Texto Áureo: Gálatas 5.22,23
Verdade Prática: O fruto do Espírito é
expressão máxima do caráter de Cristo no cotidiano do autentico cristão.
Leitura Bíblica: Gálatas 5.16-26
Lição 11
INTRODUÇÃO
A
linguagem bíblica apresenta uma das figuras mais belas sobre o caráter cristão,
representada pela metáfora do “fruto do Espírito santo”. Jesus é AA sua
expressão máxima. Ele é o exemplo perfeito. Seu caráter é uma demonstração
infalível, para que o imitemos (1 Jo 2.6; 1 Pe 2.21). Nesta lição, estudaremos
as qualidades que permeiam a vida do cristão. São virtudes que equilibram todas
as suas forças vitais, quanto ao seu relacionamento com deus, com o próximo e
consigo mesmo.
I.
A IGREJA, UM
JARDIM FECHADO.
Cantares
de Salomão apresenta, em linguagem metafórica, a relação entre a Igreja e
Jesus. Paulo declara que “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por
ela” (Ef 5.25). Na inspiração poética, “jardim fechado” é imagem de um pomar
reservado, que só o rei e seus convidados tinham o direito de usufruí-lo. É um
local com árvores frutíferas, flores e frutos, onde não se admite ervas
daninhas, nem espinhos.
A
Igreja é este “jardim fechado”, zelado e cultivado pelo Espírito Santo”. Seu
fruto manifesta-se na vida dos cristãos que se encontram no horto. A linguagem
de Cantares mostra o desejo de Jesus, de
encontrar em nós excelentes frutos, fontes e flores.
II.
OS AROMAS DO
JARDIM
Cantares
4.16 afirma: “para que se derramem os seus aromas”. Esta expressão significa o
suave exalara do perfume das flores e dos frutos deste jardim. São as
fragrâncias da Igreja que atraem Jesus para perto de si. Não há no deserto,
cheiro que se compare ao das árvores florais e frutíferas. No “Éden” de Deus
existem “arbustos” de várias espécies que agradam ao Senhor.
1.
O bom cheiro
de Cristo (2 Co 2.15): Neste jardim, a Igreja de Cristo, estão os
perfumes e as especiarias que produzem “o bom cheiro de Cristo”. Para que este
aroma se espalhe e proporcione prazer ao “Amado Senhor”, os elementos da
natureza também exercem suas funções. O Sol, o vento, a chuva, e o orvalho
contribuem, para que haja crescimento, floração e frutificação no jardim. O
Espírito Santo é tipificado pela “pomba”, conforme demonstração no dia do
batismo de Jesus (Mt 3.16). Esta ave é limpa e pura. O Espírito santo também não
habita em corações imundos. O “bom cheiro de Cristo” é a influência do caráter
dele na vida do cristão.
2.
Será, vento,
chuva e orvalho: Quatro elementos da natureza tipificam frutificação no
jardim do Senhor. Este “pomar” não teria beleza, nem viçosidade, perfume, brisa
suave sem a presença dos mesmos.
A Bíblia diz que “Deus é um
sol” (Sl 84.11), cujos raios e luzes fertilizam, aquecem e dão beleza à “terra”
dos nossos corações. Jesus é identificado, profeticamente, como “o sol da
justiça” (Ml 4.2). Seu brilho rejuvenesce nossas vidas.
O jardim do Senhor precisa
de “chuva” que alimente a terra, supra os seus mananciais, e fertilize as
raízes das plantas. A promessa deste derramamento sobre a humanidade é de
abundância, de fertilização e de limpeza (Jl 2.23,24). Não há “fruto do
Espírito” sem a devida irrigação dos nossos corações! Onde não chove, o barro é
duro e seco, e se transforma em torrão. Isto significa falta de sensibilidade e
de quebrantamento párea as coisas espirituais. Não há frutificação sem algo que
amoleça os corações humanos. Só mediante o derramamento do Espírito, em forma
de chuva serôdia e temporã, há quebrantamento dos “torrões” carnais e
amolecimento acessível para a semeadura e a fertilização.
O jardim do Senhor é
abençoado pelo “orvalho” do estio das chuvas (Os 14.5,6). Para que a terra não
fique seca no verão, O Criador providenciou este fenômeno: gotículas unidas
resultantes do vapor que se condena e cai sobre a relva à noite. As plantas,
que receberam o calor do Solo, durante o dia, renovam-se e rejuvenescem-se,
quando recebem esta umidade. O cristão precisa do orvalho espiritual, para
produzir o “fruto do Espírito” (Gn 27.28,29).
Cantares 4.16 fala do
“vento”, e pede para que ele assopre sobre o jardim. Isto simboliza a ação do
Espírito Santo na vida da Igreja. O aroma se espalha, por seu intermédio.
O vento é o hálito do
Senhor, que assopra e promove a
fragrância espiritual, em atos e palavras da vida cotidiana dos cristãos.
III.
A TERRA QUE
PRODUZ O FRUTO DO ESPÍRITO
Todos
nós somos o jardim do Senhor. Por isso, individualmente, cada um de nós é uma
planta que produz o “fruto do Espírito”.
A
Parábola do Semeador, em Mt 13.3-8, aparentemente, não tem qualquer relação com
a expressão “fruto do Espírito”. Entretanto, faremos uma aplicação tipológica,
sem desviar o sentido original da passagem, que apresenta quatro tipos de
terreno sobre os quais “a semente” foi lançada. Então, vejamos:
1. “Pé do caminho” (Mt 13.4): O que
torna um terreno endurecido? É o constante caminhar das pessoas, cuja
influência enfraquece a terra e a torna insensível a receber AA semente. Muitos
cristãos não produzem o “fruto do Espírito”, porque suas vidas são transitadas
por pessoas e coisas que ferem e massificam sentimentos. Nenhum lavrador lança
a semente em terra batida; ante a lavra com o arado e, depois de amaciada,
aduba-a, para fortalecê-la. Descubramos as coisas e pessoas, cujas influencias
comprimem e pressionam nossas convicções, para incapacitá-las a receber ajuda
do Espírito Santo. Conceitos e ideologias mundanos massificam nossos corações
(Sl 51.10,17).
2.
“Pedregais”
(Mt 13.5): Que fruta produz uma árvore no meio de pedregais?
Geralmente, é uma terra inútil, em que nada se pode plantar. Jesus mostrava que
este tipo de solo, sua vida será contida pelas pedras e, se germinar, suas
raízes não serão profundas. Isto fala de superficialidade: “fruto do Espírito”
não é produzido em um coração rochoso, que não oferece receptividade à semente.
3.
“Entre os
espinhos” (Mt 13.7): Na Bíblia encontramos termos como espinhos,
cardos, abrolhos e sarças, ervas e
arbustos típicos das regiões semi-áridas da Palestina e do oriente
Médio. Nenhum lavrador cosciente lança semente em uma terra cheia de ervas
daninhas, pois as mesmas sufocam a semeadura, quando esta germina. É preciso
limpá-las e arrancar todo o mato, párea, depois, ará-la e semeá-la. O “fruto do
Espírito” não é produzido em um coração que sufoca a semente do Evangelho!
4.
“Boa Terra” (Mt
13.8): Quando o Espírito
regenera alguém, renova seu coração, para capacitá-lo à produção do
“fruto do Espírito”. Ele, que vive em nós, recria, remodela e renova. Reproduz
no caráter do cristão as suas próprias qualidades (Rm 5.5).
IV.
PRODUZINDO O
FRUTO DO ESPÍRITO
Discute-se
o registro da palavra fruto, se no singular ou plural. Não dogmatizemos esta
questão. Parece-nos que a forma mais aceitável é a primeira, que indica nove
qualidades distintas do mesmo fruto, e não nove frutos da mesma árvore. Ele é
indivisível, e forma uma unidade espiritual. É impossível ter-se uma parte
dele, e não possuir a outra. Ou tem-se o fruto completo e perfeito ou nada se
possui. O fruto do Espírito difere dos “dons do Espírito” quanto ao recebimento.
Ele surge de dentro para fora, naturalmente, através do crescimento espiritual.
Os dons manifestam-se instantaneamente, de fora para dentro. O primeiro ajuda a
desenvolver o segundo. O fruto do Espírito é a essência do caráter de Cristo na
vida do cristão.
V.
A TRÍPLICE
RELAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO
As
qualidades do “fruto do Espírito” Estabelecem três relações básicas do cristão:
com Deus, com o próximo e consigo mesmo.
1.
A relação com
Deus manifesta-se em “amor, gozo e paz”:
a.
O amor (1 Jo
4.8): Não se trata do que é baseado em sentimento e afeto humano.
Declara a Bíblia que o amor é o vinculo da perfeição, e a maior das virtudes
cristãs (1 Co 13.13; Cl 3.14). Ele, como qualidade do “fruto do Espírito”, é
divino. É o amor AGAPE (grego). Não se trata de vários tipos, mas do que vem de
Deus. É o exercido pelo coração e pela mente, e engloba os nossos sentimentos e
a nossa vontade.
b.
O “gozo do
“Espírito”: É aquela alegria que nos estimula a viver, andar e realizar
a obra de Deus. No grego é chara. E registra-se, pelo menos, setenta vezes no
Novo Testamento. É a satisfação que estabelece a atmosfera distinta da vida
cristã. Ela se expressão em todas as circunstâncias, favoráveis ou não, porque
é uma alegria que faz o crente superar as dificuldades, com confiança na
vitória (Fp 3.1; 4.4). O apóstolo Paulo exortou: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts
5.16).
c.
A “paz”:
É a que o mundo não possui e nem a conhece. É a anelada pelo coração do homem,
mas só é possível obtê-la em Cristo Jesus. Ela não pode atuar, onde não se
eliminam os desejos instintivos do homem. A paz do Espírito vem de uma total
independência das coisas materiais. Significa ser totalmente livre das
influências mundanas. No hebraico é SHALOM e no grego, EEIRENE. Ela descreve a
serenidade, a tranqüilidade e o perfeito contentamento da vida (Is 32.17), Paz
é obter aquele estado de espírito que conserva a mente na confiança do Senhor
(Fp 4.7).
2.
A relação com
o próximo manifesta-se em “longanimidade, benignidade e bondade”:
a. “Longanimidade”: No grego
malcrothumia. O prefixo MAKROS significa “grande ou longo”, e THUMIA ou
THOM
b. “Benignidade: Diz respeito à
pessoa que vai além da tolerância de não desejar o mal a ninguém, e da
benevolência de querer o bem a todos. No grego, Cherestotes, que significa
gentileza, doçura de temperamento, sobretudo com as pessoas simples (2 Co 6.6).
A Bíblia exorta-nos que sejamos benignos (Sl 36.3; 112.5).
c. “Bondade”: É a expressão máxima
do amor cristão. No grego, AGARHOSUNE, que se refere ao homem bom, cuja
generosidade brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem. É o amor em
ação (Gl 6.10).
3.
A relação consigo
mesmo manifesta-se em “fé, mansidão e temperança”:
a.
“Fé”:
No grego, PISTIS, com o sentido de fidelidade, lealdade. Ela procede de Deus e
torna o cristão capaz de manter-se fiel ao Senhor em qualquer circunstância. O
Criador produz em nós a sua fidelidade (Lm 3.22,23; Sl 36.5; 89.1,2,5,24,33;
92.2). O cristão descobre, pela experiência, que possui esta qualidade do
Espírito, quando é desafiado à infidelidade.
b.
“Mansidão”:
é outra qualidade que se opõe ao orgulho, à belicosidade. No grego PRAUTES,
significa placidez, modéstia. É um termo que contrasta com a soberba (Ec 10.14;
Is 26.6). Geralmente, a mansidão aparece junto com o amor “ágape) (1 Co 4.21).
Ela se refere àquela serenidade ou atitude interior do cristão, no modo ou
atitude interior do cristão, no modo de agir e reagir às situações adversas.
Não deve ser confundida com frouxidão.
c.
“Temperança:
No grego, EGKRATEIA, que quer dizer “autocontrole”, domínio próprio. Os
dicionários definem “temperança” como uma virtude cardinal que nos induz a
refrear a sensualidade e a usar todas as coisas com moderação”, significa,
também, sobriedade e continência. É uma qualidade do Espírito que todo o
cristão precisa cultivar e obter (1Co 9.25; 2 Pe 1.6).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 51 - 55
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