Texto Áureo: Mateus 3.11
Verdade Prática: O batismo com o
Espírito Santo é o revestimento de poder necessário a todos os cristãos dos
nossos dias.
Leitura Bíblica: Mateus 3.1-12
Lição 06
INTRODUÇÃO
O
batismo com o Espírito Santo, na atualidade, constitui-se em motivo de
constantes polêmicas. Vários grupos não pentecostais questionam, acima de tudo,
a glossolalia, que é a evidência deste acontecimento. Eles sustentam teses
baseadas em suposições teóricas. Com isto, procuram, por todos os meios, desacreditar
o batismo com o Espírito santo manifesto no “falar em outras línguas”.
I.
DOIS
BATISMOS
É
clara a citação de dois tipos de batismo, e não de três, na passagem de Mt
3.11,12. O primeiro é o do arrependimento, efetuado por João Batista: “E eu,
João, vos batizo com água, para o arrependimento”. O segundo é o efetuado por
Cristo. O pronome “Ele” indica ser o Filho de Deus o batizador, conforme está
no texto: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. O primeiro
batismo é físico e o segundo, espiritual. A idéia de um terceiro, em Mt 3.11, é
desprovida de base exegética. Um batismo de fogo, como sugerem, que implica em
condenação e juízo, não harmoniza com o contexto desta passagem. Este fogo não
se refere ao Inferno, mas, sim à obra purificadora do Espírito Santo na vida
cristã.
1.
O batismo em
água: Seu objetivo é levar o arrependido a confessar e testemunhar
publicamente a sua fé em Jesus. É um batismo exterior, e por imersão, efetuado
pelos ministros de Cristo. João Batista não o copiou das abluções
(purificações) feitas pelos judeus (Jo 2.6; 3.25); nem tampouco do batismo
ministrado aos prosélitos. Era revolucionário e novo. Normalmente, a confissão
dos pecados no Judaísmo era feita no dia da Expiação, mas João Batista pregava
o arrependimento, através da confissão pública, no ato do batismo em água. Na
verdade, era a preparação do caminho daquele que batizaria com o Espírito Santo
e com fogo. O batismo de João era o precursor do que seria ministrado aos
cristãos (Mc 16.16). Quando uma pessoa aceita a Jesus, como Salvador, e
confessa seus pecados a Ele, o batismo em água torna-se indispensável, como
confissão pública de sua fé e Cristo. Os batismos com o Espírito Santo e em
água são completamente distintos, na experiência cristã.
2.
O batismo com
o Espírito Santo: João mostrou claramente, a relação de sua atividade
ministerial com a de Jesus Cristo, ao afirmar: “Eu, na verdade, vos batizo com
água, para o arrependimento, mas aquele que vem após mim, é mais poderoso do
que eu;... Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Ministrar o
batismo em água é tarefa dos ministros de Cristo, mas batizar com o Espírito
santo e com fogo é exclusividade do Senhor Jesus.
3.
A palavra
fogo destaca-se neste estudo. Teologicamente, ela tem variação no seu
significado. Tenhamos o cuidado de encontrar os sentidos que uma expressão
bíblica pode nos transmitir; se é literal ou figurado; negativo ou positivo.
Para descobrirmos pó significado de uma palavra em estudo, devemos buscá-lo em
seu contexto gramatical, histórico, doutrinário, etc. No texto em epígrafe, as
palavras “água” e “fogo” são ricas em significados espirituais. Ambas possuem
sentidos negativos e positivos, literais e figurados; por isso, devem ser
interpretadas à luz do contexto que as envolve.
Outrossim,
o batismo com o Espírito santo é subseqüente à conversão e só acontece mediante
a fé. Os grupos não pentecostais acham que a manifestação do Espírito Santo na
vida do pecador, no momento da conversão, seja o batismo com o Espírito Santo,
o qual denominam de “batismo no corpo de Cristo”. Porém, esta expressão
significa o mergulho na nova vida, que acontece no ato da conversão, enquanto
que o batismo com o Espírito Santo é a imersão no poder do Espírito.
II.
DOIS TIPOS
DE FOGO ESPIRITUAL
Mt
3.11,12 fala de dois tipos de “fogo”, distintos em suas finalidades, que devem
ser estudadas separadamente. Um nada tem a ver com o outro. A distinção entre
os dois é percebida nos seus resultados.
1.
O fogo do
batismo com o Espírito Santo. “Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo”
(v 11): Este é inseparável da experiência do batismo com o Espírito
Santo; por isso, analisemos o texto mais detidamente. No original grego, a
expressão aparece assim: “Ele vos batizara com o Espírito e EM FOGO”.
A
expressão “com o Espírito Santo e com fogo” une a pessoa do Espírito à sua obra
purificadora, através do fogo. Tanto o Espírito como o fogo estão intimamente
ligados ao propósito do batizador, Jesus. A forma original, no grego, “em
fogo’, fortalece ainda mais a relação entre o Espírito e o fogo. Vejamos a
diferença entre os batismos em água e com o Espírito Santo. O primeiro
simboliza o arrependimento e a obra regeneradora, pois a água significa
purificação, lavagem, limpeza (Ef 5.26; Tt 3.5). Por isso, o batismo em água,
sob o prisma negativo, é a figura da tristeza, da humilhação do “eu carnal’. O
segundo, “EM FOGO”, tem um sentido positivo na nova vida em Cristo Jesus. O
fogo está intimamente ligado à obra do Espírito na vida do crente, e não contra
os pecadores. Note que o Espírito e o fogo tem uma profunda relação, assim como
o Espírito e a água (Jo 3.5). O fogo, em Mt 3.11, tem o sentido de “poder” que
penetra e purifica os mais duros metais. O ouro, por exemplo, quando sai do
crisol, expele toda a impureza, e torna-se o mais valioso de todos. No Dia de
Pentecostes, esse fogo manifestou-se literalmente sobre os discípulos, sem
destrui-los, n em condená-los ao Inferno. Mas os purificou das impurezas
carnais. Lembremo-nos que no mesmo dia, dois elementos da natureza, o vento e o
fogo, manifestaram-se como símbolos da obra do Espírito santo (At 2.2,3).
Ambos, tanto podem destruir, como servem de bênçãos, conforme o texto sugere.
2. O fogo eterno: Mt 3.12 declara:
“Em sua mão tem a pá”. A referência é feita ao trigo, colhido e separado da sua
palha, não com máquinas sofisticadas dos tempos modernos, mas com a “pá de
madeira” utilizada pelo agricultor. Com a mesma, malhava-se o trigo até soltar
a sua palha (casca). Mas quem faria isso? Sem dúvida, Cristo. Quando seria
feita esta separação? No recolhimento do trigo sem casca ao celeiro.
a.
“Em sua mão
tem a pá”: Simboliza o Evangelho que traz salvação e juízo aos homens.
A seguir, o texto registra: “E limpará a sua eira”. O que significava eira? Era
um lugar plano e firme, onde se colocava o trigo depois de colhido. Este, ainda
com palha, era espalhado e depois batido com a pá de madeira. À medida que era
malhado e trilhado, a palha soltava-se.
b.
“E recolherá
no celeiro o seu trigo”: Depois de separado da palha, o trigo era
recolhido ao celeiro. A Igreja é a “eira” sobre a qual o trigo (os crentes) é
separado do mundo. Por outro lado, o trigo recolhido ao celeiro simboliza o
rapto da Igreja, em Cristo e o Arrebatamento dos santos para o “celeiro
celestial” (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.16,17). Enquanto estivermos aqui, “a pá” do
Evangelho malhará o trigo e separá-lo-a da palha. Quando se ouvir o som da
trombeta de Deus, por ocasião do Arrebatamento da igreja, o trigo será
recolhido ao Celeiro do céu. Porém, a palha, separada do trigo, será reunida em
um montão, para o Juízo Final, diante do Trono Branco (Ap 20.11,15) e, então,
será queimado com fogo inextinguível. Este é o que nunca se apaga (Mt 3.12).
Ele se refere ao juízo de Cristo na eternidade, quando toda a “palha” será
lançada no “lago de fogo”, como conseqüência justa pela rejeição ao Senhor
Jesus (Mc 9.44,45; Ap 20.10,14).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas:27 - 30
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