Texto Áureo: Efésios 1.3
Verdade Prática: É bom seguir em
direção às bênçãos do Senhor, embora seja mais agradável quando elas vêm ao
nosso encontro.
Leitura Bíblica: Josué
3.17; 5.5-15
Lição 05
INTRODUÇÃO
Após ter passado o Jordão, o povo escolhido de Deus, deve, então passar por
uma renovação espiritual. O pacto Abraâmico foi novamente renovado por meio da
circuncisão. Tudo agora na nova terra era pura novidade. Isso nos faz lembrar a
nova vida que o crente desfruta em Cristo, através do novo nascimento e Paulo
confirma, dizendo: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17b).
I.
A RENOVAÇÃO
DO PACTO POR MEIO DA CIRCUNCISÃO
1.
A circuncisão
dos filhos de Israel (vv 5-8): A aliança Abraâmico estava vinculada bem
de perto ao símbolo da circuncisão, o que era, com efeito a eliminação da
natureza carnal (Gn 17.11), aparentando para o propósito ético de Deus,
separando a nação israelita para si mesmo. Era tão importante que a criatura
humana, especialmente dói sexo masculino que vinha a existência, somente
recebia o nome no dia da circuncisão (Lc 2.21). Este ato era também praticado
por nações da antiguidade e atualmente, algumas nações do mundo, tais como
egípcios, islamitas, polinésios e indígenas do novo mundo, bem como por muitas
tribos primitivas da África e da Austrália, embora com muitas variações quanto
ao método, a idade e a realização do rito. Para os judeus, conforme o
testemunho do rabino Abrão Samuel Huberman, a circuncisão é um dos mais
importantes dos seus 613 mandamentos. A circuncisão, diz ele, “é interpretada
como sinal de pacto entre Deus e a nação de Israel e, por conseguinte,
indispensável como sinal característico de que alguém pertence a mesma (Gn
17.10-14; Ex 12.44-49).
2.
O sentido da
circuncisão na cultura e na religião: Em cada cultura ou religião a
circuncisão podia ser interpretada com um sentido diferente:
·
Seria uma medida higiênica e sanitária (Heródoto)
·
Seria um sinal de filiação tribal.
·
Seria uma preparação para a vida conjugal.
·
Seria um teste iniciatório da coragem, antes do
jovem ser aceito na tribo.
·
Seria um meio que santifica as faculdades
procriadoras.
·
Seria um sacrifício que redime o varão do deus
que lhe outorgou a vida (mitologia).
·
O sentido correto, entretanto, é aquele que
aprendemos da Bíblia
3.
Somente
podiam participar da Páscoa os circuncidados: A circuncisão e a
comemoração da Páscoa marcaram os estágios finais da preparação do povo escolhido
para a guerra santa. Estando os habitantes de Canaã tomados do extremo terror –
“os moradores estão desmaiados diante de vós” – era o clamor que se ouvia por
toda a parte (Js 2.9,11), Josué pode permitir que seus soldados ficassem
imobilizados por alguns dias por causa da circuncisão, o pré-requisito da Festa
da Páscoa (Ex 12.44,48; Js 5.8). Josué, além de habilidoso guerreiro, era sem
duvida um homem verdadeiramente espiritual. Santificou o povo (3.54);
circuncidou os varões (5.2-9); finalmente levou o povo a participar da Páscoa
(5.10-12). Assim fazendo, foi “revolvido o opróbrio do Egito” (5.9), isto é, a
vergonha que levaram por mais de 400 anos como incircuncisos.
4.
O sentido
espiritual da circuncisão: Paulo em Rm 4.11 que a circuncisão foi dada
a Abraão como “sinal e selo da justiça da fé”. Isto ele quer dizer que, a
verdadeira circuncisão é a “interior”, isto é, “circuncisão a que é do coração,
no espírito”. Neste sentido simbólico, a palavra é usada no Novo Testamento, em
particular pelo apóstolo Paulo, explicando que os verdadeiros filhos de Abrão
são os circuncisos de coração (Rm 2.25-29; 1 Co 7.19; Gl 5.2-6), e que a
verdadeira circuncisão somente pode ser efetuada em Cristo (Fp 3.3; Cl
2.11-15). Em conseqüência, existe uma “circuncisão de Cristo”, o “despir” do
corpo (não somente de uma parte) da carne, em uma transação espiritual que não
é realizada por mãos humanas, mas que consiste da relação com Cristo, que foi
ministro da circuncisão (Rm 15.8).
II.
A CELEBRAÇÃO
DA PÁSCOA PELOS FILHOS DE ISRAEL
Pela ordem cronológica no que diz respeito ao calendário desta festa, esta
Páscoa que aqui esta em foco é a “terceira” registrada que os filhos de Israel
celebraram (Ex 12; Nm 9.5, foi comemorada no primeiro aniversário de sua
instituição) e a que temos em foco nesta secção (v 10). Por muitos anos,
através do deserto, o povo não celebrou a Páscoa, talvez por motivos do povo
não estar circuncidado. Este ato de celebração, portanto, tinha para a nação
inteira uma significação especial. Por sofrimento do cativeiro egípcio e sua
grande libertação, por meio do Deus de seus pais. Outrossim, trazia a memória
do povo a significação especial da morte do verdadeiro Cordeiro, ainda por vir,
mas presente pela esperança messiânica. Em borá a Páscoa seja diferente da
Santa Ceia, em alguns pontos ambas apontavam para a morte de Cristo.
·
A Páscoa estava antes – tinha um caráter
prospectivo (apontava para a frente).
·
A Santa Ceia encontra-se depois – tem um caráter
retrospectivo (aponta para trás como lembrança – e para a frente como
esperança: “Anunciais a morte do Senhor até que venha”). Evidentemente, através
desta celebração, após a travessia do Jordão, a fé e a confiança do povo foram
renovadas nas promessas de Deus!
III.
A NAÇÃO
ELEITA COMEÇA A DESFRUTAR AS BÊNÇÃOS NA NOVA TERRA
1.
Comeram do
trigo da terra (v 1): No Sl 78.24, o maná é também chamado de trigo do
céu. Aqui, porém, o povo tinha de se alimentar do “trigo da terra”, uma vez que
já se encontrava no lugar, a aterra para onde as bênçãos divinas os aguardavam.
Tanto o trigo com o maná representam uma só pessoa: a pessoa de Cristo em
vários aspectos, incluindo sua humilhação e exaltação. Jesus comparou a Si
mesmo como sendo o alimento espiritual para os seus. Ele disse em Jo 6: Eu Sou:
·
“o pão do céu” (v 32);
·
“o pão de Deus” (v 33);
·
“o pão da vida” (v 35);
·
“o pão vivo” (v 51)
Finalmente, se comparou a Si mesmo como sendo o grão de trigo em Jo 12.24.
2.
Cessou o maná
no dia seguinte (v 12): É interessante observar como Deus opera. Ele
somente fecha uma porta quando abre outra ainda maior na nossa vida (cf. 2 Cr
25.9; Sl 84.7; Ap 3.7-8). O maná somente cessou, quando o povo comeu do trigo.
Isso é glorioso.
O Dr. F. W. Grant oferece a seguinte interpretação sobre o maná: “o maná é
uma figura de Cristo, pois Ele é o sustento da alma... estava no deserto, mas
não era do deserto. Era o pão do céu, seu sabor não era terrestre. Prefigurava
Cristo na sua humilhação aqui no mundo. Ele disse: “Eu não sou do mundo” (Jo
17.41). O trigo era “da terra”. Seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era
uma figura de Cristo exaltado na glória”. Existem várias outras comparações
entre o maná e Cristo, por exemplo:
·
Caía de noite quando alçava o orvalho: Cristo a
luz do mundo – nasceu de noite (Ex 16.14; Lc 2.1-8).
·
Era uma coisa “miúda, redonda”. Fala daquele que
aos olhos naturais “não tinha parecer nem formosura” (Ex 16.14; Is 53.2).
·
Quando os filhos de Israel viram-no, clamaram
“man hu?” (que é isto?). Com respeito a Jesus a multidão exclamou: “Quem é
este?” (Ex 16.15; Mt 21.10).
·
Ninguém colhia de menos, nem demais. Cristo
satisfaz a todos. Porque “Cristo é tudo em todos” (Ex 16.11,18).
·
“Ninguém dele deixe para amanhã”. Cristo não
deve ser adiado para depois, especialmente no plano da salvação (Ex 16.9; 1 Co
6.2; Hb 3.7,8).
·
Cheirava mal quando colhido fora de tempo.
Somente os desobedientes colheram o maná fora de tempo (Ex 16.20). Cristo e sua
Igreja são o bom cheiro suave para os que se salvam, e cheiro de morte para os
que se perdem (2 Co 2.14-16). Em Ap 2.17, Cristo oferece-nos daquilo que está
oculto à maioria dos homens. O maná escondido somente para os vencedores.
3.
O encontro de
Josué com o “príncipe do exército” (vv 13-15): Na resposta salientada
pelo anjo-capitão a Josué, fica subentendido que aquele “príncipe do exército”
não era um anjo destruidor. Sua resposta “não”, expressa o sentido do
argumento. Ele era a favor de Israel, mas não era contra os pecadores. Ele não
“veio para destruir”. Apenas exigiu de Josué: “descalçar os sapatos”, isto é,
para ficar mais perto do pó, pois quanto mais perto do pó, mais perto de Deus
(Ex 3.5). Josué o fez, porque Ele não era um anjo comum (Ap 19.10/ 22.9). Amém.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 1992
Comentarista: Severino Pedro da Silva
Tema Central: JOSUÉ, o livro das vitórias.
Páginas: 17 - 20
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