Texto Áureo: Romanos 16.26
Verdade Prática: Por ser revelação de
Deus, a mensagem dos profetas é perfeitamente válida para os nossos dias.
Leitura Bíblica: 2 Pedro 1.16-21
Lição 01
INTRODUÇÃO
Neste
Trimestre, estudaremos os chamados profetas menores. Apesar de antiguíssimos,
eles tratam de questões relevantes para os nossos dias e servem de edificação
espiritual a todo o povo de Deus. Entre os temas tratados, temos: a família, a
sociedade, a política e a espiritualidade. Na atual conjuntura, os profetas são
um verdadeiro esteio da sabedoria divina para a Igreja de Cristo, pois
encorajam-nos a militarmos pela causa de Cristo.
I.
SOBRE OS
PROFETAS MENORES
1.
Autoridade:
A coleção dos Profetas Menores compõe-se dos seguintes livros: Oseias, Joel,
Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias. Essa estrutura vem da Bíblia Hebraica e, posteriormente, da Vulgata
Latina. A Septuaginta (antiga versão grega do Antigo Testamento) apresenta nos
seis primeiros livros uma disposição diferente da Hebraica, dispondo os livros
assim: Oseias, Amós, Miqueias, Joel, Obadias e Jonas.
É
importante ressaltar que o valor e a autoridade dos escritos dos Profetas
Menores em nada diferem dos Profetas Maiores. Tal classificação é puramente
pedagógica, visando tão somente facilitar a compreensão da presença de uma
estrutura literária nos livros proféticos do Antigo Testamento. Não obstante,
ambas as coleções são uma só Escritura e têm a mesma autoridade (Jr 26.18; Mq 3.12; Rm 9.25-27; Os 1.10; 2.23; Is
10.22,23).
2.
Origem do
termo: A expressão “Profetas Menores” advém da Igreja Latina por causa
do volume do texto ser menor em comparação aos de Isaías, Jeremias e Ezequiel.
Assim explica Agostinho de Hipona (345 – 430 d.C) em sua obra Acidade de Deus.
O termo é de origem cristã, pois, na literatura judaica, essa coleção é
classificada como os Doze ou os Doze Profetas. Essa informação é confirmada desde
o ano 132 a.C., quando da produção do livro apócrifo de Eclesiástico (49.10). É
também corroborada pelo Talmude (antiga literatura religiosa dos judeus) e
ratificada pela obra Contra Apion do historiador judeu Flávio Josefo (37-100
d.C).
3.
Cânon e
cenário dos doze: O cânon judaico classifica os profetas do Antigo
Testamento em anteriores e posteriores, sendo: a) Anteriores: Josué, Juízes, 1
e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; e b) Posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze.
A classificação e o arranjo do cânon hebraico diferem sistematicamente do
nosso.
Um
dado importante é que todos os profetas, de Isaías a Malaquias, viveram entre
os séculos 8 a 5 a.C., tendo alguns deles sido contemporâneos. O período
abrangeu o domínio de três potências mundiais: Assíria, babilônia e Pérsia.
Oseias, Isaías , Amós, Jonas e Miqueias, por exemplo, viveram antes do exílio
babilônico (Os 1.1; Is 1.1; Am 1.1 2 Rs 14.23-25; Mq 1.1), e outros, como Ageu
e Zacarias, no pós exílio (Ag 1.1; Zc 1.1).
II.
A MENSAGEM
DOS PROFETAS MENORES
1.
Procedência
(vv 16-18): O apóstolo Pedro afirma que a revelação ministrada à igreja
era uma mensagem real e abalizada pelo testemunho ocular do colégio apostólico.
À semelhança dos apóstolos, os profetas, inspirados pelo Espírito Santo,
refletiram fielmente a vontade e a soberania divina acerca da redenção de
Israel, em particular, e da humanidade, em geral.
A
mensagem dos profetas é de procedência divina e tem, como cenário, as
ocorrências do dia a dia. O casamento de Oseias (Os 1.2-5; 3.1-5) e a visita de
Amós a Samaria (Am 7.10-17) são apenas alguns dos exemplos que deram ocasião
aos oráculos divinos. Semelhantemente aconteceu aos apóstolos na transfiguração
de Jesus no Monte das Oliveiras (Mt 17.5,6; Mc 9.7; Lc 9.34-36).
2.
“A palavra
dos profetas” (v 19a): Convém ressaltar que a expressão “os profetas”, nessa
passagem, não se restringe aos literários e nem mesmo aos doze. Porque Deus
levantou profetas desde o princípio do mundo (Lc 1.70; 11.50,51). O ministério
e os escritos proféticos eram tão importantes que, algumas vezes, o termo é
usado para se referir ao Antigo Testamento (At 26.27). Entre os seus escritos,
encontramos mensagens da vinda do Messias, orientações para a vida humana, para
a nação de Israel e até para o mundo. Há também mensagens que se aplicam à
Igreja de Cristo (1 Tm 3.16).
3.
“Como a uma
luz que alumia em lugar escuro” (v 19b): Os profetas pregaram tudo o
que diz respeito à vida e à piedade. Os temas eram diversos: Deus, o ser humano
e a criação. Estaríamos à deriva no mundo sem as palavras dos profetas, pois
elas nos levam à luz de Cristo (Sl 119.105). A Lei e os Profetas anunciaram a
vinda de Jesus de Nazaré (Jo 1.45; Lc 24.27). A mensagem dos profetas foi
entregue às gerações futuras, preparando-as para o tempo do Evangelho (1 Pe
1.12). por isso, não devemos abdicar de seus ensinamentos, pois a autoridade
desses escritos é perfeitamente válido para hoje.
III.
A INSPIRAÇÃO
DIVINA DOS PROFETAS
1.
A iniciativa
divina: O apóstolo Pedro retoma o que afirmou nos versículos 16 a 18. A
mensagem dos profetas não se resume aa uma retórica baseada em imaginação
humana, nem é algo artificial construído. Nenhuma parte dessa revelação “é de
particular interpretação” (v 20). As experiências dos profetas, como as do
próprio Pedro no monte da transfiguração, provam a iniciativa divina em
comunicar seus oráculos à humanidade.
2.
A inspiração
dos profetas: Está escrito que “toda a Escritura é inspirada por Deus”
(2 Tm 3.16 – ARA). O termo grego theopneustos para as expressões “inspirada por
Deus” e “divinamente inspirada” vem das palavras Theos, “Deus”, e pneo
“respirar, soprar”. Isso significa que os profetas foram “movidos pelo Espírito
Santo” (2 Pe 1.21 – ARA).
O
caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna sui generis. Ela
pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em Cristo Jesus e é proveitosa
para ensinar, corrigir, repreender e redarguir e instruir em justiça (2 Tm
3.15,16). Nenhuma literatura no mundo tem essa mesma prerrogativa.
3.
A autoridade
dos Profetas Menores: A Igreja submete-se inquestionavelmente à autoridade
dos apóstolos, e essa é a vontade de Deus. Pois, os Evangelhos de Mateus e
Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo
Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10;. Lc 10.7). O mesmo acontece com as
epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16). Essa é uma forma de se reconhecer
definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada por Deus.
Depreende-se, então, que todos os livros da Bíblia têm o mesmo grau de
inspiração e autoridade. Logo, devemos dar a mesma atenção e credibilidade aos
escritos dos Profetas Menores (2 Pe 1.19).
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, os Profetas Menores, como parte integrante das Escrituras
inspiradas, não devem ficar em segundo plano. Por isso, recomendamos que, já no
início do trimestre, seja feita uma leitura dos doze profetas. Esta facilitará
a compreensão da mensagem desses despenseiros de Deus. Convém ressaltar que o
enfoque de cada lição, aqui, raramente coincide com o assunto predominante de
cada livro, pois a escolha desses temas baseou-se nas necessidades do mundo de
hoje.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 03 - 10
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