Texto Áureo: Genesis 18.32
Verdade Prática: No tempo estabelecido
por Deus, cada nação, e cada individuo em particular, passará pelo crivo da
justiça divina.
Leitura Bíblica: Naum 1.1-3,9-14
Lição 08
INTRODUÇÃO
Quando
Naum anunciou o seu oráculo contra Nínive, já fazia um século e meio que Deus
havia dispensado a sua misericórdia à grande, poderosa e perversa cidade. No
tempo de Jonas, o Senhor compadecera-se dos ninivitas, poupando-os de iminente
destruição. Infelizmente, o tempo passou e eles vieram a se esquecer do perdão
divino, voltando a pecar contra Deus, por isso, o profeta Naum proclama a ruina
inevitável de Nínive. Agora, o juízo divino é irreversível!
I.
O LIVRO DE
NAUM
1.
Contexto
histórico: Naum à semelhança de outros profetas menores, não possui
biografia. Ele apresenta-se apenas como o “elcosita”. O reinado no qual
profetizou não é mencionado (v 1b). As escassas informações de que dispomos
ainda não são conclusivas. As opiniões dos eruditos são divergentes. Elas
variam entre o assédio de Jerusalém, em 701 a.C, por Senaqueribe, rei da
Assíria (2 Rs 18.13) até as reformas religiosas protagonizadas por Josias, rei
de Judá em 621 a.C. (2 Rs 22.1 – 23.37; 2 Cr 34.1 – 35.27).
a)
Origem do
profeta: Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v 1c) refere-se a
uma cidade da Assíria, situada a 38 quilômetros de Nínive em Al kush, ao norte
do atual Mossul, Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que desde a
antiguidade, a cidade de Cafarnaum – na Galileia, casa de Jesus (Mt 9.1; Mc
2.1), cujo nome significa “aldeia de Naum”
- é apontado como local de nascimento do profeta.
b)
Período
aceitável: Em 612 a.C. a cidade de Nínive foi destruída. A profecia
menciona também o desmoronamento de Nô-Amon como fato comprovado historicamente
(3.8-10). O rei assírio Assurbanipal, destruiu a cidade egípcia de Nô em 663
a.C. De acordo com essas informações, podemos considerar 663 a 612 a.C. como um
período histórico significativo para situarmos o ministério profético de Naum.
c)
Nínive (v 1):
Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas
ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode,
descendente de Cuxe (Gn 10.8-11), por volta de 4500 a.C. – tornando-se proeminente
antes de 2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 – 681 a.C), fortificou a
cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria. O Senhor refere-se a ela
como a “grande cidade” (Jn 1.2; 3.2). A crueldade do povo ninivita era
indescritível e essa foi a fama que os acompanhou durante toda a história.
2.
Estrutura:
O “Livro da visão de Naum” (v 1b) consiste em três breves capítulos. O capítulo
1 divide-se em duas partes principais: a primeira é um salmo de louvor a Jeová
(vv 2-8); a segunda, num estilo poético, anuncia o castigo dos seus inimigos
(vv 9-14), sendo que o versículo 15 é parte do capítulo 2 na Bíblia Hebraica. O
segundo capítulo anuncia o assédio e a destruição de Nínive. E o terceiro o
“boletim de ocorrência” dos motivos de sua queda.
3.
Mensagem:
O tema do livro é a “queda de Nínive”. A expressão “peso de Nínive” (v 1a)
proclama o início de sua ruína. O substantivo hebraico para “peso” é massa que
significa “carga, fardo, sofrimento” (Ex 23.5; Nm 11.11,17) bem como “sentença
pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Hc 1.1; Zc 9.1; 121.1). Ela aponta
para a proclamação de um desastre (Is 14.28; 23.1; 30.6).
II.
TOLERÂNCIA E
VINDICAÇÃO
1.
Vingança (v
2): A mensagem de Naum é o juízo divino sobre Nínive. Aqui, sobressaem
os atributos divinos pertinentes ao tema. O verbo hebraico naqam, “vingar-se,
tomar vingança”, aparece três vezes só neste versículo e precisa ser
devidamente compreendido. Vingança é o castigo imposto por dano ou ofensa; diz
respeito a infratores contumazes da lei divina. Visto eu a vingança pertence a
Deus (Sl 94.1), contra eles está o justo “juiz de toda a terra” (Gn 18.25).
2.
Longanimidade:
Deus é compassivo e “tardio em irar-se” (v 3a), pois a longanimidade divina
espera o arrependimento do pecador (Rm 2.4-6). Todavia isso não é sinônimo de
impunidade, pois a justiça do Eterno não permite tomar o culpado por inocente.
Uma vez que Nínive persistiu em sua maldade e a Assíria construiu o seu império
pela violência e desrespeito aos direitos humano, massacrando muitos povos,
dentre eles o de Judá e o de Israel, agora essas mesmas nações se alegrarão com
a queda e a humilhação da cidade maléfica (3.5-7).
3.
O poder de
Deus: As descrições poéticas dos atributos divinos estão ligadas ao
poder e a majestade de Deus (1.3-8). O profeta declara que o Senhor “tem o seu
caminho na tormenta e na tempestade” (v 3). Em linguagem metafórica, o poder, a
grandeza e a majestade do Senhor são descritos através da força da natureza.
Essas descrições mostram que a espera do Eterno em punir os ninivitas não se
deu por falta de poder, mas por causa de sua longanimidade.
III.
O CASTIGO
DOS INIMIGOS
1.
Quem são os
“inimigos”? Os assírios eram os
“inimigos” e a expressão “peso de Nínive” (v 1) – referindo-se a capital da
Assíria – o confirma. A ausência da indicação desse povo (vv 9 – 14) também
ensina as nações, ao longo da história, que sentenças similares às da Assíria
são aplicáveis a qualquer povo que se levantar contra Deus. Por essa razão a
queda dos assírios foi definitiva (v 9).
2.
O estilo de
Naum: O livro do profeta Naum é rico em metáforas. O exército assírio é
comparado a um emaranhado de espinhos e aos bêbados embriagados com vinho (v
10), significando que Deus enfraqueceu o poder de Nínive e que os ninivitas são
uma “presa fácil”. Por esse mesmo motivo, Nabopolassar, rei de Babilônia e pai
do rei Nabucodonosor, entrou na cidade em 612 a.C sem resistência alguma dos
assírios.
3.
Reminiscências
históricas? Alguns expositores bíblicos pensam que o “conselheiro de
Belial” (vv 11.12) é uma referência a Senaqueribe (2 Rs 18.13). è verossímil
que o versículo 14 pareça aplicar-se a ele (2 Rs 18.36,37), pois a
reminiscência histórica é comum em muitas mensagens proféticas. Entretanto, não
é o que parece aqui, pois provavelmente a expressão “mais ninguém do teu nome
seja semeado” (v 14), aluda à falta de herdeiro no trono, denotando o fim do
império. Tal sentença indica o caráter definitivo do castigo divino.
4.
A consolação
de Judá: Assim como a profecia de Obadias era contra Edom, mas a
mensagem era para Judá, semelhantemente ocorre aqui, conforme a declaração
profética: “serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te
afligirei mais” (v 12). Essa abrupta mudança da terceira para a segunda pessoa
indica a mensagem de esperança para Judá. O castigo de Judá é corretivo. O povo
ainda achará o favor divino (v 13). Mas o juízo dos assírios é final, por
haverem eles rejeitado a misericórdia a que o Deus de Israel, gratuitamente,
lhes havia oferecido através de Jonas.
CONCLUSÃO
Assim
como o juízo divino puniu a capital da perversa Assíria, assim também
acontecerá no dia da ira de Deus, quando Ele punirá a todos, indivíduos e
nações, que, rejeitando a sua misericordiosa graça, perseveraram na prática do
mal.
Nesse
dia todos prestarão contas de seus atos diante dEle. É o que adverte o próprio
Senhor através de seus profetas. Contudo, a porta da graça está aberta
oferecendo gratuitamente, a toda as nações, ampla oportunidade de
arrependimento e salvação através de Jesus Cristo (2 Pe 3.9).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 54 - 60
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