segunda-feira, 1 de abril de 2013

AS BENÇÃOS DA TERRA PROMETIDA


Texto Áureo: Efésios 1.3

Verdade Prática: É bom seguir em direção às bênçãos do Senhor, embora seja mais agradável quando elas vêm ao nosso encontro.

Leitura Bíblica: Josué 3.17; 5.5-15

 

Lição 05

 

 

INTRODUÇÃO

 

Após ter passado o Jordão, o povo escolhido de Deus, deve, então passar por uma renovação espiritual. O pacto Abraâmico foi novamente renovado por meio da circuncisão. Tudo agora na nova terra era pura novidade. Isso nos faz lembrar a nova vida que o crente desfruta em Cristo, através do novo nascimento e Paulo confirma, dizendo: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17b).

 

I.                   A RENOVAÇÃO DO PACTO POR MEIO DA CIRCUNCISÃO

 

1.      A circuncisão dos filhos de Israel (vv 5-8): A aliança Abraâmico estava vinculada bem de perto ao símbolo da circuncisão, o que era, com efeito a eliminação da natureza carnal (Gn 17.11), aparentando para o propósito ético de Deus, separando a nação israelita para si mesmo. Era tão importante que a criatura humana, especialmente dói sexo masculino que vinha a existência, somente recebia o nome no dia da circuncisão (Lc 2.21). Este ato era também praticado por nações da antiguidade e atualmente, algumas nações do mundo, tais como egípcios, islamitas, polinésios e indígenas do novo mundo, bem como por muitas tribos primitivas da África e da Austrália, embora com muitas variações quanto ao método, a idade e a realização do rito. Para os judeus, conforme o testemunho do rabino Abrão Samuel Huberman, a circuncisão é um dos mais importantes dos seus 613 mandamentos. A circuncisão, diz ele, “é interpretada como sinal de pacto entre Deus e a nação de Israel e, por conseguinte, indispensável como sinal característico de que alguém pertence a mesma (Gn 17.10-14; Ex 12.44-49).

2.      O sentido da circuncisão na cultura e na religião: Em cada cultura ou religião a circuncisão podia ser interpretada com um sentido diferente:

·         Seria uma medida higiênica e sanitária (Heródoto)

·         Seria um sinal de filiação tribal.

·         Seria uma preparação para a vida conjugal.

·         Seria um teste iniciatório da coragem, antes do jovem ser aceito na tribo.

·         Seria um meio que santifica as faculdades procriadoras.

·         Seria um sacrifício que redime o varão do deus que lhe outorgou a vida (mitologia).

·         O sentido correto, entretanto, é aquele que aprendemos da Bíblia

3.      Somente podiam participar da Páscoa os circuncidados: A circuncisão e a comemoração da Páscoa marcaram os estágios finais da preparação do povo escolhido para a guerra santa. Estando os habitantes de Canaã tomados do extremo terror – “os moradores estão desmaiados diante de vós” – era o clamor que se ouvia por toda a parte (Js 2.9,11), Josué pode permitir que seus soldados ficassem imobilizados por alguns dias por causa da circuncisão, o pré-requisito da Festa da Páscoa (Ex 12.44,48; Js 5.8). Josué, além de habilidoso guerreiro, era sem duvida um homem verdadeiramente espiritual. Santificou o povo (3.54); circuncidou os varões (5.2-9); finalmente levou o povo a participar da Páscoa (5.10-12). Assim fazendo, foi “revolvido o opróbrio do Egito” (5.9), isto é, a vergonha que levaram por mais de 400 anos como incircuncisos.

4.      O sentido espiritual da circuncisão: Paulo em Rm 4.11 que a circuncisão foi dada a Abraão como “sinal e selo da justiça da fé”. Isto ele quer dizer que, a verdadeira circuncisão é a “interior”, isto é, “circuncisão a que é do coração, no espírito”. Neste sentido simbólico, a palavra é usada no Novo Testamento, em particular pelo apóstolo Paulo, explicando que os verdadeiros filhos de Abrão são os circuncisos de coração (Rm 2.25-29; 1 Co 7.19; Gl 5.2-6), e que a verdadeira circuncisão somente pode ser efetuada em Cristo (Fp 3.3; Cl 2.11-15). Em conseqüência, existe uma “circuncisão de Cristo”, o “despir” do corpo (não somente de uma parte) da carne, em uma transação espiritual que não é realizada por mãos humanas, mas que consiste da relação com Cristo, que foi ministro da circuncisão (Rm 15.8).

 

II.                A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA PELOS FILHOS DE ISRAEL

 

Pela ordem cronológica no que diz respeito ao calendário desta festa, esta Páscoa que aqui esta em foco é a “terceira” registrada que os filhos de Israel celebraram (Ex 12; Nm 9.5, foi comemorada no primeiro aniversário de sua instituição) e a que temos em foco nesta secção (v 10). Por muitos anos, através do deserto, o povo não celebrou a Páscoa, talvez por motivos do povo não estar circuncidado. Este ato de celebração, portanto, tinha para a nação inteira uma significação especial. Por sofrimento do cativeiro egípcio e sua grande libertação, por meio do Deus de seus pais. Outrossim, trazia a memória do povo a significação especial da morte do verdadeiro Cordeiro, ainda por vir, mas presente pela esperança messiânica. Em borá a Páscoa seja diferente da Santa Ceia, em alguns pontos ambas apontavam para a morte de Cristo.

·         A Páscoa estava antes – tinha um caráter prospectivo (apontava para a frente).

·         A Santa Ceia encontra-se depois – tem um caráter retrospectivo (aponta para trás como lembrança – e para a frente como esperança: “Anunciais a morte do Senhor até que venha”). Evidentemente, através desta celebração, após a travessia do Jordão, a fé e a confiança do povo foram renovadas nas promessas de Deus!

 

III.             A NAÇÃO ELEITA COMEÇA A DESFRUTAR AS BÊNÇÃOS NA NOVA TERRA

 

1.      Comeram do trigo da terra (v 1): No Sl 78.24, o maná é também chamado de trigo do céu. Aqui, porém, o povo tinha de se alimentar do “trigo da terra”, uma vez que já se encontrava no lugar, a aterra para onde as bênçãos divinas os aguardavam. Tanto o trigo com o maná representam uma só pessoa: a pessoa de Cristo em vários aspectos, incluindo sua humilhação e exaltação. Jesus comparou a Si mesmo como sendo o alimento espiritual para os seus. Ele disse em Jo 6: Eu Sou:

·         “o pão do céu” (v 32);

·         “o pão de Deus” (v 33);

·         “o pão da vida” (v 35);

·         “o pão vivo” (v 51)

Finalmente, se comparou a Si mesmo como sendo o grão de trigo em Jo 12.24.

2.      Cessou o maná no dia seguinte (v 12): É interessante observar como Deus opera. Ele somente fecha uma porta quando abre outra ainda maior na nossa vida (cf. 2 Cr 25.9; Sl 84.7; Ap 3.7-8). O maná somente cessou, quando o povo comeu do trigo. Isso é glorioso.

O Dr. F. W. Grant oferece a seguinte interpretação sobre o maná: “o maná é uma figura de Cristo, pois Ele é o sustento da alma... estava no deserto, mas não era do deserto. Era o pão do céu, seu sabor não era terrestre. Prefigurava Cristo na sua humilhação aqui no mundo. Ele disse: “Eu não sou do mundo” (Jo 17.41). O trigo era “da terra”. Seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura de Cristo exaltado na glória”. Existem várias outras comparações entre o maná e Cristo, por exemplo:

·         Caía de noite quando alçava o orvalho: Cristo a luz do mundo – nasceu de noite (Ex 16.14; Lc 2.1-8).

·         Era uma coisa “miúda, redonda”. Fala daquele que aos olhos naturais “não tinha parecer nem formosura” (Ex 16.14; Is 53.2).

·         Quando os filhos de Israel viram-no, clamaram “man hu?” (que é isto?). Com respeito a Jesus a multidão exclamou: “Quem é este?” (Ex 16.15; Mt 21.10).

·         Ninguém colhia de menos, nem demais. Cristo satisfaz a todos. Porque “Cristo é tudo em todos” (Ex 16.11,18).

·         “Ninguém dele deixe para amanhã”. Cristo não deve ser adiado para depois, especialmente no plano da salvação (Ex 16.9; 1 Co 6.2; Hb 3.7,8).

·         Cheirava mal quando colhido fora de tempo. Somente os desobedientes colheram o maná fora de tempo (Ex 16.20). Cristo e sua Igreja são o bom cheiro suave para os que se salvam, e cheiro de morte para os que se perdem (2 Co 2.14-16). Em Ap 2.17, Cristo oferece-nos daquilo que está oculto à maioria dos homens. O maná escondido somente para os vencedores.

3.      O encontro de Josué com o “príncipe do exército” (vv 13-15): Na resposta salientada pelo anjo-capitão a Josué, fica subentendido que aquele “príncipe do exército” não era um anjo destruidor. Sua resposta “não”, expressa o sentido do argumento. Ele era a favor de Israel, mas não era contra os pecadores. Ele não “veio para destruir”. Apenas exigiu de Josué: “descalçar os sapatos”, isto é, para ficar mais perto do pó, pois quanto mais perto do pó, mais perto de Deus (Ex 3.5). Josué o fez, porque Ele não era um anjo comum (Ap 19.10/ 22.9). Amém.

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre: 1º/ 1992

Comentarista: Severino Pedro da Silva

Tema Central: JOSUÉ, o livro das vitórias.

Páginas: 17 - 20

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