Texto Áureo: Mateus 24.24
Verdade Prática: No juízo vindouro,
Deus há de julgar todos os moradores da terra, de acordo com as obras de cada
um.
Leitura Bíblica: Sofonias 1.1-10
Lição 10
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos o oráculo de Sofonias. Ele se destaca pela intrepidez do
juízo divino contra Judá e os gentios. O profeta anuncia o julgamento universal
descrito como a reação de Deus aos pecados cometidos pelos moradores de toda a
terra, Sofonias, porém, aborda o julgamento divino numa perspectiva
escatológica de restauração.
I.
O LIVRO DE
SOFONIAS
1.
Contexto
histórico: Sofonias exerceu o seu ministério “nos dias de Josias, filho
de Amom, rei de Judá” (v 1). Josias reinou entre 640 a 609 a.C. A reforma religiosa
do rei de Judá aconteceu em 621 a.C., “no ano décimo oitavo” do seu reinado (2
Rs 22.3). Quando ocorreu a reforma, Jeremias exercia o ofício de profeta há
cinco anos. O Seu chamado deu-se “no décimo terceiro ano do [...] reinado” de
Josias (Jr 1.2). Esse período corresponde a 627 a.C. É possível que, na
reforma, o rei fora encorajado por esses profetas. Evidências internas apontam
para um tempo de pré reforma em Judá, denunciando os desmandos dos reis
Manassés e Amom (2 Rs 21.16-24).
2.
Genealogia:
É comum a menção do nome paterno nos livros dos profetas. Isaías, Jeremias,
Ezequiel, Oseías, Joel e Jonas, trazem essa informação. Sofonias, porém,
descreve AA sua genealogia: “Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho
de Amarias, filho de Ezequias” (v 1). A citação do nome do pai estabelecia o
direito tanto à herança quanto à posição social ou aquisição de poder. A
ausência de paternidade demonstra que tal profeta não adveio de família
tradicional. Sofonias era trineto de Ezequias, que também fora rei de Judá.
Isso lhe garantia livre acesso no governo real, bem como noutros segmentos da
sociedade.
3.
Estrutura e
mensagem: Os meios de comunicação dos oráculos divinos aos profetas
eram a palavra e a visão. Os porta-vozes do Eterno deixam isso claro no prólogo
de seus livros (v 1a). O estilo poético predomina em todo o livro de Sofonias.
O oráculo está organizado em três partes principais: a primeira anuncia o juízo
contra as nações da terra, incluindo Judá (1.1 – 2.3). A segunda especifica os
povos nesse julgamento global – Filistia, Moabe, Amom, Etiópia e Assíria (2.4 –
15). E a terceira parte trata do castigo de Jerusalém e da restauração dos
remanescentes fiéis (3.1 – 20). O tema do “Dia do Senhor” ocupa todo o oráculo
divino.
II.
O JUIZO
VINDOURO
1.
Toda a face
da terra será consumida (v 2): Após o dilúvio, Deus prometeu não mais
destruir a terra com água (Gn 9.11-16). Desde então, a palavra profética
anunciou o juízo vindouro pela destruição através do fogo (1.18; 3.8; Jl 2.3; 2
Pe 3.7; Ap 16.8). A declaração “inteiramente consumirei tudo sobre a face da
terra” (v 2) refere-se à tragédia global referida em 3.6-8. Note que a expressão
“face da terra” é igualmente usada no anúncio da tragédia do dilúvio (Gn 6.7;
7.4).
2.
A linguagem
de Sofonias: A hipérbole é uma figura de linguagem que consiste em dar
às sua significação uma ênfase exagerada. Ela, porém, aparece na Bíblia e, por
isso, alguns expositores veterotestamentarios defendem o uso de uma linguagem
hiperbólica para o livro de Sofonias. Eles consideram forte demais a descrição
do aniquilamento natural de aves, peixes, animais, seres humanos, nações e
cidades (1.63; 3.6).
3.
Descrição
detalhada: É verdade que na Bíblia há o emprego de hipérbole (Mt 11.23;
Jo 12.19, etc.). Mas não é o caso, aqui, em Sofonias! A descrição “os homens e
os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar” (v 3) representa o
reverso da criação registrada em Gn 1.20-26. Ela corresponde à destruição
universal e literal da criação (Ap 16.1-21). O dilúvio, por exemplo, foi
literal e global, mas a família de Noé foi salva (1 Pe 3.20), assim como os
filhos de Israel foram poupados das pragas do Egito (Ex 9.4; 10.213; Nm 3.13).
III.
OBEJTIVO DO
LIVRO
1.
Sincretismo
dos sacerdotes: A expressão “quemarins com os sacerdotes” (v 4) aponta
para o sincretismo da religião de Israel com o paganismo. “Quemarins” é o
plural do hebraico komer usado para “sacerdotes pagãos” e aprece apenas três
vezes no Antigo Testamento (2 Rs 23.5; Os 10.5). Apesar da origem levítica, os
sacerdotes estavam envolvidos no sincretismo religioso pagão.
2.
Sincretismo
do povo: Sabeísmo é a prática pagã dos sabeus; o povo da rainha de As
BA. Seu culto resumia-se na prática de adivinhação e na astrologia. Judá
envolveu-se nesse tipo de paganismo (2 Rs 23.5; Jr 8.2; 19.13). Malcã ou Milcom
(ARA e TB), ou ainda Moloque (NVI), era o deus nacional dos amonitas (1 Rs
11.5-7). Sofonias denunciou o povo por adorar a Jeová numa cerimônia comum com
essa asquerosa divindade (v 5). Isso exemplifica a realidade do ritual
sincrético no meio do povo escolhido.
3.
O modismo do
povo e a violência dos príncipes: Não havia nada de errado em alguém
vestir a roupa do estrangeiro. O problema da “vestidura estranha” (v8) era o
compromisso religioso de tal indumentária com o paganismo (2 Rs 10.22). Os
príncipes de Judá, provavelmente filhos de Manassés ou Amom (pois Josias era
bem mais novo para ter filhos nessa idade), serão duramente castigados por
causa da violência e do engano ( v9). O objetivo do castigo divino é exterminar
o baalismo, o sincretismo, as práticas divinatórias e as injustiças sociais.
IV.
“O DIA DO
SENHOR”
1.
Significado
bíblico: O termo hebraico para “dia” é yom, que pode ser “dia” no
sentido literal (Jó 3.3) ou período de tempo (Gn 2.4). Assim, “O dia do SENHOR”
(v 7) ou as fraseologias similares “dia da ira do Senhor” (2.2,3) e “naquele
dia” (1.10), indicam o período reservado por Deus para o acerto de contas com
todos os moradores da terra (Is 13.6,9; Ez 13.5; Jl 1.15; 2.1). Esse período
também é chamado de Grande Tribulação (Ap 7.14). O julgamento de Judá e das
nações vizinhas é o prenuncio do Juízo vindouro.
2.
O sacrifício
e seus convidados: A profecia afirma que Jeová “preparou o sacrifício e
santificou os seus convidados” (v 7). Aqui, essa sentença é chamada de
“sacrifício”, uma metáfora usada pelos profetas para indicar o juízo (Is 34.6;
Jr 46.10; Ez 39.17-20). O verbo hebraico para “santificar” é qadash, cuja idéia
básica consiste em “separar, retirar do uso comum” (Lv 10.10). Assim, os
babilônios foram separados por Deus para a execução da ira divina sobre o povo
de Judá (v 10).
CONCLUSÃO
O
Juízo vindouro não é assunto descartável. Os profetas trataram dele, bem como o
Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos. Fica aqui um alerta para os promotores da
teologia da prosperidade (Fp 3.19-21). Infelizmente, entre muitos cristãos, os
assuntos escatológicos são motivos de chacotas e risos. No entanto, deus não se
deixa escarnecer. O seu Juízo é certo e verdadeiro e virá sobre todos os que
praticam a iniqüidade.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central:OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas:68 - 74
Nenhum comentário:
Postar um comentário