Texto Áureo: Mateus 13.25
Verdade Prática: Usar de engano, para
disso tirar proveito, sempre traz prejuízo para si mesmo e para os outros.
Leitura Bíblica: Josué
8.30-35
Lição 10
INTRODUÇÃO
A perfeita vontade de Deus era que o povo eleito tomasse posse da Terra
Prometida na sua totalidade. Isso somente seria possível através da destruição
total das sete nações ali existentes. Todas elas são descritas pelo prefixo
“eu” – Js 3.10. Entretanto, isso não aconteceu, pelo menos na prática. O povo
começou a fazer “aliança” com os moradores daquela terra, começando pelos
gibeonitas (9.15-16) e daí por diante em todas as conexões do Antigo
Testamento, encontramos a nação convivendo com aquela gente.
I.
O ENGANO
FATAL DOS GIBEONITAS EM NOME DE DEUS
1.
Quando não
vigiamos, somos enganados (vv 4,22): O fato de enganar
involuntariamente o próximo, por ignorância ou erro, e falando de acordo com o
que pensa, não é, portanto, uma mentira propriamente dita, para que seja
mentira, propriamente dita, é necessário e suficiente que a palavra exprima
voluntariamente algo oposto ao que se saiba, ou pense. Com efeito, na casa dos
gibeonitas, o engano foi premeditado. Eles “se fingiram embaixadores” (v 4).
Nesse caso, a mentira deles, segundo a divisão correta, estava vazada nos
seguintes pontos.
·
Era jocosa (em forma de brincadeira ou de jogo);
·
Oficiosa (tratava-se do próprio interesse
deles);
·
Perniciosa (visava expressamente prejudicar o
povo de Deus, levando-o a desobediência (Dt 7.1-5). Com efeito, houve
desobediência em ambos os lados. Os gibeonitas enganaram usando a “astucia” –
os israelitas porque “não pediram conselho à boca de Senhor” (v 14).
Especialmente ao suno sacerdote Eliezer (Nm 27.21).
2.
Quem eram os
gibeonitas (v 7): Os que aqui estão em foco, pertencem à tribo dos
heveus, descendentes de Cão (Gn 1.17; Ex 3.17). Posteriormente essa gente
passou a formar várias comunidades. Uma delas ocupava Siquém no tempo de Jacó
(Gn 33.18; 34.2). Outras, ocuparam as cidades do planalto central e montanhoso
da Palestina, como estão relacionadas suas cidades em Js 9.17; a ordem divina
em Dt 20.15-16 era que Israel somente deixasse com vida “as cidades que
estivessem bem longe”, mas as que estivessem perto, ordenou expressamente sua
destruição, especialmente “os heveus” (gibeonitas) entram nessa lista (Dt
20.17). Entretanto, aqueles homens “não pediram conselho à boca do Senhor” (v
14) e depois de três dias (v 16) “ouviram que eram seus vizinhos, e que moravam
no meio deles”. As escavações feitas pelo prof. J. B. Britchard, entre 1956 e
1962, apoiaram que Gibeão (El Bib), ficava a 10 quilômetros ao norte de
Jerusalém. Cefira, corresponde a El-Kefireh, a 8 quilômetros a sudeste de
El-Gil e Quiriate-Gearim (Deir Azhar), cerca de 9 quilômetros a sudoeste de
El-Gib, Beerote é a aldeia de El-Bereque, cerca de 12 quilômetros ao norte de
Jerusalém. Evidentemente, todas estas cidades estavam encravadas no raio da
destruição demarcada por Deus. Os “netinins”, citados em Ed 2.70 e Ne 7.73, são
os gibeonitas.
3.
“Moravam no
meio deles” (v 16): Quando
Israel saiu do Egito, uma “mistura de gente” o acompanhou (Ex 12.28). O
hebraico emprega a palavra “enxame”, derivada da mesma raiz usada em Ex 8.21
para descrever a praga das moscas. Essa “mistura de gente” seria o resultado de
casamentos ilícitos de hebreus com egípcios. Em Nm 11.4. essa “mistura” esta
novamente em evidência. Ali usa-se o termo “populacho” (ralé), expressão essa
apenas encontrada nessa passagem, que os tradutores dizem: “vulgo”. Em Lv
24.10, o filho de uma mulher israelita, o qual era filho de um egípcio fazia
parte dessa mistura. Coisa semelhante acontece aqui com respeito aos gibeonitas
entrando fraudulosamente na herança do Senhor.
4.
Os gibeonitas
atuais: Nos dias atuais uma certa “mistura de gente” tem acompanhado a
Igreja do Senhor Jesus como o “fermento na massa” (1 Co 5.5-7) e passagem
paralela como Mt 13.33. Entre nós, essa “mistura” são os “falsos irmãos” (2 Co
11.26). No ministério, são “os lobos cruéis” (At 20.29) e “os obreiros
fraudulentos” (2 Co 11.13). Essa gente nunca esta satisfeita com coisa alguma.
Estão sempre do lado dos “rachadores” (v 21) que procuram “rachar o corpo de
nosso Senhor Jesus Cristo que é a sua Igreja (Cl 2.19; Jd v 19).
II.
O ENGANO DOS
GIBEONITAS TROUXE CONSEQUENCIAS E SERVE DE ADVERTENCIA PARA NÓS
1.
Vivemos dias
perigosos em que o engano vem se alastrando: Vivemos dias perigosos em
que o mundo esta invadido “de espíritos enganadores... e doutrinas de demônios”
(1 Tm 4.1); isso tem tornado as coisas tão parecidas que, se não for um
discernimento do Espírito santo em nossa visualização de aquilatar as coisas de
Deus e os movimentos paralelos, seremos enganados também (Mt 24.5,11). Uma vez
por outra, aparece em nosso meio um Jacó disfarçado de Esaú (Gn 27.18-24). O
“disfarce” pode ser praticado por pessoas de ambos os sexos e idade. Por
exemplo, pode ser um senhor já idoso (Gn 12.10-20); uma mulher jovem (Gn
38.14), um servo (2 Rs 5.20-27), um rei (1 Sm 21.13), uma rainha (1 Rs 14.1-6),
um príncipe (2 Sm 12.1-5), uma princesa (1 Sm 19.12,17), um crente, em sentido
geral (At 5.1-10), um obreiro (Lc 22.48) etc. Entretanto, o engano não traz à
criatura humana nenhuma recompensa. Quem engana, sempre é enganado! (1 Tm
3.13).
2.
A falsa humildade
(v 13): O Dr. Geo Goodmann oferece aqui a seguinte explicação, com
respeito a falsa atuação dos gibeonitas:
·
Fingem propósitos pacíficos, oferecendo aliança.
“Fazei, pois, agora, concerto conosco” (v 6)
·
Fingem submissão: “nós somos teus servos” (v 8);
·
Fingem piedade: “teus servos vieram de uma terra
mui distante, por causa do nome do Senhor” (v 9). O apóstolo Paulo falou-nos de
pessoas que tem quase as mesmas características em nossos dias, dizendo: “Tendo
a aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (2 Tm 3.5) e conclui: “Confessam
que conhecem a Deus , mas negam-no com as obras” (Tt 1.16a). A falsa capa de
religião não assegura entrada no reino eterno de Cristo, mas, sim, o branquejar
das vestes no sangue do Cordeiro (Ap 22.14).
3.
Passaram a
conviver juntos (v 22): Aqui esta, portanto, uma das conseqüências de
não vigiar. A partir daí, Israel passou a conviver com “um corpo estranho” no
seio da comunidade. Nos dias pós-cativeiro, essa mistura ainda continuava
convivendo com Israel (Ed 2.70; Ne 7.73). A ordem divina era que deveriam
expulsar todos estes “eus”, conforme está escrito: “Disse mais Josué: Nisto
conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós, e que de todo lançaras de
diante de vós aos cananeus, e aos heteus, e aos heveus, e aos perizeus, e aos
girgaseus, e aos amorreus, e aos jebuseus” (Js 3.10). Infelizmente isso não
aconteceu! Em figura de retórica, em nossos dias, estes “eus” são representados
pelas “obras da carne”. Eles são contrários à vontade divina que deseja ter o
controle total de toda a nossa vida. Lamentavelmente, isso não acontece – a culpa
não é de Cristo – é nossa! Reservamos alguns “eus” – uns externos, outros
internos e com o passar do tempo, até nos acostumamos conviver com eles.
Entretanto, o desejo de nosso Senhor, é redenção total, por meio da
crucificação de nossa carne, como diz o apóstolo Paulo: “Já estou crucificado
com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora
vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si
mesmo por mim” (Gl 2.20).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 1992
Comentarista: Severino Pedro da Silva
Tema Central: JOSUÉ, o livro das vitórias.
Páginas: 35- 37
É muito edificante essa lição meus parabéns 👏👏
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