Texto Áureo: 2 Timóteo 2.1,2
Verdade Prática: A escola de profetas
objetivava a transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia
entregado a Israel através de sua Palavra
Leitura Bíblica: 2
Reis 6.1-7
Lição 12
INTRODUÇÃO
Por diversas vezes, vemos a expressão “filhos dos profetas” aparecer nos
livros de Reis. Os filhos, ou discípulos, dos profetas estavam radicados em
Betel, Jericó e Gilgal (2 Rs 2.3,5,7,15; 4.38). O contexto dessas passagens não
deixa dúvidas de que esta expressão pode ser entendida como sinônimo para
escola de profetas.
O fato serve para mostrar que a educação religiosa, ou formal, já recebia
destaque no Antigo Israel. Ressalvamos que as escolas de profetas não tinham
como propósito ensinar a profetizar. Isso é uma atribuição divina. Todavia,
eram um testemunho vivo de que o povo de Deus, em um passado tão distante,
preocupava-se em passar Às gerações mais novas sua herança cultural e
espiritual. Por isso, vejamos nessa lição, a Escola de Profetas sob quatro
perspectivas.
I.
A
INSTITUIÇÃO DAS ESCOLAS DE PROFETAS
1.
Noção de
organização e forma: O texto de 2 Reis 6.1 mostra que essas Escolas de
Profetas possuíam uma estrutura física. Eles viviam em comunidade e, portanto,
careciam de espaço físico não somente para habitar, mas também onde pudessem
ser instruídos: “Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face nos é
estrito. Vamos, pois, até ao Jordão, e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga,
e façamo-nos ali um lugar, para habitar ali”.
Observa-se nesse texto que a estrutura acabou ficando inadequada e um espaço
maior foi reclamado. Para que se tenha uma educação de qualidade, necessita-se
de uma estrutura adequada. Não podemos educar sem primeiro estruturar!
2.
Noção de
organismo e função: As escolas de profetas estavam sob uma supervisão
e, portanto, possuíam um líder espiritual que lhes dava orientação. Os
estudiosos acreditam que as escolas de profetas surgiram com Samuel (1 Sm
10.5,10; 19.20) e, posteriormente, consolidaram-se com a monarquia nos
ministérios de Elias e Eliseu.
O texto de 2 Rs 6.1, verificamos que os discípulos dos profetas estavam sob
a orientação de Eliseu e era com este profeta que buscavam instruções. Eliseu
não era apenas um homem com dons sobrenaturais capaz de prever o futuro ou
operar grandes milagres, mas também um profeta que possuía uma missão
pedagógica.
II.
OS OBJETIVOS
DAS ESCOLAS DE PROFETAS
1.
Treinamento:
O texto de 2 Rs 2.15,16 mostra que fazia parte do treinamento das escolas dos
profetas trabalhar sob as ordens do líder, obtendo assim permissão para a
execução de cada tarefa.
Em outras situações observamos que os filhos dos profetas, quando já
treinados, podiam agir por conta própria em determinadas situações (1 Rs
20.35). Na igreja o discipulado ocorre quando aquele que foi ensinado
compartilha com outro o seu aprendizado.
2.
Encorajamento:
Os expositores bíblicos observam que Eliseu não limitava o seu ministério à
pregação itinerante e a operação de milagres, mas agia também como um
supervisor das escolas de profetas. Ele fornecia instrução e encorajamento aos
jovens que ali estavam.
O contexto de 1 e 2 Reis não deixa dúvidas de que Elias e Eliseu muito preocuparam-se
em transmitir às gerações mais novas o que haviam aprendido do Senhor. Nessas
escolas, portanto, esses alunos eram encorajados a buscar uma melhor
compreensão da Palavra de Deus. Não há objetivo maior para um educador do que
encorajar o educando AA buscar a excelência do ensino.
III.
O CURRICULO
DAS ESCOLAS DE PROFETAS
1.
A Escritura:
Acompanhando o ministério de Elias, vemos que a Palavra de Deus fazia parte do
conteúdo ensinado nas escolas de profetas. Dele, Eliseu recebeu essa herança.
Quando se encontrava no monte Sinai, Elias queixou-se de que os israelitas
haviam abandonado a aliança divina, destruído os locais do verdadeiro culto e
matado os profetas do Senhor (1 Rs 19.10).
A Palavra de Deus, em especial o livro de Deuteronômio, especificava que
princípios e preceitos regiam a aliança de Jeová com o seu povo. A Palavra de
Deus era e é essa aliança! Assim como Elias, Eliseu também estava familiarizado
com as implicações do concerto divino. Era a Palavra de Deus que ele ensinava
aos seus discípulos. É a Palavra de Deus que nós também devemos ensinar hoje.
2.
A
experiência: Elias e Eliseu eram homens experientes e partilhavam com
os outros o que haviam aprendido do Senhor (2 Rs 2.15, 19.22; 4.1-7, 42-44). No
ent5anto, no contexto bíblico, a experiência não esta acima da revelação divina
conforme se encontra registrada na Bíblia. A Palavra de Deus é quem julga a
experiência e não o contrário. Elias, por exemplo, afirmou que suas
experiências tiveram como fundamento a Palavra de Deus (1 Rs 18.36).
Os mais jovens devem ter a humildade de aprender com os mais experientes e
os mais experientes não devem desprezar os saberes dos mais jovens. O
aprendizado se dá através do processo de interação e a experiência faz parte
desse processo.
IV.
A
METODOLOGIA DA ESCOLA DE PROFETAS
1.
Ensino
através do exemplo: As Escolas de profetas seguiam o idealismo hebreu
concernente à educação. Havia uma relação entre professor e aluno na comunidade
onde viviam. A educação acontecia também na sua forma oral e o exemplo era um
desses métodos adotados no processo educativo. Não há como negar que Eliseu
ensinava através do exemplo. Há vários relatos sobre os milagres de Eliseu, nos
quais se percebe que o aprendizado acontecia através da observação das ações do
profeta.
Geazi, discípulo e Eliseu, sabia que seu mestre era um exemplo de
honestidade. Em o Novo Testamento, Jesus Cristo colocou-se como o exemplo
máximo a ser seguido e Paulo se pôs como um modelo a ser imitado (Mt 9.9; 1 Co
11.1).
2.
Ensino
através da Palavra: Eliseu não deixou nada escrito. O que sabemos dele
é através do cronista sagrado. Mas esse fato não significa que o profeta não
usasse a Palavra de Deus em sua vida devocional e também como instrumento de
instrução nas Escolas de profetas.
A forma como Eliseu julgava o comportamento dos reis, aprovando-os, ou
reprovando-os, não deixa dúvidas de que usava a Palavra de Deus escrita para
discipular os alunos das Escolas de Profetas. Eliseu, por exemplo, mediu a
iniqüidade de Acabe através da piedade de Josafa. Acabe era um rei mau porque
não andava conforme a Palavra de Deus, enquanto Josafá era estimado por fazer o
caminho inverso.
CONCLUSÃO
Através do ministério de Eliseu, observamos que as Escolas de profetas eram
dedicadas ao ensino formal. Ali era ensinada a Palavra de Deus. Esse fato, por
si só é de grande relevância para nós, porque demonstra a preocupação do homem
de Deus em passar a outros o conhecimento correto sobre o Deus único e
verdadeiro.
Os tempos mudam e a cultura também. Hoje, sabemos que a educação secular
possui grande importância e, infelizmente para muitos, é a única forma de
educação existente. Não podemos negligenciar a educação secular, mas não
podemos de forma alguma perder de vista a dimensão espiritual do conhecimento
divino, que se encontra na Bíblia Sagrada.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 2013
Comentarista: José Gonçalves
Tema Central: Elias e Eliseu – Um ministério de Poder para toda a
Igreja
Páginas: 83 – 89
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