Texto Áureo: Filipenses 4.12,13
Verdade Prática: As tribulações
levam-nos a amadurecer em Cristo, capacitando-nos a desfrutar de uma vida
espiritual plena.
Leitura Bíblica: Filipenses 4.10-13
Lição 14
INTRODUÇÃO
No
inicio desse trimestre, perguntamos se o crente em Jesus pode sofrer. A
resposta reflete aquilo que já sabemos. O sofrimento na vida do justo é
perfeitamente natural, pois peregrinamos num mundo de aflições. No entanto, é
possível ao crente sofredor viver plenamente em Cristo (Jo 10.10). Por isso, na
lição de hoje, estudaremos acerca da possibilidade de, apesar das angústias e
lutas, vivermos de forma plena. Veremos que o servo de Deus, pode desfrutar de
uma vida cristã abundante em meio aos sofrimentos cotidianos. Com nossa mente e
coração firmados no Eterno, Ele nos conduzirá, pelo seu poder e graça, ao
deleite das suas promessas (Is 40.28).
I.
VIVENDO AS
AFLIÇÕES DA VIDA
1.
As aflições
de Paulo: Depois de Jesus, uma das pessoas mais experimentadas no
sofrimento por amor a Deus certamente foi Paulo. O meigo Nazareno revelara a
Ananias a dolorosa experiência paulina: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer
pelo meu nome” (At 9.16). Ao longo do Novo Testamento, o apóstolo dos gentios é
provado de várias formas (2 Co 11.23-33). O homem que perseguia os cristãos se
torna perseguido; aquele que os afligia, é afligido; o que consentia na morte
dos outros, tem a sua consentida. Por isso, o Senhor disse a Paulo que duro
seria “recalcitrar contra os aguilhões” (At 9.5).
2.
Deixado por
seus filhos na fé: “Bem sabes isto: que os que estão na Ásia, todos se
afastaram de mim; entre os quais foram Figelo e Hermôgenes” (2 Tm 1.15). Após
uma prática intensa de implantação de igrejas locais – discipulado, formação de
liderança nativa e defesa do Evangelho - comunidades inteiras foram atendidas
pelo trabalho de um verdadeiro apostolado. Não obstante, Paulo sente-se
abandonado por seus irmãos de caminhada. Prisioneiro de Roma é inimaginável a
tristeza do apóstolo nesse momento de solidão (2 Tm 4.9-11).
3.
A tristeza do
apóstolo: O apóstolo dos gentios sente a dor do desamparo, da traição e
da perda quando pede a Timóteo: “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas
me desamparou amando o presente século [...] Só Lucas está comigo” (2 Tm
4.9,11). O quadro da vida de Paulo mostra-nos como podemos ser vitimas do
desamparo, da traição e do abandono na caminhada cristã. Esse fato não acontece
apenas com pessoas não crentes. Aconteceu com Paulo! Pode acontecer com você
também! Mas, onde está a sua esperança? Em quem ela se fundamenta? As respostas
a essas perguntas podem, ou não, mudar o caminho de sua vida crista (Mt 7.14; 2
Tm 2.4).
II.
CONTENTANDO-SE
EM CRISTO
1.
Apesar da
necessidade não satisfeita: A prisão gélida onde Paulo foi encerrado
expressa o estado da completa falta de dignidade humana em que ele
encontrava-se. Apesar de receber apoio das igrejas locais, nem sempre o
apóstolo dos gentios teve suas necessidades satisfeitas. Por isso, dizia ele
estar escrevendo em meio a muitos sofrimentos, angústias e com muitas lágrimas
(2 Co 2.4).
A
experiência paulina desafia-nos a viver um evangelho que não prioriza a ilusão
de uma vida de “mar de rosas”. Antes, desafia-nos a viver a realidade dos
“espinhos” e “abrolhos” que não poucas vezes “ferem-nos a carne”. Todavia, a
graça de Cristo é-nos suficiente para que, mesmo não tendo as necessidades
satisfeitas, o nosso coração se aclame e venhamos a nos deleitarmos em Deus (2
Co 12.9)
2.
Livre da
opressão da necessidade: Embora preso e necessitado, o apóstolo envia
uma carta aos filipenses, demonstrando o regozijo do senhor em seu coração ao
saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele (Fp 4.10). Esse fato
denota a maturidade do apóstolo em Cristo mesmo no sofrimento do cativeiro (v
11). Como Paulo, devemos regozijar-nos no Senhor em meio às aflições e aos
sofrimentos da vida. Isso é ser maduro e livre da opressão da necessidade!
Embora esta nos assole o coração, ainda assim esperamos em Deus e alegremo-nos
nEle, que é a nossa esperança (Sl 11.1; 35.9; 42.11).
3.
Contente e
fundamentado em Cristo: O apóstolo dos gentios agradece aos filipenses
pelas ofertas e generosidade praticadas em seu favor (Fp 4.14). No entanto,
embora carente, a alegria do apóstolo pela oferta recebida não demonstra o
desespero de alguém necessitado por dinheiro, antes, evidência a suficiência de
Cristo representada através do socorro da igreja de Filipos (4.18). outro
destaque nesse episodio é o regozijo de Paulo pela maturidade cristã dos
filipenses. Ele atestara que, a seu exemplo, essa igreja encontrava-se
edificada em cristo (1.3-6). A alegria de Paulo não estava na oferta recebida,
mas no contentamento que desfrutava em Cristo Jesus, nos momentos de aflições,
e em ver a disposição da igreja filipense.
III.
AMADURECENDO
PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO
1.
Através das
experiências: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a
maneira e em toda as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter
fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Em Rm 5.3-5
o apóstolo Paulo descreve o processo da maturidade cristã que o Senhor espera
de seus servos: a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a
experiência, a esperança; a esperança, a certeza.
A
vida de Paulo nos ensina que a provação na vida do servo de Deus forjará uma
pessoa melhor, mais crente em Jesus e fiel a Deus. O sofrimento faz-nos
constatar o quanto dependemos do Senhor (Sl 118.8,9). Nada melhor do que
crescemos em deus, e diante dos homens, com as nossas próprias experiências.
2.
Não pela
autossuficiência: Passar pelas experiências angustiosas da vida só
revela o quanto somos dependentes do Altíssimo. Se não fosse por obra e graça
de Deus não desfrutaríamos a sua doce presença. Como explicar a solidez da fé
de uma mãe que perdeu seu filho; da esposa que, de forma trágica, viu a vida do
seu cônjuge se esvair; do pai de família que, da noite para o dia, veio a
perder todos os bens materiais; mas, ao mesmo tempo, podem dizer: O Senhor o
deu e o tomou; bendito seja o nome do Senhor! (Jó 1.21).
Muitos
outros exemplos podem ser lembrados, mas nessa oportunidade, destacamos o
quanto somos finitos, limitados e insuficientes na hora da aflição da vida. Há,
porém, um lugar de abrigo nos dias de tribulação: o esconderijo do Altíssimo.
Pelo qual, podemos dizer: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza,
e nele confiarei” (Sl 91.2).
3.
Tudo posso
naquele que me fortalece: Essa expressão revela o contentamento de
Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo. Infelizmente, a expressão paulina
tem sido mal interpretada. O texto não mostra nada além da maturidade que o
apóstolo adquiriu. Após, e durante todo o sofrimento por amor a Cristo, o
apóstolo pôde regozijar-se, não pela confiança em Cristo, nosso Senhor. Diante
de toda a provação e sofrimento, o Pai Celestial pode nos dar a sua graça para
suportar as aflições do mundo. Pois, verdadeiramente podemos dizer: “Posso
todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
CONCLUSÃO
Querido
irmão e prezada irmã, jamais foi nossa intenção, nesse trimestre, desenhar para
você um quadro ilusório da vida, dizendo: “Você não mais sofrerá, nem ficará
doente ou muito menos morrerá”. Não! Tais falácias não são promessas bíblicas.
Jesus nunca usou desses subterfúgios para lidar com os problemas existenciais
dos seus discípulos. Nós, segundo o seu exemplo, temos a obrigação de dizer ao
povo de Deus que no mundo teremos aflições (Jo 16.33). Mas Ele venceu o mundo
e, por isso, devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível desfrutar a paz do
Senhor no momento de provação e sofrimento. Por isso, tenha a paz em Deus, que
excede todo entendimento, e bom ânimo em Cristo! Ele está conosco todos os dias
até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Amém!
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 90 - 96
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