quinta-feira, 12 de julho de 2012

ABSALÃO E OS MALES DA REBELIÃO


Texto Áureo: 1 Samuel 15.23
Verdade Prática: O rebelde está afastado de Deus, e, portanto, sujeito à ira divina.
Leitura Bíblica: 2 Samuel 15.1-6; 18.9-15

Lição 04


INTRODUÇÃO


Temos diante de nós um quadro crescente de elementos inescrupulosos, que a pretexto de terem uma “chamada para trabalhar”, na obra de Deus, e dizendo-se perseguidos pelos seus líderes, rebelam-se contra os mesmos e iniciam os seus próprios trabalhos arrebatando alguns descontentes, enganando-os e levando-os a pensar que estão trabalhando para Deus. Esses falsos obreiros estão incluídos entre os relacionados pelo apóstolo Paulo em At 20.29-30.
A lição de hoje é uma advertência para os que estão sendo atacados pelo terrível “vírus” da rebeldia, para que não caiam nas ciladas do Diabo e não venham a ter o mesmo fim de Absalão.

I.                   QUEM ERA ABSALÃO

Filho amado de Davi com uma estrangeira por nome Maaca, filha de Talmai rei de Gesur (2 Sm 3.2,3). À época da rebelião era jovem ainda, com aproximadamente 30 anos de idade.
1.      Príncipe: Sua condição de filho do rei, conferia-lhe a posição de príncipe. Dominado pela vaidade, ostentamente desejou alcançar a popularidade. Exibia-se com os seus carros e cavalos e cinquenta homens a anuncia-lo, a fim de dar a impressão de ser um grande príncipe. Desejava ser conhecido de todos os súditos de seu pai (2 Sm 15.1), visto que ele também era herdeiro presumível do trono de Davi.
2.      Herdeiro: Legitimamente todos os bens de seu pai pertenciam-lhe. Porém, quanto à sua pretensão de suceder ao seu pai no trono, isso dependeria da vontade divina, o que o jovem ignorava. Todavia, com a morte de Amnom, Absalão acreditava ser seu o direito de substituir o seu pai, pois era príncipe de sangue real por parte de pai e mãe, enquanto que Salomão só por parte de pai.
3.      Beleza (1 Sm 14.25): Uma característica que muito lhe orgulhava era a sua rara beleza; o que lhe proporcionava uma grande popularidade e facilitava alcançar o seu objetivo. Seus lindos cabelos eram cortados anualmente, chegava a pesar aproximadamente 1500 kg (1 Sm 14.26). Temos assim uma descrição da beleza de Absalão.

II.                O CARÁTER DE ABSALÃO

Embora possuindo um comportamento atraente, extrovertido, Absalão não possuía um caráter digno, à altura de sua origem. Vejamos os defeitos morais que ele apresentava.
1.      Demagogo (2 Sm 15.2): Naqueles dias os negócios públicos se tratavam pela manhã, quando os reis assentavam-se ao ar livre, ou à porta da entrada da cidade, para ouvir e receber algum pedido, alguma reclamação.
Nessa época Davi estava com a idade avançada e a saúde prejudicada, e também preocupado em manter-se no trono, pois as guerras eram uma ameaça constante. Muitas queixas ficaram sem solução por parte do rei, gerando um descontentamento entre o povo. Absalão, aproveitando-se dessa insatisfação popular, iniciou uma campanha traiçoeira, incitando o povo contra o rei, ocultando seus propósitos ambiciosos.
2.      Traiçoeiro (2 Sm 15.5,6): Começou a esforçar-se em mostrar ao povo que existia um contraste entre ele e o rei, dizendo que este já era avançado em idade e incompetente, pois não dava atenção necessária aos necessitados e não punia os corruptos, enquanto que ele era jovem, cheio de ideais ne planos, e possuía já os conhecimentos necessários a um governante (25.15,14). Desse modo, o jovem ia seduzindo o coração do povo, que não se apercebia da maldade dele.
3.      Escandaloso (2 Sm 15.3): Perversamente, ia Absalão desprezando a autoridade do seu pai e ganhando a  simpatia dos descontentes entre o povo (2 Sm 15.10). Continuamente, usando de malícia, dirigia-se ao pai, fazendo-o crer que precisava ir a Hebrom, para renovar um voto com o Senhor. Ainda assim, o rei não desconfiava da maligna intenção do seu pérfido filho. Não percebia o iminente perigo de uma guerra civil e o risco de perder o seu trono.
4.      Conspirador: Duzentos homens saíram de Jerusalém com Absalão (2 Sm 15.11,12). Esses homens também não conheciam o plano de conspiração, mas eram dedicados a ele devido a sua influencia pessoal. Absalão convocou também a Aitofel, o conselheiro do rei, que resolveu trair Davi.
Assim a nação começou a dividir-se. Um a um os cabeças das famílias e das tribos renunciaram a Davi e levaram voluntários para formação de um novo exército (2 Sm 15.12).
5.      Usurpador: Iniciada a marcha para o golpe, imediatamente um mensageiro veio a Davi dizendo: “O coração de cada um em Israel segue a Absalão” (2 Sm 15.13). O rei convocou a sua corte e o seu exército, e com eles abandonou Jerusalém, retirando-se para o deserto que fica além do Jordão (v 14). Absalão tomou posse de Jerusalém triunfantemente, não encontrando nenhuma resistência. Aitofel, o conselheiro íntimo de Davi, lhe assistia, tendo sobre o jovem rei, a mesma autoridade, que tinha com o seu pai. Esse “bom” conselheiro decidiu exterminar com qualquer possibilidade de uma rejeição ao novo rei. Absalão escutou de Aitofel o conselho de sair imediatamente contra Davi, para surpreendê-lo desprevenido e mata-lo com toda sua tropa antes de atravessar o Jordão.
6.      Arrogante: Absalão estava agora cheio de si, vaidoso, arrogante, com o seu êxito, sua posição, poderio e popularidade, tanto que, tornou-se imprudente e incapaz de tomar sábias decisões. O seu ódio pelo pai tornou-se uma obsessão, não importando-lhe os resultados que viessem ; o que ele desejava conseguiu, o poder! Que tragédia! Que escândalo! Infelizmente a história se repete! Quantos males têm surgido em nossas igrejas, e os rebeldes de hoje, no afã de verem concretizada a sua diabólica intenção, preparam golpes, e, muitas vezes, para vê-las legalmente confirmadas, levam as igrejas para a justiça comum trazendo grandes escândalos. Prezado leitor veja com atenção o que diz a Palavra de Deus nos seguintes textos (1 Co 6.1-9; Pv 22.8; Gl 6.7,8; Hb 10.31). Que Deus guarde o seu povo dos Absalãos que estão desejosos de serem líderes sem terem sido chamados por Deus.

III.             O DESTINO DE ABSALÃO

1.      Perdeu a dignidade: Absalão não teve sucesso na sua almejada pretensão. O seu final não foi tão belo quanto pensava, pois tomou um caminho perverso, onde não teve a aprovação de Deus (Nm 22.32b; Pv 14.12; 16.25; Dt 28.29; Jo 13.27). Sua dignidade foi corrompida, porque deixou o Diabo dominar o seu enganoso coração (Jr 5.23; 17.9). Como seria diferente se tivesse procurado observar a vontade divina para a sua vida. Que os nossos alunos tomem esta lição como uma advertência, para não perderem o que de mais precioso têm em suas vidas, a dignidade. Ela deve ser conduzida dentro da orientação bíblica, a fim de que não tenham o triste fim que teve o jovem Absalão.
2.      Perdeu o direito ao trono: A batalha foi travada nas florestas e Efraim, onde a região era acidentada e entremeada de pântanos. Davi repartiu o seu exército em três divisões ou companhias, sabiamente localizadas sob a direção de Joabe, Abisai e Itaí (2 Sm 18.2). Antes de se travar a batalha, Davi ordenou aos seus soldados que preservassem a vida de Absalão.
Os homens fiéis a Davi mataram quase vinte mil homens de Absalão. Um número ainda maior perdeu-se nas florestas e pântanos. A batalha resultou em completa derrota do exército de Absalão: que perdeu o direito ao trono, pois havia traído o seu pai.
3.      Perdeu a vida: Como se fosse por juízo divino, Absalão perdeu-se nas florestas. Enquanto galopava em sua mula, seus cabelos se embaraçaram nos ramos de um grande carvalho. Assim suspenso, ele foi morto por Joabe e seus escudeiros (2 Sm 18.14,15).
A morte de Absalão foi motivo de grande tristeza para Davi. O triste lamento do rei expressava o comovente grito do coração dos pais de filhos rebeldes em todas as épocas da história da humanidade (2 Tm 18.33). Absalão perdeu a vida por entrar no caminho da desobediência, arrogância, rebelião e violência. Aos jovens da nossa Escola Dominical, um conselho: procurem a orientação divina para as suas vidas. Busquem também a ajuda espiritual dos seus líderes na igreja, de modo a evitar o mesmo fim de Absalão.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 3º/ 1991
Comentarista: Adilson Farias Soares
Tema Central: Personagens do Antigo Testamento
Páginas: 13 - 16

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