domingo, 8 de dezembro de 2013

AS CONSEQUÊNCIAS DE NÃO VIGIAR

Texto Áureo: Mateus 13.25
Verdade Prática: Usar de engano, para disso tirar proveito, sempre traz prejuízo para si mesmo e para os outros.
Leitura Bíblica: Josué 8.30-35

Lição 10


INTRODUÇÃO

A perfeita vontade de Deus era que o povo eleito tomasse posse da Terra Prometida na sua totalidade. Isso somente seria possível através da destruição total das sete nações ali existentes. Todas elas são descritas pelo prefixo “eu” – Js 3.10. Entretanto, isso não aconteceu, pelo menos na prática. O povo começou a fazer “aliança” com os moradores daquela terra, começando pelos gibeonitas (9.15-16) e daí por diante em todas as conexões do Antigo Testamento, encontramos a nação convivendo com aquela gente.

I.                   O ENGANO FATAL DOS GIBEONITAS EM NOME DE DEUS

1.      Quando não vigiamos, somos enganados (vv 4,22): O fato de enganar involuntariamente o próximo, por ignorância ou erro, e falando de acordo com o que pensa, não é, portanto, uma mentira propriamente dita, para que seja mentira, propriamente dita, é necessário e suficiente que a palavra exprima voluntariamente algo oposto ao que se saiba, ou pense. Com efeito, na casa dos gibeonitas, o engano foi premeditado. Eles “se fingiram embaixadores” (v 4). Nesse caso, a mentira deles, segundo a divisão correta, estava vazada nos seguintes pontos.
·         Era jocosa (em forma de brincadeira ou de jogo);
·         Oficiosa (tratava-se do próprio interesse deles);
·         Perniciosa (visava expressamente prejudicar o povo de Deus, levando-o a desobediência (Dt 7.1-5). Com efeito, houve desobediência em ambos os lados. Os gibeonitas enganaram usando a “astucia” – os israelitas porque “não pediram conselho à boca de Senhor” (v 14). Especialmente ao suno sacerdote Eliezer (Nm 27.21).
2.      Quem eram os gibeonitas (v 7): Os que aqui estão em foco, pertencem à tribo dos heveus, descendentes de Cão (Gn 1.17; Ex 3.17). Posteriormente essa gente passou a formar várias comunidades. Uma delas ocupava Siquém no tempo de Jacó (Gn 33.18; 34.2). Outras, ocuparam as cidades do planalto central e montanhoso da Palestina, como estão relacionadas suas cidades em Js 9.17; a ordem divina em Dt 20.15-16 era que Israel somente deixasse com vida “as cidades que estivessem bem longe”, mas as que estivessem perto, ordenou expressamente sua destruição, especialmente “os heveus” (gibeonitas) entram nessa lista (Dt 20.17). Entretanto, aqueles homens “não pediram conselho à boca do Senhor” (v 14) e depois de três dias (v 16) “ouviram que eram seus vizinhos, e que moravam no meio deles”. As escavações feitas pelo prof. J. B. Britchard, entre 1956 e 1962, apoiaram que Gibeão (El Bib), ficava a 10 quilômetros ao norte de Jerusalém. Cefira, corresponde a El-Kefireh, a 8 quilômetros a sudeste de El-Gil e Quiriate-Gearim (Deir Azhar), cerca de 9 quilômetros a sudoeste de El-Gib, Beerote é a aldeia de El-Bereque, cerca de 12 quilômetros ao norte de Jerusalém. Evidentemente, todas estas cidades estavam encravadas no raio da destruição demarcada por Deus. Os “netinins”, citados em Ed 2.70 e Ne 7.73, são os gibeonitas.
3.      “Moravam no meio deles”  (v 16): Quando Israel saiu do Egito, uma “mistura de gente” o acompanhou (Ex 12.28). O hebraico emprega a palavra “enxame”, derivada da mesma raiz usada em Ex 8.21 para descrever a praga das moscas. Essa “mistura de gente” seria o resultado de casamentos ilícitos de hebreus com egípcios. Em Nm 11.4. essa “mistura” esta novamente em evidência. Ali usa-se o termo “populacho” (ralé), expressão essa apenas encontrada nessa passagem, que os tradutores dizem: “vulgo”. Em Lv 24.10, o filho de uma mulher israelita, o qual era filho de um egípcio fazia parte dessa mistura. Coisa semelhante acontece aqui com respeito aos gibeonitas entrando fraudulosamente na herança do Senhor.
4.      Os gibeonitas atuais: Nos dias atuais uma certa “mistura de gente” tem acompanhado a Igreja do Senhor Jesus como o “fermento na massa” (1 Co 5.5-7) e passagem paralela como Mt 13.33. Entre nós, essa “mistura” são os “falsos irmãos” (2 Co 11.26). No ministério, são “os lobos cruéis” (At 20.29) e “os obreiros fraudulentos” (2 Co 11.13). Essa gente nunca esta satisfeita com coisa alguma. Estão sempre do lado dos “rachadores” (v 21) que procuram “rachar o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo que é a sua Igreja (Cl 2.19; Jd v 19).

II.                O ENGANO DOS GIBEONITAS TROUXE CONSEQUENCIAS E SERVE DE ADVERTENCIA PARA NÓS

1.      Vivemos dias perigosos em que o engano vem se alastrando: Vivemos dias perigosos em que o mundo esta invadido “de espíritos enganadores... e doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1); isso tem tornado as coisas tão parecidas que, se não for um discernimento do Espírito santo em nossa visualização de aquilatar as coisas de Deus e os movimentos paralelos, seremos enganados também (Mt 24.5,11). Uma vez por outra, aparece em nosso meio um Jacó disfarçado de Esaú (Gn 27.18-24). O “disfarce” pode ser praticado por pessoas de ambos os sexos e idade. Por exemplo, pode ser um senhor já idoso (Gn 12.10-20); uma mulher jovem (Gn 38.14), um servo (2 Rs 5.20-27), um rei (1 Sm 21.13), uma rainha (1 Rs 14.1-6), um príncipe (2 Sm 12.1-5), uma princesa (1 Sm 19.12,17), um crente, em sentido geral (At 5.1-10), um obreiro (Lc 22.48) etc. Entretanto, o engano não traz à criatura humana nenhuma recompensa. Quem engana, sempre é enganado! (1 Tm 3.13).
2.      A falsa humildade (v 13): O Dr. Geo Goodmann oferece aqui a seguinte explicação, com respeito a falsa atuação dos gibeonitas:
·         Fingem propósitos pacíficos, oferecendo aliança. “Fazei, pois, agora, concerto conosco” (v 6)
·         Fingem submissão: “nós somos teus servos” (v 8);
·         Fingem piedade: “teus servos vieram de uma terra mui distante, por causa do nome do Senhor” (v 9). O apóstolo Paulo falou-nos de pessoas que tem quase as mesmas características em nossos dias, dizendo: “Tendo a aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (2 Tm 3.5) e conclui: “Confessam que conhecem a Deus , mas negam-no com as obras” (Tt 1.16a). A falsa capa de religião não assegura entrada no reino eterno de Cristo, mas, sim, o branquejar das vestes no sangue do Cordeiro (Ap 22.14).
3.      Passaram a conviver juntos (v 22): Aqui esta, portanto, uma das conseqüências de não vigiar. A partir daí, Israel passou a conviver com “um corpo estranho” no seio da comunidade. Nos dias pós-cativeiro, essa mistura ainda continuava convivendo com Israel (Ed 2.70; Ne 7.73). A ordem divina era que deveriam expulsar todos estes “eus”, conforme está escrito: “Disse mais Josué: Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós, e que de todo lançaras de diante de vós aos cananeus, e aos heteus, e aos heveus, e aos perizeus, e aos girgaseus, e aos amorreus, e aos jebuseus” (Js 3.10). Infelizmente isso não aconteceu! Em figura de retórica, em nossos dias, estes “eus” são representados pelas “obras da carne”. Eles são contrários à vontade divina que deseja ter o controle total de toda a nossa vida. Lamentavelmente, isso não acontece – a culpa não é de Cristo – é nossa! Reservamos alguns “eus” – uns externos, outros internos e com o passar do tempo, até nos acostumamos conviver com eles. Entretanto, o desejo de nosso Senhor, é redenção total, por meio da crucificação de nossa carne, como diz o apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 1992
Comentarista: Severino Pedro da Silva
Tema Central: JOSUÉ, o livro das vitórias.

Páginas: 35- 37

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