terça-feira, 20 de março de 2012

DAVI E O SEU SUCESSOR


Texto Áureo: 1 Crônica 22.9
Verdade Prática: Formar sucessores é, sem dúvida, uma das maiores virtudes os grandes líderes.
Leitura Bíblica: 1 Crônica 28.4-8

Lição 12

INTRODUÇÃO

Sabemos pela Escritura que o governo monárquico de Davi teve uma longa duração, cerca de 40 anos. Mas, como nenhum governo humano tem a capacidade de se perpetuar, chegou o tempo do segundo monarca de Israel passar o cetro para o seu sucessor. A história mostra-nos os últimos atos daquele que, sem dúvida, foi um dos maiores governos da história bíblica. Davi é um dos poucos personagens da Bíblia que tem a rara capacidade de nos causar admiração e decepção ao mesmo tempo. Admiração pela sua piedade e coração quebrantado; e decepção por haver falhado quando todos vibrávamos por seus acertos. Seja como for, o velho monarca conseguia ainda ouvir a Deus e, por isso, foi capaz de preparar um sucessor.

I.                   UM SUCESSOR INDICADO POR DAVI, MAS ESCOKHGIDO POR DEUS

  1. As insubmissas escolhas humanas: A transmissão do reino a Salomão não aconteceu de forma tão amistosa e pacífica. Durante seu reinado, Davi teve que administrar alguns conflitos internos que provaram se extremamente danosos. O mais impressionante é que os levantes contra a autoridade real, isto é, as tentativas de golpe de estado, não vieram, por exemplo, dos militares, mas de seus próprios filhos: Absalão (2 Sm 15.4) e Adonias (1 Rs 1.5). Nenhum deles havia sido escolhido por Deus para suceder Davi. De fato, o que observamos são homens ávidos pelo poder e que desejavam sentar-se no trono a qualquer custo. Eram escolhas e projetos meramente humanos para uma nação que tinha de Deus, um desígnio divino a cumprir (Sl 135.4).
  2. A escolha divina: Quando Davi ainda fazia seu projeto para a construção do templo, Deus revelou ao profeta Natã que um de seus filhos, e não ele, seria o escolhido de Deus para construir o Santuário (1 Cr 17.11-15). A profecia do texto de 1 Cr 17.11-15, refere-se primeiramente a Salomão, o herdeiro carnal de Davi, que levantaria posteriormente o Templo. Contudo, ela também aponta para o futuro e prediz o reino eterno do Messias, Jesus Cristo, o filho de Davi. Salomão, portanto, não chegou ao trono por uma simples indicação de Davi, mas por uma escolha divina (1 Cr 22.9), pois, mesmo antes de apresentá-lo ao povo, Davi já sabia dessa revelação divina.

II.                UM SUCESSOR DE POUCA EXPERIÊNCIA, MAS QUE HERDOU UM GRANDE LEGADO.

  1. O legado político institucional: Sem dúvida um dos grandes legados que Davi deixou para seu filho Salomão foi o fortalecimento das instituições. Uma nação forte possui instituições sólidas. Não devemos esquecer que Israel, até os dias de Samuel, era apenas um aglomerado de tribos. Com Saul, a monarquia foi instaurada, todavia, por causa de seu governo desobediente a Deus, não foi possível consolidá-la. No final do reinado de Davi encontramos as instituições de Israel bastante consolidadas. Observamos nos dias de Davi um exército bem montado, capaz de vencer grandes batalhas e uma guarda real bem aparelhada (1 Cr 18.14-17; 27.32-34). Outro fator que deve ser levado em conta é o sistema jurídico daqueles dias. O rei agia como o juiz do povo (1 Cr 18.14). Entretanto, ele nomeara oficiais e juízes para cuidar da política externa e dos negócios da coroa real (1 Cr 26.29-32). Davi foi hábil na organização até mesmo das minúcias do reino (1 Cr 27.25-31).
  2. O legado religioso: O maior legado deixado por Davi ao seu filho Salomão foi o espiritual. Davi foi um homem que durante sua vida, demonstrou por diversas vezes que era dependente da orientação divina (1 Sm 23.2; 30.8; 2 Sm 2.1), e sabia, portanto, que o reinado do filho só teria êxito se Salomão agisse da mesma forma.
A chave para um reinado bem-sucedido estava no conhecimento e cumprimento das leis imutáveis de Deus. Por isso, Davi apela ao filho para que não se esqueça, durante o seu governo, de ser um homem apegado à Palavra de Deus. Ele já havia discursado antes e lembrado toda a congregação de Israel de guardar todos os mandamentos do Senhor (1 Cr 28.8). O aviso fora dado e cabia ao seu filho, juntamente com seus súditos, observar esse importante legado (1 Cr 28.9).

III.             UM SUCESSOR JOVEM, MAS DE GRANDE PIEDDE

  1. Na vida privada: Como já constatamos, ao colocar Salomão no trono de Israel, Davi estava seguindo a orientação de Deus. Todavia, como já vimos em outras lições, a decisão divina não anula nossas responsabilidades diante do Senhor. Esta é uma verdade bíblica incontestável (Dt 30.19). No início do seu reinado, Salomão respondeu bem à vocação divina e proferiu uma das mais belas orações da Bíblia; uma oração que agradou a Deus (v 100. Após ser visitado pelo Senhor durante um sonho, Salomão ora a Deus e, por meio de suas palavras e intenções, ele revela traços de seu caráter piedoso (1 Rs 3.3-15). Mas o que havia na oração do sucessor de Davi que tanto agradou ao Senhor?
a)      Ele reconheceu os atributos divinos: Salomão reconheceu a benevolência de Deus (v 6), e deu graças ao Senhor, pois era consciente de que estava no trono pela bondade do Altíssimo e não por causa de seus méritos.
b)      Ele demonstrou humildade: Em sua oração, Salomão reconheceu que não passava de uma criança e que não sabia como se conduzir (v 7)
c)      Ele demonstrou um grande senso de justiça e não foi egoísta: Salomão orou ao Senhor pedindo um coração sábio, afim de que soubesse discernir o bem do mal (v 9). Nesse particular Salomão se distancia das pessoas comuns, pois não desejou aquilo que parece ser o alvo de todos os homens: longevidade, posses, vingança (v 11). Na oração de Salomão percebemos que ser próspero e abençoado é algo que transcende a tudo isso.
  1. Na vida pública: Algo que marcou o reinado de foi sua forma de administrar. Tal capacidade chamou a atenção da rainha de Sabá, que constatou esse fato o visitar a Israel (1 Rs 10.1-13). A chamada rainha do Sul admirou-se da sabedoria de Salomão, da casa que edificara, de seus criados e dos sacrifícios oferecidos ao Eterno. O mais importante de tudo é que o êxito do reinado não foi atribuído unicamente a Salomão, mas ao seu Deus, que foi glorificado na boca de alguém que não o servia (v 9).

CONCLUSÃO

Davi cumpriu a sua missão, mas antes de morrer foi sábio e preparou um sucessor. Embora estejamos separados de Davi por um longo espaço de tempo, os princípios por ele vividos ainda continuam válidos para hoje. A liderança de Davi foi bem-sucedida porque ele não viveu para si, mas para o próximo. Será que somos líderes com este perfil? Será que temos buscado esse tipo de vida?


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 41º/2009
Comentarista: José Gonçalves
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: Davi – As vitórias e as derrotas de um homem de Deus
Páginas: 83 - 88

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