terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PAULO, UM MODELO DE LÍDER-SERVIDOR


Texto Áureo: 2 Coríntios 6.1
Verdade Prática: O Líder-servidor não age egoisticamente, antes serve ao povo de Deus com espírito voluntário e solícito.
Leitura Bíblica: 2 Coríntios 6.1-10

Lição 7

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, Paulo ainda continua sua defesa,  dando provas e descrevendo seu ministério de reconciliação, no qual ele atuava como embaixador de Cristo, representando os interesses do Reino de Deus na terra. Sua liderança é demonstrada em serviço, e ele até se identifica em algumas de suas cartas como “servo” (Rm 1.1; 2 Co 4.5; Tt 1.1). Seu modelo de líder-servidor era o próprio Jesus, que nos deixou um grande exemplo (Jo 13.1-17; Fp 2.5-8). Por isso, Paulo exortou aos coríntios que o imitassem assim como ele imitava ao Senhor (1 Co 11.1).

I.                   PAULO SE IDENTIFICA COMO SERVIDOR DE CRISTO ( 6.1,2)

  1. Paulo se descreve como cooperador de Deus no ministério da reconciliação (v 1): A organização dos capítulos da Bíblia (não somente das epístolas paulinas) muitas vezes não obedecem à estrutura lógica dos versículos. Os dois primeiros versículos do capítulo 6 são um complemento do capítulo cinco. Quando Paulo usa o plural e “nós, cooperando também com ele”, refere-se ao Senhor Jesus que realizou a obra expiatória, pois o pai o “fez pecado por nós” (5.21), a fim de pagara a dívida da humanidade, reconciliando-nos com o Criador.
Ao tornar conhecida a obra da redenção, Paulo afirma que estamos cooperando com Jesus Cristo. Deus não depende de ninguém para fazer o que precisa ser feito, mas Ele deseja uma relação de comunhão e serviço em conjunto com o homem, para que este tenha o privilégio de participar do ministério da reconciliação.
  1. Paulo, um modelo de líder-servidor: Paulo aprendeu com Jesus que o serviço é a postura ideal para quem deseja liderar, pois o mestre mesmo disse que não tinha vindo ao mundo para ser servido, mas para servir (Mt 20.26-28). O apóstolo dedicou, pois, sua vida e personificou sua liderança como um líder-servidor. Ele procurou imitar o Mestre em tudo, servindo apenas aos interesses da Igreja de Cristo (2 Co 12.15; Fp 2.17; 1 Ts 2.8).
  2. Paulo desperta os coríntios para a chegada do “tempo aceitável” (v 2): O versículo dois é uma citação de Isaías 49.8). Neste vaticínio do profeta messiânico, surge o Servo do Senhor (que é o Cristo profetizado), com a promessa de ajuda no dia em que a salvação for manifestada aos gentios. Paulo usa a profecia aos gentios. Paulo usa a profecia para anunciar que o tempo aceitável (favorável) é agora, o dia da salvação é hoje, e a proclamação do Evangelho que pregava está no presente. O tempo aceitável por Deus e pelos homens é agora. E todos podem participar livremente da reconciliação oferecida em Cristo. A parte final do versículo dois evidencia a preocupação paulina com os coríntios em relação à graça de Deus. A graça salvadora é para “agora”, porque este é o momento oportuno de sua aceitação.

II.                A ABNEGAÇÃO DE UM LÍDER-SERVIDOR (6.3-10)

  1. O cuidado de um líder-servidor: Paulo volta a descrever as agruras do seu ministério apostólico, a fim de fortalecer o fato de que o líder na Igreja de Cristo precisa estar pronto para enfrentar as dificuldades inerentes ao ministério. O apóstolo afirma essa verdade, com as seguintes palavras: “não dando nós escândalo em coisa alguma” (v 3). Em outras palavras, ele estava dizendo que evitava dar qualquer “mau testemunho”, para que o seu ministério em particular e o de seus companheiros não fossem desacreditados.
  2. Experiências de um líder-servidor (VV 4-6): Nos versículos 4 a .6, Paulo descreve seu ministério apostólico apresentando uma série de seis tribulações e aflições experimentadas por ele. Didaticamente, ele separa esses acontecimentos em três conjuntos, contendo três “experiências” cada. Nos versículos 4 e 5, ele menciona: “aflições, necessidades e angústias” e “açoites, prisões e tumultos”. O primeiro e o segundo conjunto descrevem as várias situações de sofrimento, que causaram danos físicos e materiais ao apóstolo Paulo. Ainda no versículo cinco, ele menciona “trabalhos, vigílias e jejuns”, referindo-se às dificuldades enfrentadas em seu ministério. Porém, apesar de tudo isso, Paulo não se envergonha do Evangelho de Cristo nem desiste de continuar seu trabalho.
  3. Os elementos da graça que o sustentaram nestas experiências (VV 7-10): Em contraposição Às seis dificuldades mencionadas acima, no versículo seis, Paulo apresenta outros seis “elementos” que lhe deram força interior, resultantes da graça, e que o sustentaram, bem como a seus companheiros, naquelas tribulações: “pureza, ciência (conhecimento), longanimidade, benignidade, a presença do Espírito Santo e o amor não fingido (verdadeiro)”.
A “pureza”, que é o primeiro elemento, tem a ver com a atitude de um coração íntegro e mãos limpas para realizar a obra de Deus. Ao citar “ciência”, Paulo referia-se ao conhecimento da Palavra de Deus. “Longanimidade” fala da capacidade de suportar injúrias e desprezos, sem nutrir ressentimentos. A “benignidade”, traduzida às vezes por bondade, possibilita o líder cristão a não agir com revanche ou desforra. Fazer algo no Espírito Santo significa reconhecer a sua direção em todas as decisões da nossa vida. Por último, Paulo fala do “amor”, que deve este ser a nossa maior motivação para O exercício ministerial. Todos esses elementos positivos têm sua fonte no Espírito Santo ( v6), o qual produz “o amor não fingido”.

III.             AS ARMAS DE ATAQUE E DEFESA DE UM LÍDER-SERVIDOR

  1. As armas da justiça numa guerra espiritual (v 7): Quando usa a metáfora de “armas”, a mente de Paulo parece transferir-se para um campo de batalha. Como embaixador de Cristo, sente-se também como “um soldado” preparado para a luta. Suas armas não são materiais ou exteriores; são espirituais (Ef 6.11-17; 1 Ts 5.8). Sua força interior é o “poder de Deus” que o capacita a enfrentar as adversidades sem se render ou transigir em sua integridade moral e espiritual.
  2. Os contrastes da vida na experiência de líder-servidor (VV 8-10): Nos versículos 8 a 10, o texto mostra alguns paradoxos da experiência de Paulo como servo do Senhor. O Comentário Bíblico Pentecostal da CPAD afirma que Paulo “experimentou louvor e vergonha; foi elogiado e caluniado, visto como um genuíno servo de Deus e como uma fraude enganosa; foi tratado como uma celebridade e também ignorado” (p 1099). Ora, em todas essas ocasiões, Paulo superou as dificuldades e circunstâncias sem perder de vista a perspectiva divina. Essas experiências deram-lhe condições de ter alegria frente à tristeza e, pela pobreza material, ter a certeza da inefável riqueza celestial.
  3. Paulo dá uma resposta aos adeptos da Teologia da Prosperidade (v 10): “Como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo”. Paulo fala literalmente de pobreza material. Não há nada metafórico nessa frase. Ele fortalece o conceito de que a possessão material não é símbolo de riqueza espiritual. Por isso, a riqueza que Paulo podia oferecer era proveniente do Evangelho de Cristo. Dessa forma, o apóstolo demonstra que a pobreza terrena não significa nada, e que ninguém precisa tornar-se pobre para obter riquezas espirituais. A questão aqui é: Qual a nossa prioridade – Deus ou o dinheiro? Pois ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24).

CONCLUSÃO

Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus que foi, é e sempre será o modelo perfeito de líder-servidor. Ele viveu para fazer a vontade do Pai e servir a todos (Mc 10.45).


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 2010
Comentarista: Elienai Cabral
Consultores Doutrinários e Teológicos: Antonio Gilberto e Claudionor de Andrade.
Tema Central: 2 Coríntios – “Eu de muita boa vontade gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas”.
Páginas: 49 - 55

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