Texto Áureo: 1 Coríntios 12.11
Verdade Prática: Os dons espirituais
são manifestações divinas, nas quais o Espírito Santo é o agente.
Leitura Bíblica: 1 Coríntios 12.1-11
Lição 08
INTRODUÇÃO
Na
dimensão do batismo com o Espírito Santo, a experiência inicial é o “falar em
línguas”, chamado o “dom do Espírito” (At 2.38). Ainda que se considere “o dom”
e os “dons do Espírito” a mesma coisa, são distintos. Após a regeneração,
subseqüentemente, pode-se receber “o dom do Espírito Santo”. Porém, “os dons do
Espírito Santo” manifestam-se na vida coletiva da Igreja, para sua edificação e
a glória de Deus.
I.
O
SIGNIFICADO DOS DONS ESPIRITUAIS
1.
Duas palavras
importantes:
a.
Dom:
Significa donativo, dádiva, presente. Refere-se, também, a dote ou qualidade
natural; poder, virtude ou mérito. Em grego, “Charisma”, singular;
“Charismata”, plural (1 Co 12.31). Não se trata de algo que se possa guardar e
usar como bem entender. Os “dons do Espírito” não são prêmios por serviços
prestados. Não dependem do nosso mérito. São concedidos gratuitamente, segundo
o conhecimento e a vontade soberana do Espírito Santo.
b.
Manifestação
(1 Co 12.7): No grego, “Phanerósis”, significa tornar claro, fazer
conhecido ou trazer à luz. Revela as obras que o Espírito Santo realiza,
através dos cristãos.
2.
Diferentes
categorias de dom: Para que não se faça confusão, a Bíblia define, pelo
menos, quatro tipos de dons espirituais.
3.
O que são “os
dons do Espírito”? significam uma concessão especial e sobrenatural de
Deus para a realização de sua obra, através da Igreja.
a. Não
confundir os dons espirituais com os naturais: Estes são capacidades
inatas que se manifestam para a realização de certas atividades. São
habilidades congênitas que surgem com a pessoa. Eles, devidamente canalizados
para certos trabalhos na obra de Deus, tornam-se úteis. Mas não os confundamos
com os “dons espirituais”. A Bíblia destaca homens e mulheres que possuíam os
“dons naturais”, para cantarem, tocarem instrumentos musicais e outras
atividades.
b. Os dons não são atestados pessoais de
santidade: É uma falsa idéia imaginar que o possuidor do dom espiritual
seja mais santo ou espiritual que os outros. A santidade ou espiritualidade de
um cristão não se mede pela manifestação de um dom. O Espírito Santo não
depende do mérito da santidade de ninguém. Quando Jesus, por intermédio de
Pedro e João, libertou o coxo de nascença, na Porta Formosa, o povo se
maravilhou e, de certo modo, atribuiu o milagre aos dois apóstolos. Mas, Pedro
rejeitou esta glória, ao dizer: “Homens israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou por que olhais
tanto para nós, como se por nosso próprio poder ou santidade tivéssemos feito
andar este homem” (At 3.12). Se os dons do Espírito dependessem da santidade
dos cristãos em Corinto, nunca os teriam recebido! Eram pessoas problemáticas
que, ao mesmo tempo, almejavam a vitória em Cristo. Os dons não dados para a
vaidade particular de ninguém.
c.
Os dons do
Espírito capacitam o cristão a fazer a obra de Deus com graça e eficiência (1
Co 12.4,7): Os dons pertencem ao Espírito Santo. Eles não devem ser
manipulados por ninguém, e não se pode atribuir a terceira pessoa da Trindade
algo que Ele não inspirou, e nem autorizou a dizer ou fazer. O Espírito Santo
manifesta-se no coração humilde e respeitoso. Somos para Ele apenas os
instrumentos para a realização de sua obra.
II.
OS
PROPOSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS
1.
Revelar ao
mundo a Igreja como o corpo de Cristo (Ef 1.22,23): Através da:
a.
Unidade (1 Co
12.12,13): Dois fatores sustentam a unidade do corpo: o sangue e o
espírito. O primeiro, apesar dos diferentes membros espalhados, é o mesmo para
todo o organismo. O segundo não se localiza em determinado órgão, mas está em
todo o ser humano. Os dons do Espírito manifestam-se no corpo de Cristo, e
ajudam a manter a unidade.
b.
Diversidades
dos dons (1 Co 12.14-26): O corpo possui muitos membros e todos são
indispensáveis para o seu perfeito funcionamento. Cada Cristão é parte
integrante da Igreja de Cristo e tem uma função a realizar. Assim como nós
constituímos diferentes membros interligados. O Espírito Santo concede seus
dons a quem quer e como deseja, para que os mesmos sejam úteis a todos (1 Co
12.4). É a diversidade dos dons dentro da unidade do Corpo, a Igreja.
c.
Funcionalidade
(1 Co 12.27): Os membros estão
no corpo para funcionarem em harmonia com a cabeça. Da mesma forma que ela
comanda todo o funcionamento do organismo, os dons são concedidos à Igreja para
funcionarem de acordo com a vontade de Cristo (1 Co 12.11). Eles não são
independentes, e atuam para a edificação de todos. A sua função não é a de
tornar um membro mais importante que o outro, mas para o beneficio da Igreja.
d.
Potencialidade
(1 Co 12.28-31): Nenhum membro tem utilidade, fora do corpo. A função
de cada um é o resultado da “vida”, da energia que os une entre si. A Igreja
também é energizada pelo Espírito Santo, através dos espirituais. Ela, sem esta
potencialidade, seria morta, estagnada.
2.
Mostrar que
os dons do Espírito são diversos, mas o doador é um só: 1 Co 12.4
declara: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”. Os dons espirituais
emanam de uma mesma fonte. A diferença das manifestações dos dons não é para a
exaltação das pessoas, e nem para a sua individualização, mas visa a unidade do
corpo de Cristo. Os demônios manifestam-se nas pessoas para a prática do mal.
Entretanto, o Espírito Santo atua na vida dos cristãos para enchê-los de
alegria. É Ele quem opera os dons espirituais, conforme a sua soberana vontade.
3.
Promover a
edificação e o aperfeiçoamento dos santos, através da Mutualidade (1 Co
12.21,25,26): Os dons são do Espírito Santo. Eles não podem ser
negociados pelas pessoas. São manifestações que não dependem do intelecto de
quem os possui. A mutualidade expressa-se, não só pela vontade do Espírito
Santo. Os dons são para a edificação mútua de todos os cristãos. O
aperfeiçoamento acontece, à medida em então, os dons manifestam-se com
freqüência e efetividade.
Então,
o propósito divino, através dos “dons espirituais”, é:
a.
A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14);
b.
A confirmação da Palavra de Deus (Mc 16.15-20; Hb
2.3,4);
c.
A edificação da Igreja (1 Co 14.12).
Os
dons jamais devem ser usados em proveito próprio.
III.
A
OPEROSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS
O
propósito do Evangelho de Cristo é demonstrar o poder e a sabedoria de Deus aos
homens, conforme Paulo escreveu aos coríntios: “Mas para os que são chamados,
tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de
Deus” (1 Co 1.24). A operosidade dos dons promove a expansão da Igreja e a
fortalece, a fim de vencer as dificuldades, perseguições e oposições. Os dons
são necessários ao triunfo dos cristãos sobre as adversidades do dia-a-dia (At
5.14; 6.7; 9.31; 16.5; 19.20).
IV.
A
CLASSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
Trataremos,
sucintamente, da operação destes dons. É claro que um dom especifico merece
atenção especial, mas analisaremos o assunto objetiva e genericamente, para
termos uma visão global da operosidade dos dons.
1.
Dons de
saber:
a.
Palavra da
Sabedoria ou conhecimento: É o que ocupa um lugar importante entre os
demais. O saber do Espírito é sobrenatural, pois não se adquire através do
conhecimento humano; é uma concessão do Espírito Santo. Capacita-nos a
perceber, falar e agir em circunstância tais, que os elementos naturais
tornam-se inúteis. É algo especial que o pensamento humano, por si só, não
descobre, pois é a revelação da mente de Deus aos que pregam, ensinam e
administram as igrejas. Torna o cristão apto a conhecer fatos passados,
presentes e até futuros, e não se constitui em adivinhação, condenada por Deus.
É ter a mente de Cristo (1 Co 2.16).
b.
Palavra da
Ciência: Este dom está muito ligado ao da “palavra da sabedoria”. Mas,
apesar de sua vinculação, os dois relacionam-se com o discernimento e o
entendimento espiritual necessários à edificação da Igreja de Cristo. Paulo
declara: “enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do
mistério de Deus – Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da
sabedoria e da ciência de Deus” (Cl 2.2,3). Emana de Deus tudo o que Ele deseja
que saibamos ou conheçamos. Por sua Onisciência, o Espírito revela coisas
ocultas, sempre em beneficio do seu povo. A relação entre a “sabedoria” e a
“ciência” é muito íntima.
c.
Discernimento
de espírito: Discernir significa: ver claramente, ou julgar através de. Se o dom é do Espírito,
sua manifestação é sobrenatural. Trata-se de um modo especial para se perceber
o que há no íntimo de uma pessoa. É a capacidade de ver ou sentir, pelo Espírito
Santo, o que motiva alguém a fazer ou dizer algo. O discernimento de espírito é
útil par percebermos se algumas manifestações espirituais correspondem
plenamente aos princípios divinos. Vejamos dois exemplos bíblicos:
Eliseu
e seu servo Geazi (2 Rs 5.20-27); Ananias e Safira (At 5.1-11). Por este dom, o
cristão é habilitado, pelo Espírito a conhecer AA verdadeira fonte e natureza
das manifestações espirituais. Ele identifica, percebe, vê e lê. Os que
ministram na casa de Deus, precisam, dele no cotidiano.
2.
Dons de
Poder:
a.
Fé:
No grego: “PITIS”, significa confiar em alguém ou em algo. É a capacidade ou a
faculdade de confiar em deus. Não se trata da simples fé natural, mas da
sobrenatural, que o Espírito dota o cristão para realizar proezas em nome do
Senhor. Em um outro sentido, significa fidelidade ou firmeza.
b.
Os dons de
curar: No grego, esta expressão encontra-se no plural, para denotar a
multiforme manifestação do Espírito para cura das enfermidades.
c.
Operação de
milagres: Trata-se de um dom concedido, para demonstrar o poder de Deus
na realização de coisas extraordinárias e miraculosas.
3.
Dons Verbais:
a.
Dom de
Profecia: No grego, o termo “PROPHETEUEIN” significa, literalmente:
“falar em nome de alguém, em favor de outrem”. O profeta prediz o que Deus
realizará. É AA manifestação da mente divina e não a humana. É algo que o
profeta pode controlar. Ele recebe os pensamentos do Espírito Santo e transmite
racionalmente, com suas próprias palavras. A profecia edifica, consola e exorta
(1 Co 14.3).
b.
Dom de
Línguas: Façamos distinção entre “sinal” e “dom” de línguas. O primeiro
refere-se à experiência que evidência o batismo com o Espírito Santo. O segundo
possui um caráter congregacional, porque fala a todos, para a edificação da
igreja (1 Co 14.3,12,28).
c.
Dom de
Interpretação de Línguas: Não se trata da tradução literal, mas da
interpretação dos pensamentos de Deus, transmitindo em “línguas desconhecidas”.
É um dom de caráter congregacional.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 36 - 40
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