Texto Áureo: 1 Pedro 2.21
Verdade Prática: A vitória de Cristo no sofrimento cumpriu o plano
em plena vontade de Deus.
Leitura Bíblica: Marcos 14.32-34,44,46; 15.1-5
Lição 1
INTRODUÇÃO
Nas
lições deste trimestre estudaremos fatos
relacionados com a pessoa do Senhor Jesus, desde o seu nascimento até à sua
ascensão ao Céu. Como, porém, na primeira semana de abril se comemoram a morte
e ressurreição de Cristo, alteramos a ordem cronológica dos acontecimentos.
A
inteligência humana é sobremodo incapaz de analisar e descrever os sofrimentos
do Senhor Jesus. O mais importante, porém, é reconhecermos que tudo Ele padeceu
por nós.
I.
O SOFRIMENTO
DE CRISTO ANTES DA CRUZ
- A agonia do
Getsêmani: Após os ensinamentos profundos do Sermão Profético,
Jesus abriu-lhes o caminho para o Céu, mediante o sofrimento iniciado no
Getsêmani. Ali, o Senhor Jesus fez a oração preparatória para o seu
triunfo no Calvário. Mateus diz que Ele “começou a entristecer-se e
angustiar-se” (26.37), e Lucas diz que Cristo orou com tal instância que o
“seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até o chão”
(22.44).
O
mero esforço em qualquer labor humano provoca suor. Aqui não era uma simples
dedicação humana, mas o empenho do Salvador para uma realização eterna. Era o
Deus humanizado empenhando-se para desfazer as obras do maligno e libertar as
almas escravas do pecado e do poder de Satanás. Era a preparação para o
Calvário, onde Jesus seria oferecido para resgatar nossas almas. Foi nesse
momento que Ele disse: “A minha alma está profundamente triste até a morte” (Mt
26.38).
- Os motivos da
agonia do Getsêmani: No Getsêmani, o Senhor orou: “Meu Pai: se
possível passe de mim este cálice” (Mt 26.39). Esta oração tem sido
interpretada, erroneamente, de que Jesus teve medo da morte. Ele não
temeu, pois declarou que veio para dar a sua vida em resgate de muitos (Mc
10.45). Também disse: “Eu dou a mim vida para a reassumir. Ninguém a tira
de mim... eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e
também para reavê-la” (Jo 10.17,18 – ARA).
- A decisão de
Jesus no Getsêmani: Depois de orar pela terceira vez, o Cristo de
Deus concluiu: “Meu pai, se não é possível passar de mim este cálice, sem
que eu o beba, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42). Em resposta a esta
oração, diz o evangelista Lucas: “Então lhe apareceu um anjo do céu e o
confortava” (22.43). O cálice, entretanto, não passou de Jesus sem que Ele
o bebesse. Ele significava os sofrimentos do Calvário. Se Jesus não o
sorvesse, nós sofreríamos para sempre. Seria impossível a nossa salvação
sem o sacrifício expiatório de Cristo.
II.
PERGUNTAS E
REVELAÇÕES
Durante
o julgamento de Cristo perante Pilatos, estabeleceu-se entre o governador
romano e os judeus um diálogo profundamente significativo. As perguntas e
respostas apontavam para os propósitos de Deus, como revelação do seu plano
salvador.
- Que mal fez Ele?
(Mt 27.23): Sem caráter de pergunta, significaria afirmar que
Jesus não praticou mal algum. Isto nos ensina duas grandes verdades que
permeiam a doutrina da salvação.
a)
A impecabilidade
de Jesus: Impecabilidade é a característica encontrada exclusivamente
no Senhor Jesus. A todos os demais homens, que vieram ao mundo, desde Adão até
os nossos dias, aplicam-se estas palavras: “Não há justo, nem sequer um...
todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis. Não ha quem faça o bem” (Rm
3.213). A lei preceituava: “a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.20). Assim,
Deus não usaria nenhum outro homem como propiciação pelos nossos pecados. Só
Jesus, o Cordeiro Imaculado, podia nos substituir, ao sofrer e morrer por nós.
E Ele, o justo, tomou o lugar do injusto, do pecador, para que fôssemos feitos
justos, aleluia! Em referência a Jesus está escrito: “Com efeito, nos convinha
um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula” (Hb 7.26);
“Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1 Pe 2.21,22).
b)
Se Jesus
houvesse praticado o mal: Não poderia realizar a obra propiciatória em
nosso favor. Se Cristo tivesse sido submetido a julgamento pelas autoridades,
por algum crime ou pecado que tivesse cometido, teríamos de admitir que Ele
morreu pelos seus pecados. Mas, ao contrário, Pilatos disse que Jesus era justo
(Mt 27.24) e declarou : “Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4). Dele está
escrito: “Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos,
para conduzir-vos a Deus” (1 Pe 3.18), pois “Aquele que não conheceu pecado,
ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co
5.21).
- Qual dos dois
quereis que eu vos solte? A resposta foi: “Solta-nos Barrabás e
crucifica a Jesus”. Os judeus erraram, escolhendo a Barrabás, mas foi
satisfeito o desígnio de Deus de entregar o seu Filho, santo, inocente à
morte, e que um malfeitor fosse liberto. Se Barrabás tivesse sido
crucificado, nenhum benefício nos sobreviria da sua morte. Seria apenas um
malfeitor a mais morrendo pelos seus crimes. Ao contrário, em Jesus se
cumpriu a predição divinamente inspirada: “Mas ele foi ferido pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5).
- Que farei, então,
de Jesus chamado o Cristo? Responderam: “Seja crucificado”. Esta
pergunta teria sido respondida corretamente de duas maneiras:
a)
Seja
crucificado por nós: O apóstolo João diz que Caifás foi constrangido a
confessar: “Convém que morra um só homem pelo povo, e que não venha a perecer
toda a nação” (11.50). Foi isto que Deus ensinou a Abraão, quando proveu o
cordeiro para morrer em lugar de Isaque (Gn 22.7-14).
b)
Se a resposta
tivesse vindo através de Pedro e João, ou outra pessoa que conhecesse o plano
salvador de Deus por Jesus Cristo, certamente teria sido: “Aceita-o
como teu salvador pessoal, como o único que pode perdoar os teus pecados.
Aceita-o como enviado de Deus para a salvação de tua alma e tua felicidade
eterna” (Mt 16.13-16).
III.
DESFECHO DOS
SOFRIMENTOS DE CRISTO
As
dores, decorrentes da agonia que levou Jesus Cristo a suar sangue, continuaram
através das atrocidades infligidas ao nosso Salvador no período da prisão à
morte na cruz, e foram:
- O sofrimento
físico: Para nos salvar, o Verbo de Deus encarnou-se em um corpo
humano semelhante ao nosso, sujeito a sofrimentos e dores.
Em
Jerusalém, diante de Caifás, Jesus foi julgado e submetido a severos castigos.
Sua cabeça foi coroado de espinhos e duramente espancado com uma cana. Todo
este sofrimento culminou com a sua morte na cruz. Na posição em que ficava a
pessoa crucificada, não havia como aliviar-lhe o sofrimento culminou com a sua
morte na cruz. Na posição em que ficava a pessoa crucificada, não havia como
aliviar-lhe o sofrimento, pois em qualquer tentativa de mudança de posição,
mais aumentavam as dores do crucificado. Porém, tudo isto esta predito a
respeito de Jesus (Lm 1.12).
- O sofrimento
moral e psicológico: O Filho de Deus, a respeito de quem os anjos
receberam ordem de adorar, era objeto de escárnio, de zombaria, por parte
dos solados romanos que o haviam prendido e agora o espancavam, ao invés
de prestar-lhe adoração. Lucas escreveu: “Os que detinham Jesus, zombavam
dele, davam-lhe pancadas e, vedando-lhe os olhos, diziam: Profetiza-nos
quem é o que te bateu” (Lc 22.63,64). Vejamos Sl 22.7; Is 53.3. A reação
do nosso Senhor, diante de tais sofrimentos, revela a sua inteira
obediência à vontade do Pai. Ele realizava a obra salvífica que o Pai lhe
confiara. Deste modo, mesmo injuriado, o escarnecido suplica: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.24). Assim, o Senhor
cumpria o papel de mediador, intercedendo pelos pecadores, conforme havia
predito Isaías (53.12).
- O sofrimento
espiritual: Jesus não foi um mártir, mas a vítima propiciatória
preparada por Deus, para substituir-nos, na condenação que mereciam os
nossos pecados. Os seus sofrimentos chegaram ao auge, no momento em que na
cruz tomou sobre si os nossos pecados e foi desamparado pelo pai. Ele
clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). Este
foi o seu maior sofrimento: ser desamparado e exposto a toda a severidade
da lei de Deus, ultrajada pelos milhares de pecadores de todas as
gerações. Assim, o autor da nossa redenção sofreu a dor física, moral e
espiritual, desamparado pelo pai, ao tomar sobre si os nossos pecados,
para reconciliar-nos com Deus (2 Co 5.19).
IV.
A FINALIDADE DO
SOFRIMENTO E DA MORTE DE JESUS
O sofrimento de quem colhe os frutos de um viver alheio aos propósitos de
Deus não tem finalidade animadora e nem gratificante. Jesus sofreu, ao executar
o plano divino que previa resultados eternos. Consideremos a sua finalidade.
- Jesus sofreu e morreu por nós “para aniquilar [o pecado] pelo
sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26): Ele é o “Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo” (Jo 1.29)
- “Para que o corpo
do pecado seja destruído e não sirvamos mais ao pecado como escravos” (Rm
6.6): O sofrimento de Jesus teve por fim libertar-nos da
escravidão do pecado (Jo 8.32-36).
- “Para que nos
consideremos mortos para o pecado e vivos para Deus” (Rm 6.11): Os
que vivem no pecado, mesmo vivos estão mortos (1 Tm 5.6).
- Para que o pecado
não reine mais em nosso corpo mortal: Dominando-nos através das
paixões (Rm 6.12).
- Jesus tomou os
nosso pecados em seu corpo: Para que o nosso não seja instrumento
de iniquidade, mas de justiça (Rm 6.13,19).
- Para que a vida
de Jesus se manifeste em nosso corpo, proporcionando-nos a felicidade
nesta vida: O apóstolo Pedro declara que Cristo foi enviado para
nos abençoar, no sentido de que cada um se aparte de suas perversidades
(At 3.26).
Se
cremos que Cristo sofreu por nós, forçoso nos é admitir que Ele padeceu por
estas sublimes finalidades, que são a expressão máxima do seu amor e a
segurança da nossa eterna salvação.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1994
Comentarista: Estevam Ângelo de Souza
Tema Central: Jesus Cristo Ferido de Deus
Páginas: 03 - 07
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