segunda-feira, 4 de março de 2013

O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE


Texto Áureo:Lucas 24.49

Verdade Prática:Restringir a promessa do batismo com o Espírito Santo somente para o dia de Pentecoste é antibíblico, pois também se refere aos dias atuais.

Leitura Bíblica: João 14.16-18,21-26

 

Lição 05

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

Estamos na dispensação do Espírito Santo, que substituiu Jesus como nosso Paracleto. Ele veio habilitar em nós e tornar viva a presença de Cristo. Sua missão é a de capacitar, moral e espiritualmente, cada um de nós, para que testemunhemos de Jesus. A sua vinda é o cumprimento do que foi anunciado pelos profetas e pelo próprio Filho de Deus (Lc 24.49; At 1.4). Ele realizaria uma obra especial na Terra, identificada como o “ministério do Espírito” (2 Co 3.8).

 

I.                   O ESPÍRITO, A PROMESSA DO PAI

 

A “promessa do Pai”, o Espírito Santo, não seria restrita a um grupo, mas abrangente a todos os homens. O seu cumprimento obedece a uma evolução histórica. Este processo inicia-se com o povo de Israel, no Antigo Testamento, manifesta-se, notoriamente, no dia de Pentecostes, sobre a Igreja, e prossegue nos adias, até a vinda de Cristo.

1.       Uma promessa feita, inicialmente a Israel: Leia Ez 36.25-27. Esta escritura, à primeira vista, parece não ter qualquer relação com a promessa do Espírito Santo. Entretanto, o que percebemos é a disposição de Deus em mudar a vida espiritual de seu povo, e encher-lhe de graça e poder do seu Espírito. Mas a verdade é que Israel, por causa do seu pecado, foi expulso de sua terra, e espalhado pelo mundo. Mas o Senhor, em sua eterna presciência, contemplou a recuperação moral e espiritual dos israelitas, conforme registra Ez 37.1-4. Histórica e profeticamente, esse fato começou em sua independência e seu reconhecimento pela ONU, em 14 de maio de 1948. O ressurgimento de Israel como nação está patente na atualidade. Porém, a promessa da recuperação espiritual está prevista para um tempo futuro.

Na verdade, estes acontecimentos são escatológicos, pois referem-se aos dias em que a plenitude do Espírito encherá todo o termo de Israel (Jr 31.31-34).

2.      Uma promessa com sentido duplo: A passagem bíblica que combina com esta declaração está em Jl 2.23,28,29. O texto aponta um evento duplo. O Espírito é o mesmo, mas a dimensão é presente e futura e alcança a Dispensação da Graça e do Milênio, ou seja, a Igreja, hoje; e Israel, amanhã. Notemos que a mensagem profética fala de duas chuvas, a temporã e a serôdia. A primeira é de pouca duração, pois tem o propósito de apenas preparar a terra para o plantio, a semeadura. A segunda flui em abril e maio. Ela serve para amadurecer o grão que logo será colhido. É uma chuva leve que se alterna com os dias de sol. Na tipologia bíblica, elas simbolizam o derramamento do Espírito Santo em duas ocasiões distintas. Em relação à Igreja, são promessas reais. A primeira, a temporã, cumpriu-se a partir do Pentecostes, quando desceu sobre os discípulos (At 2.1-4,16). Esta “chuva” favorece a semeadura do Evangelho (Mc 16.15-18; At 1.8). Hoje, o Espírito Santo desce como “chuva serôdia” sobre a igreja, preparando-a para o Arrebatamento (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-18).

Em relação a Israel, conforme promessa de Jl 2.23, as duas chuvas, a temporã e a serôdia, tem dimensões distintas. A primeira refere-se ao mover do Espírito sobre os judeus dispersos e o seu retorno a Israel (Ez 11.17-20; Am 9.14). A segunda relaciona-se com o despertamento espiritual no término da Grande Tribulação (a 70ª semana de Daniel), o chamado “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.7), quando o Anticristo pressionará e maltratará o povo de Israel (2 Ts 2.3,4). Naquele dia, o Espírito Santo envolverá os judeus num avivamento, antes do advento de Cristo para estabelecer o Milênio (Is 62.2,3,11,12) .

3.      Uma promessa com sentido universal: Otexto de Jl 2.23,28 -30 comparado com o de At 2.16-18 comprova o cumprimento desta profecia no dia de Pentecoste.

A expressão “toda carne” (At 2.17), indica que esta promessa tem caráter universal. Ela tem um só sentido e refere-se a toda humanidade. Diz respeito a gentes, povos, nações, sem se importar com etnias, posições e privilégios. “Toda carne” pode ser subdivida em “filhos e filhas” para demonstrar que a promessa não se restringia a determinado sexo, mas homens e mulheres seriam alcançados por esta benção. Também, nenhuma restrição há quanto à idade, mas jovens e velhos teriam “sonhos e visões”, bem como “servos e servas”.

Em Atos 2.39, Pedro refere-se ao futuro, quando diz: “Até para os que estão longe”. Esta promessa não tem limite, ou seja, não se prende aa distâncias físicas ou temporais. Ora, como restringir o seu cumprimento apenas ao dia de Pentecostes? As evidências testemunham a sua realidade para os nossos dias. Podemos, também, dividir o seu cumprimento em três épocas, conforme está escrito: “A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39).

Analisemos, pois, cada parte: “Diz respeito a vós”, refere-se aos judeus que lhe ouviam naquele dia; “aa vossos filhos”, à geração seguinte: “a todos quanto estão longe”, os gentios que pertenceriam à Igreja no decorrer dos anos (Ef 2.13,17). Finalmente, a Bíblia diz: “a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”. A promessa não faz distinção, nem restringe a quantidade, mas é para todos.

 

II.                AS DISTINTAS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO

 

Existem diversas maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na vida do cristão. Trataremos, especialmente, de duas, as quais tem sido alvo de polêmica por parte de alguns grupos tradicionais.

1.      Cheios do Espírito Santo: Ele se manifestou para habitar nos corações dos discípulos de Jesus. No ato da conversão, o Espírito santo opera a regeneração (2 Co 5.17). Esta nova vida requer dinamismo, ação, bom testemunho, para se viver vitoriosamente. É aí que se faz necessário sermos “cheios do Espírito”. É a efusão, ou seja, o derramamento interior. Paulo exortou os efésios com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Quando Ele habita na parte mais recôndita do nosso ser, enchemo-nos da alegria da salvação, do gozo e da paz que excedem a todo o entendimento. Por isso, não há espaço para outras coisas. Todos os autênticos cristãos podem ser cheios do Espírito Santo, através da vida de comunhão, oração e serviço ao Senhor. Porém, há diferença entre o ser “cheio do Espírito” e o ser “batizado com o Espírito Santo”. Alguém pode ser “cheio do espirito”, sem ser “batizado com o Espírito”. Toda pessoa, que aceita a Jesus, como Salvador, torna-se habitação do Espírito Santo.

2.      Batizados com o Espírito Santo: É uma experiência distinta que equivale a um mergulho na fonte do Espírito. O próprio sentido da palavra “batismo” é imersão. No dia de Pentecoste, as duas experiências aconteceram quase simultaneamente. Em At 2.4, diz que, primeiro, “todos foram cheios do Espírito Santo”. Foi uma EFUSÃO ESPIRITUAL. Logo a seguir, vemos uma seqüência e uma conseqüência da primeira experiência: “E começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. Esta foi a evidência física e audível do batismo com o Espírito Santo.

 

III.             O ESPÍRITO SANTO OPERA NA VIDA DO CRENTE

 

A nova vida em Cristo é cheia do poder do Espírito Santo. Por isso, o crente torna-se alvo das operações do Espírito.

1.      O Espírito confirma a salvação recebida: Há uma passagem que afirma: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). É a certeza que só o Espírito Santo nos concede. Sem ela, a nossa salvação seria superficial. A alegria, que enche o nosso coração, dá-nos a absoluta convicção de que estamos salvos. É o Espírito Santo quem confirma e fortifica esta confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus, mas quem dá a certeza de vida eterna é o Espírito Santo, Paulo escreveu aos Gálatas: “E, por que sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.6). A salvação recebida assegura-nos o direito da filiação. Não nos tornamos filhos de Deus, apenas porque a Bíblia declara, mas porque o Espírito clama dentro de nós: “Aba Pai”.

2.      O Espírito conduz o cristão à vitória sobre o pecado: Nós não possuímos meios para vencer o pecado que nos rodeia. Precisamos, então, de poder para superá-lo em suas diversas manifestações. E isto só é possível, mediante o “andar no Espírito” (Rm 8.4). É Ele quem nos habilita e para superá-lo em suas diversas manifestações. E isto só é possível, mediante o “andar no Espírito” (Rm 8.4). É Ele quem nos habilita e prepara, para vencermos o mundo, a carne e o Diabo. Quando andamos no Espírito, todos os desejos enganosos ficam neutralizados. Paulo disse: “Andai em Espírito e não satisfareis os desejos da carne” (Gl 5.16).

3.      O Espírito conduz o crente através da Palavra de Deus: Notemos o que Jesus falou acerca do Espírito Santo: “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento em que alguém se torna “nova criatura’, o Espírito passa a conduzir os seus passos conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé e conduta do cristão está inserida na Bíblia. Todas as respostas e diretrizes para a nossa vida estão nas Sagradas Escrituras e o Espírito Santo as tornam vivas e poderosas (1 Co 2.12).

4.      O cristão produz o fruto do Espírito (Gl 5.22,23): Notemos que é um fruto divido em nove partes distintas. Implica num todo indispensável e inseparável em nossa vida. É o Espírito Santo quem nos habilita a produzir de imediato, mas progressivamente. Requer tempo e cuidado, pois o seu propósito é o de tornar o cristão apto para as relações com Deus, com seus irmãos e consigo mesmo.

5.      O cristão torna-se o templo do Espírito Santo (1 Co 6.19): A vontade de Deus é que todo o nosso ser, corpo, alma e espírito, seja irrepreensível (1 Ts 5.23). Tornamo-nos o centro das atenções do Espírito santo. Por isso, sejamos santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.15).

6.      O Espírito ajuda-nos a orar: Sem a ajuda do Espírito Santo, não conseguiríamos orar. Todas as vezes que nos predispomos a buscar a Deus, através da oração, temos de lutar contra forças imperiosas que desejam nos impedir. É a lutar entre a nossa carne e o nosso espírito. Circunstâncias exteriores surgem para nos desestimular, mas persistamos e peçamos a ajuda do Espírito Santo (Rm 8.26).

7.      O Espírito reveste-nos de poder, para realizarmos a obra de Deus: O que faremos sem o poder do Espírito? NADA! Precisamos dele para termos coragem e disposição, a fim de realizarmos a obra de Deus. Os discípulos de Jesus, enquanto não receberam o poder  do Espírito Santo, eram medrosos. Mas quando foram “cheios do Espírito”, suas vidas tornaram-se atuantes (Lc 24.49).

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre:1/1994

Comentarista: Elienai Cabral

Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal

Páginas:22 - 26

 

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