sábado, 23 de fevereiro de 2013

NAUM - O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA


Texto Áureo: Genesis 18.32

Verdade Prática: No tempo estabelecido por Deus, cada nação, e cada individuo em particular, passará pelo crivo da justiça divina.

Leitura Bíblica: Naum 1.1-3,9-14

 

Lição 08

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

Quando Naum anunciou o seu oráculo contra Nínive, já fazia um século e meio que Deus havia dispensado a sua misericórdia à grande, poderosa e perversa cidade. No tempo de Jonas, o Senhor compadecera-se dos ninivitas, poupando-os de iminente destruição. Infelizmente, o tempo passou e eles vieram a se esquecer do perdão divino, voltando a pecar contra Deus, por isso, o profeta Naum proclama a ruina inevitável de Nínive. Agora, o juízo divino é irreversível!

 

I.                   O LIVRO DE NAUM

 

1.      Contexto histórico: Naum à semelhança de outros profetas menores, não possui biografia. Ele apresenta-se apenas como o “elcosita”. O reinado no qual profetizou não é mencionado (v 1b). As escassas informações de que dispomos ainda não são conclusivas. As opiniões dos eruditos são divergentes. Elas variam entre o assédio de Jerusalém, em 701 a.C, por Senaqueribe, rei da Assíria (2 Rs 18.13) até as reformas religiosas protagonizadas por Josias, rei de Judá em 621 a.C. (2 Rs 22.1 – 23.37; 2 Cr 34.1 – 35.27).

a)      Origem do profeta: Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v 1c) refere-se a uma cidade da Assíria, situada a 38 quilômetros de Nínive em Al kush, ao norte do atual Mossul, Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que desde a antiguidade, a cidade de Cafarnaum – na Galileia, casa de Jesus (Mt 9.1; Mc 2.1), cujo nome significa “aldeia de Naum”  - é apontado como local de nascimento do profeta.

b)      Período aceitável: Em 612 a.C. a cidade de Nínive foi destruída. A profecia menciona também o desmoronamento de Nô-Amon como fato comprovado historicamente (3.8-10). O rei assírio Assurbanipal, destruiu a cidade egípcia de Nô em 663 a.C. De acordo com essas informações, podemos considerar 663 a 612 a.C. como um período histórico significativo para situarmos o ministério profético de Naum.

c)      Nínive (v 1): Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de Cuxe (Gn 10.8-11), por volta de 4500 a.C. – tornando-se proeminente antes de 2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 – 681 a.C), fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria. O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade” (Jn 1.2; 3.2). A crueldade do povo ninivita era indescritível e essa foi a fama que os acompanhou durante toda a história.

2.      Estrutura: O “Livro da visão de Naum” (v 1b) consiste em três breves capítulos. O capítulo 1 divide-se em duas partes principais: a primeira é um salmo de louvor a Jeová (vv 2-8); a segunda, num estilo poético, anuncia o castigo dos seus inimigos (vv 9-14), sendo que o versículo 15 é parte do capítulo 2 na Bíblia Hebraica. O segundo capítulo anuncia o assédio e a destruição de Nínive. E o terceiro o “boletim de ocorrência” dos motivos de sua queda.

3.      Mensagem: O tema do livro é a “queda de Nínive”. A expressão “peso de Nínive” (v 1a) proclama o início de sua ruína. O substantivo hebraico para “peso” é massa que significa “carga, fardo, sofrimento” (Ex 23.5; Nm 11.11,17) bem como “sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Hc 1.1; Zc 9.1; 121.1). Ela aponta para a proclamação de um desastre (Is 14.28; 23.1; 30.6).

 

II.                TOLERÂNCIA E VINDICAÇÃO

 

1.      Vingança (v 2): A mensagem de Naum é o juízo divino sobre Nínive. Aqui, sobressaem os atributos divinos pertinentes ao tema. O verbo hebraico naqam, “vingar-se, tomar vingança”, aparece três vezes só neste versículo e precisa ser devidamente compreendido. Vingança é o castigo imposto por dano ou ofensa; diz respeito a infratores contumazes da lei divina. Visto eu a vingança pertence a Deus (Sl 94.1), contra eles está o justo “juiz de toda a terra” (Gn 18.25).

2.      Longanimidade: Deus é compassivo e “tardio em irar-se” (v 3a), pois a longanimidade divina espera o arrependimento do pecador (Rm 2.4-6). Todavia isso não é sinônimo de impunidade, pois a justiça do Eterno não permite tomar o culpado por inocente. Uma vez que Nínive persistiu em sua maldade e a Assíria construiu o seu império pela violência e desrespeito aos direitos humano, massacrando muitos povos, dentre eles o de Judá e o de Israel, agora essas mesmas nações se alegrarão com a queda e a humilhação da cidade maléfica (3.5-7).

3.      O poder de Deus: As descrições poéticas dos atributos divinos estão ligadas ao poder e a majestade de Deus (1.3-8). O profeta declara que o Senhor “tem o seu caminho na tormenta e na tempestade” (v 3). Em linguagem metafórica, o poder, a grandeza e a majestade do Senhor são descritos através da força da natureza. Essas descrições mostram que a espera do Eterno em punir os ninivitas não se deu por falta de poder, mas por causa de sua longanimidade.

 

III.             O CASTIGO DOS INIMIGOS

 

1.      Quem são os “inimigos”?  Os assírios eram os “inimigos” e a expressão “peso de Nínive” (v 1) – referindo-se a capital da Assíria – o confirma. A ausência da indicação desse povo (vv 9 – 14) também ensina as nações, ao longo da história, que sentenças similares às da Assíria são aplicáveis a qualquer povo que se levantar contra Deus. Por essa razão a queda dos assírios foi definitiva (v 9).

2.      O estilo de Naum: O livro do profeta Naum é rico em metáforas. O exército assírio é comparado a um emaranhado de espinhos e aos bêbados embriagados com vinho (v 10), significando que Deus enfraqueceu o poder de Nínive e que os ninivitas são uma “presa fácil”. Por esse mesmo motivo, Nabopolassar, rei de Babilônia e pai do rei Nabucodonosor, entrou na cidade em 612 a.C sem resistência alguma dos assírios.

3.      Reminiscências históricas? Alguns expositores bíblicos pensam que o “conselheiro de Belial” (vv 11.12) é uma referência a Senaqueribe (2 Rs 18.13). è verossímil que o versículo 14 pareça aplicar-se a ele (2 Rs 18.36,37), pois a reminiscência histórica é comum em muitas mensagens proféticas. Entretanto, não é o que parece aqui, pois provavelmente a expressão “mais ninguém do teu nome seja semeado” (v 14), aluda à falta de herdeiro no trono, denotando o fim do império. Tal sentença indica o caráter definitivo do castigo divino.

4.      A consolação de Judá: Assim como a profecia de Obadias era contra Edom, mas a mensagem era para Judá, semelhantemente ocorre aqui, conforme a declaração profética: “serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais” (v 12). Essa abrupta mudança da terceira para a segunda pessoa indica a mensagem de esperança para Judá. O castigo de Judá é corretivo. O povo ainda achará o favor divino (v 13). Mas o juízo dos assírios é final, por haverem eles rejeitado a misericórdia a que o Deus de Israel, gratuitamente, lhes havia oferecido através de Jonas.

 

CONCLUSÃO

 

Assim como o juízo divino puniu a capital da perversa Assíria, assim também acontecerá no dia da ira de Deus, quando Ele punirá a todos, indivíduos e nações, que, rejeitando a sua misericordiosa graça, perseveraram na prática do mal.

Nesse dia todos prestarão contas de seus atos diante dEle. É o que adverte o próprio Senhor através de seus profetas. Contudo, a porta da graça está aberta oferecendo gratuitamente, a toda as nações, ampla oportunidade de arrependimento e salvação através de Jesus Cristo (2 Pe 3.9).

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre: 4º/2012

Comentarista: Esequias Soares

Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo

Páginas: 54 - 60

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