Texto Áureo: 1 Samuel 15.22
Verdade Prática: A mensagem de Miqueias
leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos
vivendo.
Leitura Bíblica: Miqueias 1.1-5; 6.6-8
Lição 07
INTRODUÇÃO
O
problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem não era falta de
liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor. Embora
cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração contemporânea do
profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais
levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.
I.
O LIVRO DE
MIQUEIAS
1.
Contexto
histórico: Miqueias era de Moresete-Gate (1.1,14; Jr 26.18), cidade
localizada a 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Miqueias, assim como os
demais profetas de Judá, não cita reis do Reino do Norte na introdução de seus
oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos reinados “de Jotão,
Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Essas datas estão entre 750 e 686 a.C.,
mas a soma desses anos deve ser reduzida significativamente por causa das
corregências.
O
profeta Jeremias afirma que as mensagens de Miqueias foi entregue no reinado de Ezequias (26.18).
Considerando os últimos anos de Acaz e os primeiros de Ezequias, Miqueias deve
ter profetizado entre 735 e 710 a.C.
2.
Estrutura e
mensagem: Trata-se de uma coleção de breves oráculos agrupados em sete
capítulos divididos em três partes principais (1,2; 3- 5; 6,7). Cada uma das
partes marca o imperativo: “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia similar a
de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4).
O
assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de
Jerusalém. Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria, censurou com
veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional (1.5;
2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do
Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 10.35,36).
II.
A OBEDIÊNCIA
A DEUS
1.
O conceito
bíblico de obediência: O verbo hebraico shemá: “ouvir, escutar, prestar
atenção, obedecer”, não significa apenas receber uma comunicação ou informação.
O seu real sentido é mais forte e imperioso: obedecer é acatar ordens de
autoridades religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no
Antigo Testamento para “obedecer” em 1 Sm 15.22 e Jr 42.6. É usado, também, em
seis das nove vezes em que shemá aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9).
A
mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). por conseguinte, a
obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso acatamento da
mensagem divina (Mt 7.24,26). Nesse sentido, ela pode ser definida como a prova
suprema da fé e do nosso amor a Deus.
2.
A desobediência
das nações: O Senhor não é uma divindade tribal, que habita em quatro
paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo.
Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha não apenas contra
seu povo, Israel e Judá (1.2,5), massa também contra todas as nações da terra
(1.2).
3.
A ira de Deus
sobre o pecado (1.3-5): O profeta descreve de forma pitoresca a reação
divina contra o seu povo. Numa linguagem antropomórfica, o Senhor desce de seu
santo templo, o céu, para julgar Samaria, capital de Israel e, da mesma forma,
Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado influencia todo o país. O quadro da sua
majestosa e terrível presença lembra a ação dos terremotos e dos vulcões (Jz
5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).
III.
O RITUAL
RELIGIOSO
1.
O rito
levitico: Basicamente, o rito é um conjunto de cerimônias e práticas
litúrgicas que cumpre aa função de simbolizar o fenômeno da fé. O termo vem do
latim ritus, que significa “cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma,
processo, modo”. O Antigo Testamento usa a palavra para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades
religiosas (Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos
Tabernáculos (Ed 3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1).
Contudo, em se tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas
dois rituais: o batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses
cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem
proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17;
11.28,29).
2.
O dialogo de
Deus com o povo (6.6): O Senhor, através do profeta, convida o seu povo
para uma controvérsia. O que Deus fez de mal para Israel rejeita-lo? (6.1-3).
Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os seus benefícios desde o
principio, quando remiu a Israel do Egito e protegeu seu povo no deserto contra
os inimigos (6.4,5). Em uma pergunta retórica, o próprio |Deus antecipa a
resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de animais como provisão pelo
pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12).
O problema de Judá não era a falta de rituais e sacrifícios, mas de uma
verdadeira conversão a Deus.
3.
Sacrifício
humano (6.7): Oferecer o primogênito pela transgressão e o fruto do
ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do povo. A lei de Moisés
condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em todo o Israel era
repulsa nacional (2Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só foi praticado por
aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2 Rs 16.3; 21.6; Jr
19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o que Deus nunca
exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e mudança de vida.
IV.
O GRANDE
MANDAMENTO
1.
A vontade de
Deus: O estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo desde
Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o
porquê da indagação do profeta (6.8). Mas ninguém estava interessado nisso. O
povo preferia tirar proveito da prática das injustiças sociais, esperando que o
mero ritual do sacrifício fosse suficiente para autojustificar-se diante de
Deus. Estavam enganados, pois Deus não se deleita em sacrifícios nem em rituais
exteriores (Sl 51.17,18).
2.
O sumário de
toda a lei (6.8b): Os três preceitos – praticar a justiça, amar a
beneficência e andar humildemente com Deus – são considerados pela tradição
judaica, desde o século 1 a.C., o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei
de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo
Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o
nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus. Isso vale para
todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas
as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).
CONCLUSÃO
A
lição para todos nós é esta: O que importa para Deus não é o que fazemos na
Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no trabalho e como
relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo
compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios
e completamente desprovidos de valor espiritual.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 46 - 53
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