Texto Áureo: Efésios 6.17
Verdade Prática: A Palavra de Deus é a
matéria-prima que o Espírito santo utiliza para revelar, inspirar e iluminar as
verdades eternas à igreja de Cristo.
Leitura Bíblica:
2 Samuel 23.1-4; Neemias 9.20,30; João 14,16,17; Romanos 8.27; 1 Coríntios
2.10,11
Lição 07
INTRODUÇÃO
O
Espírito Santo não é um espírito entre outros espíritos. Ele é o Espírito
incriado, a 3ª Pessoa da Trindade. Não é necessário muito esforço para
encontrarmos no Velho testamento alguma referência que fale sobre a
participação do Espírito Santo na trindade Divina. É impossível crer na Bíblia
sem considerar o fato da existência do Deus Triúno e Uno. Logo no início da
Bíblia temos a célebre declaração: “No princípio criou Deus os céus e a terra”
(Gn 1.1). Ora, neste versículo a palavra “Deus” é suficiente para encontrar a
doutrina da trindade e a participação do Espírito Santo na mesma.
A
harmonia existente entre a Bíblia e o Espírito santo se constata pela presença
e participação do Espírito Santo em toda a história da humanidade contada na
Bíblia. Em outras lições deste trimestre comentamos a participação do Espírito
santo quanto à revelação, à inspiração e à autoridade das Escrituras. Nesta
lição trataremos da relação entre a Bíblia e o Espírito santo como doutrina e
na experiência do povo de Deus.
I. O CONHECIMENTO DA DOUTRINA DO ESPÍRITO
SANTO EM TODA A BÍBLIA
Podemos
dividir o conhecimento da doutrina do Espírito santo em dois períodos, o velho
e o Novo Testamento. Percebe-se uma perfeita harmonia entre a Bíblia e o
Espírito santo. O primeiro período é conhecido como o período pré-pentecostal,
pois as atividades e manifestações do Espírito Santo eram esporádicas e em
tempos distintos. O segundo período começa a partir da experiência do Dia de
Pentecostes com a descida do Espírito Santo sobre a Igreja emergente. Neste
período as atividades e manifestações do Espírito santo passaram a acontecer de
modo direto e contínuo. No Velho Testamento o conhecimento acerca do Espírito
Santo era muito limitado e as manifestações do Espírito aconteciam em tempos
distintos e em circunstâncias especiais. Várias vezes nos deparamos com a
bíblia declarando que “o Espírito do Senhor” vinha sobre alguém, para trazer
uma mensagem profética, ou para operar algum sinal e prodígio, ou para dar
força espiritual para realizar alguma tarefa especial da parte de deus (Otniel
– Jz 3.10; Sansão – Jz 14.6; 15.14; Davi – 1 Sm 16.13). O Espírito vinha
especialmente e depois de realizada a obra que viera operar, por meio de
alguém, voltava para seu lugar. O Espírito não habitava na terra, nem nos
servos de Deus. Porém, no segundo período, depois do pentecostes iniciou-se uma
nova era para o povo de Deus na terra. Foi o cumprimento da profecia de Joel
2.28,29. O Espírito desceu “como o cumprimento da promessa do pai e do filho”
(Lc 24.49) naquele cenáculo de Jerusalém (at 2.1-4), evidenciando a presença do
Espírito Santo que veio para ficar e habitar nos corações dos discípulos de
Jesus. Antes, o Espírito vinha e voltava; agora, o Espírito veio para morar nos
crentes em Cristo e enchê-los com seu poder. Portanto, o conhecimento da
doutrina do Espírito Santo está em toda a Bíblia. Se no velho Testamento a
idéia que os judeus tinham do Espírito era o de um ser impessoal vindo da parte
de Deus, hoje, no Novo Testamento essa idéia foi aclarada pelo fato do Espírito
Santo manifestar-se de modo Pessoal, racional e invisível.
II. A BÍBLIA FALA DA ASSSEIDADE DO ESPÍRITO
SANTO
A
palavra “asseidade” é pouco na linguagem cotidiana e mesmo na literatura
secular, porque é uma palavra específica para referir-se ao “ser de Deus”.
Conforme o Dicionário Ilustrado da BLOCH, eis a definição: “Asseidade é um
atributo de Deus pela qual Ele existe por si mesmo ou por necessidade da sua
própria natureza”. Portanto “asseidade” refere-se exclusivamente ao “ser
divino”. Com esse fato estamos declarando a existência do Deus Espírito.
Refutamos com segurança as idéias que fazem do Espírito Santo uma mera energia
cósmica, ou uma influência iluminadora. O Espírito é Deus Pessoal, não um
amuleto qualquer. Para que não confundamos a sua Pessoa e a sua realidade,
precisamos saber discernir os vários sentidos da palavra espírito, pois ela
pode significar também qualidades ou atributos conforme o seu contexto.
1.
O significado
da palavra “espírito”: No velho Testamento, a língua hebraica traduz a
palavra espírito por RUACH que significa essencialmente, vento, hálito,
respiração, ar. No Novo testamento, na língua grega, a palavra espírito é
PNEUMA. A raiz da palavra grega PNEU refere-se ao ar e o sufixo de pneuma que é
MA fala de ação, do movimento do ar. Tanto RUACH como PNEUMA podem referir-se
ao espírito humano e ao Espírito Santo. Quando fala do espírito humano, os
termos fazem respeito à vida e ao fôlego da vida no homem, que o tornou “alma
vivente” (Gn 2.7; Mt 27.50; Lc 8.55; At 7.59). Diz respeito, também, à parte
superior do ser humano, pois é o seu espírito (do homem) que torna a alma
humana distinta da irracional. O espírito do homem representa a sua natureza
suprema e o habilita a ter comunhão pessoal com o Criador. A palavra espírito
pode referir-se, também aos anjos criados por Deus (Mt 8.16; Mc 1.23; 1 Co
2.12; Hb 2.7). Os anjos são espíritos criados sem a necessidade de corpos
materiais, os homens são espíritos criados com corpos materiais.
2.
A palavra
espírito em relação a Deus: Quando se refere a Deus, tanto RUACH como
PNEUMA passam a ter um sentido neutro e especial, porque Ele é o Espírito
criador e é identificado como o “Espírito Eterno” (Hb 9.14). A palavra espírito
não se limita a um sentido figurado, ou a uma representação, mas Ele é real.
Ele não é uma força iluminadora, nem uma poderosa influência espiritual, nem
uma fonte de fluidos energéticos do espaço. O Espírito Santo é Deus. Temos que
ter o cuidado de interpretar corretamente, sempre buscando o sentido da palavra
espírito no texto. A palavra espírito pode referir-se tanto ao Espírito Santo
como a anjos, ou mesmo a homens. Quando se refere ao Espírito Santo, o termo
espírito escrito na forma minúscula pode vir precedido por um pronome pessoal
que indica diretamente tratar-se do Espírito Santo. Outras vezes, a palavra
espírito pode vir de forma adjetiva, isto é, indicando uma qualidade do
Espírito Santo. Por exemplo: “O espírito de santidade” (Rm 1.4); “o espírito de
sabedoria” (Is 11.2); são expressões que se referem a qualidades ou a ação do
Espírito Santo.
3.
A natureza
divina do Espírito Santo (Hb 9.14): A Bíblia é clara quando afirma que
o Espírito santo não é uma parte do ser de Deus, mas é Deus Espírito (Jo 4.24).
Não podemos pensar no Ser do Espírito em relação aos outros seres criados.
Quando falamos da asseidade do Espírito nos referimos ao fato de que Ele tem
existência própria, existência que lhe é peculiar e inerente. O seu Ser é o
mesmo SER das demais pessoas da Trindade. As Pessoas da trindade são distintas
em termos pessoais, quanto às manifestações, mas pertencem à mesma essência
indivisível e eterna.
III. A BÍBLIA REVELA O ESPÍRITO SANTO NA
TRINDADE
A
Trindade não é uma doutrina inventada pelos teólogos. A palavra “trindade” não
é encontrada literalmente na Bíblia, pois trata-se de um termo técnico
utilizado pelos estudiosos da Bíblia
para facilitar o estudo acerca das três Pessoas da Trindade.
Num
sentido simples e objetivo, trindade significa a reunião de três em um. Não é a constituição
de três deuses dentro de uma espécie, como podem existir três homens dentro da
espécie humana. O Deus Triúno não pode ser entendido como parte de uma espécie.
Não há a espécie de Deus. Também não são três facetas de Deus. A trindade
constitui-se de três Pessoas distintas, porém, que se pertencem mutuamente. Há
no Ser Divino uma só essência indivisível, significa que a essência divina não
é fragmentada ou dividida em três, mas as três Pessoas (Pai, Filho e Espírito)
são a mesma essência espiritual. As três Pessoas formam uma unidade composta. A
distinção de cada Pessoa na trindade é ara mostrar a operação individual de
cada uma das Pessoas. É, na verdade, uma Trindade Divina em que, deus é UM SÓ em seu SER e SUBSTÂNCIA,
ainda que possua três distinções Pessoais, conhecidas como Pai, Filho e
Espírito Santo. A Bíblia esclarece que a participação do Espírito na trindade
não obedece a uma ordem crescente ou decrescente; não se limita a uma ordem
numérica; não está numa ordem hierárquica. Pensa-se na Trindade Divina como
havendo uma absoluta igualdade de poder, glória e substância. Há uma verdadeira
e perfeita harmonia no trabalho da Trindade. Cada uma das Pessoas da Trindade
tem atribuições facilmente encontradas nas páginas da Bíblia.
Ao
Pai coube a tarefa principal de ORDENAR. Ele é o ordenador supremo. Foi Ele
quem ideou tudo (At 17.24,28; Gn 1; Jo 3.16).
Ao
Filho coube cumprir as ordens do PAI, e por esta razão Ele é o EXECUTOR DIVINBO
(Jo 1.3; Cl 1.16; 1 Tm 2.5).
Ao
Espírito Santo coube a obra principal de APLICAR o que o PAI ordenou e o FILHO
executou. É Ele quem aplica toda a obra da redenção que Jesus realizou. É Ele
quem REVELA Jesus a humanidade (1 Co 2.10-12; Lc 12.12; Jo 16.14; Rm 8.26,27).
Portanto, o FILHO veio ao mundo fazer a obra do PAI (Hb 10.4-7). O ESPÍRITO
SANTO veio para aplicar a obra do Pai e do Filho na vida da humanidade.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1991
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central: Conhecendo a Palavra de Deus.
Páginas: 23 - 26
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