Texto Áureo: Jó 42.2
Verdade Prática: Deus honra a fé,
porque a fé honra a Deus.
Leitura Bíblica: Josué
3.1-11; Hebreus 11.31
Lição 03
INTRODUÇÃO
Encontramos agora a nação eleita no limiar da Terra Prometida e o povo
fazendo os preparativos finais no fim do terceiro dia. Conforme a recomendação
divina, no nono mês de nisã, correspondente a abril (4.19). Josué e o povo
recebem instruções para seguir de outro jeito, em razão da coluna de nuvem que
durante quarenta anos os guiou no deserto, agora não iria mais guia-los (Ex
13.21ss). Agora o povo tinha que seguir a arca (vv 3,4), na travessia do Jordão
para o outro lado.
I.
A PASSAGEM
DO JORDÃO
1.
“Parti vós
também do vosso lugar” ( v 3): Naquela noite, depois de iniciar o novo
dia hebreu, ao pôr-do-sol, visto que o dia hebreu começa com o período da
escuridão: “Foi a tarde e a manhã o dia primeiro” (Gn 1.5b), isto é, as noites
são retrospectivas (apontam para trás) e os dias são prospectivos (apontam para
a frente), o Senhor Deus de Israel recompensara a fé de Josué revelando
minuciosamente como atravessaria o rio (3.7). O Dr. John Rea opina que tão logo
os espias deram o seu relatório, Josué recebeu a confirmação de que Deus estava
operando. Embora ainda não soubesse como atravessar o rio, pela fé fez o
acampamento se transferir para a orla do Zor, a estreita depressão de 45,72 m
de profundidade na qual se acumulavam as águas que vinham da “floresta do
Jordão” (Jr 12.5; 49.19).
2.
A arca do
concerto do Senhor (vv 3,4): Um
papel importante na milagrosa travessia do Jordão é atribuído a arca do
concerto. Nada menos de 16 vezes ela é mencionada nos capítulos 3 e 4. O povo
também foi orientado a ficar espalhado à volta da arca num raio de 914 m, para
que pudessem ver mais facilmente o símbolo guia da glória de Deus flutuando nos
ombros dos sacerdotes. Esta distância foi calculada pelo próprio Deus. Ele
disse: “Haja contudo distância entre vós e ela, como da medida de dois mil
côvados; e não vos chegueis a ela, para que saibais o caminho pelo qual haveis
de ir, porquanto por este caminho nunca passastes antes” (v 4). Vemos assim
que, para cada ocasião, Deus provê uma solução adequada. Quando o povo saiu do Egito,
Deus os guiou através da coluna que de dia se apresentava como nuvem e a noite
como fogo, para indicar o caminho que deviam seguir, Deus estava também na
nuvem. “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar
pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que
caminhassem de dia e de noite” (Ex 13.21). Não é por acaso que Paulo declara:
“O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em
glória, por Cristo Jesus” (Fp 4.19).
II.
JOSUÉ SANTIFICA
O POVO POR ORDEM DE DEUS
1.
Era
necessária a santificação: “Disse Josué também ao povo: santificai-vos,
porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós” (v 5). Na promulgação
dos 10 mandamentos por Deus a Moisés, o processo de santificação durou também
três dias (Ex 19.10,15). Os dois primeiros dias “hoje e amanhã” eram gastos no
processo necessário à purificação ritual e outras abluções do corpo, ou
separação para Deus (incluía a lavagem das vestes e abstenção temporária de
relações sexuais), e no terceiro dia, era estada de prontidão (Nm 8.21; 1 Sm
21.4). Isso não se devia ao fato de estas serem consideradas algo de errado,
mas porque segundo a Lei Mosaica elas requeriam como consequência uma lavagem
cerimonial para purificação religiosa (Lv 15.18). Podemos, entretanto, comparar
esta passagem com as palavras de Paulo em 1 Co 7.6, aconselhando abstenção
temporária para que o casal cristão se devote à oração. Esse processo de
santificação era aplicado a lugares, coisas, período de tempos e pessoas
oficiais e em sentido lato as pessoas em geral.
2.
A
santificação continua sendo exigida: O Deus de Israel não mudou! Porque
Deus não muda (Ml 3.6), e a santificação deve estar em foco na vida de seus
filhos. Veja 1 Ts 4.3a; Hb12.14. Finalmente, tudo quando pertencer a Deus, ou
com Ele se relacionar, deve ser santo: “A terra (Ex 3.5); o sábado (Gn 2.3; Ex
20.8; 31.14; Ne 13.22); o óleo da santa unção (Ex 37.29); as festas (Lv 32.2);
o monte do Senhor (Sl 15.1); a aliança (Dn 11.30); a comida (1 Tm 4.5); a
oferta (Mt 23.19); o sangue (Hb 10.29); os crentes (At 20.32; 26.18; 1 Co 1.2;
7.14; Hb 2.11); os vasos (2 Tm 2.21); o altar (Ex 40.10); os dízimos (Lv
27.32); o caminho (Is 35.8); a cidade
(Mt 4.5); o jejum (Jl 1.14; 2.15); os sacrifícios (Rm 12.1); os primogênitos
dos homens e dos seres (Ex 13.2); Dt 15.19).
III.
A PASSAGEM
DO JORDÃO FOI MILAGROSA
1.
“O Deus vivo
está no meio de vós” (v 10): O milagre foi possível, porque o “Deus
vivo” estava no meio do seu povo. A ideia de Deus e sua atuação no Universo,
não é uma ideia reservada aos filósofos e aos sábios, nem uma noção moderna,
nem um elemento da civilização ocidental. É uma ideia universal, no tempo e no
espaço. Em todas as latitudes e todas as culturas, desde as origens até os
nossos dias, os homens, sábios ou ignorantes, afirmaram sua crença na
existência de um chefe soberano do Universo. Deus é vivo! Podemos falar dEle
como de um homem vivo, mas também porque dEle falamos como um homem vivo, não deixamos nunca de lembrar
que Ele está vivo. Toda vida ou forma de existência esta em Deus e vem de Deus
seja a forma mais primitiva de vida consciente ou a vida altamente inteligente
e autoconsciente dum serafim, ou de um outro poder angelical. Nenhuma criatura
tem vida em si, toda a vida é dom de Deus! Josué tinha plena certeza de que
Deus agiria em favor dele e do povo escolhido e por isso exclamou: “O Deus vivo
está no meio de vós!”.
2.
As águas são
paralisadas (v 16): A travessia do Jordão para o outro lado,
simbolicamente exprimia a conquista antecipada da Terra Prometida. Por isso, o
verbo “abar” (atravessar, passar) aparece pelo menos 23 vezes nos capítulos 3 e
4 de Josué, ao contrário de Josué 1, onde aparece 5 vezes e dos capítulos 2 e 5
onde se encontra respectivamente uma só vez. Para maior entendimento do
significado do pensamento, veja as seguintes referências: 3.11,14,16,17;
4.3-23; 5.1. A narrativa diz que na “manhã do dia seguinte” toda a nação
atravessou todos em um só dia, apressadamente (4.10,14). Que recompensa para
esse fiel servo de Deus! Conduziu o povo para o lugar, onde a fé, o
reconhecimento, a esperança se entrelaçam harmoniosamente. Para o crente fiel
aa recompensa de Deus é sempre a mesma. “Aos que me honram honrarei, porém aos
que me desprezam serão envilecidos” (1 Sm 2.30).
3.
A crítica dos
céticos: os críticos através dos séculos tem procurado arranjar uma
explicação natural para refutar o milagre operado por Deus na travessia do mar
Vermelho, como na passagem do Jordão. Algumas explicações técnicas para refutar
o glorioso milagre tem surgido em razão de alguns fenômenos naturais terem
bloqueados as águas do Jordão em outras ocasiões. “Um deslizamento de terra
calcária, misturado com argila, existente no Zor pode ter formado uma barreira
de 45, 72 m de altura nas vizinhanças da cidade de Adã, bloqueado o rio (o que
já aconteceu em cerca de 12367 a.C., e mais recentemente; de acordo com Gartag,
em 1927, o rio ficou assim bloqueado por mais de 21 horas)”. Os acontecimentos
da noite de 7 – 8 de dezembro de 1267 (1266?), e de 1927, que deixou o leito do
rio enxuto por 21 e 24 horas, são de fato, reputados ao aspecto natural.
Entretanto, a paralisação das águas, abrindo caminho para o povo de Deus
passar, deve ser entendida como um ato divino e não como fato puramente casual.
Isto foi aceito pelos próprios moradores de Canaã (5.1).
4.
A cidade de
Adã (v 16): Era o fim de março e o começo de abril, quando Israel
chegou nas margens do rio. Nesta estação do ano “o Jordão transbordava sobre
todas as ribanceiras...” (3.15), Deus interveio e as águas pararam “num”
montão, mui longe da cidade de Adã... então passou o povo defronte de Jericó”.
De acordo com o texto em foco as águas pararam muito mais ao norte do lugar
onde se encontrava os filhos de Israel. A cidade de Adã, mencionada somente
aqui, que os estudiosos identificam como el-Damye ou Tell ed-Damiê em outras
versões, fica mais ou menos 25 km ao norte de Jericó. O texto especifica que
Adã está próxima a Sartã que alguns identificam com Quarn-Sartabe, uma colina com
cerca de 379 m, a seis km a oeste do Jordão, na parte oposta de Tell el-Damye;
mas 1 Rs 4.12, coloca Sartã ao lado de Bete-Seã, isto é, ainda mais ao norte.
Num caso como noutro fica confirmado que as águas pararam “a grande distância”
dos hebreus. Seja como for, o importante é que as águas pararam lá, e lá
ficaram retidas “até” que o povo passou. O resto é somente especulação.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 1992
Comentarista: Severino Pedro da Silva
Tema Central: JOSUÉ, o livro das vitórias.
Páginas: 10 - 13
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