Texto Áureo: 1 Samuel 15.23
Verdade Prática: O rebelde está
afastado de Deus, e, portanto, sujeito à ira divina.
Leitura Bíblica: 2
Samuel 15.1-6; 18.9-15
Lição 04
INTRODUÇÃO
Temos
diante de nós um quadro crescente de elementos inescrupulosos, que a pretexto
de terem uma “chamada para trabalhar”, na obra de Deus, e dizendo-se
perseguidos pelos seus líderes, rebelam-se contra os mesmos e iniciam os seus
próprios trabalhos arrebatando alguns descontentes, enganando-os e levando-os a
pensar que estão trabalhando para Deus. Esses falsos obreiros estão incluídos
entre os relacionados pelo apóstolo Paulo em At 20.29-30.
A
lição de hoje é uma advertência para os que estão sendo atacados pelo terrível
“vírus” da rebeldia, para que não caiam nas ciladas do Diabo e não venham a ter
o mesmo fim de Absalão.
I.
QUEM ERA
ABSALÃO
Filho
amado de Davi com uma estrangeira por nome Maaca, filha de Talmai rei de Gesur
(2 Sm 3.2,3). À época da rebelião era jovem ainda, com aproximadamente 30 anos
de idade.
1.
Príncipe:
Sua condição de filho do rei, conferia-lhe a posição de príncipe. Dominado pela
vaidade, ostentamente desejou alcançar a popularidade. Exibia-se com os seus carros
e cavalos e cinquenta homens a anuncia-lo, a fim de dar a impressão de ser um
grande príncipe. Desejava ser conhecido de todos os súditos de seu pai (2 Sm
15.1), visto que ele também era herdeiro presumível do trono de Davi.
2.
Herdeiro:
Legitimamente todos os bens de seu pai pertenciam-lhe. Porém, quanto à sua
pretensão de suceder ao seu pai no trono, isso dependeria da vontade divina, o
que o jovem ignorava. Todavia, com a morte de Amnom, Absalão acreditava ser seu
o direito de substituir o seu pai, pois era príncipe de sangue real por parte
de pai e mãe, enquanto que Salomão só por parte de pai.
3.
Beleza (1 Sm
14.25): Uma característica que muito lhe orgulhava era a sua rara
beleza; o que lhe proporcionava uma grande popularidade e facilitava alcançar o
seu objetivo. Seus lindos cabelos eram cortados anualmente, chegava a pesar
aproximadamente 1500 kg (1 Sm 14.26). Temos assim uma descrição da beleza de
Absalão.
II.
O CARÁTER DE
ABSALÃO
Embora
possuindo um comportamento atraente, extrovertido, Absalão não possuía um
caráter digno, à altura de sua origem. Vejamos os defeitos morais que ele
apresentava.
1.
Demagogo (2
Sm 15.2): Naqueles dias os negócios públicos se tratavam pela manhã,
quando os reis assentavam-se ao ar livre, ou à porta da entrada da cidade, para
ouvir e receber algum pedido, alguma reclamação.
Nessa
época Davi estava com a idade avançada e a saúde prejudicada, e também
preocupado em manter-se no trono, pois as guerras eram uma ameaça constante.
Muitas queixas ficaram sem solução por parte do rei, gerando um
descontentamento entre o povo. Absalão, aproveitando-se dessa insatisfação
popular, iniciou uma campanha traiçoeira, incitando o povo contra o rei,
ocultando seus propósitos ambiciosos.
2.
Traiçoeiro (2
Sm 15.5,6): Começou a esforçar-se em mostrar ao povo que existia um
contraste entre ele e o rei, dizendo que este já era avançado em idade e
incompetente, pois não dava atenção necessária aos necessitados e não punia os
corruptos, enquanto que ele era jovem, cheio de ideais ne planos, e possuía já
os conhecimentos necessários a um governante (25.15,14). Desse modo, o jovem ia
seduzindo o coração do povo, que não se apercebia da maldade dele.
3.
Escandaloso
(2 Sm 15.3): Perversamente, ia Absalão desprezando a autoridade do seu
pai e ganhando a simpatia dos
descontentes entre o povo (2 Sm 15.10). Continuamente, usando de malícia,
dirigia-se ao pai, fazendo-o crer que precisava ir a Hebrom, para renovar um
voto com o Senhor. Ainda assim, o rei não desconfiava da maligna intenção do
seu pérfido filho. Não percebia o iminente perigo de uma guerra civil e o risco
de perder o seu trono.
4.
Conspirador:
Duzentos homens saíram de Jerusalém com Absalão (2 Sm 15.11,12). Esses homens
também não conheciam o plano de conspiração, mas eram dedicados a ele devido a
sua influencia pessoal. Absalão convocou também a Aitofel, o conselheiro do
rei, que resolveu trair Davi.
Assim a nação começou a dividir-se. Um a um os cabeças das
famílias e das tribos renunciaram a Davi e levaram voluntários para formação de
um novo exército (2 Sm 15.12).
5.
Usurpador:
Iniciada a marcha para o golpe, imediatamente um mensageiro veio a Davi
dizendo: “O coração de cada um em Israel segue a Absalão” (2 Sm 15.13). O rei
convocou a sua corte e o seu exército, e com eles abandonou Jerusalém,
retirando-se para o deserto que fica além do Jordão (v 14). Absalão tomou posse
de Jerusalém triunfantemente, não encontrando nenhuma resistência. Aitofel, o
conselheiro íntimo de Davi, lhe assistia, tendo sobre o jovem rei, a mesma
autoridade, que tinha com o seu pai. Esse “bom” conselheiro decidiu exterminar
com qualquer possibilidade de uma rejeição ao novo rei. Absalão escutou de
Aitofel o conselho de sair imediatamente contra Davi, para surpreendê-lo
desprevenido e mata-lo com toda sua tropa antes de atravessar o Jordão.
6.
Arrogante:
Absalão estava agora cheio de si, vaidoso, arrogante, com o seu êxito, sua
posição, poderio e popularidade, tanto que, tornou-se imprudente e incapaz de
tomar sábias decisões. O seu ódio pelo pai tornou-se uma obsessão, não
importando-lhe os resultados que viessem ; o que ele desejava conseguiu, o
poder! Que tragédia! Que escândalo! Infelizmente a história se repete! Quantos
males têm surgido em nossas igrejas, e os rebeldes de hoje, no afã de verem
concretizada a sua diabólica intenção, preparam golpes, e, muitas vezes, para
vê-las legalmente confirmadas, levam as igrejas para a justiça comum trazendo
grandes escândalos. Prezado leitor veja com atenção o que diz a Palavra de Deus
nos seguintes textos (1 Co 6.1-9; Pv 22.8; Gl 6.7,8; Hb 10.31). Que Deus guarde
o seu povo dos Absalãos que estão desejosos de serem líderes sem terem sido
chamados por Deus.
III.
O DESTINO DE
ABSALÃO
1.
Perdeu a dignidade:
Absalão não teve sucesso na sua almejada pretensão. O seu final não foi tão
belo quanto pensava, pois tomou um caminho perverso, onde não teve a aprovação
de Deus (Nm 22.32b; Pv 14.12; 16.25; Dt 28.29; Jo 13.27). Sua dignidade foi
corrompida, porque deixou o Diabo dominar o seu enganoso coração (Jr 5.23;
17.9). Como seria diferente se tivesse procurado observar a vontade divina para
a sua vida. Que os nossos alunos tomem esta lição como uma advertência, para
não perderem o que de mais precioso têm em suas vidas, a dignidade. Ela deve
ser conduzida dentro da orientação bíblica, a fim de que não tenham o triste fim
que teve o jovem Absalão.
2.
Perdeu o
direito ao trono: A batalha foi travada nas florestas e Efraim, onde a
região era acidentada e entremeada de pântanos. Davi repartiu o seu exército em
três divisões ou companhias, sabiamente localizadas sob a direção de Joabe,
Abisai e Itaí (2 Sm 18.2). Antes de se travar a batalha, Davi ordenou aos seus
soldados que preservassem a vida de Absalão.
Os
homens fiéis a Davi mataram quase vinte mil homens de Absalão. Um número ainda
maior perdeu-se nas florestas e pântanos. A batalha resultou em completa
derrota do exército de Absalão: que perdeu o direito ao trono, pois havia
traído o seu pai.
3.
Perdeu a
vida: Como se fosse por juízo divino, Absalão perdeu-se nas florestas.
Enquanto galopava em sua mula, seus cabelos se embaraçaram nos ramos de um
grande carvalho. Assim suspenso, ele foi morto por Joabe e seus escudeiros (2
Sm 18.14,15).
A
morte de Absalão foi motivo de grande tristeza para Davi. O triste lamento do
rei expressava o comovente grito do coração dos pais de filhos rebeldes em
todas as épocas da história da humanidade (2 Tm 18.33). Absalão perdeu a vida
por entrar no caminho da desobediência, arrogância, rebelião e violência. Aos
jovens da nossa Escola Dominical, um conselho: procurem a orientação divina
para as suas vidas. Busquem também a ajuda espiritual dos
seus líderes na igreja, de modo a evitar o mesmo fim de Absalão.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 3º/ 1991
Comentarista: Adilson Farias Soares
Tema Central: Personagens do Antigo Testamento
Páginas: 13 - 16
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