Texto Áureo: 2 Coríntios 6.1
Verdade Prática: O Líder-servidor não age egoisticamente, antes
serve ao povo de Deus com espírito voluntário e solícito.
Leitura Bíblica: 2
Coríntios 6.1-10
Lição 7
INTRODUÇÃO
Neste
capítulo, Paulo ainda continua sua defesa,
dando provas e descrevendo seu ministério de reconciliação, no qual ele
atuava como embaixador de Cristo, representando os interesses do Reino de Deus
na terra. Sua liderança é demonstrada em serviço, e ele até se identifica em
algumas de suas cartas como “servo” (Rm 1.1; 2 Co 4.5; Tt 1.1). Seu modelo de
líder-servidor era o próprio Jesus, que nos deixou um grande exemplo (Jo
13.1-17; Fp 2.5-8). Por isso, Paulo exortou aos coríntios que o imitassem assim
como ele imitava ao Senhor (1 Co 11.1).
I.
PAULO SE IDENTIFICA
COMO SERVIDOR DE CRISTO ( 6.1,2)
- Paulo se
descreve como cooperador de Deus no ministério da reconciliação (v 1):
A organização dos capítulos da Bíblia (não somente das epístolas paulinas)
muitas vezes não obedecem à estrutura lógica dos versículos. Os dois
primeiros versículos do capítulo 6 são um complemento do capítulo cinco.
Quando Paulo usa o plural e “nós, cooperando também com ele”, refere-se ao
Senhor Jesus que realizou a obra expiatória, pois o pai o “fez pecado por
nós” (5.21), a fim de pagara a dívida da humanidade, reconciliando-nos com
o Criador.
Ao tornar
conhecida a obra da redenção, Paulo afirma que estamos cooperando com Jesus
Cristo. Deus não depende de ninguém para fazer o que precisa ser feito, mas Ele
deseja uma relação de comunhão e serviço em conjunto com o homem, para que este
tenha o privilégio de participar do ministério da reconciliação.
- Paulo, um
modelo de líder-servidor: Paulo aprendeu com Jesus que o serviço é
a postura ideal para quem deseja liderar, pois o mestre mesmo disse que
não tinha vindo ao mundo para ser servido, mas para servir (Mt 20.26-28).
O apóstolo dedicou, pois, sua vida e personificou sua liderança como um
líder-servidor. Ele procurou imitar o Mestre em tudo, servindo apenas aos
interesses da Igreja de Cristo (2 Co 12.15; Fp 2.17; 1 Ts 2.8).
- Paulo
desperta os coríntios para a chegada do “tempo aceitável” (v 2): O
versículo dois é uma citação de Isaías 49.8). Neste vaticínio do profeta
messiânico, surge o Servo do Senhor (que é o Cristo profetizado), com a
promessa de ajuda no dia em que a salvação for manifestada aos gentios.
Paulo usa a profecia aos gentios. Paulo usa a profecia para anunciar que o
tempo aceitável (favorável) é agora, o dia da salvação é hoje, e a
proclamação do Evangelho que pregava está no presente. O tempo aceitável
por Deus e pelos homens é agora. E todos podem participar livremente da
reconciliação oferecida em Cristo. A parte final do versículo dois
evidencia a preocupação paulina com os coríntios em relação à graça de
Deus. A graça salvadora é para “agora”, porque este é o momento oportuno
de sua aceitação.
II.
A ABNEGAÇÃO
DE UM LÍDER-SERVIDOR (6.3-10)
- O cuidado
de um líder-servidor: Paulo volta a descrever as agruras do seu
ministério apostólico, a fim de fortalecer o fato de que o líder na Igreja
de Cristo precisa estar pronto para enfrentar as dificuldades inerentes ao
ministério. O apóstolo afirma essa verdade, com as seguintes palavras:
“não dando nós escândalo em coisa alguma” (v 3). Em outras palavras, ele
estava dizendo que evitava dar qualquer “mau testemunho”, para que o seu
ministério em particular e o de seus companheiros não fossem
desacreditados.
- Experiências
de um líder-servidor (VV 4-6): Nos versículos 4 a .6, Paulo
descreve seu ministério apostólico apresentando uma série de seis
tribulações e aflições experimentadas por ele. Didaticamente, ele separa
esses acontecimentos em três conjuntos, contendo três “experiências” cada.
Nos versículos 4 e 5, ele menciona: “aflições, necessidades e angústias” e
“açoites, prisões e tumultos”. O primeiro e o segundo conjunto descrevem
as várias situações de sofrimento, que causaram danos físicos e materiais
ao apóstolo Paulo. Ainda no versículo cinco, ele menciona “trabalhos,
vigílias e jejuns”, referindo-se às dificuldades enfrentadas em seu
ministério. Porém, apesar de tudo isso, Paulo não se envergonha do
Evangelho de Cristo nem desiste de continuar seu trabalho.
- Os
elementos da graça que o sustentaram nestas experiências (VV 7-10):
Em contraposição Às seis dificuldades mencionadas acima, no versículo
seis, Paulo apresenta outros seis “elementos” que lhe deram força
interior, resultantes da graça, e que o sustentaram, bem como a seus
companheiros, naquelas tribulações: “pureza, ciência (conhecimento),
longanimidade, benignidade, a presença do Espírito Santo e o amor não
fingido (verdadeiro)”.
A “pureza”,
que é o primeiro elemento, tem a ver com a atitude de um coração íntegro e mãos
limpas para realizar a obra de Deus. Ao citar “ciência”, Paulo referia-se ao
conhecimento da Palavra de Deus. “Longanimidade” fala da capacidade de suportar
injúrias e desprezos, sem nutrir ressentimentos. A “benignidade”, traduzida às
vezes por bondade, possibilita o líder cristão a não agir com revanche ou
desforra. Fazer algo no Espírito Santo significa reconhecer a sua direção em
todas as decisões da nossa vida. Por último, Paulo fala do “amor”, que deve
este ser a nossa maior motivação para O exercício ministerial. Todos esses
elementos positivos têm sua fonte no Espírito Santo ( v6), o qual produz “o amor
não fingido”.
III.
AS ARMAS DE
ATAQUE E DEFESA DE UM LÍDER-SERVIDOR
- As armas
da justiça numa guerra espiritual (v 7): Quando usa a metáfora de
“armas”, a mente de Paulo parece transferir-se para um campo de batalha.
Como embaixador de Cristo, sente-se também como “um soldado” preparado
para a luta. Suas armas não são materiais ou exteriores; são espirituais
(Ef 6.11-17; 1 Ts 5.8). Sua força interior é o “poder de Deus” que o
capacita a enfrentar as adversidades sem se render ou transigir em sua
integridade moral e espiritual.
- Os
contrastes da vida na experiência de líder-servidor (VV 8-10): Nos
versículos 8 a 10, o texto mostra alguns paradoxos da experiência de Paulo
como servo do Senhor. O Comentário Bíblico Pentecostal da CPAD afirma que
Paulo “experimentou louvor e vergonha; foi elogiado e caluniado, visto
como um genuíno servo de Deus e como uma fraude enganosa; foi tratado como
uma celebridade e também ignorado” (p 1099). Ora, em todas essas ocasiões,
Paulo superou as dificuldades e circunstâncias sem perder de vista a
perspectiva divina. Essas experiências deram-lhe condições de ter alegria
frente à tristeza e, pela pobreza material, ter a certeza da inefável
riqueza celestial.
- Paulo dá
uma resposta aos adeptos da Teologia da Prosperidade (v 10): “Como
pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo”.
Paulo fala literalmente de pobreza material. Não há nada metafórico nessa
frase. Ele fortalece o conceito de que a possessão material não é símbolo
de riqueza espiritual. Por isso, a riqueza que Paulo podia oferecer era
proveniente do Evangelho de Cristo. Dessa forma, o apóstolo demonstra que
a pobreza terrena não significa nada, e que ninguém precisa tornar-se
pobre para obter riquezas espirituais. A questão aqui é: Qual a nossa
prioridade – Deus ou o dinheiro? Pois ninguém pode servir a dois senhores
(Mt 6.24).
CONCLUSÃO
Se quisermos
servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus
que foi, é e sempre será o modelo perfeito de líder-servidor. Ele viveu para
fazer a vontade do Pai e servir a todos (Mc 10.45).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 2010
Comentarista: Elienai Cabral
Consultores Doutrinários e Teológicos: Antonio Gilberto e
Claudionor de Andrade.
Tema Central: 2 Coríntios – “Eu de muita boa vontade gastarei e me
deixarei gastar pelas vossas almas”.
Páginas: 49 - 55
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