Texto Áureo: 1 Reis 18.21
Verdade Prática: O confronto entre
Elias e os profetas de Baal marcou definitivamente a separação entre a
verdadeira e a falsa adoração em Israel
Leitura Bíblica: 1 reis 18.36-40
Lição 04
INTRODUÇÃO
O
confronto de Elias com os profetas de Baal, conforme narrado em 1 Reis 18, foi
um dos fatos mais significativos da história bíblica. Mas significativo ainda
foi a vitória que o profeta de Tisbe obteve sobre os falsos profetas:
significou a continuidade da existência de Israel como povo a quem Deus havia
escolhido para cumprir seu propósito salvifico com a humanidade.
Nesta
lição, estudaremos como o profeta Elias foi usado pelo Senhor para confrontar
os falsos profetas com seus falsos deuses, fazendo com que o povo de Deus
abandonasse a falsa adoração.
I.
CONFRONTANDO
OS FALSOS DEUSES
1.
Conhecendo o
falso deus Baal: Baal era uma divindade cananeia (1 Rs 16.31). por
diversas vezes fizemos referência a esse fato, mas aqui iremos conhecer mais
detalhadamente esse falso deus, e assim entender porque ele causava tanto
fascínio no mundo cananeu e também em Israel. A palavra Baal significa
proprietário, marido ou senhor.
Os
estudiosos observam que esse nome traz esses significados para demonstrar que a
divindade pagã exercia controle e posse não somente sobre o lugar onde se
encontrava, mas também sobre as pessoas. Os profetas estavam conscientes de que
não se podia admitir tal fato entre o povo de Deus, e por isso levantaram suas
vozes em protesto contra a divindade pagã (1 Rs 21,25,26).
2.
Identificando
a falsa divindade Aserá: A crença cananeia dizia que El seria o deus
principal, isto é, o pai dos outros deuses, e Aserá era a deusa mãe. O texto
bíblico de 1 Rs 18.17-19, faz referência a essas duas divindades. A palavra
poste-ídolo neste texto é a tradução do termo hebraico “ashera ou Aserá”, e
mantém o significado de bosque para adoração de ídolos. Aserá, conhecida também
como Astarote ou Astarte, era uma deusa ligada à fertilidade humana e animal e
também da colheita. No texto bíblico observamos que ela exerceu uma influência
grandemente negativa entre o povo de Deus (Jz 2.13,3.7; 1 Rs 11.33). Assim
entendemos o porquê da resistência profética a esse culto.
II.
CONFRONTANDO
OS FALSOS PROFETAS
1.
Profetizavam
sob encomenda: Os fatos ocorridos no reinado de Acabe vêm mais uma vez
confirmar uma verdade: nenhum sistema é profético, nenhum profeta pertence ao
sistema. O texto de 1 Rs 18.19 destaca essa verdade. Os profetas de Baal eram,
de fato, profetas, mas comiam da mesa de Jezabel. Eram profetas, mas possuíam
seus ministérios alugados para Acabe e sua esposa. Eles profetizavam o que o
rei queria ouvir, pois faziam parte do sistema estatal de governo. Nenhum homem
de Deus, nem tampouco a igreja, podem ficar comprometidos com qualquer esquema
religioso ou politico. Se assim o fizerem, perdem suas vozes proféticas (1 Rs
22.13,14).
2.
Eram mais
numerosos: Acabe e sua esposa, Jezabel, haviam institucionalizado a
idolatria no reino do Norte. Baal e Aserá não eram apenas os deuses principais,
mas também os oficiais. O culto idolatra estava presente em toda a nação, de
Norte a Sul e de Leste a Oeste. Dessa forma, para manter a presença da religião
pagã ma mente do povo, a casa real necessitava de um grande número de falsos
profetas. O texto sagrado por diversas vezes destaca esse fato (1 Rs 18.19). E
Elias pôs isso em evidência na presença do povo (1 Rs 18.22). Não havia
verdade, autenticidade e tampouco qualidade no falso culto, mas apenas
quantidade.
III.
CONFRONTANDO
A FALSA ADORAÇÃO
1.
Em que ela
imita a verdadeira: O relato do capitulo 18 de 1 Reis revela que a
adoração a Baal possuía rituais que tinham certa semelhança com o ritual hebreu. Usavam altar, havia música, danças e
também havia sacrifícios. Elias, porém, sabia que aquela religião falsa, apesar
de suas crenças e rituais, jamais conseguiria produzir fogo (1 Rs 18.24). O
teste seria, portanto, a produção de fogo!
Observamos
que os profetas de Baal ficaram grande parte do dia tentando produzir fogo e
não conseguiram (1 Rs 18.26-29). Uma das marcas do culto falso é exatamente a
tentativa de copiar, ou reproduzir, o verdadeiro. Encontramos ainda hoje
dezenas de religiões e seitas tentando produzir fogo santo e não logram
qualquer êxito. Somente o verdadeiro culto a Deus faz descer fogo do céu (1 Rs
18.38)!
2.
No que ela se
diferencia da verdadeira: A adoração verdadeira se diferencia da falsa
em vários aspectos. O relato de 1 Rs 18 destaca alguns que consideramos
essenciais. Em primeiro lugar, a adoração verdadeira firma-se na revelação de
Deus na história (1 Rs 18.36). Abraão, Isaque e Jacó, foram pessoas reais assim
como foram reais as ações de Deus em suas vidas. Em segundo lugar, verdadeira
adoração distingue-se também pela participação do adorador no culto. Elias
disse: “E que eu sou teu servo” (1 Rs 18.36) A Bíblia diz que Deus procura
adoradores (Jo 4.24). Elias invocou, como servo pertencente a esse povo, os
direitos da aliança. Em terceiro lugar, ela diferencia-se pela Palavra de Deus,
que é o instrumento usado para concretizar os planos e propósitos de Deus (1 Rs
18.36).
IV.
CONFRONTANDO
O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
1.
O perigo do
sincretismo religioso: O dicionário da língua portuguesa de Aurélio
define o vocábulo sincretismo como “aa
fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento,
continuando perceptíveis alguns sinais originais”. Essa definição ajusta-se bem
ao culto judeu no reino do Norte durante o governo de Acabe. A adoração
verdadeira havia se misturado com a falsa e o resultado não podia ser mais
desastroso. Esse problema da “mistura” do culto hebreu com outras crenças foi
uma ameaça bem presente ao longo da história de Israel (Ex 12.38; Ne 13.3). O
sincretismo religioso foi uma ameaça, ainda o é e sempre o será. A fé bíblica
não pode se misturar com outras crenças!
2.
A resposta
divina ao sincretismo: O texto sagrado diz que logo após o Senhor ter
respondido com fogo a oração de Elias (1 Rs 18.38), o profeta de Tisbe deu
instrução ao povo: “Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E
lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou”
(1 Rs 18.40). Parece uma decisão muito radical, mas não foi. O remédio para
extirpar o mal precisava ser tomado. A decisão de Elias não foi tomada por sua
própria conta, mas seguida a orientação divina dada pelo Senhor a Moisés. A lei
deuteronômica dizia que era necessário destruir todos aqueles que arrastassem o
povo de Deus para a idolatria (Dt 13.12-18; 20. 12-13).
CONCLUSÃO
O
desafio do profeta Elias contra os profetas de Baal foi muito além de uma
simples luta do bem contra o mal. Ela serviu para demonstrar quem de fato era o
Deus verdadeiro e, portanto, merecedor de toda adoração. Foi decisivo para
fazer o povo retroceder o coração até então dividido. Mostrou que o pecado deve
ser tratado como pecado e que a decisão de extirpá-lo deve ser tomada com
firmeza.
A
luta contra a falsa adoração continua ainda hoje por parte dos que desejam ser
fieis a Deus. Não há como negar que ao nosso redor ecoam ainda os dons advindos
de vários cultos falsos, alguns deles travestidos da piedade cristã. Assim como
Elias, uma igreja triunfante deve levantar a sua voz a fim de que a verdadeira
adoração prevaleça.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/2013
Comentarista: José Gonçalves
Tema Central: ELIAS E ELISEU – Um Ministério de Poder para toda a
Igreja
Páginas: 24 - 30
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