segunda-feira, 6 de maio de 2013

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO


Texto Áureo: 1 Coríntios 12.11

Verdade Prática: Os dons espirituais são manifestações divinas, nas quais o Espírito Santo é o agente.

Leitura Bíblica: 1 Coríntios 12.1-11

 

Lição 08

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

Na dimensão do batismo com o Espírito Santo, a experiência inicial é o “falar em línguas”, chamado o “dom do Espírito” (At 2.38). Ainda que se considere “o dom” e os “dons do Espírito” a mesma coisa, são distintos. Após a regeneração, subseqüentemente, pode-se receber “o dom do Espírito Santo”. Porém, “os dons do Espírito Santo” manifestam-se na vida coletiva da Igreja, para sua edificação e a glória de Deus.

 

I.                   O SIGNIFICADO DOS DONS ESPIRITUAIS

 

1.      Duas palavras importantes:

a.       Dom: Significa donativo, dádiva, presente. Refere-se, também, a dote ou qualidade natural; poder, virtude ou mérito. Em grego, “Charisma”, singular; “Charismata”, plural (1 Co 12.31). Não se trata de algo que se possa guardar e usar como bem entender. Os “dons do Espírito” não são prêmios por serviços prestados. Não dependem do nosso mérito. São concedidos gratuitamente, segundo o conhecimento e a vontade soberana do Espírito Santo.

b.      Manifestação (1 Co 12.7): No grego, “Phanerósis”, significa tornar claro, fazer conhecido ou trazer à luz. Revela as obras que o Espírito Santo realiza, através dos cristãos.

2.      Diferentes categorias de dom: Para que não se faça confusão, a Bíblia define, pelo menos, quatro tipos de dons espirituais.

3.      O que são “os dons do Espírito”? significam uma concessão especial e sobrenatural de Deus para a realização de sua obra, através da Igreja.

a.        Não confundir os dons espirituais com os naturais: Estes são capacidades inatas que se manifestam para a realização de certas atividades. São habilidades congênitas que surgem com a pessoa. Eles, devidamente canalizados para certos trabalhos na obra de Deus, tornam-se úteis. Mas não os confundamos com os “dons espirituais”. A Bíblia destaca homens e mulheres que possuíam os “dons naturais”, para cantarem, tocarem instrumentos musicais e outras atividades.

b.      Os dons não são atestados pessoais de santidade: É uma falsa idéia imaginar que o possuidor do dom espiritual seja mais santo ou espiritual que os outros. A santidade ou espiritualidade de um cristão não se mede pela manifestação de um dom. O Espírito Santo não depende do mérito da santidade de ninguém. Quando Jesus, por intermédio de Pedro e João, libertou o coxo de nascença, na Porta Formosa, o povo se maravilhou e, de certo modo, atribuiu o milagre aos dois apóstolos. Mas, Pedro rejeitou esta glória, ao dizer: “Homens israelitas, por que  vos maravilhais disto? Ou por que olhais tanto para nós, como se por nosso próprio poder ou santidade tivéssemos feito andar este homem” (At 3.12). Se os dons do Espírito dependessem da santidade dos cristãos em Corinto, nunca os teriam recebido! Eram pessoas problemáticas que, ao mesmo tempo, almejavam a vitória em Cristo. Os dons não dados para a vaidade particular de ninguém.

c.       Os dons do Espírito capacitam o cristão a fazer a obra de Deus com graça e eficiência (1 Co 12.4,7): Os dons pertencem ao Espírito Santo. Eles não devem ser manipulados por ninguém, e não se pode atribuir a terceira pessoa da Trindade algo que Ele não inspirou, e nem autorizou a dizer ou fazer. O Espírito Santo manifesta-se no coração humilde e respeitoso. Somos para Ele apenas os instrumentos para a realização de sua obra.

 

II.                OS PROPOSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS

 

1.      Revelar ao mundo a Igreja como o corpo de Cristo (Ef 1.22,23): Através da:

a.       Unidade (1 Co 12.12,13): Dois fatores sustentam a unidade do corpo: o sangue e o espírito. O primeiro, apesar dos diferentes membros espalhados, é o mesmo para todo o organismo. O segundo não se localiza em determinado órgão, mas está em todo o ser humano. Os dons do Espírito manifestam-se no corpo de Cristo, e ajudam a manter a unidade.

b.      Diversidades dos dons (1 Co 12.14-26): O corpo possui muitos membros e todos são indispensáveis para o seu perfeito funcionamento. Cada Cristão é parte integrante da Igreja de Cristo e tem uma função a realizar. Assim como nós constituímos diferentes membros interligados. O Espírito Santo concede seus dons a quem quer e como deseja, para que os mesmos sejam úteis a todos (1 Co 12.4). É a diversidade dos dons dentro da unidade do Corpo, a Igreja.

c.       Funcionalidade (1 Co 12.27): Os membros  estão no corpo para funcionarem em harmonia com a cabeça. Da mesma forma que ela comanda todo o funcionamento do organismo, os dons são concedidos à Igreja para funcionarem de acordo com a vontade de Cristo (1 Co 12.11). Eles não são independentes, e atuam para a edificação de todos. A sua função não é a de tornar um membro mais importante que o outro, mas para o beneficio da Igreja.

d.      Potencialidade (1 Co 12.28-31): Nenhum membro tem utilidade, fora do corpo. A função de cada um é o resultado da “vida”, da energia que os une entre si. A Igreja também é energizada pelo Espírito Santo, através dos espirituais. Ela, sem esta potencialidade, seria morta, estagnada.

2.      Mostrar que os dons do Espírito são diversos, mas o doador é um só: 1 Co 12.4 declara: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”. Os dons espirituais emanam de uma mesma fonte. A diferença das manifestações dos dons não é para a exaltação das pessoas, e nem para a sua individualização, mas visa a unidade do corpo de Cristo. Os demônios manifestam-se nas pessoas para a prática do mal. Entretanto, o Espírito Santo atua na vida dos cristãos para enchê-los de alegria. É Ele quem opera os dons espirituais, conforme a sua soberana vontade.

3.      Promover a edificação e o aperfeiçoamento dos santos, através da Mutualidade (1 Co 12.21,25,26): Os dons são do Espírito Santo. Eles não podem ser negociados pelas pessoas. São manifestações que não dependem do intelecto de quem os possui. A mutualidade expressa-se, não só pela vontade do Espírito Santo. Os dons são para a edificação mútua de todos os cristãos. O aperfeiçoamento acontece, à medida em então, os dons manifestam-se com freqüência e efetividade.

Então, o propósito divino, através dos “dons espirituais”, é:

a.       A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14);

b.      A confirmação da Palavra de Deus (Mc 16.15-20; Hb 2.3,4);

c.       A edificação da Igreja (1 Co 14.12).

Os dons jamais devem ser usados em proveito próprio.

 

III.             A OPEROSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS

 

O propósito do Evangelho de Cristo é demonstrar o poder e a sabedoria de Deus aos homens, conforme Paulo escreveu aos coríntios: “Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus” (1 Co 1.24). A operosidade dos dons promove a expansão da Igreja e a fortalece, a fim de vencer as dificuldades, perseguições e oposições. Os dons são necessários ao triunfo dos cristãos sobre as adversidades do dia-a-dia (At 5.14; 6.7; 9.31; 16.5; 19.20).

 

IV.             A CLASSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS

 

Trataremos, sucintamente, da operação destes dons. É claro que um dom especifico merece atenção especial, mas analisaremos o assunto objetiva e genericamente, para termos uma visão global da operosidade dos dons.

1.      Dons de saber:

a.       Palavra da Sabedoria ou conhecimento: É o que ocupa um lugar importante entre os demais. O saber do Espírito é sobrenatural, pois não se adquire através do conhecimento humano; é uma concessão do Espírito Santo. Capacita-nos a perceber, falar e agir em circunstância tais, que os elementos naturais tornam-se inúteis. É algo especial que o pensamento humano, por si só, não descobre, pois é a revelação da mente de Deus aos que pregam, ensinam e administram as igrejas. Torna o cristão apto a conhecer fatos passados, presentes e até futuros, e não se constitui em adivinhação, condenada por Deus. É ter a mente de Cristo (1 Co 2.16).

b.      Palavra da Ciência: Este dom está muito ligado ao da “palavra da sabedoria”. Mas, apesar de sua vinculação, os dois relacionam-se com o discernimento e o entendimento espiritual necessários à edificação da Igreja de Cristo. Paulo declara: “enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus” (Cl 2.2,3). Emana de Deus tudo o que Ele deseja que saibamos ou conheçamos. Por sua Onisciência, o Espírito revela coisas ocultas, sempre em beneficio do seu povo. A relação entre a “sabedoria” e a “ciência” é muito íntima.

c.       Discernimento de espírito: Discernir significa: ver claramente,  ou julgar através de. Se o dom é do Espírito, sua manifestação é sobrenatural. Trata-se de um modo especial para se perceber o que há no íntimo de uma pessoa. É a capacidade de ver ou sentir, pelo Espírito Santo, o que motiva alguém a fazer ou dizer algo. O discernimento de espírito é útil par percebermos se algumas manifestações espirituais correspondem plenamente aos princípios divinos. Vejamos dois exemplos bíblicos:

Eliseu e seu servo Geazi (2 Rs 5.20-27); Ananias e Safira (At 5.1-11). Por este dom, o cristão é habilitado, pelo Espírito a conhecer AA verdadeira fonte e natureza das manifestações espirituais. Ele identifica, percebe, vê e lê. Os que ministram na casa de Deus, precisam, dele no cotidiano.

2.      Dons de Poder:

a.       Fé: No grego: “PITIS”, significa confiar em alguém ou em algo. É a capacidade ou a faculdade de confiar em deus. Não se trata da simples fé natural, mas da sobrenatural, que o Espírito dota o cristão para realizar proezas em nome do Senhor. Em um outro sentido, significa fidelidade ou firmeza.

b.      Os dons de curar: No grego, esta expressão encontra-se no plural, para denotar a multiforme manifestação do Espírito para cura das enfermidades.

c.       Operação de milagres: Trata-se de um dom concedido, para demonstrar o poder de Deus na realização de coisas extraordinárias e miraculosas.

3.      Dons Verbais:

a.       Dom de Profecia: No grego, o termo “PROPHETEUEIN” significa, literalmente: “falar em nome de alguém, em favor de outrem”. O profeta prediz o que Deus realizará. É AA manifestação da mente divina e não a humana. É algo que o profeta pode controlar. Ele recebe os pensamentos do Espírito Santo e transmite racionalmente, com suas próprias palavras. A profecia edifica, consola e exorta (1 Co 14.3).

b.      Dom de Línguas: Façamos distinção entre “sinal” e “dom” de línguas. O primeiro refere-se à experiência que evidência o batismo com o Espírito Santo. O segundo possui um caráter congregacional, porque fala a todos, para a edificação da igreja (1 Co 14.3,12,28).

c.       Dom de Interpretação de Línguas: Não se trata da tradução literal, mas da interpretação dos pensamentos de Deus, transmitindo em “línguas desconhecidas”. É um dom de caráter congregacional.

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre:1/1994

Comentarista: Elienai Cabral

Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal

Páginas: 36 - 40

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário