Texto Áureo:Lucas 24.49
Verdade Prática:Restringir a promessa
do batismo com o Espírito Santo somente para o dia de Pentecoste é antibíblico,
pois também se refere aos dias atuais.
Leitura Bíblica: João 14.16-18,21-26
Lição 05
INTRODUÇÃO
Estamos
na dispensação do Espírito Santo, que substituiu Jesus como nosso Paracleto.
Ele veio habilitar em nós e tornar viva a presença de Cristo. Sua missão é a de
capacitar, moral e espiritualmente, cada um de nós, para que testemunhemos de
Jesus. A sua vinda é o cumprimento do que foi anunciado pelos profetas e pelo
próprio Filho de Deus (Lc 24.49; At 1.4). Ele realizaria uma obra especial na
Terra, identificada como o “ministério do Espírito” (2 Co 3.8).
I.
O ESPÍRITO,
A PROMESSA DO PAI
A
“promessa do Pai”, o Espírito Santo, não seria restrita a um grupo, mas
abrangente a todos os homens. O seu cumprimento obedece a uma evolução
histórica. Este processo inicia-se com o povo de Israel, no Antigo Testamento,
manifesta-se, notoriamente, no dia de Pentecostes, sobre a Igreja, e prossegue
nos adias, até a vinda de Cristo.
1.
Uma promessa feita, inicialmente a Israel:
Leia Ez 36.25-27. Esta escritura, à primeira vista, parece não ter qualquer
relação com a promessa do Espírito Santo. Entretanto, o que percebemos é a disposição
de Deus em mudar a vida espiritual de seu povo, e encher-lhe de graça e poder
do seu Espírito. Mas a verdade é que Israel, por causa do seu pecado, foi
expulso de sua terra, e espalhado pelo mundo. Mas o Senhor, em sua eterna
presciência, contemplou a recuperação moral e espiritual dos israelitas,
conforme registra Ez 37.1-4. Histórica e profeticamente, esse fato começou em
sua independência e seu reconhecimento pela ONU, em 14 de maio de 1948. O
ressurgimento de Israel como nação está patente na atualidade. Porém, a
promessa da recuperação espiritual está prevista para um tempo futuro.
Na
verdade, estes acontecimentos são escatológicos, pois referem-se aos dias em
que a plenitude do Espírito encherá todo o termo de Israel (Jr 31.31-34).
2.
Uma promessa com
sentido duplo: A passagem bíblica que combina com esta declaração está
em Jl 2.23,28,29. O texto aponta um evento duplo. O Espírito é o mesmo, mas a
dimensão é presente e futura e alcança a Dispensação da Graça e do Milênio, ou
seja, a Igreja, hoje; e Israel, amanhã. Notemos que a mensagem profética fala
de duas chuvas, a temporã e a serôdia. A primeira é de pouca duração, pois tem
o propósito de apenas preparar a terra para o plantio, a semeadura. A segunda
flui em abril e maio. Ela serve para amadurecer o grão que logo será colhido. É
uma chuva leve que se alterna com os dias de sol. Na tipologia bíblica, elas
simbolizam o derramamento do Espírito Santo em duas ocasiões distintas. Em
relação à Igreja, são promessas reais. A primeira, a temporã, cumpriu-se a
partir do Pentecostes, quando desceu sobre os discípulos (At 2.1-4,16). Esta
“chuva” favorece a semeadura do Evangelho (Mc 16.15-18; At 1.8). Hoje, o
Espírito Santo desce como “chuva serôdia” sobre a igreja, preparando-a para o
Arrebatamento (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-18).
Em
relação a Israel, conforme promessa de Jl 2.23, as duas chuvas, a temporã e a
serôdia, tem dimensões distintas. A primeira refere-se ao mover do Espírito
sobre os judeus dispersos e o seu retorno a Israel (Ez 11.17-20; Am 9.14). A
segunda relaciona-se com o despertamento espiritual no término da Grande
Tribulação (a 70ª semana de Daniel), o chamado “tempo de angústia para Jacó”
(Jr 30.7), quando o Anticristo pressionará e maltratará o povo de Israel (2 Ts
2.3,4). Naquele dia, o Espírito Santo envolverá os judeus num avivamento, antes
do advento de Cristo para estabelecer o Milênio (Is 62.2,3,11,12) .
3.
Uma promessa
com sentido universal: Otexto de Jl 2.23,28 -30 comparado com o de At
2.16-18 comprova o cumprimento desta profecia no dia de Pentecoste.
A
expressão “toda carne” (At 2.17), indica que esta promessa tem caráter
universal. Ela tem um só sentido e refere-se a toda humanidade. Diz respeito a
gentes, povos, nações, sem se importar com etnias, posições e privilégios.
“Toda carne” pode ser subdivida em “filhos e filhas” para demonstrar que a
promessa não se restringia a determinado sexo, mas homens e mulheres seriam
alcançados por esta benção. Também, nenhuma restrição há quanto à idade, mas
jovens e velhos teriam “sonhos e visões”, bem como “servos e servas”.
Em
Atos 2.39, Pedro refere-se ao futuro, quando diz: “Até para os que estão
longe”. Esta promessa não tem limite, ou seja, não se prende aa distâncias
físicas ou temporais. Ora, como restringir o seu cumprimento apenas ao dia de
Pentecostes? As evidências testemunham a sua realidade para os nossos dias.
Podemos, também, dividir o seu cumprimento em três épocas, conforme está
escrito: “A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que
estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39).
Analisemos,
pois, cada parte: “Diz respeito a vós”, refere-se aos judeus que lhe ouviam
naquele dia; “aa vossos filhos”, à geração seguinte: “a todos quanto estão
longe”, os gentios que pertenceriam à Igreja no decorrer dos anos (Ef 2.13,17).
Finalmente, a Bíblia diz: “a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”. A
promessa não faz distinção, nem restringe a quantidade, mas é para todos.
II.
AS DISTINTAS
MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
Existem
diversas maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na vida do cristão.
Trataremos, especialmente, de duas, as quais tem sido alvo de polêmica por
parte de alguns grupos tradicionais.
1.
Cheios do
Espírito Santo: Ele se manifestou para habitar nos corações dos
discípulos de Jesus. No ato da conversão, o Espírito santo opera a regeneração
(2 Co 5.17). Esta nova vida requer dinamismo, ação, bom testemunho, para se
viver vitoriosamente. É aí que se faz necessário sermos “cheios do Espírito”. É
a efusão, ou seja, o derramamento interior. Paulo exortou os efésios com estas
palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Quando Ele habita na parte mais
recôndita do nosso ser, enchemo-nos da alegria da salvação, do gozo e da paz
que excedem a todo o entendimento. Por isso, não há espaço para outras coisas.
Todos os autênticos cristãos podem ser cheios do Espírito Santo, através da
vida de comunhão, oração e serviço ao Senhor. Porém, há diferença entre o ser
“cheio do Espírito” e o ser “batizado com o Espírito Santo”. Alguém pode ser
“cheio do espirito”, sem ser “batizado com o Espírito”. Toda pessoa, que aceita
a Jesus, como Salvador, torna-se habitação do Espírito Santo.
2.
Batizados com
o Espírito Santo: É uma experiência distinta que equivale a um mergulho
na fonte do Espírito. O próprio sentido da palavra “batismo” é imersão. No dia
de Pentecoste, as duas experiências aconteceram quase simultaneamente. Em At
2.4, diz que, primeiro, “todos foram cheios do Espírito Santo”. Foi uma EFUSÃO
ESPIRITUAL. Logo a seguir, vemos uma seqüência e uma conseqüência da primeira
experiência: “E começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem”. Esta foi a evidência física e audível do batismo
com o Espírito Santo.
III.
O ESPÍRITO
SANTO OPERA NA VIDA DO CRENTE
A
nova vida em Cristo é cheia do poder do Espírito Santo. Por isso, o crente
torna-se alvo das operações do Espírito.
1.
O Espírito
confirma a salvação recebida: Há uma passagem que afirma: “O mesmo
Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). É
a certeza que só o Espírito Santo nos concede. Sem ela, a nossa salvação seria
superficial. A alegria, que enche o nosso coração, dá-nos a absoluta convicção
de que estamos salvos. É o Espírito Santo quem confirma e fortifica esta
confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus, mas quem dá a certeza de
vida eterna é o Espírito Santo, Paulo escreveu aos Gálatas: “E, por que sois
filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama:
Aba, Pai” (Gl 4.6). A salvação recebida assegura-nos o direito da filiação. Não
nos tornamos filhos de Deus, apenas porque a Bíblia declara, mas porque o
Espírito clama dentro de nós: “Aba Pai”.
2.
O Espírito
conduz o cristão à vitória sobre o pecado: Nós não possuímos meios para
vencer o pecado que nos rodeia. Precisamos, então, de poder para superá-lo em
suas diversas manifestações. E isto só é possível, mediante o “andar no
Espírito” (Rm 8.4). É Ele quem nos habilita e para superá-lo em suas diversas
manifestações. E isto só é possível, mediante o “andar no Espírito” (Rm 8.4). É
Ele quem nos habilita e prepara, para vencermos o mundo, a carne e o Diabo.
Quando andamos no Espírito, todos os desejos enganosos ficam neutralizados.
Paulo disse: “Andai em Espírito e não satisfareis os desejos da carne” (Gl
5.16).
3.
O Espírito
conduz o crente através da Palavra de Deus: Notemos o que Jesus falou
acerca do Espírito Santo: “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade aquele
Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo
16.13). A partir do momento em que alguém se torna “nova criatura’, o Espírito
passa a conduzir os seus passos conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra
de fé e conduta do cristão está inserida na Bíblia. Todas as respostas e
diretrizes para a nossa vida estão nas Sagradas Escrituras e o Espírito Santo
as tornam vivas e poderosas (1 Co 2.12).
4.
O cristão
produz o fruto do Espírito (Gl 5.22,23): Notemos que é um fruto divido
em nove partes distintas. Implica num todo indispensável e inseparável em nossa
vida. É o Espírito Santo quem nos habilita a produzir de imediato, mas progressivamente.
Requer tempo e cuidado, pois o seu propósito é o de tornar o cristão apto para
as relações com Deus, com seus irmãos e consigo mesmo.
5.
O cristão
torna-se o templo do Espírito Santo (1 Co 6.19): A vontade de Deus é
que todo o nosso ser, corpo, alma e espírito, seja irrepreensível (1 Ts 5.23).
Tornamo-nos o centro das atenções do Espírito santo. Por isso, sejamos santos
em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.15).
6.
O Espírito
ajuda-nos a orar: Sem a ajuda do Espírito Santo, não conseguiríamos
orar. Todas as vezes que nos predispomos a buscar a Deus, através da oração,
temos de lutar contra forças imperiosas que desejam nos impedir. É a lutar
entre a nossa carne e o nosso espírito. Circunstâncias exteriores surgem para
nos desestimular, mas persistamos e peçamos a ajuda do Espírito Santo (Rm
8.26).
7.
O Espírito
reveste-nos de poder, para realizarmos a obra de Deus: O que faremos
sem o poder do Espírito? NADA! Precisamos dele para termos coragem e
disposição, a fim de realizarmos a obra de Deus. Os discípulos de Jesus,
enquanto não receberam o poder do
Espírito Santo, eram medrosos. Mas quando foram “cheios do Espírito”, suas
vidas tornaram-se atuantes (Lc 24.49).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas:22 - 26
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