 18.3). Desse ofício, provinha o necessário para o seu sustento, pois temia escandalizar os irmãos, e não queria correr o risco de ser interpretado como aventureiro, em Corinto.
 
IV.             PRÁTICAS DE CONGREGAÇÃO CRISTÃ DO BRASIL
 
  1. O descuido para com a evangelização: Esquecendo-se dos que ainda não receberam a fé, dedicam-se a pregar aos crentes de outras denominações evangélicas. Mas na sua condição de profeta, o ministério de Jesus baseava-se na trilogia: pregar, ensinar e curar (Mt 4.23; 9.35). Este é o exemplo que devemos seguir; esta é a nossa maior tarefa.
  2. Uso do véu: A palavra grega para “véu” é peribaion e significa “jogar em volta”. Ela aparece apenas duas vezes no Novo Testamento grego (1 Co 11.15; Hb 1.15).
Em 1 Co 11.1-16, Paulo trata da submissão da mulher ao marido. Como se vê o que está em pauta é a submissão, e não o véu. Quem acha que o véu é um meio para a santificação, como a CCB, deve usá-lo no dia-a-dia como as mulheres do Oriente Médio e da Ásia dos dias de Paulo.
  1. Ósculo santo: Isto é  uma questão cultural ainda hoje observada entre os judeus, árabes e vários povos do leste europeu. Não é motivo, pois, para se fazer uma guerra em torno de assuntos que, rigorosamente falando, em nada contribuem para a nossa edificação em Cristo Jesus.

CONCLUSÃO
 
Os adeptos da Congregação Cristã no Brasil julgam-se espiritualmente superiores a todos os evangélicos. Quanto a nós, não nos cabe tratá-los como a inimigos, mas como a pessoas que precisam dos esclarecimentos necessários para compreender o verdadeiro sentido do Evangelho de Cristo. Evitemos, pois, contender com eles, pois a contenda não convém ao homem de Deus. Que o Senhor nos dê graças para preservar a sã doutrina.
 
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Comentarista: Antonio Gilberto
Tema Central: Seitas, Religiões e Heresias
Páginas: 76 - 82

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