terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CRISTO SOFREU POR NOS


Texto Áureo: 1 Pedro 2.21
Verdade Prática: A vitória de Cristo no sofrimento cumpriu o plano em plena vontade de Deus.
Leitura Bíblica: Marcos 14.32-34,44,46; 15.1-5

Lição 1


INTRODUÇÃO


Nas  lições deste trimestre estudaremos fatos relacionados com a pessoa do Senhor Jesus, desde o seu nascimento até à sua ascensão ao Céu. Como, porém, na primeira semana de abril se comemoram a morte e ressurreição de Cristo, alteramos a ordem cronológica dos acontecimentos.
A inteligência humana é sobremodo incapaz de analisar e descrever os sofrimentos do Senhor Jesus. O mais importante, porém, é reconhecermos que tudo Ele padeceu por nós.

I.                   O SOFRIMENTO DE CRISTO ANTES DA CRUZ

  1. A agonia do Getsêmani: Após os ensinamentos profundos do Sermão Profético, Jesus abriu-lhes o caminho para o Céu, mediante o sofrimento iniciado no Getsêmani. Ali, o Senhor Jesus fez a oração preparatória para o seu triunfo no Calvário. Mateus diz que Ele “começou a entristecer-se e angustiar-se” (26.37), e Lucas diz que Cristo orou com tal instância que o “seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até o chão” (22.44).
O mero esforço em qualquer labor humano provoca suor. Aqui não era uma simples dedicação humana, mas o empenho do Salvador para uma realização eterna. Era o Deus humanizado empenhando-se para desfazer as obras do maligno e libertar as almas escravas do pecado e do poder de Satanás. Era a preparação para o Calvário, onde Jesus seria oferecido para resgatar nossas almas. Foi nesse momento que Ele disse: “A minha alma está profundamente triste até a morte” (Mt 26.38).
  1. Os motivos da agonia do Getsêmani: No Getsêmani, o Senhor orou: “Meu Pai: se possível passe de mim este cálice” (Mt 26.39). Esta oração tem sido interpretada, erroneamente, de que Jesus teve medo da morte. Ele não temeu, pois declarou que veio para dar a sua vida em resgate de muitos (Mc 10.45). Também disse: “Eu dou a mim vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim... eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la” (Jo 10.17,18 – ARA).
  2. A decisão de Jesus no Getsêmani: Depois de orar pela terceira vez, o Cristo de Deus concluiu: “Meu pai, se não é possível passar de mim este cálice, sem que eu o beba, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42). Em resposta a esta oração, diz o evangelista Lucas: “Então lhe apareceu um anjo do céu e o confortava” (22.43). O cálice, entretanto, não passou de Jesus sem que Ele o bebesse. Ele significava os sofrimentos do Calvário. Se Jesus não o sorvesse, nós sofreríamos para sempre. Seria impossível a nossa salvação sem o sacrifício expiatório de Cristo.

II.                PERGUNTAS E REVELAÇÕES

Durante o julgamento de Cristo perante Pilatos, estabeleceu-se entre o governador romano e os judeus um diálogo profundamente significativo. As perguntas e respostas apontavam para os propósitos de Deus, como revelação do seu plano salvador.
  1. Que mal fez Ele? (Mt 27.23): Sem caráter de pergunta, significaria afirmar que Jesus não praticou mal algum. Isto nos ensina duas grandes verdades que permeiam a doutrina da salvação.
a)      A impecabilidade de Jesus: Impecabilidade é a característica encontrada exclusivamente no Senhor Jesus. A todos os demais homens, que vieram ao mundo, desde Adão até os nossos dias, aplicam-se estas palavras: “Não há justo, nem sequer um... todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis. Não ha quem faça o bem” (Rm 3.213). A lei preceituava: “a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.20). Assim, Deus não usaria nenhum outro homem como propiciação pelos nossos pecados. Só Jesus, o Cordeiro Imaculado, podia nos substituir, ao sofrer e morrer por nós. E Ele, o justo, tomou o lugar do injusto, do pecador, para que fôssemos feitos justos, aleluia! Em referência a Jesus está escrito: “Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula” (Hb 7.26); “Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1 Pe 2.21,22).
b)      Se Jesus houvesse praticado o mal: Não poderia realizar a obra propiciatória em nosso favor. Se Cristo tivesse sido submetido a julgamento pelas autoridades, por algum crime ou pecado que tivesse cometido, teríamos de admitir que Ele morreu pelos seus pecados. Mas, ao contrário, Pilatos disse que Jesus era justo (Mt 27.24) e declarou : “Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4). Dele está escrito: “Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1 Pe 3.18), pois “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).
  1. Qual dos dois quereis que eu vos solte? A resposta foi: “Solta-nos Barrabás e crucifica a Jesus”. Os judeus erraram, escolhendo a Barrabás, mas foi satisfeito o desígnio de Deus de entregar o seu Filho, santo, inocente à morte, e que um malfeitor fosse liberto. Se Barrabás tivesse sido crucificado, nenhum benefício nos sobreviria da sua morte. Seria apenas um malfeitor a mais morrendo pelos seus crimes. Ao contrário, em Jesus se cumpriu a predição divinamente inspirada: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5).
  2. Que farei, então, de Jesus chamado o Cristo? Responderam: “Seja crucificado”. Esta pergunta teria sido respondida corretamente de duas maneiras:
a)      Seja crucificado por nós: O apóstolo João diz que Caifás foi constrangido a confessar: “Convém que morra um só homem pelo povo, e que não venha a perecer toda a nação” (11.50). Foi isto que Deus ensinou a Abraão, quando proveu o cordeiro para morrer em lugar de Isaque (Gn 22.7-14).
b)      Se a resposta tivesse vindo através de Pedro e João, ou outra pessoa que conhecesse o plano salvador de Deus por Jesus Cristo, certamente teria sido: “Aceita-o como teu salvador pessoal, como o único que pode perdoar os teus pecados. Aceita-o como enviado de Deus para a salvação de tua alma e tua felicidade eterna” (Mt 16.13-16).

III.             DESFECHO DOS SOFRIMENTOS DE CRISTO

As dores, decorrentes da agonia que levou Jesus Cristo a suar sangue, continuaram através das atrocidades infligidas ao nosso Salvador no período da prisão à morte na cruz, e foram:
  1. O sofrimento físico: Para nos salvar, o Verbo de Deus encarnou-se em um corpo humano semelhante ao nosso, sujeito a sofrimentos e dores.
Em Jerusalém, diante de Caifás, Jesus foi julgado e submetido a severos castigos. Sua cabeça foi coroado de espinhos e duramente espancado com uma cana. Todo este sofrimento culminou com a sua morte na cruz. Na posição em que ficava a pessoa crucificada, não havia como aliviar-lhe o sofrimento culminou com a sua morte na cruz. Na posição em que ficava a pessoa crucificada, não havia como aliviar-lhe o sofrimento, pois em qualquer tentativa de mudança de posição, mais aumentavam as dores do crucificado. Porém, tudo isto esta predito a respeito de Jesus (Lm 1.12).
  1. O sofrimento moral e psicológico: O Filho de Deus, a respeito de quem os anjos receberam ordem de adorar, era objeto de escárnio, de zombaria, por parte dos solados romanos que o haviam prendido e agora o espancavam, ao invés de prestar-lhe adoração. Lucas escreveu: “Os que detinham Jesus, zombavam dele, davam-lhe pancadas e, vedando-lhe os olhos, diziam: Profetiza-nos quem é o que te bateu” (Lc 22.63,64). Vejamos Sl 22.7; Is 53.3. A reação do nosso Senhor, diante de tais sofrimentos, revela a sua inteira obediência à vontade do Pai. Ele realizava a obra salvífica que o Pai lhe confiara. Deste modo, mesmo injuriado, o escarnecido suplica: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.24). Assim, o Senhor cumpria o papel de mediador, intercedendo pelos pecadores, conforme havia predito Isaías (53.12).
  2. O sofrimento espiritual: Jesus não foi um mártir, mas a vítima propiciatória preparada por Deus, para substituir-nos, na condenação que mereciam os nossos pecados. Os seus sofrimentos chegaram ao auge, no momento em que na cruz tomou sobre si os nossos pecados e foi desamparado pelo pai. Ele clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). Este foi o seu maior sofrimento: ser desamparado e exposto a toda a severidade da lei de Deus, ultrajada pelos milhares de pecadores de todas as gerações. Assim, o autor da nossa redenção sofreu a dor física, moral e espiritual, desamparado pelo pai, ao tomar sobre si os nossos pecados, para reconciliar-nos com Deus (2 Co 5.19).

IV.             A FINALIDADE DO SOFRIMENTO E DA MORTE DE JESUS

O sofrimento de quem colhe os frutos de um viver alheio aos propósitos de Deus não tem finalidade animadora e nem gratificante. Jesus sofreu, ao executar o plano divino que previa resultados eternos. Consideremos a sua finalidade.
  1.  Jesus sofreu e morreu por nós “para aniquilar [o pecado] pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26): Ele é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29)
  2. “Para que o corpo do pecado seja destruído e não sirvamos mais ao pecado como escravos” (Rm 6.6): O sofrimento de Jesus teve por fim libertar-nos da escravidão do pecado (Jo 8.32-36).
  3. “Para que nos consideremos mortos para o pecado e vivos para Deus” (Rm 6.11): Os que vivem no pecado, mesmo vivos estão mortos (1 Tm 5.6).
  4. Para que o pecado não reine mais em nosso corpo mortal: Dominando-nos através das paixões (Rm 6.12).
  5. Jesus tomou os nosso pecados em seu corpo: Para que o nosso não seja instrumento de iniquidade, mas de justiça (Rm 6.13,19).
  6. Para que a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo, proporcionando-nos a felicidade nesta vida: O apóstolo Pedro declara que Cristo foi enviado para nos abençoar, no sentido de que cada um se aparte de suas perversidades (At 3.26).
Se cremos que Cristo sofreu por nós, forçoso nos é admitir que Ele padeceu por estas sublimes finalidades, que são a expressão máxima do seu amor e a segurança da nossa eterna salvação.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1994
Comentarista: Estevam Ângelo de Souza
Tema Central: Jesus Cristo Ferido de Deus
Páginas: 03 - 07







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