sábado, 23 de fevereiro de 2013

MIQUEIAS - A IMPORTÂNCIA DA OBDEIDÊNCIA


Texto Áureo: 1 Samuel 15.22

Verdade Prática: A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.

Leitura Bíblica: Miqueias 1.1-5; 6.6-8

 

Lição 07

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

O problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem não era falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor. Embora cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração contemporânea do profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.

 

I.                   O LIVRO DE MIQUEIAS

 

1.      Contexto histórico: Miqueias era de Moresete-Gate (1.1,14; Jr 26.18), cidade localizada a 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Miqueias, assim como os demais profetas de Judá, não cita reis do Reino do Norte na introdução de seus oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Essas datas estão entre 750 e 686 a.C., mas a soma desses anos deve ser reduzida significativamente por causa das corregências.

O profeta Jeremias afirma que as mensagens de Miqueias foi  entregue no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e os primeiros de Ezequias, Miqueias deve ter profetizado entre 735 e 710 a.C.

2.      Estrutura e mensagem: Trata-se de uma coleção de breves oráculos agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais (1,2; 3- 5; 6,7). Cada uma das partes marca o imperativo: “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4).

O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém. Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional (1.5; 2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 10.35,36).

 

II.                A OBEDIÊNCIA A DEUS

 

1.      O conceito bíblico de obediência: O verbo hebraico shemá: “ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer”, não significa apenas receber uma comunicação ou informação. O seu real sentido é mais forte e imperioso: obedecer é acatar ordens de autoridades religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no Antigo Testamento para “obedecer” em 1 Sm 15.22 e Jr 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em que shemá aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9).

A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). por conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26). Nesse sentido, ela pode ser definida como a prova suprema da fé e do nosso amor a Deus.

2.      A desobediência das nações: O Senhor não é uma divindade tribal, que habita em quatro paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo. Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha não apenas contra seu povo, Israel e Judá (1.2,5), massa também contra todas as nações da terra (1.2).

3.      A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5): O profeta descreve de forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa linguagem antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para julgar Samaria, capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado influencia todo o país. O quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a ação dos terremotos e dos vulcões (Jz 5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).

 

III.             O RITUAL RELIGIOSO

 

1.      O rito levitico: Basicamente, o rito é um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre aa função de simbolizar o fenômeno da fé. O termo vem do latim ritus, que significa “cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo”. O Antigo Testamento usa a palavra para os sacrifícios  (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades religiosas (Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos Tabernáculos (Ed 3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo, em se tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois rituais: o batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17; 11.28,29).

2.      O dialogo de Deus com o povo (6.6): O Senhor, através do profeta, convida o seu povo para uma controvérsia. O que Deus fez de mal para Israel rejeita-lo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os seus benefícios desde o principio, quando remiu a Israel do Egito e protegeu seu povo no deserto contra os inimigos (6.4,5). Em uma pergunta retórica, o próprio |Deus antecipa a resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de animais como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O problema de Judá não era a falta de rituais e sacrifícios, mas de uma verdadeira conversão a Deus.

3.      Sacrifício humano (6.7): Oferecer o primogênito pela transgressão e o fruto do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em todo o Israel era repulsa nacional (2Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só foi praticado por aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2 Rs 16.3; 21.6; Jr 19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o que Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e mudança de vida.

 

IV.             O GRANDE MANDAMENTO

 

1.      A vontade de Deus: O estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo desde Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas ninguém estava interessado nisso. O povo preferia tirar proveito da prática das injustiças sociais, esperando que o mero ritual do sacrifício fosse suficiente para autojustificar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não se deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores (Sl 51.17,18).

2.      O sumário de toda a lei (6.8b): Os três preceitos – praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus – são considerados pela tradição judaica, desde o século 1 a.C., o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).

 

CONCLUSÃO

 

A lição para todos nós é esta: O que importa para Deus não é o que fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual.

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre: 4º/2012

Comentarista: Esequias Soares

Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo

Páginas: 46 - 53

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