ELIEZER, O FIEL MORDOMO

Texto Áureo: Apocalipse 2.10b

Verdade Prática: Quando a nossa relação com Deus é profunda, colocamos em suas mãos a nossa vida e todo os nossos bens a serviço da sua causa.

Leitura Bíblica: Genesis 24.2-14

Lição 6

INTRODUÇÃO

A lição de hoje fala sobre Eliezer, servo do patriarca Abraão. Era desejo de Abraão que seu filho Isaque tivesse uma esposa digna, adoradora do Deus verdadeiro, afim de juntos formarem uma família dentro dos planos de Deus.

Com a idade já avançada, aproximadamente 140 anos, não sabia quanto tempo lhe restava, e, aa cada dia, a preocupação aumentava, pois o eco da voz de Deus soava em seus ouvidos “Far-te-ei uma grande nação” (Gn 12.2).

Assim sendo, o velho patriarca, chamando o seu mordomo Eliezer, comissiona-o para a execução de uma importante tarefa: a de procurar uma noiva para seu filho Isaque.

I.                   ELIEZER, O DAMASCENO

A tradição informa que Eliezer nasceu em Damasco, quando Abraão vinha de Padã-Arã (Gn 15.2), sendo, por isso, chamado de damasceno. Era homem de grande responsabilidade e extrema lealdade ao seu amo, que o encarregou de encontrar uma esposa para Isaque. Consideremos algumas características do fiel mordomo:

1.      Conhece o seu Senhor (Gn 24.34-36): O sucesso de um mordomo está, antes de tudo, em conhecer o seu senhor, e, Eliezer conhecia-o bem, pois no relatório que faz da riqueza e da fama de Abraão, vislumbramos um quadro de fidelidade e abnegação de um mordomo.

Como mordomo, será que temos o conhecimento do nosso Senhor e dos bens que nos entregou para administra-los? Que tremenda responsabilidade a de cuidar dos bens daquele que é Eterno (Sl 90.2), sendo nós, seus administradores, transitórios e imperfeitos. Pensa nisso prezado leitor, como estás administrando a tua vida e os teus talentos? (Sl 34.12; 90.12; Mt 25.14-30; Lc 12.15; Jo 33.4).

2.      Ama a seu senhor (Gn 24.12,27; 1 Tm 6.1): O sucesso de Eliezer deveu-se ao seu amor e à sua vida de oração, pois a sua responsabilidade representava um encargo muito difícil. Porém, sabemos que ele o desempenhou com grande sabedoria, de modo a alegrar o coração do seu senhor. Poderá o Senhor dos senhores confiar em nós, como Abraão confiou no seu mordomo? Lembremo-nos de que a qualidade distintiva de Eliezer era o seu amor e a sua dedicação à oração. Se nos dedicarmos realmente ao Senhor em oração, Ele nos ensinará essa tarefa difícil, mas gloriosa, de sermos seus mordomos (1 Pe 2.9; 4.10).

3.      Sofre por seu senhor (Pv 27.18): Deixando o conforto da casa do seu senhor, Eliezer empreendeu uma longa viagem, que levou cerca de um mês, correndo os perigos comuns a qualquer viagem. Contudo, ainda que sua vida estivesse ameaçada, ele estava cumprindo com alegria a ordem do seu senhor: buscava uma noiva para seu filho Isaque.

II.                ELIEZER SERVO DE ABRAÃO

Abraão, devido aos bons serviços prestados por Eliezer, pensou em fazê-lo seu herdeiro universal, antes do nascimento de Ismael e Isaque (Gn 15.2,3). Vejamos, ainda, ainda que sucintamente, as qualidades deste mordomo.

1.      Obediente (Gn 24.10; Pv 25.13; Ef 6.5): Sua obediência não o levou a questionar o serviço que lhe estava sendo confiado, no entanto preparou dez camelos, no sentido de apresentar-se como representante de um senhor muito rico. Obediência, que virtude! Os termos traduzidos por obediência, tanto no A. Testamento (Shama) como em o Novo Testamento (Hyapokoúo e eiakoúo) denotam a ação de escutar ou prestar atenção (At 5.36,37) ou ainda peithargéo, que significa submeter-se a autoridade (At 5.29,32; Tt 3.1; 1 Co 14.21).

Obediência e fé estão intimamente relacionadas (Gn 15.6; 22.18; 26.5; Rm 10.17-21).

2.      Realiza a vontade do seu senhor (Gn 24.2-4,10): Após ouvir as instruções de Abraão, Eliezer, imediatamente, iniciou a viagem para Harã onde habitavam os parentes de Abraão, a fim de encontrar uma noiva para Isaque. A escolha de Rebeca não foi casual, fazia parte do plano de Deus; tudo obedeceu à orientação divina. Abraão planejou (Gn 24.1-8), e o seu mordomo Eliezer orou ao Senhor antes de agir, e em seguida executou o plano (Gn 24.12), que resultou no cumprimento das promessas de Deus para com Abraão e a sua descendência. Quantos jovens estão com suas vidas arruinadas, porque recusaram conhecer a vontade de Deus, na hora de procurar a noiva ou noivo, conforme o caso. A direção de Deus é de grande valor, e é superior aos esforços humanos.

3.      Busca a glória do seu senhor (Gn 24.34-35): Um fato curioso aconteceu quando a família reuniu-se para ouvir Eliezer. Ele não falou de si mesmo, não falou de seus projetos, nem de sua administração, mas falou do seu senhor Abraão. Como são diferentes os modernos mordomos, que fazem questão de apresentar seus talentos, suas capacidades.

III, ELIEZER, PROCURADOR DE ABRAÃO

Procurador é uma pessoa portadora de um documento legal que outorga poderes para em nome de outrem praticar atos ou administrar interesses (Gn 39.3-6).

1.      Sua responsabilidade (Gn 24.3,4): Certamente. Eliezer corria o risco de enganar-se com a aparência e a beleza física da futura noiva de Isaque. Porém, ele preferiu deixar que Deus escolhesse a noiva para Isaque, pois o olhar de Deus é diferente do olhar do homem (1 Sm 16.7; 1 Cr 28.9; Sl 44.21; Jr 20.12; Ap 2.23).

2.      Sua preocupação com o futuro (Gn 24.7; Sl 126.6; 1 Tm 6.19): Se ele não fosse bem sucedido em sua missão, poderia causar danos irreparáveis ao futuro de Isaque e de Rebeca.

3.      Preservada a posteridade (Gn 24.12): Em sua oração, Eliezer pede a Deus um bom encontro, um bom êxito e resolve seguir a direção divina. Enquanto descrevia com o deveria ser o caráter da futura esposa de Isaque, ele estava certo de que em todo caso Deus o guiaria.

Terminada a sua oração, conforme havia pedido, eis que uma jovem das regiões pastoris apareceu com seu cântaro sobre o seu ombro. Sua aparência honesta, seus modos afáveis, sua cortesia ao descer as escadas do poço para tirar água, não só para ele então para encher a pia para seus camelos, proporcionaram-lhe uma surpresa agradável;. Ele era exatamente a pessoa que havia descrito.

IV.             ELIEZER, TIPO DO ESPÍRITO SANTO

Nesta linda história de Isaque e Rebeca, extraímos uma preciosa lição da missão desempenhada pelo mordomo Eliezer, como figura da missão especial do Espírito Santo nesta dispensação. Consideremos três atitudes de Eliezer, semelhantes às atividades que Espírito Santo desenvolve atualmente.

1.      Não falou de si mesmo (Gn 24.34-38; Jo 16.13,14): Preocupou-se em conquistar uma noiva para Isaque, o filho de seu amo. Nesta dispensação o Espírito Santo não se apresenta a si mesmo, pois seu ministério é o de revelar a Cristo, o noivo da Igreja.

2.      Adornou a noiva com presentes (Gn 24.53; 1 Co 12.7-11; Gl 5.22,23): Tendo encontrado a noiva, adornou-a com ricos e lindos presentes. A Igreja do Senhor está sendo a cada dia adornada pelo Espírito Santo (Sl 45.13; Ap 19.7-9; Is 61.10; Tt 2.10; Ap 21.2).

3.      Levou a noiva ao encontro do noivo  (Gn 24.58-60; 1 Ts 4.14-17; 1 Pe 1.8): A disposição de Rebeca de ir com Eliezer ao encontro do noivo, demonstra a atitude consciente dos homens em se unirem a Cristo. Observemos que o encontro de Isaque com Rebeca não se deu em casa de nenhum dos dois. A casa de Rebeca representa o mundo de onde sairemos, através do arrebatamento. A casa de Isaque simboliza o céu, aonde iremos depois de comparecermos ao tribunal de Cristo.

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre: 3º/ 1991

Comentarista: Adilson Farias Soares

Tema Central: Personagens do Antigo Testamento

Páginas: 21 - 23