Texto Áureo: 2 Crônicas 29.5
Verdade Prática: A Igreja é o santuário do Deus Vivo e Verdadeiro.
Não haverá de negociar a glória divina nem partilhará o seu serviço e adoração
com nenhum ídolo.
Leitura Bíblica: 2 Crônicas 33.1-7
Lição 8
INTRODUÇÃO
Você já ouviu
falar da Igreja Amigável? Não sei se já existe no Brasil. Mas, nos Estados
Unidos, é muito conhecida. Em algumas delas, são promovidos desfiles de moda e
até espetáculos violentos como luta livre. Para justificar-lhe a existência,
seus organizadores alegam serem elas necessárias para segurar as pessoas na
casa de Deus: “Se nossos clientes querem tais atrações, por que não lhes dar?”.
A Igreja
Amigável não é nenhuma novidade. Ela surgiu no Antigo Testamento, quando o rei
Salomão, no auge de sua glória, resolveu erigir vários altares aos deuses
pagãos em redor do Santo templo (1 Rs 11.1-7). Seu mau exemplo haveria de ser
imitado por vários de seus descendentes. Manassés, o mais perverso dos monarcas
judaítas, entulhou a Casa de Deus dos mais abomináveis ídolos.
Não estaremos,
de algum modo, agindo como esses soberanos? O momento exige reflexão,
disciplina e lágrimas.
I.
A BELEZA E A
SUNTUOSIDADE DO TEMPLO
Não havia
construção mais suntuosa nem mais bela em todo o Oriente. O Santo Templo fora
edificado para fazer-se digno do nome de Jeová. Comprove-o lendo os capítulos 6
e 7 de 1 Reis. Temos aí uma pormenorizada descrição do santuário que levaria a
glória do Senhor aos confins da terra. Haja vista a rainha de Sabá; porquanto
ouvira das beneficências do Altíssimo em relação a Israel, veio dos longes de
Sabá (Atual Iêmen – grifo nosso)
para conferir se tudo que lhe haviam dito era verdade. Ao despedir-se de
Salomão, confessou: “Eis que me não disseram metade” (1 Rs 10.7).
Não exagerava a
soberana de Sabá; o Templo fora construído para ser o guardião por excelência
da glória divina. Eis o que se deu em sua consagração.
“E acabando
Salomão de orar, desceu fogo Fo céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e
a glória do Senhor encheu AA casa. E os sacerdotes não podiam entrar na Casa do
Senhor. E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor
sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram,
e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre”
(2 Cr 7.1-3).
Apesar de tão
poderosas manifestações do imerecido favor de Jeová, achava-se Israel à beira
da apostasia.
II.
OS ÍDOLOS
SÃO INTRODUZIDOS NO TEMPLO
Um dos mais
tristes episódios das Sagradas Escrituras foi a apostasia de Salomão. O que
teria levado um rei tão sábio e piedoso, e de tal modo distinguido, a abandonar
o Deus Único e Verdadeiro para apegar-se a ídolos que nada eram? Se repassarmos
os direitos do rei em Deuteronômio, entenderemos porque o filho de Davi foi
induzido aa desviar-se do Senhor.
Não poderia ele
multiplicar cavalos; tinha-os, porém, aos milhares (Dt 17.16). Não deveria
possuir muitas mulheres; entretanto casara-se com 700, e a estas viria a
acrescentar 300 concubinas (Dt 17.17). E aa sua prata? E o seu ouro? Como lhe
crescesse o orgulho em vista de tantos bens, foi aos poucos esquecendo-se da
suficiência, da santidade e das reivindicações do Deus de Israel.
A idade não o
fez mais prudente. No outono da vida, permitiu-se corromper pelas estrangeiras
que, conquanto casadas com um adorador do verdadeiro Deus, jamais se
divorciaram de seus ídolos. Instigaram-no elas a encher Jerusalém dos mais
abomináveis ídolos. E, assim, aquele monarca, dantes tão piedoso, ei-lo a
curvar-se ante Astarote e perante Milcom (1 Rs 11.1-5).
O que fez
Salomão? Numa linguagem moderna, buscou globalizar a região do Crescente
Fértil. Com essa sua atitude, tão em voga em nossos dias, apostatou ele da fé,
desviou-se de Deus e induziu todo o Israel a quebrantar a aliança que o Senhor
firmara com Abraão, Isaque e Jacó.
Séculos mais
tarde, um de seus descendentes seguir-lhe-ia o exemplo até Às fronteiras do
inferno. Manassés “edificou altares na Casa do Senhor, da qual o Senhor tinha
dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente. Edificou altares a todo o
exército dos céus, em ambos os pátios da Casa do Senhor” (2 Cr 33.4,5).
Em consequência
dos pecados de Salomão e da impiedade de Manassés, Judá haveria de ser
desarraigado de sua herança (Jr 15.4). Depois de lermos o inglório epílogo de
Salomão, vem-nos à mente a inquietante pergunta: Não estaremos nós a abarrotar
a Casa de Deus com os ídolos deste século?
III.
OS MODERNOS
ÍDOLOS DA CASA DE DEUS
A indagação não
exige apenas sinceridade; requer confissão e arrependimento. Por que muitos
crentes que, no passado, eram fortes e arrojados no Senhor vieram a tornar-se
tão frios e tão comprometidos com o mundo? Por que alguns movimentos do
Espírito tornaram-se denominações? Por que algumas denominações fizeram-se tão
nominais e apostatas?
Conforme vimosa
na lição passada, deixaram eles de ser movimentos de fé, poder e santidade,
para fazerem monumentos. E como um monumento sempre arrasta outro monumento, de
repente surpreendemo-nos a adorar o que não convém na casa daquele que está a demandar-nos
completa e absoluta rendição. Vejamos alguns ídolos que estamos a adorar sem o
percebermos.
1.
O mundo:
O mundo é o primeiro ídolo a ser introduzido na igreja de Deus quando
abandonamos o Deus da igreja. Os crentes, então, perdem a sua postura como
servos de Deus. Conformam-se com este século. Adotam costumes extravagantes e
modas lascivas, contrariando frontalmente a modéstia cristã. Não demora muito e
aí vem o conformismo espiritual; o nominalismo torna-se mais forte; aa
irreverência acaba por invadir o lugar santo, afrontando os justos e
desprezando os preceitos de uma vida santa e pura. Enfim, escancaram-se as
portas à apostasia.
Cuidado! Muito
cuidado! A palavra divina não caducou: Mui fiéis são os teus testemunho; a
santidade convém a tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).
Não são poucos
os teólogos que erradamente, dissociam a doutrina dos bons costumes.
Conscientizemo-nos, porém: entre estes e aquela não existe nenhuma dualismo;
são perfeitamente harmônicos. A boa doutrina produz natural e automaticamente
os bons costumes. Ao passo que os costumes mundanos acabarão por gerar
doutrinas incoerentes e contrárias à Palavra de Deus. Isto porque a cada mau
costume haverá de exigir justificativas teológicas. E o que não faltam são
teólogos mundanizados para lhas dar. O Senhor, contudo, requer santidade,
pureza, misericórdia e um firme compromisso com a sua Palavra (1 Jo 1.15,16).
2.
Música
profana: De tal forma imiscui-se a música profana na casa de Deus que,
hoje, frágeis e débeis são as vozes que sustentam biblicamente a defesa da
legitima música sacra. Nossas Harpas Cristãs, quais cítaras exiladas, acham-se dependuradas
nos salgueiros enquanto que, no santuário, são introduzidos ritmos anômalos e
extravagantes com letras divorciadas da sã doutrina. Até quando Deus suportará
tal profanação? (1 Cr 16.42).
A música sacra
não é show, é celebração ao Senhor. O cantor não pode ser visto como ídolo; sua
função é adorar e não ser adorado. Não é artista; é sacerdote que se expressa
amorosamente a Deus. É claro que ele precisa sustentar-se; faça-o, porém com
ética e temor, sabendo que Deus jamais abandonou os levitas.
Aos cantores
que se santificam ao Senhor, sim. Aos que são forjados e estimulados pela mídia
que só se interessa por lucros gananciosos, não, não e não. Se lhes criarmos
nichos e altares, voltar-se-ão eles contra nos, cobrando pesados tributos e
exigindo uma adoração que só é devida ao Único e Verdadeiro Deus.
3. Mensageiros sem mensagem: Fama
não é unção. Esta vem através de uma profunda comunhão com; aquela por
intermédio de um bem engendrado marketing. A unção forja o profeta; a fama
esculpe o ídolo. Se o primeiro é a voz que clama no deserto, o segundo vai ao
encalço dos altares onde possa ser adorado.
O Senhor Jesus,
porém, conhece os que lhe pertencem.
O ídolo parece
mensageiro, mas não tem mensagem. O homem de Deus, contudo, mesmo não tendo
aparência prega com a vida e tem um testemunho santo.
Não precisamos
de mensageiros comprometidos com
teologias exóticas e nem com modismos.
É0 chegada a ora de ouvirmos a genuína Palavra de Deus (Ez 2.7).
CONCLUSAO
Diante da
urgência destes últimos dias, não podemos tergiversar: ou optarmos pela glória
de Deus ou ficamos com os deuses que o Diabo está a oferecer aos santos.
O momento
requer precaução. Vigiemos! Se não ficarmos atentos e não tivermos olhos
ungidos, corremos o risco de introduzir, na casa de Deus, abominações e
iniquidades.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2000
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM – Quando a
idolatria ameaça a Igreja de Cristo
Páginas: 37 - 41
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