Texto Áureo: 1 Coríntios 12.11
Verdade Prática: A pluralidade de nomes
do Espírito não o despersonaliza, mas expressa a dimensão das suas operações.
Leitura Bíblica: Romanos 8.9-17
Lição 02
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos os vários nomes concedidos ao Espírito Santo. Assim,
entenderemos as suas atividades.
I.
A
PLURALIDADE DOIS SEUS NOMES
1.
Um só
Espírito (Ef 4.4): Deus é Espírito auto-existente (1 Co 12.11). Ele não
se apresenta com um único nome, porque sua função é revelar o amor do pai, através
do Jesus Cristo. Em toda a Bíblia, encontramos pronomes pessoais e
demonstrativos que o identificam. Em Jo 16.8,13,14, encontramos “ekeinos”, em
grego, que significa “aquele”. Jesus referia-se ao Espírito que viria, depois
que Ele completasse sua obra redentora e voltasse para o seio do pai Celestial.
Declara
a Bíblia: “Um só e o mesmo Espírito”. Os nomes não falam de vários espíritos,
mas se referem ao que opera todas as coisas.
2.
O que
expressa os seus nomes: Falam de sua ligação com o Pai, tais como:
“Espírito de Deus”; “Espírito do Senhor”; “Espírito do nosso deus”. Também
encontramos os que provam sua vinculação com o Filho, como: “Espírito de
Cristo”; “Espírito de Jesus Cristo”; “Espírito de seu Filho”, etc. Há nomes que
expressam sua divindade (2 Co 3.18; Hb 9.14). Títulos que expressam a obra que
Ele realiza na vida dos que servem a Cristo (Rm 8.2,15; Ef 1.17; 2 Tm 1.7; Hb
10.29; Ap 11.11).
3.
O que
significa Espírito Santo: “Espírito” indica a sua natureza. Diz
respeito ao que Ele é em si mesmo. “Santo” refere-se a sua qualidade. Fala do
que Ele realiza: A santificação dos que desejam ser santos (1 Pe 1.2).
II.
OS SETE
ESPÍRITOS DE DEUS
Parece,
à primeira vista, que a frase “sete espíritos de Deus”, de Ap 1.4; 4.5 e 5.6,
choca-se com a declaração da existência de um só Espírito. Porém, a pluralidade
do termo “espíritos” refere-se a sete manifestações do Espírito santo entre os
homens. O número “sete” fala de plenitude, totalidade. São as formas múltiplas
e distintas do mesmo Espírito. Dentro do contexto doutrinário, estes “sete
espíritos de Deus” expressam e manifestam a UNIDADE do Espírito santo.
Percebemos que a expressão “sete espíritos” significa o Espírito Santo em sua
natureza essencial, da mesma forma que as “sete igrejas”. Vemos o Espírito
Santo em Ap 1.4, mas uma vez, a expressão “sete espíritos de Deus” é citada com
o sentido figurado, para ilustrar a diversidade das operações do Espírito nos
juízos de Deus. Jamais limitemos as operações do Espírito a sete modalidades,
porque elas são múltiplas. Os números na Bíblia não devem ser estabelecidos
como regra doutrinária. Eles são simbólicos e representativos. Por isso, a
expressão “sete espíritos de Deus” não fere a unidade do Espírito, mas revela a
sua diversidade nas operações.
III.
NOMES QUE
IDENTIFICAM O ESPÍRITO SANTO
Há quem declare existir apenas quatro nomes significativos
que se referem à terceira pessoa da Trindade: Espírito Santo, Espírito de Deus,
Espírito de Cristo, Consolador. Porém, há outros nomes que identificam a pessoa
e a divindade do Espírito. Vejamos
1. Espírito de Deus (1 Co 3.16; 1 Jo 4.2):
Os dois nomes Espírito e Deus indicam quem é e o que faz o Espírito Santo. O
primeiro, identifica a terceira pessoa da trindade. O segundo revela sua
deidade (Gn 1.2; 1 Co 2.11). O Espírito é chamado Deus, porque a divindade
pertence às três pessoas da trindade. Intitula-se Espírito de deus, porque é
enviado pelo pai (Jo 15.26). Ele é a sua promessa (At 1.4). Em At 28.25,26, o
apóstolo Paulo identifica a mensagem profética de Is 6.8,9, como a voz do
“Espírito de Deus’. Em 1 Jo 4.2, distinguimos as três pessoas da Trindade:
“Nisto conhecereis o Espírito de Deus; todo o espírito que confessa que Jesus cristo
veio em carne é de Deus”. A importância deste nome é a identificação e a
declaração de que o Espírito de Deus, visto que o Espírito procede do pai (Jo
15.26).
2. Espírito de Cristo (R m 8.9): É
interessante saber que esta passagem fala de dois títulos: Espírito de Deus e
Espírito de Cristo. No primeiro, Ele se identifica com a primeira pessoa, o
Pai, e no segundo, relaciona-se com a segunda pessoa, Cristo, nome de ofício
divino e ministerial que significa “Ungido’ ou “Messias’. A relação entre
Cristo e o Espírito santo revela-se nas obras efetuadas por Jesus, mas
efetivadas pelo Espírito na experiência humana. Em sua vida terrena, cristo
prometeu o Espírito Santo, o Consolador (Jo 16.13). Este o representaria como o
“Espírito de Cristo”. O texto diz: “Se alguém não tem o Espirito de Cristo,
esse tal não é dele” (Rm 8.9). Ter o Espírito de Cristo em nossa vida cristã
significa possuir a presença e a ação do Espírito em nossa experiência. A
presença do Espírito de cristo na vida do homem é percebida pela sua conduta no
dia-a-dia. Ninguém, que pratica as obras da carne, pode afirmar que possui o
Espírito de Cristo. Ele atua na qualidade de emissário de Jesus. Ele infunde a
vida do salvador na existência do pecador, através da regeneração (Rm 8.2; 2 Co
5.17). O apóstolo João compreendeu esta atuação do Espírito de Cristo, quando
escreveu: “Deus nos deu a vida eterna; e esta vida esta em seu filho. Quem tem
o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 Jo
5.11,12). O Espírito de Cristo é também chamado de Vida, porque Ele infunde a
existência do salvador nos corações dos que se convertem. Outra função do
Espírito de Cristo é a de fazer o cristão produzir o fruto do Espírito (Gl
5.22,23) e desenvolver em sua vida as características pessoais de Cristo (Fp
1.11). Ele confere poder espiritual, a fim de que o cristão viva vitoriosamente
e realize a obra de Deus (Mt 28.18; Lc 24.49; Jo 14.12; At 1.8). O Espírito de
Cristo é o que representa a Jesus na terra. Ele é o “outro Consolador” (Jo
14.6).
3. Espírito do Senhor (2 Co 3.17,18):
O Espírito Santo, quando se apresenta como o “Espírito do senhor”, revela o
senhorio do Deus Todo-poderoso. A palavra “Senhor” não se restringe a uma
pessoa, mas às três da trindade. Em relação a Deus Pai, ela diz respeito ao que
lhe pertence, porque todas as coisas foram feitas por Ele. A Igreja também é
“propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9). Em relação a Cristo, Paulo declarou
aos coríntios: “Mas vós sois dele” (1 Co 1.30). Quando o Espírito do Senhor se
manifesta na vida do cristão, ou, de modo geral, na Igreja, significa que Ele
quer exercitar seu senhorio (Cl 1.16-19).
4. Espírito Santo (At 19.2; 1 Pe 1.12):
Este é o título mais conhecido e usado, principalmente pela Igreja, desde sua
fundação. A santidade é um estado eterno que pertence às três pessoas da
Trindade. O Espírito santo é o agente da santificação. Por isso, é chamado
Santo. Esta palavra está implícita em sua natureza divina, e manifesta-se como
uma qualidade sobre os que são santificados (1 Ts 4.7,8). O profeta Isaías
relata a visão do trono de deus e ouve os serafins pronunciarem três vezes:
“Santo, santo, santo” em alusão às três pessoas da Trindade (Is 6.3). O
apóstolo João, na Ilha de Patmos, ouviu quatro seres viventes recitarem:
“Santo, santo, Santo é o senhor Deus, o Todo-poderoso, que era , e que é, e que
há de vir” (Ap 4.8). A missão do Espírito Santo não é só a de proclamar e
revelar a santidade de Deus, mas, sim, a de santificar e purificar, como o seu
próprio nome indica. Por isso, é chamado “Espírito de santificação” (Rm 1.4).
Uma de suas atribuições é a de limpar e purificar com o espírito de ardor e de
justiça (Is 4.4). O Espírito de santificação manifesta-se contra tudo o que é
pecado, sujo e abominável, e com o “espírito de ardor”, queima as escorias e
faz juízo. A santidade de Deus é eterna e imutável. O Espírito santo por si
mesmo e produz santificação, uma necessidade continua do homem enquanto estiver
sob o jugo do pecado. Por isso, o apóstolo Pedro registra: “Sede santos, porque
eu sou Santo” (1 Pe 1.15).
5. Espírito de Graça (Tt 2.11): Ele
se manifesta como o executivo de Deus. Convence o mundo do pecado, da justiça e
do juízo (Jo 16.8-10), e manifesta a graça, o favor imerecido, ao pecador. O
Espírito da Graça opõe-se ao espírito do pecado, manifestação virulenta que
escraviza e desvia o homem de Deus. Os termos chattath, no hebraico, e
hamartia, no grego, tem o mesmo sentido. Significam a ação que desvia o homem
do alvo, retira-o do caminho reto. Resistir ao chamado do Espírito da Graça
significa insultar a Deus e desprezar a sua disposição de libertar e salvar o
pecador (Hb 10.29).
6. Espírito de Adoção (Rm 8.15,16):
Adoção “é a aceitação voluntária e legal de uma criança como filho”. Era
frequente entre os antigos hebreus, gregos e romanos, o adotar uma criança, que
era entregue, voluntariamente, por uma família, e incorporada a outra. Fazia-se
também a adoção de escravos, os quais, depois de um certo tempo, eram aceitos
com todos os direitos legais daquela família. No plano espiritual, éramos escravos
e estávamos sob o jugo do espírito de servidão (Rm 8.15), mas quando aceitamos
a Cristo, tornamo-nos filhos de Deus (Jo 1.12).
7. Espírito da Promessa (Ef 1.13):
O texto revela que Ele é o “Espírito da promessa”, porque sua vinda cumpriu a
determinação divina para o dia de Pentecoste e para o ministério de Cristo,
anunciado por Joel (Jl 2.28) e reafirmado por Jesus, como a “promessa do Pai”
(Lc 24.49; At 1.4). Uma das funções do Espírito da Promessa é SELAR E CONFIRMAR
a promessa do Pai e do Filho (2 Co 1.22). Ele se identifica como o penhor da
nossa herança, adquirida pelos méritos de Cristo, que se constitui em garantia
da herança, no futuro. O SELO comprova a autenticidade da promessa, que é o
próprio Espírito Santo (Ef 4.30).
8. Espírito da Verdade (Jo 14.17; 15.26;
16.13; 1 Jo 5.6): Quando Ele se manifesta como Espírito da Verdade,
revela-se como a expressão exata do que o Evangelho apresenta. Cristo declarou:
“Eu sou o caminho, e a VERDADE e a vida” (Jo 14.6). Por isso, o Espírito Santo
testifica dele. Ele é o antídoto do “espírito do erro” e da mentira que está no
mundo (1 Jo 4.6). A Igreja de Cristo é chamada coluna e firmeza da verdade (1
Tm 3.15), construída pelo Espírito Santo. O “espírito do erro” opera em toda a
parte (2 Ts 2.11), o “Espírito da Verdade” no combate.
9. Espírito de Glória (1 Pe 4.14):
A palavra “glória”, na linguagem bíblica, tem o sentido de caráter. Não é
simples resplendor, brilho, fama, celebridade, renome, reputação, típicos da
majestade humana. O Espírito da Glória não se manifesta para tornar alguém
famoso, brilhante ou célebre. Do ponto de vista divino, glória tem a ver com o
que revelamos em nosso caráter cristão. Em relação ao Espírito Santo, a Bíblia
o apresenta como o que não falaria de si mesmo (Jo 16.13), mas de Cristo.
Demonstraria a glória de Cristo, manifesta em bondade, perdão, amor, santidade
e justiça. Para o viver cristão, o caráter de Cristo é o modelo ideal e é o
Espírito de Glória quem revela tudo. É o Espírito santo quem produz no crente um
caráter parecido com o de Jesus Cristo (2 Co 3.18). Sua glória é como o espelho
que nos mostra o que somos.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central: ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 8 - 12
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