segunda-feira, 18 de março de 2013

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E COM FOGO


Texto Áureo: Mateus 3.11

Verdade Prática: O batismo com o Espírito Santo é o revestimento de poder necessário a todos os cristãos dos nossos dias.

Leitura Bíblica: Mateus 3.1-12

 

Lição 06

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

O batismo com o Espírito Santo, na atualidade, constitui-se em motivo de constantes polêmicas. Vários grupos não pentecostais questionam, acima de tudo, a glossolalia, que é a evidência deste acontecimento. Eles sustentam teses baseadas em suposições teóricas. Com isto, procuram, por todos os meios, desacreditar o batismo com o Espírito santo manifesto no “falar em outras línguas”.

 

I.                   DOIS BATISMOS

 

É clara a citação de dois tipos de batismo, e não de três, na passagem de Mt 3.11,12. O primeiro é o do arrependimento, efetuado por João Batista: “E eu, João, vos batizo com água, para o arrependimento”. O segundo é o efetuado por Cristo. O pronome “Ele” indica ser o Filho de Deus o batizador, conforme está no texto: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. O primeiro batismo é físico e o segundo, espiritual. A idéia de um terceiro, em Mt 3.11, é desprovida de base exegética. Um batismo de fogo, como sugerem, que implica em condenação e juízo, não harmoniza com o contexto desta passagem. Este fogo não se refere ao Inferno, mas, sim à obra purificadora do Espírito Santo na vida cristã.

1.      O batismo em água: Seu objetivo é levar o arrependido a confessar e testemunhar publicamente a sua fé em Jesus. É um batismo exterior, e por imersão, efetuado pelos ministros de Cristo. João Batista não o copiou das abluções (purificações) feitas pelos judeus (Jo 2.6; 3.25); nem tampouco do batismo ministrado aos prosélitos. Era revolucionário e novo. Normalmente, a confissão dos pecados no Judaísmo era feita no dia da Expiação, mas João Batista pregava o arrependimento, através da confissão pública, no ato do batismo em água. Na verdade, era a preparação do caminho daquele que batizaria com o Espírito Santo e com fogo. O batismo de João era o precursor do que seria ministrado aos cristãos (Mc 16.16). Quando uma pessoa aceita a Jesus, como Salvador, e confessa seus pecados a Ele, o batismo em água torna-se indispensável, como confissão pública de sua fé e Cristo. Os batismos com o Espírito Santo e em água são completamente distintos, na experiência cristã.

2.      O batismo com o Espírito Santo: João mostrou claramente, a relação de sua atividade ministerial com a de Jesus Cristo, ao afirmar: “Eu, na verdade, vos batizo com água, para o arrependimento, mas aquele que vem após mim, é mais poderoso do que eu;... Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Ministrar o batismo em água é tarefa dos ministros de Cristo, mas batizar com o Espírito santo e com fogo é exclusividade do Senhor Jesus.

3.      A palavra fogo destaca-se neste estudo. Teologicamente, ela tem variação no seu significado. Tenhamos o cuidado de encontrar os sentidos que uma expressão bíblica pode nos transmitir; se é literal ou figurado; negativo ou positivo. Para descobrirmos pó significado de uma palavra em estudo, devemos buscá-lo em seu contexto gramatical, histórico, doutrinário, etc. No texto em epígrafe, as palavras “água” e “fogo” são ricas em significados espirituais. Ambas possuem sentidos negativos e positivos, literais e figurados; por isso, devem ser interpretadas à luz do contexto que as envolve.

Outrossim, o batismo com o Espírito santo é subseqüente à conversão e só acontece mediante a fé. Os grupos não pentecostais acham que a manifestação do Espírito Santo na vida do pecador, no momento da conversão, seja o batismo com o Espírito Santo, o qual denominam de “batismo no corpo de Cristo”. Porém, esta expressão significa o mergulho na nova vida, que acontece no ato da conversão, enquanto que o batismo com o Espírito Santo é a imersão no poder do Espírito.

 

II.                DOIS TIPOS DE FOGO ESPIRITUAL

 

Mt 3.11,12 fala de dois tipos de “fogo”, distintos em suas finalidades, que devem ser estudadas separadamente. Um nada tem a ver com o outro. A distinção entre os dois é percebida nos seus resultados.

1.      O fogo do batismo com o Espírito Santo. “Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo” (v 11): Este é inseparável da experiência do batismo com o Espírito Santo; por isso, analisemos o texto mais detidamente. No original grego, a expressão aparece assim: “Ele vos batizara com o Espírito e EM FOGO”.

A expressão “com o Espírito Santo e com fogo” une a pessoa do Espírito à sua obra purificadora, através do fogo. Tanto o Espírito como o fogo estão intimamente ligados ao propósito do batizador, Jesus. A forma original, no grego, “em fogo’, fortalece ainda mais a relação entre o Espírito e o fogo. Vejamos a diferença entre os batismos em água e com o Espírito Santo. O primeiro simboliza o arrependimento e a obra regeneradora, pois a água significa purificação, lavagem, limpeza (Ef 5.26; Tt 3.5). Por isso, o batismo em água, sob o prisma negativo, é a figura da tristeza, da humilhação do “eu carnal’. O segundo, “EM FOGO”, tem um sentido positivo na nova vida em Cristo Jesus. O fogo está intimamente ligado à obra do Espírito na vida do crente, e não contra os pecadores. Note que o Espírito e o fogo tem uma profunda relação, assim como o Espírito e a água (Jo 3.5). O fogo, em Mt 3.11, tem o sentido de “poder” que penetra e purifica os mais duros metais. O ouro, por exemplo, quando sai do crisol, expele toda a impureza, e torna-se o mais valioso de todos. No Dia de Pentecostes, esse fogo manifestou-se literalmente sobre os discípulos, sem destrui-los, n em condená-los ao Inferno. Mas os purificou das impurezas carnais. Lembremo-nos que no mesmo dia, dois elementos da natureza, o vento e o fogo, manifestaram-se como símbolos da obra do Espírito santo (At 2.2,3). Ambos, tanto podem destruir, como servem de bênçãos, conforme o texto sugere.

2.      O fogo eterno: Mt 3.12 declara: “Em sua mão tem a pá”. A referência é feita ao trigo, colhido e separado da sua palha, não com máquinas sofisticadas dos tempos modernos, mas com a “pá de madeira” utilizada pelo agricultor. Com a mesma, malhava-se o trigo até soltar a sua palha (casca). Mas quem faria isso? Sem dúvida, Cristo. Quando seria feita esta separação? No recolhimento do trigo sem casca ao celeiro.

a.       “Em sua mão tem a pá”: Simboliza o Evangelho que traz salvação e juízo aos homens. A seguir, o texto registra: “E limpará a sua eira”. O que significava eira? Era um lugar plano e firme, onde se colocava o trigo depois de colhido. Este, ainda com palha, era espalhado e depois batido com a pá de madeira. À medida que era malhado e trilhado, a palha soltava-se.

b.      “E recolherá no celeiro o seu trigo”: Depois de separado da palha, o trigo era recolhido ao celeiro. A Igreja é a “eira” sobre a qual o trigo (os crentes) é separado do mundo. Por outro lado, o trigo recolhido ao celeiro simboliza o rapto da Igreja, em Cristo e o Arrebatamento dos santos para o “celeiro celestial” (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.16,17). Enquanto estivermos aqui, “a pá” do Evangelho malhará o trigo e separá-lo-a da palha. Quando se ouvir o som da trombeta de Deus, por ocasião do Arrebatamento da igreja, o trigo será recolhido ao Celeiro do céu. Porém, a palha, separada do trigo, será reunida em um montão, para o Juízo Final, diante do Trono Branco (Ap 20.11,15) e, então, será queimado com fogo inextinguível. Este é o que nunca se apaga (Mt 3.12). Ele se refere ao juízo de Cristo na eternidade, quando toda a “palha” será lançada no “lago de fogo”, como conseqüência justa pela rejeição ao Senhor Jesus (Mc 9.44,45; Ap 20.10,14).

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre:1/1994

Comentarista: Elienai Cabral

Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal

Páginas:27 - 30

 

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