Texto Áureo: 2 Coríntios 11.2
Verdade Prática: O casamento de Oseias
ilustra a infidelidade de Israel e mostra a sublimidade do amor de Deus
Leitura Bíblica: Oseias 1.1,2; 2.14-17, 19,20
Lição 02
INTRODUÇÃO
A
mensagem de Oseias começa a partir de sua vida pessoal. O seu casamento com
Gomer e o difícil relacionamento familiar ocupam os três primeiros capítulos do
livro que leva o seu nome. Deus tinha uma mensagem para o povo, pois a esposa e
os filhos de Oseias, assim como o abandono e a prostituição dela, e o seu
sofrimento e perdão, são sinais e profecias sobre Israel e Judá ao longo dos
séculos.
I.
O LIVRO DE
OSEIAS
1.
Contexto
histórico: O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia
política e militar da Assíria. Ele profetizou em Samaria, capital do Reino do
Norte, durante os “dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos
dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (1.1). A soma desses anos deve
ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias,
e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Rs 15.5;
18.1,2,9,10,13).
Esses
dados fornecidos pelo profeta nos permitem datar o seu ministério entre 793-753
a.C., Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas
também de apostasia generalizada (2 Rs 14.23-29).
2.
Estrutura:
A revelação foi entregue ao profeta pela palavra “dita a Oseias” (1.1a). A
segunda declaração: “O principio da palavra do Senhor por Oseias” (1.2a),
reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também esclarece que a
ordem para Oseias se Casar com “uma mulher de prostituições” aconteceu no
começo do seu ministério, como fica claro na ARA e TB (1.2b).
O
livro pode ser dividido em duas partes principais. A primeira é uma biografia
profética escrita em prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com
sua esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal com a
infidelidade e a apostasia do seu povo (1 – 3). A segunda parte é escrita em
forma poética e se constitui de profecias proferidas durante o longo intervalo
de tempo ( 4 – 14).
3.
Mensagem:
O assunto do livro é a apostasia de Israel e o grane amor de Deus revelado, que
compreende advertência, juízo divino e promessas de restauração futura (8.11 –
14; 11.1-9; 14.4-9). Mesmo num contexto de decadência moral, o oráculo descreve
o amor de Deus de maneira bela e surpreendente (2.14-16; 6.1-4; 11.1-4;
14.4-8). Seus oráculos são cheios de metáforas e símbolos dirigidos aos
contemporâneos. Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das
instituições sociais, politicas e religiosas das dez tribos do norte (5.1).
Oseias é citado no Novo Testamento (1.10; 2.23 cp Rm 9.25,26;6.6 cp Mt 9.13;
12.7; 11.1 cp Mt 2.15).
II.
O MATRIMÔNIO
1.
Etimologia:
Os termos “casamento” e “matrimônio” são equivalentes e ambos usados para
traduzir o grego gamos, que indica também “bodas’ (Jo 2.1,2) e “leito” conjugal
(Hb 13.4). Trata-se de uma instituição estabelecida pelo Criador desde a
criação, na qual um homem e uma mulher se unem em relação legal, social, espiritual
e de caráter indissolúvel (Gn 2.20-24; Mt 19.5,69). É no casamento que acontece
o processo legítimo de procriação (Gn 1.27,28), gerando a oportunidade para a
felicidade humana e o companheirismo.
2.
Simbolismo:
A intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento
proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a
sua Igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). Essa figura é notada desde o
Antigo Testamento.
3.
A ordem
divina para o casamento de Oseias: Considerando a santidade do
casamento confirmada em toda a Bíblia, a ordem divina parece contradizer tudo o
que as Escrituras falam sobre o matrimônio. Temos dificuldade em aceita-la, mas
qualquer interpretação contra o caráter literal do texto é forçada. Quando
Jeová deu a ordem, acrescentou: “porque a terra se prostituiu, desviando-se do
senhor” (1.2b), Isso era literal. A infidelidade a Deus é em si mesma um
adultério espiritual (Jr 3.1,2; Tg 4.4), ainda mais quando se trata do culto a
Baal, que envolvia a chamada prostituição sagrada (4.13,14; Jz 8.33).
III.
A LINGUAGEM
DA RECONCILIAÇÃO
1.
O casamento
restaurado: O amor é o tema central de Oseias. Com ele, Israel será
atraído por Jeová (11.4; Jr 31.3). O deserto foi o lugar do julgamento (2.3) e
nele Israel achou graça, tal que a noiva perante o noivo (Ex 5.1; Jr 2.2). A
expressão “e lhe falarei ao coração” (2.14) é a linguagem de um esposo falando
amorosamente à esposa (4.13,14; Gn 34.3; Jz 19.3). Nós fomos atraídos e
alvejados pelo amor de Deus (Rm 5.6-8).
2.
O vale de
Acor e a porta da esperança: Há aqui uma menção do monumento erguido no
vale de Acor, onde Acã, onde Acã pagou pelos seus crimes e foi executado com
toda a sua família (Js 7.2-26). A promessa é que esse vale não será mais
lembrado como lugar de castigo. Serpa transformado em lugar de restauração (Is
65.10), cujas vinhas serão dadas “por porta de esperança” (2.15).
3.
A
reconciliação: A sentença de divórcio (2.2) será anulada:
“desposar-te-ei comigo para sempre” (2.2). O Baalinismo generalizado (2.13)
virá a ser transformado em conversão nacional e genuína. Todo o povo servirá a
Jeová em fidelidade, e cada um voltará a ter conhecimento do Deus verdadeiro
(2.20).
IV.
O BANIMENTO
DA IDOLATRIA EM ISRAEL
1.
Meu marido, e
não meu Baal: A fórmula “naquele dia” (2.6,18,21) é escatológica (Jl
3.18). As expressões “meu marido” e “meu Baal”, em hebraico ishi e baali são um
jogo de palavras muito significativo.
a)
Significados:
A palavra ish significa “homem, marido” (Gn 2.24; 3.6); e baal, ou baalim, no
plural, quer dizer “dono, marido” (Ex 21.29; 2 Sm 1.26). O termo também é
aplicado metaforicamente a Deus, como marido. “Porque o teu Criador é o teu
marido” (Is 54.5). A palavra “baal”, como “dono, proprietário”, aparece 84
vezes no Antigo Testamento, sendo 15 delas como esposo de uma mulher, portanto
“marido”.
b)
Divindade dos
cananeus: Como nome da divindade nacional dos fenícios com a qual
Israel e Judá estavam envolvidos naquela época, aparece 58 vezes, sendo 18
delas no plural. Essa palavra se corrompeu por causa da idolatria e por isso
Jeová não será mais chamado de “meu baal”, mas de “meu marido” (2.16).
2.
O fim do
baalismo: Os ídolos desaparecerão da terra (Jr 10.11). Isso inclui os
baalins, cuja memória será execrada para sempre, uma vez que a palavra
profética anuncia o fim definitivo do baalismo: “os seus nomes não virão mais
em memória” (2.17). Apesar de a promessa divina ser escatológica, esses deuses
são hoje repulsa nacional em Israel.
CONCLUSÃO
O
emprego das coisas do dia a dia como ilustração facilita a compreensão da
mensagem divina, e a Bíblia está repleta desses recursos literários. O
casamento é o símbolo perfeito para compreendermos o relacionamento de Deus com
o seu povo, e do Senhor Jesus Cristo com o cristão.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 11 - 17
Nenhum comentário:
Postar um comentário