quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

OSEIAS - A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS


Texto Áureo: 2 Coríntios 11.2
Verdade Prática: O casamento de Oseias ilustra a infidelidade de Israel e mostra a sublimidade do amor de Deus
Leitura Bíblica: Oseias 1.1,2; 2.14-17, 19,20

Lição 02


INTRODUÇÃO


A mensagem de Oseias começa a partir de sua vida pessoal. O seu casamento com Gomer e o difícil relacionamento familiar ocupam os três primeiros capítulos do livro que leva o seu nome. Deus tinha uma mensagem para o povo, pois a esposa e os filhos de Oseias, assim como o abandono e a prostituição dela, e o seu sofrimento e perdão, são sinais e profecias sobre Israel e Judá ao longo dos séculos.

I.                   O LIVRO DE OSEIAS

1.      Contexto histórico: O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria. Ele profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte, durante os “dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (1.1). A soma desses anos deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Rs 15.5; 18.1,2,9,10,13).
Esses dados fornecidos pelo profeta nos permitem datar o seu ministério entre 793-753 a.C., Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2 Rs 14.23-29).
2.      Estrutura: A revelação foi entregue ao profeta pela palavra “dita a Oseias” (1.1a). A segunda declaração: “O principio da palavra do Senhor por Oseias” (1.2a), reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também esclarece que a ordem para Oseias se Casar com “uma mulher de prostituições” aconteceu no começo do seu ministério, como fica claro na ARA e TB (1.2b).
O livro pode ser dividido em duas partes principais. A primeira é uma biografia profética escrita em prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com sua esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal com a infidelidade e a apostasia do seu povo (1 – 3). A segunda parte é escrita em forma poética e se constitui de profecias proferidas durante o longo intervalo de tempo  ( 4 – 14).
3.      Mensagem: O assunto do livro é a apostasia de Israel e o grane amor de Deus revelado, que compreende advertência, juízo divino e promessas de restauração futura (8.11 – 14; 11.1-9; 14.4-9). Mesmo num contexto de decadência moral, o oráculo descreve o amor de Deus de maneira bela e surpreendente (2.14-16; 6.1-4; 11.1-4; 14.4-8). Seus oráculos são cheios de metáforas e símbolos dirigidos aos contemporâneos. Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das instituições sociais, politicas e religiosas das dez tribos do norte (5.1). Oseias é citado no Novo Testamento (1.10; 2.23 cp Rm 9.25,26;6.6 cp Mt 9.13; 12.7; 11.1 cp Mt 2.15).

II.                O MATRIMÔNIO

1.      Etimologia: Os termos “casamento” e “matrimônio” são equivalentes e ambos usados para traduzir o grego gamos, que indica também “bodas’ (Jo 2.1,2) e “leito” conjugal (Hb 13.4). Trata-se de uma instituição estabelecida pelo Criador desde a criação, na qual um homem e uma mulher se unem em relação legal, social, espiritual e de caráter indissolúvel (Gn 2.20-24; Mt 19.5,69). É no casamento que acontece o processo legítimo de procriação (Gn 1.27,28), gerando a oportunidade para a felicidade humana e o companheirismo.
2.      Simbolismo: A intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). Essa figura é notada desde o Antigo Testamento.
3.      A ordem divina para o casamento de Oseias: Considerando a santidade do casamento confirmada em toda a Bíblia, a ordem divina parece contradizer tudo o que as Escrituras falam sobre o matrimônio. Temos dificuldade em aceita-la, mas qualquer interpretação contra o caráter literal do texto é forçada. Quando Jeová deu a ordem, acrescentou: “porque a terra se prostituiu, desviando-se do senhor” (1.2b), Isso era literal. A infidelidade a Deus é em si mesma um adultério espiritual (Jr 3.1,2; Tg 4.4), ainda mais quando se trata do culto a Baal, que envolvia a chamada prostituição sagrada (4.13,14; Jz 8.33).

III.             A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

1.      O casamento restaurado: O amor é o tema central de Oseias. Com ele, Israel será atraído por Jeová (11.4; Jr 31.3). O deserto foi o lugar do julgamento (2.3) e nele Israel achou graça, tal que a noiva perante o noivo (Ex 5.1; Jr 2.2). A expressão “e lhe falarei ao coração” (2.14) é a linguagem de um esposo falando amorosamente à esposa (4.13,14; Gn 34.3; Jz 19.3). Nós fomos atraídos e alvejados pelo amor de Deus (Rm 5.6-8).
2.      O vale de Acor e a porta da esperança: Há aqui uma menção do monumento erguido no vale de Acor, onde Acã, onde Acã pagou pelos seus crimes e foi executado com toda a sua família (Js 7.2-26). A promessa é que esse vale não será mais lembrado como lugar de castigo. Serpa transformado em lugar de restauração (Is 65.10), cujas vinhas serão dadas “por porta de esperança” (2.15).
3.      A reconciliação: A sentença de divórcio (2.2) será anulada: “desposar-te-ei comigo para sempre” (2.2). O Baalinismo generalizado (2.13) virá a ser transformado em conversão nacional e genuína. Todo o povo servirá a Jeová em fidelidade, e cada um voltará a ter conhecimento do Deus verdadeiro (2.20).

IV.             O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

1.      Meu marido, e não meu Baal: A fórmula “naquele dia” (2.6,18,21) é escatológica (Jl 3.18). As expressões “meu marido” e “meu Baal”, em hebraico ishi e baali são um jogo de palavras muito significativo.
a)      Significados: A palavra ish significa “homem, marido” (Gn 2.24; 3.6); e baal, ou baalim, no plural, quer dizer “dono, marido” (Ex 21.29; 2 Sm 1.26). O termo também é aplicado metaforicamente a Deus, como marido. “Porque o teu Criador é o teu marido” (Is 54.5). A palavra “baal”, como “dono, proprietário”, aparece 84 vezes no Antigo Testamento, sendo 15 delas como esposo de uma mulher, portanto “marido”.
b)      Divindade dos cananeus: Como nome da divindade nacional dos fenícios com a qual Israel e Judá estavam envolvidos naquela época, aparece 58 vezes, sendo 18 delas no plural. Essa palavra se corrompeu por causa da idolatria e por isso Jeová não será mais chamado de “meu baal”, mas de “meu marido” (2.16).
2.      O fim do baalismo: Os ídolos desaparecerão da terra (Jr 10.11). Isso inclui os baalins, cuja memória será execrada para sempre, uma vez que a palavra profética anuncia o fim definitivo do baalismo: “os seus nomes não virão mais em memória” (2.17). Apesar de a promessa divina ser escatológica, esses deuses são hoje repulsa nacional em Israel.

CONCLUSÃO

O emprego das coisas do dia a dia como ilustração facilita a compreensão da mensagem divina, e a Bíblia está repleta desses recursos literários. O casamento é o símbolo perfeito para compreendermos o relacionamento de Deus com o seu povo, e do Senhor Jesus Cristo com o cristão.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 11 - 17

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