Texto Áureo: 1 Coríntios 14.13
Verdade Prática: Negar a evidência do
falar em línguas estranhas, significa anular sua atuação histórica e atual.
Leitura Bíblica: 1 Coríntios 14.1-5,14-20
Lição 09
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, trataremos das “línguas estranhas” faladas pelos crentes batizados com o
Espírito Santo, e do “dom de interpretação de línguas”. São assuntos distintos,
mas interligados.
I.
MANIFESTAÇÃO
DAS LÍNGUAS
1.
As línguas
são evidências do batismo: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem” (At 2.4). Segundo o texto, o falar em línguas estranhas foi audível a
todos os presentes. O escritor e teólogo R.A Torrey descreve a experiência como
“algo transcendente e milagroso, que produziu efeitos extraordinários visíveis
ao expectador, e sua aproximação inicial assinalou-se por uma expressão em
outras línguas”.
A
promessa de que os discípulos seriam cheios do Espírito Santo e falariam em
outras línguas, aconteceu no dia de Pentecoste, em cumprimento da profecia de
Jl 2.28,29. Este batismo só é, de fato, reconhecido pela evidência inicial do
“falar em outras línguas” (At 2.4). Esta prova é contestada por alguns como
desnecessária. Refutam este fato, ao afirmarem que o batismo com o Espírito
Santo independe deste fator. Atos dos Apóstolos registra o derramamento do
Espírito Santo em várias passagens, sempre com a evidência do “falar em
línguas” (At 10.45-48; 11.15,16; 19.6). Elas constituem um acontecimento
histórico inegável. Este sinal tem sua consecução também na Igreja de hoje.
2.
As línguas
são uma prova para os que as ouvem (1 Co 14.22): A alegria interior do cristão manifesta-se exteriormente. Ilustra
bem este fato a comparação que Jesus fez do derramamento do Espírito Santo em
Jo 7.37-39. Cristo inspirou-se em um costume judaico. Eles retiravam água do
poço de Siloé e despejavam-na numa bacia, junto do altar do sacrifício, nos
primeiros sete dias da Festa dos Tabernacvulos, e, no oitavo, não a trazia,. O
Filho de Deus aproveitou o ensejo para falar de uma outra fonte que era Ele
Próprio, mas a “água” seria o Espírito santo a ser derramado sobre os que cressem
nele. Paulo declara que o falar em línguas estranhas é um sinal e uma prova
externa para os infiéis (1 Co 14.22). Não as usemos para exibição pessoal, mas
as falemos publicamente, quando são para a edificação de todos (1 Co 14.12).
3.
As línguas
revelam a personalidade do Espírito Santo: Ele é um ser pessoal. Então,
sua voz e fala não são uma mera influência ou energia. Já tratamos, em outra
parte, de sua personalidade. Nesta, destacamos a “fala do Espírito” (1 Co
14.2). “A dificuldade dos que não aceitam a evidência das línguas estranhas”,
{às vezes, é porque não compreendem isto pelo simples esforço mental. Ora, a
Bíblia declara que “quem fala em outras línguas, não fala a homens, senão a
Deus, visto que ninguém o entende e em espírito fala mistérios”.
4.
As línguas
estranhas são um penhor da fala celestial: É um linguajar habilitado
pelo Espírito Santo. É Ele quem capacita o cristão a falar livremente com Deus
em línguas estranhas, sem AA interferência da mente ou da vontade humana. . O
homem interior, quando ora, traduz as suas necessidades íntimas. Afirma a
Bíblia que os discípulos “foram cheios do Espírito santo, e começaram a falar
noutras línguas, conforme o Espírito santo concedia que falassem” (At 2.4). Segundo
Tiago escreveu, nossa língua é indomável (Tg 3.7,8). Mas Deus, quando o cristão
é batizado com o Espírito santo, domina o seu espírito e seu corpo. Renova-lhe
a mente (2 Co 4.16; Ef 4.23) e domina todo o seu ser.
II.
A DIFERENÇA
ENTRE O SINAL E DOM DE LÍNGUAS
1.
Quanto ao
recebimento das línguas: O sinal é aquela prova inicial do batismo com
o Espírito Santo. Ele é necessário, inevitável e audível. É a primeira
evidência física de que uma pessoa é batizada com o Espírito santo. As línguas
eram estranhas aos que falavam, no dia de Pentecoste, mas não aos que a
ouviram. Elas, espontânea e instantaneamente, eram pronunciadas como uma
evidência do poder divino. Os discípulos falaram os idiomas de quinze
nacionalidades distintas (At 2.4,9-12). Este é o sinal que prova o batismo com
o Espírito Santo.
O
dom de línguas recebe-se por determinação da terceira pessoa da Trindade. Jesus
Prometeu: “falarão novas línguas” (Mc 16.17). Isto significa que elas são uma
operação do Espírito de Deus. Paul Yonggi Cho diz que “o falar em línguas é um sinal;
elas cessam depois da iniciação do batismo com o Espírito Santo. Para que a
pessoa continue AA falar em línguas estranhas, deverá recebê-las como um dom;
mas há casos em que muitos recebem, ao mesmo tempo, as línguas como um dom e
como um sinal”. Portanto, os dons espirituais são sempre concedidos após o
batismo com o Espírito santo (1 Co 12.11; 14.15).
2.
Quando à
manifestação das línguas: Através do “sinal”, o cristão fala a Deus, e
não aos homens (1 Co 14.2). Este texto o distingue claramente do “dom de
línguas”. Atos dos Apóstolos 8.14-17 registra que ainda não haviam, recebido o
batismo com o Espírito Santo, como no dia de Pentecoste, em que “todos foram
cheios do Espírito Santo” (At 2.4). Na manifestação do “dom de línguas”, apenas
dois ou três falam cada um por sua vez, e que haja intérprete (1 Co 14.27).
A
manifestação do “dom de línguas” é para a igreja, pois possui um caráter
profético (1 Co 14.27,28). Quando alguém fala publicamente em línguas, exige-se
silêncio dos demais, para que, porventura haja intérprete, a mensagem seja
ouvida por todos (1 Co 14.13,23,27-28).
3.
Quando à
finalidade das línguas: O cristão fala em línguas estranhas, quando é
batizado com o Espírito Santo, e sempre as respeita como evidência do que
recebeu. Não se trata de experiência única, pois esta habilidade é obra do
Espírito Santo no homem interior. Deste modo, o batizado sempre falará em
línguas, mesmo que ninguém o entenda (1 Co 14.2). É a oração espiritual (1 Co
14.4) que apresenta a Deus suas necessidades e o leva a oferecer ações de graça
a Deus, como aconteceu na casa de Cornélio, durante a mensagem de Pedro (At
10.45,46).
O
dom de línguas é acompanhado de interpretação, pois visa sempre a edificação da
igreja (1 Co 14.3,12,28).
III.
A DISCIPLINA
NO USO DAS LÍNGUAS
“Portanto, irmãos,... não proibais falar em
línguas. Mas faça-se tudo com decência e ordem” (1 Co 14.39,40).
1.
A disciplina
das línguas: É a correção dos exageros. Não se trata de limitar o
“falar em línguas”, mas de discipliná-las, conforme a Palavra de Deus. Em
nenhuma passagem bíblica, encontramos alguma restrição ao Espírito Santo, mas
ao ser humano (1 Co 14.27).
2.
A base da
disciplina: É a Palavra de Deus que regulamenta toda e qualquer
manifestação espiritual (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.20,21). O Espírito santo não se
conflita com a Bíblia. Por isso, toda e qualquer manifestação espiritual,
atribuída à terceira pessoa da trindade, deve ter base bíblica. Jesus disse:
“Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva fluirão do seu
interior” (Jo 7.38). Este caudal tem seu leito nas Sagradas Escrituras. A
Bíblia é a regra de fé e conduta do cristão em todas as áreas de sua vida (Hb
4.12). O procedimento correto, quanto às manifestações espirituais, ao falar em
línguas ou ao profetizar, encontra-se na Palavra de Deus.
3.
O regulamento
bíblico (1 Co 12.31; 14.26,39,40): Estas regras não são dogmáticas ou estáticas. Sua preocupação
principal é evitar desvios da doutrina bíblica do batismo com o Espírito Santo,
e conduzir racionalmente nossas atitudes pelos caminhos da Palavra de Deus.
Orientar, corretamente, sobre qualquer atitude que não corresponda aos
parâmetros da Bíblia, e produza meninices e fanatismos. É o próprio Espírito
Santo quem regula e disciplina (2 Tm 3.16,17). Entendamos que este ensinamento
encontra-se na Palavra de Deus, e não tem por objetivo o limitar, nem o impedir
o cristão de manifestar-se espiritualmente. Alguns, por exibicionismo, planejam
e insinuam supostas operações, e declaram que ninguém deve impedir o Espírito
Santo de atuar. Atribuem a Ele atitudes que o contrariam. Maneiras estas, como
gestos, caretas e sons esquisitos, não se atribuam ao Espírito Santo, pois Ele
não nos considera irracionais, mas respeita a nossa personalidade. Ele aceita o
nosso livre arbítrio e não nos fez robôs humanos, como acontece nos centros
espíritas. Ele estabelece um tratamento pessoal às manifestações espirituais,
pois os espíritos dos profetas lhes são sujeitos (21 Co 14.32).
4.
O tempo e o
lugar das línguas: O cristão deve saber quando e onde falar em línguas,
se pública ou reservadamente. Há a hora certa para a edificação pessoal ou da
Igreja (1 Co 14.2,4,5,27,28). As línguas sem interpretação são de caráter
pessoal e devocional. Elas são emitidas quando “o meu Espírito ora” (1 Co
14.14).
5.
A necessidade
das línguas: O falar em línguas estranhas no culto não supera a
pregação e o ensino. Não se deve atrapalhar uma mensagem, nem mesmo profetizar.
A oração em línguas, quando individual, é necessária e deve ser cultivada,
porque “em espírito fala mistérios” (1 Co 14.2).
6.
O valor das
línguas (1 Co 14.14,15): Elas transcendem os valores humanos, porque
não são comuns ou compreensíveis, mas desconhecidas dos homens. Elas não
dependem de intelecto, razão ou memória. “O falar em mistérios” desafia a
curiosidade humana, pois é produzida no homem interior e independe de
sentimentos ou vontade daquele que fala.
7.
O
procedimento dos que falam línguas estranhas (1 Co 14.26): Nos momentos
de oração e adoração, é livre a oportunidade para se falar em línguas,
individualmente. Porém, quando a igreja ouve a Palavra, esta atitude é
inconveniente, pois Deus não é de confusão, e gosta que tudo se faça com
decência e ordem (1 Co 14.28).
IV.
O DOM DE
INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS
Nas
listagens dos dons espirituais, Paulo relaciona dois que não existiam no Antigo
Testamento: o dom de variedade de línguas e o de interpretação de línguas. O
primeiro tem caráter congregacional. Sua manifestação traz mensagens de
edificação e consolação à igreja. Ele depende do segundo. Normalmente, quem o
possui, tem o dom de interpretação de línguas. Entretanto, este pode ser
exercido independentemente. Alguém transmite uma mensagem em línguas estranhas,
e outro pode interpretá-la.
O
julgamento da mensagem interpretada é pela Palavra de Deus. A interpretação de
língua não é o dom de profecia. Eles são distintas. O critério de julgamento de
profecia é o mesmo adotado para a mensagem interpretada (1 o 14.219). Se uma
mensagem profética esta sujeita a julgamento, da mesma forma, a interpretação
de línguas. O critério estabelecido deve ser cuidadoso, e pela Bíblia (2 Tm
3.16,17). Qualquer palavra ou ordem que contrarie o ensino geral das Escrituras
não tem aceitação.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 41 – 45
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