Texto Áureo: 2 Crônicas 7.14
Verdade Prática: A longa seca sobre
Israel teve como objetivos disciplinar e demonstrar a soberania divina sobre os
homens.
Leitura Bíblica: 1 Reis 18.1-8
Lição 03
INTRODUÇÃO
A
longa seca predita pelo profeta Elias e que teve seu fiel cumprimento nos dias
do rei Acabe (1 Rs 17.1,2; 18.1,2) é citada em o Novo testamento pelo apostolo
Tiago: “Elias [...] orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis
meses, não choveu sobre a terra” (Tg 5.17). A seca é um fenômeno climático e
como tal é imprevisível. Todavia, no contexto do reinado de Acabe ela ocorreu
não somente como algo previsível, mas também anunciado. Não era um fenômeno
simplesmente meteorológico, mas profético. Aqui veremos como se deu esse fato e
como ele revela a soberania de Deus não somente sobre a história, mas também
sobe os fenômenos naturais.
I.
O PORQUÊ DA
SECA
1.
Disciplinar a
nação: O culto a Baal financiado pelo estado nortista afastou o povo da
adoração verdadeira. O profeta Elias estava consciente disso e quando
confrontou os profetas de Baal, logo percebeu que o povo não mantinha mais
fidelidade ao Deus de Israel: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse:
Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se
Baal, segui-o” (1 Rs 18.21). De fato a palavra hebraica as’iph, traduzida como
pensamentos, mantém o sentido de ambivalência ou opinião dividida. A idolatria
havia dividido o coração do povo. Parra corrigir um coração dividido somente um
remédio amargo surtiria efeito (1 Rs 18.37).
2.
Revelar a
divindade verdadeira: Quando Jezabel veio para Israel não veio sozinha.
Ela trouxe consigo a sua religião e uma vontade obstinada de fazer dos seus
deuses o principal objeto de adoração entre os hebreus. De fato observamos que
o culto ao Senhor foi substituído pela adoração a Baal e Aserá, principais
divindades dos sidônios (1 Rs 16.30-33). A consequência desse ato foi uma total
decadência moral e espiritual. Baal era o deus do trovão, do raio e da
fertilidade, e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais. A longa
seca sobre o reino do Norte criou as condições necessárias para que Elias
desafiasse os profetas de Baal e provasse que tal divindade não passava de um
deus falso (1 Rs 17.1,2; 18.1,2,21,39).
Deus
não precisa provar nada para ser Deus, mas os homens costumam responder
favoravelmente quando suas razões são convencidas pelas evidências.
II.
OS EFEITOS
DA SECA
1.
Escassez e
fome: A escritura afirma que “a fome era extrema em Samaria” (1 Rs
18.2). A seca já havia provado que Baal era um deus impotente frente aos
fenômenos naturais e a fome demonstrou à nação que somente o Senhor é a fonte
de toda provisão. Sem Ele não haveria chuva e consequentemente não haveria
alimentos. O texto de 1 Rs 18.5 revela que até mesmo os cavalos da montaria
real estavam sendo abatidos. O desespero era geral. A proposito, o texto
hebraico de 1 Rs 18.2 diz que a estiagem foi violenta e severa. A verdade é que
o pecado sempre traz consequências amargas!
2.
Endurecimento
ou arrependimento: É interessante observamos que o julgamento de Deus
produziu efeitos diferentes sobre a casa real e o povo. Percebemos que à
semelhança de Faraó (Ex 9.7), o rei Acabe e sua esposa, Jezabel, não
responderam favoravelmente ao juízo divino. Acabe, por exemplo, durante a
estiagem confrontou-se com o profeta Elias e o acusou de ser o perturbador de
Israel (1 Rs 18.17). Quem resiste a ação divina acaba por ficar endurecido!
Por
outro lado, o povo que não havia dado nenhuma resposta ao profeta Elias quando
questionado (1 Rs 18.21), respondeu favoravelmente ante a ação soberana do
Senhor: “O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o
Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39). O Novo Testamento alerta:
“[...] se ouvires hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3.7,8).
III.
A PROVISÃO
DIVINA NA SECA
1.
Provisão
pessoal: Há sempre uma provisão de Deus para aquele que o serve em
tempos de crise. Embora houvesse uma escassez generalizada em Israel, Deus
cuidou de Elias de uma forma especial que nada veio lhe faltar (1 Rs 17.1-7). A
forma como o Senhor conduz o seu servo é de grande relevância. Primeiramente,
Ele o afasta do local onde o julgamento seria executado: “vai-te daqui” (1 Rs
17.3). deus julga e não quer que o seu servo experimente as consequências
amargas desse julgamento! Em segundo lugar, o Senhor o orienta a se esconder:
“Esconde-te junto ao ribeiro de Querite” (1 Rs 17.3). Deus não estava fazendo espetáculo;
era uma ocasião de Juízo. Em terceiro lugar, Elias deveria ser suprido com
aquilo que o Senhor providenciasse: “Os corvos lhe traziam pão e carne” (1 Rs
17.6). Não era uma iguaria, mas era uma provisão divina.
2.
Provisão
coletiva: Ficamos sabendo pelo relato Bíblico que além de Elias, o
profeta de Tisbe, o Senhor também trouxe a sua provisão para um grande número
de pessoas. Primeiramente encontramos o Senhor agindo através de Obadias,
mordomo do rei Acabe provendo livramento e suprimento para os seus servos:
“Obadias tomou cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu, numa
cova, e os sustentou com pão e água” (1 Rs 18.4). Em segundo lugar, o próprio
Senhor falou a Elias que Ele ainda contava com sete mil pessoas que não haviam
dobrado os seus joelhos diante de Baal: “Eu fiz ficar em Israel sete mil” (1 Rs
19.18). Deus cuida de seus servos e sempre lhes provê o pão diário.
IV.
AS LIÇÕES
DEIXADAS PELA SECA
1.
A majestade
divina: Há alguns fatos que devemos atentar sobre a ação de Deus de
Elias, conforme registrado nos versículos do capítulo 17 do primeiro livro dos
Reis. Antes de mais nada, a sua onipotência. Ele demonstra controle sobre os
fenômenos naturais (1 Rs 17.1). Em segundo lugar, Deus mostra a sua onipresença
durante esses fatos, Elias, ao se referir ao Senhor, reconheceu-o como um Deus
sempre presente: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs
17.1). Em terceiro lugar, Ele é onisciente, pois sabe todas as coisas, quer
passadas, quer presentes, ou futuras. O profeta disse que não haveria nem
orvalho nem chuva, e não houve mesmo! (1 Rs 17.1).
2.
O pecado tem
o seu custo: Quando o profeta Elias encontra-se com Acabe durante o
período da seca, Elias responde ao monarca e o censura por seus pecados: “Eu
não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os
mandamentos do Senhor e seguistes os baalins” (1 Rs 18.18). Em outras palavras,
Elias afirmava que tudo o que estava acontecendo em Israel era resultado do
pecado. O pecado pode ser atraente e até mesmo desejável, mas tem um custo
muito alto. Não vale a pena!
CONCLUSÃO
A
longa seca sobre o reino do Norte agiu como um instrumento de Juízo e
disciplina. Embora o coração do rei não tenha dado uma resposta favorável ao
chamamento divino, os propósitos do Senhor foram alcançados. O povo voltou para
deus e o perigo de uma apostasia total foi afastado.
A
fome revelou como é vão adorar os deuses falsos e ao mesmo tempo demonstrou que
o Senhor é um Deus soberano! Ele age como quer e quando quer. Fica, pois a
lição que até mesmo em uma escassez violenta a graça de Deus revela-se de forma
maravilhosa.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/2013
Comentarista: José Gonçalves
Tema Central: ELIAS E ELISEU – Um Ministério de Poder para toda a
Igreja
Páginas: 17 - 23
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