terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O FRUTO DO ESPÍRITO

Texto Áureo: Gálatas 5.22,23
Verdade Prática: O fruto do Espírito é expressão máxima do caráter de Cristo no cotidiano do autentico cristão.
Leitura Bíblica: Gálatas 5.16-26

Lição 11


INTRODUÇÃO


A linguagem bíblica apresenta uma das figuras mais belas sobre o caráter cristão, representada pela metáfora do “fruto do Espírito santo”. Jesus é AA sua expressão máxima. Ele é o exemplo perfeito. Seu caráter é uma demonstração infalível, para que o imitemos (1 Jo 2.6; 1 Pe 2.21). Nesta lição, estudaremos as qualidades que permeiam a vida do cristão. São virtudes que equilibram todas as suas forças vitais, quanto ao seu relacionamento com deus, com o próximo e consigo mesmo.

I.                   A IGREJA, UM JARDIM FECHADO.

Cantares de Salomão apresenta, em linguagem metafórica, a relação entre a Igreja e Jesus. Paulo declara que “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Na inspiração poética, “jardim fechado” é imagem de um pomar reservado, que só o rei e seus convidados tinham o direito de usufruí-lo. É um local com árvores frutíferas, flores e frutos, onde não se admite ervas daninhas, nem espinhos.
A Igreja é este “jardim fechado”, zelado e cultivado pelo Espírito Santo”. Seu fruto manifesta-se na vida dos cristãos que se encontram no horto. A linguagem de Cantares mostra o  desejo de Jesus, de encontrar em nós excelentes frutos, fontes e flores.

II.                OS AROMAS DO JARDIM

Cantares 4.16 afirma: “para que se derramem os seus aromas”. Esta expressão significa o suave exalara do perfume das flores e dos frutos deste jardim. São as fragrâncias da Igreja que atraem Jesus para perto de si. Não há no deserto, cheiro que se compare ao das árvores florais e frutíferas. No “Éden” de Deus existem “arbustos” de várias espécies que agradam ao Senhor.
1.                  O bom cheiro de Cristo (2 Co 2.15): Neste jardim, a Igreja de Cristo, estão os perfumes e as especiarias que produzem “o bom cheiro de Cristo”. Para que este aroma se espalhe e proporcione prazer ao “Amado Senhor”, os elementos da natureza também exercem suas funções. O Sol, o vento, a chuva, e o orvalho contribuem, para que haja crescimento, floração e frutificação no jardim. O Espírito Santo é tipificado pela “pomba”, conforme demonstração no dia do batismo de Jesus (Mt 3.16). Esta ave é limpa e pura. O Espírito santo também não habita em corações imundos. O “bom cheiro de Cristo” é a influência do caráter dele na vida do cristão.
2.                  Será, vento, chuva e orvalho: Quatro elementos da natureza tipificam frutificação no jardim do Senhor. Este “pomar” não teria beleza, nem viçosidade, perfume, brisa suave sem a presença dos mesmos.
A Bíblia diz que “Deus é um sol” (Sl 84.11), cujos raios e luzes fertilizam, aquecem e dão beleza à “terra” dos nossos corações. Jesus é identificado, profeticamente, como “o sol da justiça” (Ml 4.2). Seu brilho rejuvenesce nossas vidas.
O jardim do Senhor precisa de “chuva” que alimente a terra, supra os seus mananciais, e fertilize as raízes das plantas. A promessa deste derramamento sobre a humanidade é de abundância, de fertilização e de limpeza (Jl 2.23,24). Não há “fruto do Espírito” sem a devida irrigação dos nossos corações! Onde não chove, o barro é duro e seco, e se transforma em torrão. Isto significa falta de sensibilidade e de quebrantamento párea as coisas espirituais. Não há frutificação sem algo que amoleça os corações humanos. Só mediante o derramamento do Espírito, em forma de chuva serôdia e temporã, há quebrantamento dos “torrões” carnais e amolecimento acessível para a semeadura e a fertilização.
O jardim do Senhor é abençoado pelo “orvalho” do estio das chuvas (Os 14.5,6). Para que a terra não fique seca no verão, O Criador providenciou este fenômeno: gotículas unidas resultantes do vapor que se condena e cai sobre a relva à noite. As plantas, que receberam o calor do Solo, durante o dia, renovam-se e rejuvenescem-se, quando recebem esta umidade. O cristão precisa do orvalho espiritual, para produzir o “fruto do Espírito” (Gn 27.28,29).
Cantares 4.16 fala do “vento”, e pede para que ele assopre sobre o jardim. Isto simboliza a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. O aroma se espalha, por seu intermédio.
O vento é o hálito do Senhor, que assopra  e promove a fragrância espiritual, em atos e palavras da vida cotidiana dos cristãos.

III.             A TERRA QUE PRODUZ O FRUTO DO ESPÍRITO

Todos nós somos o jardim do Senhor. Por isso, individualmente, cada um de nós é uma planta que produz o “fruto do Espírito”.
A Parábola do Semeador, em Mt 13.3-8, aparentemente, não tem qualquer relação com a expressão “fruto do Espírito”. Entretanto, faremos uma aplicação tipológica, sem desviar o sentido original da passagem, que apresenta quatro tipos de terreno sobre os quais “a semente” foi lançada. Então, vejamos:
1.      “Pé do caminho” (Mt 13.4): O que torna um terreno endurecido? É o constante caminhar das pessoas, cuja influência enfraquece a terra e a torna insensível a receber AA semente. Muitos cristãos não produzem o “fruto do Espírito”, porque suas vidas são transitadas por pessoas e coisas que ferem e massificam sentimentos. Nenhum lavrador lança a semente em terra batida; ante a lavra com o arado e, depois de amaciada, aduba-a, para fortalecê-la. Descubramos as coisas e pessoas, cujas influencias comprimem e pressionam nossas convicções, para incapacitá-las a receber ajuda do Espírito Santo. Conceitos e ideologias mundanos massificam nossos corações (Sl 51.10,17).
2.      “Pedregais” (Mt 13.5): Que fruta produz uma árvore no meio de pedregais? Geralmente, é uma terra inútil, em que nada se pode plantar. Jesus mostrava que este tipo de solo, sua vida será contida pelas pedras e, se germinar, suas raízes não serão profundas. Isto fala de superficialidade: “fruto do Espírito” não é produzido em um coração rochoso, que não oferece receptividade à semente.
3.      “Entre os espinhos” (Mt 13.7): Na Bíblia encontramos termos como espinhos, cardos, abrolhos e sarças, ervas e  arbustos típicos das regiões semi-áridas da Palestina e do oriente Médio. Nenhum lavrador cosciente lança semente em uma terra cheia de ervas daninhas, pois as mesmas sufocam a semeadura, quando esta germina. É preciso limpá-las e arrancar todo o mato, párea, depois, ará-la e semeá-la. O “fruto do Espírito” não é produzido em um coração que sufoca a semente do Evangelho!
4.      “Boa Terra” (Mt 13.8): Quando o Espírito  regenera alguém, renova seu coração, para capacitá-lo à produção do “fruto do Espírito”. Ele, que vive em nós, recria, remodela e renova. Reproduz no caráter do cristão as suas próprias qualidades (Rm 5.5).

IV.             PRODUZINDO O FRUTO DO ESPÍRITO

Discute-se o registro da palavra fruto, se no singular ou plural. Não dogmatizemos esta questão. Parece-nos que a forma mais aceitável é a primeira, que indica nove qualidades distintas do mesmo fruto, e não nove frutos da mesma árvore. Ele é indivisível, e forma uma unidade espiritual. É impossível ter-se uma parte dele, e não possuir a outra. Ou tem-se o fruto completo e perfeito ou nada se possui. O fruto do Espírito difere dos “dons do Espírito” quanto ao recebimento. Ele surge de dentro para fora, naturalmente, através do crescimento espiritual. Os dons manifestam-se instantaneamente, de fora para dentro. O primeiro ajuda a desenvolver o segundo. O fruto do Espírito é a essência do caráter de Cristo na vida do cristão.

V.                A TRÍPLICE RELAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO

As qualidades do “fruto do Espírito” Estabelecem três relações básicas do cristão: com Deus, com o próximo e consigo mesmo.
1.      A relação com Deus manifesta-se em “amor, gozo e paz”:
a.       O amor (1 Jo 4.8): Não se trata do que é baseado em sentimento e afeto humano. Declara a Bíblia que o amor é o vinculo da perfeição, e a maior das virtudes cristãs (1 Co 13.13; Cl 3.14). Ele, como qualidade do “fruto do Espírito”, é divino. É o amor AGAPE (grego). Não se trata de vários tipos, mas do que vem de Deus. É o exercido pelo coração e pela mente, e engloba os nossos sentimentos e a nossa vontade.
b.      O “gozo do “Espírito”: É aquela alegria que nos estimula a viver, andar e realizar a obra de Deus. No grego é chara. E registra-se, pelo menos, setenta vezes no Novo Testamento. É a satisfação que estabelece a atmosfera distinta da vida cristã. Ela se expressão em todas as circunstâncias, favoráveis ou não, porque é uma alegria que faz o crente superar as dificuldades, com confiança na vitória (Fp 3.1; 4.4). O apóstolo Paulo exortou: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16).
c.       A “paz”: É a que o mundo não possui e nem a conhece. É a anelada pelo coração do homem, mas só é possível obtê-la em Cristo Jesus. Ela não pode atuar, onde não se eliminam os desejos instintivos do homem. A paz do Espírito vem de uma total independência das coisas materiais. Significa ser totalmente livre das influências mundanas. No hebraico é SHALOM e no grego, EEIRENE. Ela descreve a serenidade, a tranqüilidade e o perfeito contentamento da vida (Is 32.17), Paz é obter aquele estado de espírito que conserva a mente na confiança do Senhor (Fp 4.7).
2.      A relação com o próximo manifesta-se em “longanimidade, benignidade e bondade”:
a.      “Longanimidade”: No grego malcrothumia. O prefixo MAKROS significa “grande ou longo”, e THUMIA ou THOM
b.      “Benignidade: Diz respeito à pessoa que vai além da tolerância de não desejar o mal a ninguém, e da benevolência de querer o bem a todos. No grego, Cherestotes, que significa gentileza, doçura de temperamento, sobretudo com as pessoas simples (2 Co 6.6). A Bíblia exorta-nos que sejamos benignos (Sl 36.3; 112.5).
c.       “Bondade”: É a expressão máxima do amor cristão. No grego, AGARHOSUNE, que se refere ao homem bom, cuja generosidade brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem. É o amor em ação (Gl 6.10).
3.      A relação consigo mesmo manifesta-se em “fé, mansidão e temperança”:
a.       “Fé”: No grego, PISTIS, com o sentido de fidelidade, lealdade. Ela procede de Deus e torna o cristão capaz de manter-se fiel ao Senhor em qualquer circunstância. O Criador produz em nós a sua fidelidade (Lm 3.22,23; Sl 36.5; 89.1,2,5,24,33; 92.2). O cristão descobre, pela experiência, que possui esta qualidade do Espírito, quando é desafiado à infidelidade.
b.      “Mansidão”: é outra qualidade que se opõe ao orgulho, à belicosidade. No grego PRAUTES, significa placidez, modéstia. É um termo que contrasta com a soberba (Ec 10.14; Is 26.6). Geralmente, a mansidão aparece junto com o amor “ágape) (1 Co 4.21). Ela se refere àquela serenidade ou atitude interior do cristão, no modo ou atitude interior do cristão, no modo de agir e reagir às situações adversas. Não deve ser confundida com frouxidão.
c.       “Temperança: No grego, EGKRATEIA, que quer dizer “autocontrole”, domínio próprio. Os dicionários definem “temperança” como uma virtude cardinal que nos induz a refrear a sensualidade e a usar todas as coisas com moderação”, significa, também, sobriedade e continência. É uma qualidade do Espírito que todo o cristão precisa cultivar e obter (1Co 9.25; 2 Pe 1.6).


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 51 - 55         

Nenhum comentário:

Postar um comentário