quarta-feira, 21 de março de 2012

A HARMONIA ENTRE A BÍBIA E O ESPÍRITO SANTO


Texto Áureo: Efésios 6.17
Verdade Prática: A Palavra de Deus é a matéria-prima que o Espírito santo utiliza para revelar, inspirar e iluminar as verdades eternas à igreja de Cristo.
Leitura Bíblica: 2 Samuel 23.1-4; Neemias 9.20,30; João 14,16,17; Romanos 8.27; 1 Coríntios 2.10,11

Lição 07


INTRODUÇÃO


O Espírito Santo não é um espírito entre outros espíritos. Ele é o Espírito incriado, a 3ª Pessoa da Trindade. Não é necessário muito esforço para encontrarmos no Velho testamento alguma referência que fale sobre a participação do Espírito Santo na trindade Divina. É impossível crer na Bíblia sem considerar o fato da existência do Deus Triúno e Uno. Logo no início da Bíblia temos a célebre declaração: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Ora, neste versículo a palavra “Deus” é suficiente para encontrar a doutrina da trindade e a participação do Espírito Santo na mesma.
A harmonia existente entre a Bíblia e o Espírito santo se constata pela presença e participação do Espírito Santo em toda a história da humanidade contada na Bíblia. Em outras lições deste trimestre comentamos a participação do Espírito santo quanto à revelação, à inspiração e à autoridade das Escrituras. Nesta lição trataremos da relação entre a Bíblia e o Espírito santo como doutrina e na experiência do povo de Deus.

I.       O CONHECIMENTO DA DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO EM TODA A BÍBLIA

Podemos dividir o conhecimento da doutrina do Espírito santo em dois períodos, o velho e o Novo Testamento. Percebe-se uma perfeita harmonia entre a Bíblia e o Espírito santo. O primeiro período é conhecido como o período pré-pentecostal, pois as atividades e manifestações do Espírito Santo eram esporádicas e em tempos distintos. O segundo período começa a partir da experiência do Dia de Pentecostes com a descida do Espírito Santo sobre a Igreja emergente. Neste período as atividades e manifestações do Espírito santo passaram a acontecer de modo direto e contínuo. No Velho Testamento o conhecimento acerca do Espírito Santo era muito limitado e as manifestações do Espírito aconteciam em tempos distintos e em circunstâncias especiais. Várias vezes nos deparamos com a bíblia declarando que “o Espírito do Senhor” vinha sobre alguém, para trazer uma mensagem profética, ou para operar algum sinal e prodígio, ou para dar força espiritual para realizar alguma tarefa especial da parte de deus (Otniel – Jz 3.10; Sansão – Jz 14.6; 15.14; Davi – 1 Sm 16.13). O Espírito vinha especialmente e depois de realizada a obra que viera operar, por meio de alguém, voltava para seu lugar. O Espírito não habitava na terra, nem nos servos de Deus. Porém, no segundo período, depois do pentecostes iniciou-se uma nova era para o povo de Deus na terra. Foi o cumprimento da profecia de Joel 2.28,29. O Espírito desceu “como o cumprimento da promessa do pai e do filho” (Lc 24.49) naquele cenáculo de Jerusalém (at 2.1-4), evidenciando a presença do Espírito Santo que veio para ficar e habitar nos corações dos discípulos de Jesus. Antes, o Espírito vinha e voltava; agora, o Espírito veio para morar nos crentes em Cristo e enchê-los com seu poder. Portanto, o conhecimento da doutrina do Espírito Santo está em toda a Bíblia. Se no velho Testamento a idéia que os judeus tinham do Espírito era o de um ser impessoal vindo da parte de Deus, hoje, no Novo Testamento essa idéia foi aclarada pelo fato do Espírito Santo manifestar-se de modo Pessoal, racional e invisível.

II.    A BÍBLIA FALA DA ASSSEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

A palavra “asseidade” é pouco na linguagem cotidiana e mesmo na literatura secular, porque é uma palavra específica para referir-se ao “ser de Deus”. Conforme o Dicionário Ilustrado da BLOCH, eis a definição: “Asseidade é um atributo de Deus pela qual Ele existe por si mesmo ou por necessidade da sua própria natureza”. Portanto “asseidade” refere-se exclusivamente ao “ser divino”. Com esse fato estamos declarando a existência do Deus Espírito. Refutamos com segurança as idéias que fazem do Espírito Santo uma mera energia cósmica, ou uma influência iluminadora. O Espírito é Deus Pessoal, não um amuleto qualquer. Para que não confundamos a sua Pessoa e a sua realidade, precisamos saber discernir os vários sentidos da palavra espírito, pois ela pode significar também qualidades ou atributos conforme o seu contexto.
1.      O significado da palavra “espírito”: No velho Testamento, a língua hebraica traduz a palavra espírito por RUACH que significa essencialmente, vento, hálito, respiração, ar. No Novo testamento, na língua grega, a palavra espírito é PNEUMA. A raiz da palavra grega PNEU refere-se ao ar e o sufixo de pneuma que é MA fala de ação, do movimento do ar. Tanto RUACH como PNEUMA podem referir-se ao espírito humano e ao Espírito Santo. Quando fala do espírito humano, os termos fazem respeito à vida e ao fôlego da vida no homem, que o tornou “alma vivente” (Gn 2.7; Mt 27.50; Lc 8.55; At 7.59). Diz respeito, também, à parte superior do ser humano, pois é o seu espírito (do homem) que torna a alma humana distinta da irracional. O espírito do homem representa a sua natureza suprema e o habilita a ter comunhão pessoal com o Criador. A palavra espírito pode referir-se, também aos anjos criados por Deus (Mt 8.16; Mc 1.23; 1 Co 2.12; Hb 2.7). Os anjos são espíritos criados sem a necessidade de corpos materiais, os homens são espíritos criados com corpos materiais.
2.      A palavra espírito em relação a Deus: Quando se refere a Deus, tanto RUACH como PNEUMA passam a ter um sentido neutro e especial, porque Ele é o Espírito criador e é identificado como o “Espírito Eterno” (Hb 9.14). A palavra espírito não se limita a um sentido figurado, ou a uma representação, mas Ele é real. Ele não é uma força iluminadora, nem uma poderosa influência espiritual, nem uma fonte de fluidos energéticos do espaço. O Espírito Santo é Deus. Temos que ter o cuidado de interpretar corretamente, sempre buscando o sentido da palavra espírito no texto. A palavra espírito pode referir-se tanto ao Espírito Santo como a anjos, ou mesmo a homens. Quando se refere ao Espírito Santo, o termo espírito escrito na forma minúscula pode vir precedido por um pronome pessoal que indica diretamente tratar-se do Espírito Santo. Outras vezes, a palavra espírito pode vir de forma adjetiva, isto é, indicando uma qualidade do Espírito Santo. Por exemplo: “O espírito de santidade” (Rm 1.4); “o espírito de sabedoria” (Is 11.2); são expressões que se referem a qualidades ou a ação do Espírito Santo.
3.      A natureza divina do Espírito Santo (Hb 9.14): A Bíblia é clara quando afirma que o Espírito santo não é uma parte do ser de Deus, mas é Deus Espírito (Jo 4.24). Não podemos pensar no Ser do Espírito em relação aos outros seres criados. Quando falamos da asseidade do Espírito nos referimos ao fato de que Ele tem existência própria, existência que lhe é peculiar e inerente. O seu Ser é o mesmo SER das demais pessoas da Trindade. As Pessoas da trindade são distintas em termos pessoais, quanto às manifestações, mas pertencem à mesma essência indivisível e eterna.

III. A BÍBLIA REVELA O ESPÍRITO SANTO NA TRINDADE

A Trindade não é uma doutrina inventada pelos teólogos. A palavra “trindade” não é encontrada literalmente na Bíblia, pois trata-se de um termo técnico utilizado pelos estudiosos  da Bíblia para facilitar o estudo acerca das três Pessoas da Trindade.
Num sentido simples e objetivo, trindade significa a reunião de três em um. Não é a constituição de três deuses dentro de uma espécie, como podem existir três homens dentro da espécie humana. O Deus Triúno não pode ser entendido como parte de uma espécie. Não há a espécie de Deus. Também não são três facetas de Deus. A trindade constitui-se de três Pessoas distintas, porém, que se pertencem mutuamente. Há no Ser Divino uma só essência indivisível, significa que a essência divina não é fragmentada ou dividida em três, mas as três Pessoas (Pai, Filho e Espírito) são a mesma essência espiritual. As três Pessoas formam uma unidade composta. A distinção de cada Pessoa na trindade é ara mostrar a operação individual de cada uma das Pessoas. É, na verdade, uma Trindade Divina em que, deus é UM SÓ em seu SER e SUBSTÂNCIA, ainda que possua três distinções Pessoais, conhecidas como Pai, Filho e Espírito Santo. A Bíblia esclarece que a participação do Espírito na trindade não obedece a uma ordem crescente ou decrescente; não se limita a uma ordem numérica; não está numa ordem hierárquica. Pensa-se na Trindade Divina como havendo uma absoluta igualdade de poder, glória e substância. Há uma verdadeira e perfeita harmonia no trabalho da Trindade. Cada uma das Pessoas da Trindade tem atribuições facilmente encontradas nas páginas da Bíblia.
Ao Pai coube a tarefa principal de ORDENAR. Ele é o ordenador supremo. Foi Ele quem ideou tudo (At 17.24,28; Gn 1; Jo 3.16).
Ao Filho coube cumprir as ordens do PAI, e por esta razão Ele é o EXECUTOR DIVINBO (Jo 1.3; Cl 1.16; 1 Tm 2.5).
Ao Espírito Santo coube a obra principal de APLICAR o que o PAI ordenou e o FILHO executou. É Ele quem aplica toda a obra da redenção que Jesus realizou. É Ele quem REVELA Jesus a humanidade (1 Co 2.10-12; Lc 12.12; Jo 16.14; Rm 8.26,27). Portanto, o FILHO veio ao mundo fazer a obra do PAI (Hb 10.4-7). O ESPÍRITO SANTO veio para aplicar a obra do Pai e do Filho na vida da humanidade.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1991
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central: Conhecendo a Palavra de Deus.
Páginas: 23 - 26

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