Texto Áureo: 1 Reis 16.31
Verdade Prática: A apostasia na
história do povo de Deus é um perigo real e não uma mera abstração. Por isso,
vigiemos.
Leitura Bíblica: 1 Reis 16.29-34
Lição 01
INTRODUÇÃO
Podemos
afirmar, com segurança, que um dos períodos mais sombrios na história do reino
do Norte, também denominado “Israel”, ocorreu durante o reinado de Acabe, filho
de Onri, Acabe governou entre os anos 874 e 853 a.C., e o seu reinado foi
marcado pela tentativa de conciliar os elementos do culto cananeu com a
adoração israelita.
Uma
primeira leitura dos capítulos 16.29 – 22.40 do livro de 1 Reis, revela que
essa mistura foi desastrosa para o povo de Deus. Na prática, o culto ao Deus
verdadeiro foi substituído pela adoração ao deus falso Baal, trazendo como
consequência uma apostasia sem precedentes e pondo em risco até mesmo a
verdadeira adoração a Deus.
I.
AS CAUSAS DA
APOSTASIA
1.
Casamento
misto: O texto bíblico põe o casamento misto de Acabe com Jezabel, filha
de Etbaal rei dos sidônios, como uma das causas da apostasia no reino do Norte.
O relato bíblico destaca que Acabe “tomou por mulher a Jezabel, filha de
Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou” (1 Rs 16.21).
Foi
em decorrência desse casamento pagão que a idolatria entrou com força em
Israel. Embora se fale de um casamento politico, as consequências dele foram na
verdade espirituais. A mistura sempre foi um perigo constante na história do
povo de Deus. Os crentes devem tomar todo o cuidado para evitar as uniões
mistas. A Escritura, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, condena esse
tipo de união (Dt 7.3; 2 Co 6.14,15).
2.
Institucionalização
da idolatria: A união de Acabe com Jezabel demonstrou logo ser desastrosa,
pois através de sua influência, Acabe “levantou um altar a Baal, na casa de
Baal que edificara em Samaria” (1 Rs 16.32). A institucionalização da idolatria
em Israel fica evidente quando o autor sagrado destaca que também Acabe “fez um
poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao Senhor,
Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele” (1 Rs
16.33). Não há dúvidas de que o culto a Baal estava suplantando o verdadeiro
culto a Deus. Havia uma idolatria financiada pelo Estado.
Vez
por outra temos visto Satanás tentando se valer do poder estatal para financiar
práticas que são contrárias aos princípios cristãos. Por isso devemos orar pela
nação para que ela seja um canal de bênção e não de maldição.
II.
OS AGENTES DA
APOSTASIA
1.
Acabe:
Onri, pai de Acabe e rei de Israel que reinou entre os anos 885 e 874 a.C, foi
um grande administrador, tanto na política interna como na externa de Israel.
Mas foi um desastre como líder espiritual do povo de Deus (1 Rs 16.25,26). O pecado
de Acabe foi andar nos caminhos idolatras de seu pai, que foi um seguidor de
Jeroboão, filho de Nebate (1 Rs 16.26) e também ter aderido aos maus costumes
dos cananeus, trazidos por sua esposa, Jezabel (1 Rs 16.31). Esse fato fez com
que Acabe se tornasse um instrumento muito eficaz na propagação do culto
idolatra a Baal. Devemos ser imitadores do que é bom e não daquilo que é mau.
2.
Jezabel:
De acordo com o relato de 1 Rs 19.19, Jezabel trouxe para Israel seus deuses
falsos e também seus falsos profetas. Teve uma verdadeira obstinação na
implantação da adoração a Baal em território israelita. Foi sem dúvida alguma
uma agente do mal na tentativa de suprimir ou acabar de vez com o verdadeiro
culto a Deus. Não fosse a intervenção do Senhor através dos profetas, em
especial Elias, ela teria conseguido o seu intento. O Senhor sempre conta om
alguém a quem Ele levanta em tempos de crise.
III.
AS
CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA
1.
A perda da
identidade nacional e espiritual: As palavras de Elias: “Até quando
coxeareis entre dois pensamentos?” (1 Rs 18.21), revela a crise de identidade
dos israelitas do reino do Norte. A adoração a Baal havia sido fomentada com
tanta força pela casa real que o povo estava totalmente dividido em sua
adoração. Quem deveria ser adorado, Baal ou o Senhor? Sabemos pelo relato
Bíblico que Deus havia preservado alguns verdadeiros adoradores, mas a grande
massa estava totalmente propensa à adoração falsa. A nação que sempre fora
identificada pelo nome do Deus a quem servia, estava agora perdendo essa
identidade.
2.
O julgamento
divino: É nesse cenário que aparece a figura do profeta Elias
predizendo uma seca que duraria cerca de três anos (1 Rs 17.1; 18.1). A fim de
que a nação não viesse a perder de vez a sua identidade espiritual e até mesmo
deixar de ser vista como povo de Deus, o Senhor enviou o seu mensageiro para
trazer um tratamento de choque à nação. Julgamento semelhante ocorre durante o
reino de Jeorão, filho de Josafá e genro de Acabe, que recebe uma carta do
profeta Elias. Nela é anunciado o juízo divino sobre a sua vida e reinado (2 Cr
21.12-15). O Senhor mostrou claramente que a causa do julgamento estava
associada ao abandono da verdadeira fé em Deus. Tempos depois o apóstolo dos
gentios irá nos lembrar da necessidade de nos corrigirmos diante do Senhor (1
Co 11.31,32).
IV.
APOSTASIA
1.
Um perigo
Real: A apostasia era algo bem real no reino do Norte. Estava espalhada
por toda parte. Na verdade a palavra apostasia significa, segundo os léxicos,
abandonar a fé ou mudar de religião. Foi exatamente isso que os israelitas
estavam fazendo, estavam abandonando a adoração devida ao Deus verdadeiro para
seguirem aos deuses cananeus.
Em
o Novo Testamento observamos que os cristãos são advertidos sobre o perigo da
apostasia! Na Epístola aos Hebreus o autor coloca a apostasia como um perigo
real e não apenas como uma mera suposição (Hb 6.2-6). Se o cristão não mantiver
a vigilância é possível sim que ele venha a naufragar na fé.
2.
Um mal
evitável: Já observamos que Acabe foi um rei mau (1 Rs 16.30). Em vez
de seguir os bons exemplos, como os de Davi, esse monarca do reino do Norte
preferiu seguir os maus exemplos. O cronista destaca que “ninguém houve, pois,
como Acabe, que se vendeu para fazer o
que era mal perante o Senhor, porque Jezabel sua mulher, o instigava” (1 Rs
21.25). Ainda de acordo com esse mesmo capítulo, Acabe se contristou quando foi
repreendido pelo profeta, mas parece que foi um arrependimento tardio (1 Rs
21.17-29). Tivesse ele tomado essa atitude antes, o seu reinado teria sido
diferente.
Por
que não seguir os bons exemplos e assim evitar o amargor de um arrependimento
tardio?
CONCLUSÃO
Ficou
perceptível nessa lição que a apostasia no reino do Norte pôs em perigo a
existência do povo de Deus durante o reinado de Acabe. A sua união com Jezabel
demonstrou ser nociva não somente para Acabe, que teve o seu reino destroçado,
mas também para o povo de Deus, que por muitos anos ficou dividido entre dois
pensamentos em relação ao verdadeiro culto.
As
lições deixadas são bastante claras para nós: não podemos fazer aliança com o
paganismo mesmo que isso traga algumas vantagens políticas ou sociais; a
verdadeira adoração a Deus deve prevalecer sobre toda e qualquer oferta que nos
seja feita. Mesmo que essas ofertas tragam grandes ganhos no presente. Todavia
nada significam quando mensuradas pela água da
eternidade
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/2013
Comentarista: José Gonçalves
Tema Central: ELIAS E ELISEU – Um Ministério de Poder para toda a
Igreja
Páginas: 03 - 10
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