Texto Áureo: Mateus 6.33
Verdade Prática: A verdadeira profecia
liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.
Leitura Bíblica: Ageu 1.1-9
Lição 11
INTRODUÇÃO
De
Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia política e militar, nessa
fase da história mundial, estava com os persas, pois os assírios e babilônios
não existiam mais como impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a
idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora,
igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos
judeus em relação à obra de Deus.
I.
O LIVRO DE
AGEU
1.
Contexto
histórico: No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras
décadas do período pós-exilio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros
capítulos do referido livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da
Pérsia, baixou o decreto que põe fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. pouco
tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para
Judá.
a.
Cambises:
Ciro reinou até 530 a.C., ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia
como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar
ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar
a construção da casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).
b.
Dário
Histaspes: Após a morte de Cambises. Dario Histaspes assumiu o trono da
Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele
é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13).
2.
Vida pessoal:
Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece
nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o
primeiro profeta a atuar no pós-exilio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses
antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em
520 a.C (1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como “profeta” (vv 1.3,12;
2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além
dele, apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas
apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1).
3.
Zorobabel:
A profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho de Seltiel, príncipe de
Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v 1). Sob a sua
liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os
remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7;
12.1). A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que
a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27). Dessa forma,
Jesus é o “Filho de Davi”, mas também de Zorobabel.
4.
Estrutura e
mensagem: O livro consiste de quatro curtos oráculos. O primeiro foi
entregue “no sexto mês, no primeiro dia do mês” (v 1) [mês hebraico de elul, 29
de agosto]; o segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” 92.1) [mês
de tisrei, 17 de outubro]; o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia,
o “vigésimo quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro].
A revelação foi dada diretamente por Deus (vv 1,3). Apenas Ageu apresenta com
tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é a
reconstrução do templo. Dos 38 versículos divididos em dois capítulos, dez
falam da Casa de Deus, em Jerusalém (vv 2.4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo
Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).
II.
RESPONSABILIDADE
E OBRIGAÇÕES
1.
A desculpa do
povo: Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a
autoridade divina (v 2). O povo em débito que estava com o Eterno (v 2b), em
vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo,
usou a desculpa de que não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita
chamar Judá de “meu povo”, referindo-se a eles como “este povo”. Em outras
palavras, Deus não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).
2.
Inversão de
prioridades (vv 3,4): O oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus
veio a Ageu (v 3). Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem
advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a
Jerusalém para construir a sua Casa. Mas o povo preocupou-se mais em orar nas
casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há quinze
anos, continuava em total abandono (v 4). Era uma opção insensata. Os judeus
negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes
atribuía (Ed 1.8-11; 5.14-16). O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o
gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi; 2 Sm 7.2).
3.
Um convite à
reflexão: No versículo 5, vemos um apelo à consciência e ao bom senso,
pois é o próprio Deus quem fala. Tal exemplo mostra que devemos parar e
refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do
Senhor.
III.
A EXORTAÇÃO
DIVINA
1.
Crise
econômica: O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o
vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas
temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura
produzia muito pouco. A quantidade de viveres não era suficiente para saciar a
fome de todos. A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não
tinha a benção de deus (v 6). Tudo isso “por causa da minha casa, que esta
deserta, e cada um de vós corre À sua própria casa” (v 9). Era o castigo pela
desobediência (Dt 28.38-40). Era o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o
profeta convida a todos a refletir (v 7).
2.
A solução:
Nem tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O
Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte,
cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria
de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v 8). Não era comum o povo e as
autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseías e Jeremias
são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de
maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do
Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v
14).
3.
O segundo
Templo: Enquanto isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao
embargo. Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada
durante o andamento da obra. Ele ainda pediu oração ao povo de Deus em seu
favor (Ed 6.7-10). Finalmente, o Templo foi inaugurado em 516 a.C., “no sexto
ano de Dario” (Ed 6.15). Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na
história dos judeus. E assim, a presença de Deus no Templo vez da glória da
segunda Casa maior que a da primeira (2.9).
CONCLUSÃO
A
lição de Ageu tem a muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa
responsabilidade e compromisso como fardos pesados, mas recebê-los como algo
sublime. É hora e privilegio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo
em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por Jesus a atuar na
seara do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e Deus seja
glorificado (Mt 5.16).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central:OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas:75 - 81
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