Texto Áureo: Mateus 25.34-36
Verdade Prática: A Bíblia recomenda que sejamos zelosos também no
auxilio aos carentes e necessitados, pois a mensagem do Evangelho contempla o
ser humano integralmente.
Leitura Bíblica:
Isaías 58.6-8,10,11; Tiago 2.14-17.
Lição 10
INTRODUÇÃO
A Igreja de
Cristo, como a agência por excelência do reino de Deus, tem uma
responsabilidade social muito grande e urgente a cumprir neste mundo. Nossa
missão de pregar o Evangelho a toda a criatura não nos isenta da
responsabilidade de socorrer a todos os que necessitam de cuidados materiais.
Este
compromisso não pode ser ignorado, pois suas bases acham-se tanto no Antigo
quanto em o Novo
Testamento.
I.
POBREZA: UMA
REALIDADE SEMPRE PRESENTE
1.
Os Pobres:
No mundo em que vivemos, apesar da decantada globalização, há um desnível
social iníquo e perverso. De um lado, estão os pobres e marginalizados; de
outro, os ricos e poderosos, isto evidencia claramente a ganância e a presunção
dos que, desprezando os preceitos bíblicos, buscam lucrar com a miséria de seus
semelhantes. Contra os tais, levanta-se o profeta Isaías: “O espólio do pobre
está em vossas casas. Que tendes vós que afligir o meu povo e moer as faces do
pobre?” (Is 3.14,15). Deus abomina a injustiça social.
2.
O problema da
fome: Ao criar a terra, o Senhor providenciou todos os meios para que
todas as nossas necessidades fossem dignamente supridas: “Então, a terra dará o
seu fruto” (Sl 67.6). Mas por causa do pecado, a escassez e a má distribuição
dos recursos naturais passaram a fazer parte de nosso cotidiano. E assim a
fome, por exemplo, tornou-se um dos problemas mais agudos do mundo atual. São
milhões de pessoas, em todos os continentes, vivendo abaixo da linha de pobreza
enquanto alguns poucos se regalam tripudiando sobre a miséria alheia.
3.
Precisamos
ouvir a voz de Deus: O crente não pode tornar-se insensível ante o
drama da miséria espiritual, moral e social. Em nosso país, há os chamado
“bolsões de miséria” que nos envergonham como povo e debilitam-nos como nação.
São milhões de pessoas sofrendo todos os tipos de necessidades. Não podemos
esquecer-nos de que Deus se preocupa com a situação integral do homem.
A Igreja, como
sal e luz tem um papel muito importante a desempenhar neste mundo injusto e
perverso.
II.
QUESTÕES
SOCIAIS NO ANTIGO TESTAMENTO
1.
Os ricos e os
pobres em Israel: Em Israel sempre houve pobres (Dt 15.11; Jo 12.8). A
pobreza decorria de vários fatores: catástrofes naturais, colheitas ruins,
guerras e desvios espirituais do povo que sempre acarretavam a correção
divina.. Nessas ocasiões, pela Lei de Moisés, os mais ricos deveriam assistir
os mais pobres: “Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu
necessitado e para o teu obre na tua terra” (Dt 15.11). Infelizmente, isto nem
sempre ocorria, levando os profetas a denunciarem a injustiça e a opressão
entre os israelitas.
Deus não mudou.
Ele continua a demandar de seu povo que seja solidário com os mais
necessitados.
2.
A escravidão
em Israel: Embora paradoxal, a escravidão fazia parte do contexto
social israelita. No entanto, quando comparamos o regime escravista judaico com
o de outras nações, observamos uma distinção considerável entre ambos. Enquanto
os povos vizinhos escravizavam para explorar vilmente o ser humano, a
escravidão em Israel dava-se por razões econômicas. Quem não tinha dinheiro
para saldar uma divida quitava-a com a sua mão-de-obra. Em caso de falência por
exemplo, o israelita vendia-se com o escravo ao seu irmão. Todavia, o tempo de
servidão não poderia ultrapassar seis anos. Depois desse período, o escravo era
liberto (ex 21.2; Dt 15.1-18). E o seu senhor, por seu turno, teria de suprir
as suas necessidades para que ele pudesse dar início a uma vida digna (VV
13,14).
Quando lemos a
Epístola de Paulo a Filemom, convencemo-nos, de imediato, que devemos tratar
nossos irmãos, principalmente os que nada possuem, com toda a dignidade e
respeito, porque Jesus assim o faz.
3.
O socorro aos
pobres: O socorro aos pobres é uma recomendação bíblica: “Aprendei a
fazer o bem; praticai o que é reto, ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão;
tratai da causa das viúvas” (Is 1.17). Em Israel, os órfãos, as viúvas e os
estrangeiros eram vitimas constantes de intensa penúria e opressão (Jr 7.6).
Todavia, o Senhor ordenou aos israelitas que os tratassem com amor e misericórdia.
Se o cuidado com os carentes fosse negligenciado, os profetas não hesitavam em
denunciar energicamente as injustiças (Jr 34.8-11,16,17). Não podemos ser
omissos em relação ao sofrimento do próximo.
III. O NOVO TESTAMENTO E A AÇÃO SOCIAL DA IGREJA
1. Nos Evangelhos: O Senhor Jesus
Cristo ensinou a generosidade e a hospitalidade para com os pobres (Lc
14.12-14). A relevância do tema pode ser vista no final do sermão profética de
Jesus, quando Ele, categoricamente, revela quem participará do reino de Deus:
“Vinde, benditos de meu Pai, possui por herança o Reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo; porque tive
fome, e deste-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e
hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na
prisão, e fostes ver-me” (Mt 25.34-36). Você tem agido como Jesus ensinou?
2. Na igreja Primitiva: A Igreja
primitiva desenvolveu um excelente trabalho social (At 2.42; 4.32), erradicando
a necessidade de entre seus membros (At 4.34,35). Dando prosseguimento a esse
importante trabalho, o apóstolo Paulo recolheu ofertas entre as igrejas gentias
para a assistência aos crentes hebreus de Jerusalém (Rm 15.25-29). As boas
obras são evidências de uma fé viva em Deus, conforme afirma Tiago. Os que afirmam
estarem salvos pela fé, em Cristo, devem demonstrar sua fé por intermédio das
obras (Tg 2.14-26).
3. Na Igreja atual: A Igreja à
semelhança de Israel no Antigo Testamento, tem um compromisso social diante do
Senhor: “Se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a
tua luz nascera nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor
te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará
teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca
faltam” (Is 58.10 – 11; Mt 5.13-16). Sua igreja tem observado esse compromisso
social? Você também é responsável pelos pobres e necessitados.
CONCLUSÃO
A Igreja
primitiva não se intimidou com as perseguições nem se omitiu em cumprir sua
missão social. Além de espalhar o Evangelho por todo o mundo, soube como
socorrer os aflitos e necessitados. Mostremos, pois, ao mundo o nosso Deus. Ele
não se limitou a criar os céus e a terra, mas intervém amorosamente na vida dos
filhos dos homens e “faz justiça aos oprimidos; que dá pão aos que têm fome;
que liberta os encarcerados; que abre os olhos aos cegos; que levanta os
abatidos; que guarda os peregrinos e que ampara o órfão e a viúva” (Sl
146.7-9). Façamos a nossa parte!
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 3º/2011
Comentarista: Wagner Gaby
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: A Missão Integral da Igreja – Porque o Reino de Deus
está entre vós
Páginas: 69 - 75
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