Texto Áureo: Filipenses 1.21
Verdade Prática: Para o crente, a morte
não é o fim da vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão com
Deus.
Leitura Bíblica: 1 Coríntios 15.51-57
Lição 03
INTRODUÇÃO
Numa
sociedade materialista, evita-se falar sobre assuntos negativos. No entanto, a
morte é um fenômeno real que se abate sobre os seres humanos de todas as
idades, classes sociais e religiões. Afinal de contas, quem pensa em morrer? Há
alguma virtude na morte? Nos dias atuais, o desespero vem tomando conta das
pessoas, até mesmo das que professam a fé cristã. É uma pena que alguns
púlpitos não estejam preocupados em preparar as suas ovelhas, através das
Sagradas Escrituras, para enfrentar essa realidade que pode chegar a qualquer
família, sem avisá-la ou pedir-lhe licença. Por isso, nessa lição,
demonstraremos que Deus se preocupa com a fragilidade e vicissitude humanas,
principalmente quando se trata de um tema tão laboriosos e delicado.
I.
O QUE É A
MORTE
1.
Conceito:
Não é tarefa fácil definir a morte, como fenômeno natural, ela é discutida na
ciência, na religião e faz parte de debates cotidianos, pois atinge a todos (Sl
89.48; Ec 8.8). Anteriormente definida como parada cardíaca e respiratória, o
consenso médico atual a define como cessamento clínico, cerebral ou cardíaco
irreversível do corpo humano. No entanto, a definição mais popular do fenômeno
é a é a “interrupção da atividade elétrica no cérebro como um todo”. A
constatação de que a pessoa entrou em óbito é o ponto de partida para a
permissão, ou não, pela família, de doar órgãos.
2.
O que as
Escrituras dizem? “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Deus não
criou o homem e a mulher para morrer. O Senhor não planejou tal realidade para
o ser humano. Mas, conforme descrito em Rm 6.23, a morte é consequência da
queda (Gn 3.1-24). O pecado roubou, em parte, a vida eterna da humanidade.
Assim, a Bíblia demonstra que a morte é a consequência inevitável do pecado, e
realça esse fato como a separação entre “alma” e “corpo” (Gn 35.18).
3.
É a separação
da alma do corpo: A base bíblica para esse entendimento está em Gn 35.18,
quando da morte de Raquel: “E aconteceu que, saindo-se lhe a alma (porque
morreu)”. Tiago, o irmão do Senhor, corrobora esse pensamento quando ensina:
“Porque, assim como o corpo sem o espírito (alma) está morto, assim também a fé
sem obras é morta” (2.26). Teologicamente e, segundo as Escrituras, podemos
afirmar que a separação da “alma” do “corpo” estabelece o fenômeno natural e
também espiritual que denominamos morte. Mas, o que acontece com a alma após a
separação do corpo? Há vida após a morte? São indagações que podemos fazer.
II.
A VIDA APÓS
A MORTE
1.
O que diz o
Antigo Testamento: “Morrendo o homem, porventura, tornará a viver?” (Jó
14.14a). Essa é uma pergunta de interesse perene para todos os seres humanos.
Indagações como: “Há vida após a morte?”, “Existe consciência noutra vida?” São
questões existenciais não muito resolvidas até mesmo para alguns teólogos.
Entretanto, as Escrituras têm as respostas a essas perguntas.
a)
Sheol:
Em Sl 16.10 e 49.14,15, o termo hebraico é “sheol”. Essa palavra aparece ao
longo de todo o Antigo Testamento. É traduzido por “inferno” e “sepultura”.
Tais expressões denotam a ideia de imortalidade da alma e a esperança de se
estar diante de Deus após a experiência da morte. Tal expectativa representa o
âmago das expressões do salmista.
b)
A esperança
da ressurreição: O patriarca Jó, após muito padecer, expressou-se
confiantemente: “E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei
a Deus” (19.26 cf. vv 23-25,27). O salmista expressou-se a esse respeito da
seguinte forma: “Quanto a mim, feita a justiça, verei a tua face; quando
despertar, ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança” (17.15 cf. 16.9-11). Os
profetas Isaías e Daniel expõem a esperança da ressurreição como um encontro
irreversível com Deus (Is 26.19; Dn 12.2). Esses textos realçam a doutrina da
esperança na ressurreição do corpo em glória e denotam, inclusive, a alegria do
crente em se encontrar com o seu Deus após a morte. Logo, podemos afirmar
categoricamente que o Antigo Testamento, respalda, inclusive com riquezas de
detalhes, que há vida e consciência após a morte.
2.
O que diz o
Novo Testamento: AA base bíblia neotestamentaria da existência de vida
consciente após a morte e a imortalidade da alma está fundamentada exatamente
na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele foi quem trouxe luz, vida e imortalidade ao
homem que crê. As evidências são abundantes (Mt 10.28; Lc 23.43; Jo 11.25,26;
14.3; 2 Co 5.1). Essas porções bíblicas ensinam claramente a sobrevivência da
alma humana fora do corpo, seja a do crente ou a do não crente, após a morte.
Não obstante, a redenção do corpo e a alegre comunhão eterna com Deus são
resultados da plena e bem-aventurada ressurreição e transformação do corpo
corruptível em incorruptível (1 Co 15.1-58; 1 Ts 4.16; Fp 3.21).
Definitivamente,
e segundo as Escrituras, o dom da vida para os cristãos não é uma existência
finita, mas uma linda história de comunhão com o Deus eterno. Foi Ele quem
implantou em nós, através de Cristo Jesus, nosso Senhor, a sua graça salvadora
enquanto estivermos em nossa peregrinação terrena.
III.
MORTE, O
INÍCIO DA VIDA ETERNA
1.
Esperança,
apesar do luto: É natural que a experiência da separação de um
ente querido traga dor, angústia, tristeza e saudade. O luto chega de forma
inesperada na vida de qualquer pessoa. Mas a promessa do Mestre de Nazaré ainda
sobrepõe-se a qualquer vicissitude existencial: “[...] quem crê em mim, ainda
que esteja morto, viverá” (Jo 11.25).
2.
A morte de
Cristo e a certeza da vida eterna: O Pai entregou seu filho em favor da
humanidade, e assim o fez simplesmente por amor (Jo 3.16). Esse ato amoroso
proporcionou a possibilidade de escaparmos do juízo divino pelo sangue precioso
derramado por Cristo Jesus. Isso leva-nos a refletir que sem a morte de Jesus
não haveria ressurreição. Logo, não haveria pregação do evangelho nem salvação.
O apóstolo Paulo tinha a convicção de
que a Cruz de Cristo é o âmago do Evangelho (1 Co 1.17), do novo nascimento e
da vida eterna. Hoje só amamos o Senhor porque Ele nos amou primeiro (1 Jo
4.19). por isso, pela sua morte, e morte de cruz temos, nEle, a vida eterna.
3.
A morte: o
desfrutar da vida terna: O fenômeno da morte é para o crente a prova da
fé vigorosa revelada em sua vida terrena. Essa fé manifesta-se numa consciência
de vitória apesar de a morte mostrar-se como uma aparente derrota. O apóstolo
Pedro lembra dessa fé quando exorta-nos: “[...] alegrai-vos no fato de serdes
participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua
glória vos regozijeis e alegreis" (” Pe 4.13).
Para
o crente a morte não é o fim, mas o início de uma extraordinária e plena vida
com Cristo. É a certeza de que o seu “aguilhão” foi retirado de uma vez por
todas, selando o passaporte oficial para a vida eterna em Jesus (1 Co 15.55; Os
13.14). Um dia nosso corpo será plenamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; 1 Ts 4.16,17).
CONCLUSÃO
Precisamos
ter consciência de que a nossa vida é semelhante à flor da erva. Ela se esvai
rapidamente. Todavia, tenhamos em mente que o “viver é Cristo e o morrer é
lucro”. Portanto, não se prenda às questões passageiras e efêmeras. Na
peregrinação existencial, preencha sua mente com o Evangelho. Assim, ao final
de sua vida poderá jubiloso, entoar o que o apóstolo Paulo declarou no final da
sua carreira: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde
agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me
dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua
vinda” (2 Tm 4.7,8). Em Cristo, tenha paz e esperança, porque Ele é a
ressurreição e a vida.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 3º/ 2012
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Tema Central: VENCENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA – Muitas são as aflições
do justo, mas o Senhor o livra de todas
Páginas: 17 - 23
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