quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

OS ÍDOLOS DO TEMPLO


Texto Áureo: 2 Crônicas 29.5
Verdade Prática: A Igreja é o santuário do Deus Vivo e Verdadeiro. Não haverá de negociar a glória divina nem partilhará o seu serviço e adoração com nenhum ídolo.
Leitura Bíblica: 2 Crônicas 33.1-7

Lição 8

INTRODUÇÃO

Você já ouviu falar da Igreja Amigável? Não sei se já existe no Brasil. Mas, nos Estados Unidos, é muito conhecida. Em algumas delas, são promovidos desfiles de moda e até espetáculos violentos como luta livre. Para justificar-lhe a existência, seus organizadores alegam serem elas necessárias para segurar as pessoas na casa de Deus: “Se nossos clientes querem tais atrações, por que não lhes dar?”.
A Igreja Amigável não é nenhuma novidade. Ela surgiu no Antigo Testamento, quando o rei Salomão, no auge de sua glória, resolveu erigir vários altares aos deuses pagãos em redor do Santo templo (1 Rs 11.1-7). Seu mau exemplo haveria de ser imitado por vários de seus descendentes. Manassés, o mais perverso dos monarcas judaítas, entulhou a Casa de Deus dos mais abomináveis ídolos.
Não estaremos, de algum modo, agindo como esses soberanos? O momento exige reflexão, disciplina e lágrimas.

I.                   A BELEZA E A SUNTUOSIDADE DO TEMPLO

Não havia construção mais suntuosa nem mais bela em todo o Oriente. O Santo Templo fora edificado para fazer-se digno do nome de Jeová. Comprove-o lendo os capítulos 6 e 7 de 1 Reis. Temos aí uma pormenorizada descrição do santuário que levaria a glória do Senhor aos confins da terra. Haja vista a rainha de Sabá; porquanto ouvira das beneficências do Altíssimo em relação a Israel, veio dos longes de Sabá (Atual Iêmen – grifo nosso) para conferir se tudo que lhe haviam dito era verdade. Ao despedir-se de Salomão, confessou: “Eis que me não disseram metade” (1 Rs 10.7).
Não exagerava a soberana de Sabá; o Templo fora construído para ser o guardião por excelência da glória divina. Eis o que se deu em sua consagração.
“E acabando Salomão de orar, desceu fogo Fo céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu AA casa. E os sacerdotes não podiam entrar na Casa do Senhor. E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (2 Cr 7.1-3).
Apesar de tão poderosas manifestações do imerecido favor de Jeová, achava-se Israel à beira da apostasia.

II.                OS ÍDOLOS SÃO INTRODUZIDOS NO TEMPLO

Um dos mais tristes episódios das Sagradas Escrituras foi a apostasia de Salomão. O que teria levado um rei tão sábio e piedoso, e de tal modo distinguido, a abandonar o Deus Único e Verdadeiro para apegar-se a ídolos que nada eram? Se repassarmos os direitos do rei em Deuteronômio, entenderemos porque o filho de Davi foi induzido aa desviar-se do Senhor.
Não poderia ele multiplicar cavalos; tinha-os, porém, aos milhares (Dt 17.16). Não deveria possuir muitas mulheres; entretanto casara-se com 700, e a estas viria a acrescentar 300 concubinas (Dt 17.17). E aa sua prata? E o seu ouro? Como lhe crescesse o orgulho em vista de tantos bens, foi aos poucos esquecendo-se da suficiência, da santidade e das reivindicações do Deus de Israel.
A idade não o fez mais prudente. No outono da vida, permitiu-se corromper pelas estrangeiras que, conquanto casadas com um adorador do verdadeiro Deus, jamais se divorciaram de seus ídolos. Instigaram-no elas a encher Jerusalém dos mais abomináveis ídolos. E, assim, aquele monarca, dantes tão piedoso, ei-lo a curvar-se ante Astarote e perante Milcom (1 Rs 11.1-5).
O que fez Salomão? Numa linguagem moderna, buscou globalizar a região do Crescente Fértil. Com essa sua atitude, tão em voga em nossos dias, apostatou ele da fé, desviou-se de Deus e induziu todo o Israel a quebrantar a aliança que o Senhor firmara com Abraão, Isaque e Jacó.
Séculos mais tarde, um de seus descendentes seguir-lhe-ia o exemplo até Às fronteiras do inferno. Manassés “edificou altares na Casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente. Edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os pátios da Casa do Senhor” (2 Cr 33.4,5).
Em consequência dos pecados de Salomão e da impiedade de Manassés, Judá haveria de ser desarraigado de sua herança (Jr 15.4). Depois de lermos o inglório epílogo de Salomão, vem-nos à mente a inquietante pergunta: Não estaremos nós a abarrotar a Casa de Deus com os ídolos deste século?

III.             OS MODERNOS ÍDOLOS DA CASA DE DEUS

A indagação não exige apenas sinceridade; requer confissão e arrependimento. Por que muitos crentes que, no passado, eram fortes e arrojados no Senhor vieram a tornar-se tão frios e tão comprometidos com o mundo? Por que alguns movimentos do Espírito tornaram-se denominações? Por que algumas denominações fizeram-se tão nominais e apostatas?
Conforme vimosa na lição passada, deixaram eles de ser movimentos de fé, poder e santidade, para fazerem monumentos. E como um monumento sempre arrasta outro monumento, de repente surpreendemo-nos a adorar o que não convém na casa daquele que está a demandar-nos completa e absoluta rendição. Vejamos alguns ídolos que estamos a adorar sem o percebermos.
1.      O mundo: O mundo é o primeiro ídolo a ser introduzido na igreja de Deus quando abandonamos o Deus da igreja. Os crentes, então, perdem a sua postura como servos de Deus. Conformam-se com este século. Adotam costumes extravagantes e modas lascivas, contrariando frontalmente a modéstia cristã. Não demora muito e aí vem o conformismo espiritual; o nominalismo torna-se mais forte; aa irreverência acaba por invadir o lugar santo, afrontando os justos e desprezando os preceitos de uma vida santa e pura. Enfim, escancaram-se as portas à apostasia.
Cuidado! Muito cuidado! A palavra divina não caducou: Mui fiéis são os teus testemunho; a santidade convém a tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).
Não são poucos os teólogos que erradamente, dissociam a doutrina dos bons costumes. Conscientizemo-nos, porém: entre estes e aquela não existe nenhuma dualismo; são perfeitamente harmônicos. A boa doutrina produz natural e automaticamente os bons costumes. Ao passo que os costumes mundanos acabarão por gerar doutrinas incoerentes e contrárias à Palavra de Deus. Isto porque a cada mau costume haverá de exigir justificativas teológicas. E o que não faltam são teólogos mundanizados para lhas dar. O Senhor, contudo, requer santidade, pureza, misericórdia e um firme compromisso com a sua Palavra (1 Jo 1.15,16).
2.      Música profana: De tal forma imiscui-se a música profana na casa de Deus que, hoje, frágeis e débeis são as vozes que sustentam biblicamente a defesa da legitima música sacra. Nossas Harpas Cristãs, quais cítaras exiladas, acham-se dependuradas nos salgueiros enquanto que, no santuário, são introduzidos ritmos anômalos e extravagantes com letras divorciadas da sã doutrina. Até quando Deus suportará tal profanação? (1 Cr 16.42).
A música sacra não é show, é celebração ao Senhor. O cantor não pode ser visto como ídolo; sua função é adorar e não ser adorado. Não é artista; é sacerdote que se expressa amorosamente a Deus. É claro que ele precisa sustentar-se; faça-o, porém com ética e temor, sabendo que Deus jamais abandonou os levitas.
Aos cantores que se santificam ao Senhor, sim. Aos que são forjados e estimulados pela mídia que só se interessa por lucros gananciosos, não, não e não. Se lhes criarmos nichos e altares, voltar-se-ão eles contra nos, cobrando pesados tributos e exigindo uma adoração que só é devida ao Único e Verdadeiro Deus.
3.      Mensageiros sem mensagem: Fama não é unção. Esta vem através de uma profunda comunhão com; aquela por intermédio de um bem engendrado marketing. A unção forja o profeta; a fama esculpe o ídolo. Se o primeiro é a voz que clama no deserto, o segundo vai ao encalço dos altares onde possa ser adorado.
O Senhor Jesus, porém, conhece os que lhe pertencem.
O ídolo parece mensageiro, mas não tem mensagem. O homem de Deus, contudo, mesmo não tendo aparência prega com a vida e tem um testemunho santo.
Não precisamos de mensageiros comprometidos  com teologias exóticas e  nem com modismos. É0 chegada a ora de ouvirmos a genuína Palavra de Deus (Ez 2.7).

CONCLUSAO

Diante da urgência destes últimos dias, não podemos tergiversar: ou optarmos pela glória de Deus ou ficamos com os deuses que o Diabo está a oferecer aos santos.
O momento requer precaução. Vigiemos! Se não ficarmos atentos e não tivermos olhos ungidos, corremos o risco de introduzir, na casa de Deus, abominações e iniquidades.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2000
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM – Quando a idolatria ameaça a Igreja de Cristo
Páginas: 37 - 41

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