Texto Áureo: 1 Pedro 2.21
Verdade Prática: O exemplo deixado por
Cristo é o melhor modelo para a vida de um líder.
Leitura Bíblica: Deuteronômio
31.1-8; Josué 1.3-9
Lição 02
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos o perfil dum verdadeiro líder escolhido, disciplinado,
provado e aprovado por Deus, para uma missão árdua, mas importante: conduzir os
filhos de Israel à Terra Prometida. Josué, filho de Num, da tribo de Efraim,
foi este grande líder.
I.
QUEM ERA
JOSUÉ
1.
Um líder
chamado (Dt 31.7,14,23): Josué surge de repente no confronto entre
Amaleque e Israel no deserto de Refidim. Sua primeira decisão sob a orientação
de Moisés foi escolher homens capazes para o combate (Ex 17.8). Seus pais eram
cativos e ele nasceu na escravidão no Egito. Nasceu cativo, portanto. Mas Deus
o libertou e o fez um colaborador de Moisés. Sempre se revelou valente capitão.
Quase foi apedrejado, se não é a intervenção da nuvem da glória, porque
insistiu com os filhos de Israel que avançassem através do deserto para Canaã quarenta
anos (Nm 14.6-10). Originalmente, o nome de Josué era Oséias que significa
“salvação” (Nm 13.16; Dt 32.44). Josué significa “a salvação de Deus”. Parece
que teve seu nome mudado quando se mostrou fiel à Deus ao lado de Calebe (Nm
14.30). Ele é chamado “servo de Jeová”, aquele por meio de quem Deus transmitiu
suas ordens e mediante quem Ele realiza seus propósitos – o primeiro ministro
de Deus. Esteve com Moisés no monte (Ex 24.13). Parece ter jejuado quarenta
dias e quarenta noites a exemplo de Moisés (Ex 24.13-18; 32.15-19).
2.
Sua vida e
seu trabalho: Josué, além do episodio que marcou sua coragem na guerra
com Amaleque, esteve envolvido em outras missões importantes. Era tido como
sendo um “dos escolhidos” de Moisés (Nm 11.28). Foi um dos doze espias enviados
por Moisés a espiar a terra de Canaã (Nm 13.8-16). Diz Josefo que ele tinha 85
anos quando sucedeu a Moisés. Julga-se que levou uns 6 anos na subjugação da
terra; o resto de sua vida passou estabelecendo e governando as doze tribos.
Seu governo sobre Israel, ao todo durou uns 25 anos. Morreu aos 110 anos e foi
sepultado em Timnate-Sera, que esta no monte de Efraim (Js 24.29,30). Foi
guerreiro notável; disciplinou suas tropas; enviou espias; mas sempre o
encontramos orando e confiando em Deus.
3.
Josué era um
líder capaz (Ex 17.9-13): Em nossos dias, conforme sabemos, já existem
até cursos intensivos de liderança espiritual. Não sou contra estes cursos.
Entretanto, um verdadeiro líder, a nível de Josué, não pode ser fabricado
tecnicamente falando. Tem que ser levantado por Deus. O apóstolo Paulo foi um
verdadeiro líder e declarou: “Não que sejamos capazes por nós de pensar alguma
coisa como de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez
também capazes de ser ministros dum novo testamento, não da letra, mas do
espírito...” (2 Co 3.5,6). É comum em nossos dias ver-se pessoas exercendo
certas funções sem a devida capacidade. Estas pessoas são dignas, mas não são
capazes. Uma coisa é ser digna, a outra é ser capaz. O sábio conselho de Jetro,
sogro de Moisés foi: “Tu dentre o povo procura homens capazes...” (Ex
18.21-25). Este padrão não mudou e não deve mudar (Gn 41.38,39; 1 Sm 16.16-19;
Dn 1.,34; At 6.3).
II.
JOSUÉ ERA UM
LÍDER CHEIO DE SABEDORIA
1.
A sabedoria
divina o capacitou (Dt 34.9): No texto em foco, nesta seção diz que
“Josué, filho de Num, foi cheio do Espírito de sabedoria, porquanto Moisés
tinha posto sobre ele as suas mãos”. Josué, portador agora desta sabedoria do
alto, tornou-se um líder com função dupla: cuidava do povo de Deus e ao mesmo
tempo fazia as guerras do Senhor. Era, portanto, necessário ser, de fato, um
capitão inteligente e acima de tudo temente a Deus. As Escrituras falam com
exclusividade sobre certos homens que foram capacitados por Deus com o “dom da
sabedoria”. Por exemplo: José (Gn 41); Moisés e Arão (Ex 4.12-15); Bezaleel e
Aoliabe (Ex 31.2,3,6); Davi (Sl 45.1); Salomão (1 Rs 3.12,28; 4.29-34); Eliú
(Jó 32.27); Isaías (Is 50.4); Jeremias (Jr 1.9). E muitos outros, tanto no
Antigo como no Novo Testamento.
2.
A sabedoria é
excelente para dirigir (Ec 10.10): Um líder cheio de sabedoria entende
todos os fatos e circunstâncias, leis e princípios, todas as tendências,
influências e possibilidades. Ele possui tudo que é preciso no sentido de
matéria prima (celestial-humana e natural), poder e perícia (1 Rs 3.12; Ec
8.5). Tornando-se assim um homem capacitado para: governar (Gn 41.33-39), criar
(invenção) (Ex 30.1-6), comandar (Dt 34.9), julgar (2 Rs 3.16-18), entender
coisas difíceis (2 Sm 14.20), edificar a Igreja (1 Co 14.12, etc.). Não é
debalde que o primeiro dom relacionamento na lista dos dons espirituais em 1 Co
12 é aa “palavra de sabedoria” (v 8). De fato, a Bíblia afirma que “aa
sabedoria é coisa principal” (Pv 4.7a). Josué foi um líder possuidor desta
graça divina, porque o temor do Senhor estava com ele (Js 24.15; Sl 111.10).
3.
Josué, um
líder vitorioso (v 8): Josué prosperava em tudo o que fazia. Era sempre
vitorioso, porque sua vitória não dependia de si mesmo, mas, sim de Deus. O
apóstolo Paulo e outros escritores do Novo Testamento, afirmam que vivemos num
mundo espiritual em que se movimentam milhões de seres hostis tanto a Deus como
a seus servos. Então Paulo conclama as forças de Deus a se posicionarem para
tal batalha (Ef 6.12,13). Josué e o povo dependiam de Deus que lhes assegurava
a vitória. Nós dependemos de Cristo, pois nossa luta não é contra “carne e o
sangue”, isto é, forças visíveis, mas contra as hostes de anjos e demônios
iníquos que infestam a atmosfera terrestre e parte da celestial.
III.
JOSUÉ UM
LÍDER CORAJOSO
1.
“Sê forte e
corajoso” (v 6): Ser precipitado naquilo que fala e realiza tem sido o
caminho do fracasso para muitas pessoas. Entretanto, ser forte e corajoso tem
sido uma virtude para todos. A ordem divina neste campo é sempre esta: “Diga o
fraco: Eu sou forte!” (Jl 3.10b). O crente somente deve dizer que é fraco na
presença de Deus (Sl 6.2). Na presença do Diabo, porém, deve se apresentar como
um guerreiro forte (Fp 4.13). Na seleção de Deus para o grande duelo entre os
israelitas e as forças confederadas dos midianitas e amalequitas, a ordem
divina foi: “Quem for covarde e medroso, volte...” Que surpresa! “Voltaram do
povo vinte e dois mil” (Jz 7.3). No combate da fé precisamos do auxílio de
Deus. Os tímidos ficarão fora do céu (Ap 21.8). Acreditamos que os tais sejam
os apóstatas que, por covardia, viraram as costas à “batalha da fé que uma vez
foi dada aos santos” (Jd v 3b), e que em tempo de tribulação, abandonaram a
Cristo e Seu testemunho, a fim de salvarem a pele.
2.
Josué era um
líder laborioso (v 6,9): No Sl 89.19 há uma promessa de Deus para
aquele que trabalha: “Socorri um que é esforçado, exaltei a um eleito do povo”.
A inatividade na vida espiritual especialmente tratando-se de um líder é
condenada por Deus e repugnada pelo povo em geral. No livro de Proverbio
fala-se do “preguiçoso” cerca de 17 vezes, por isso é evidente que o Espírito
Santo considera muito este perigo da mocidade, e de pessoas mais idosas. O
preguiçoso é reprovado no primeiro estágio por covardia (Pv 21.25; 26.13), por
negligenciar as oportunidades (Pv 12.27), os de veres (Pv 20.4), por
desperdício (Pv 18.9), por indolência (Pv 6.6,7), por julgar-se sábio a seus
próprios olhos (Pv 26.16). O apóstolo Paulo era um tanto rigoroso com esta
classe de gente. Então ele diz: “Se alguém não quiser trabalhar (alguns quere m
mais não encontram trabalho), não coma também” (2 Ts 3.10). Josué, pelo que
declara a Bíblia a seu respeito, era um líder trabalhador. Sempre começava
cedo, de madrugada algumas vezes (3.1). Era cuidadoso, não desperdiçava o tempo
nem as oportunidades. Muitas pessoas não chegam a prosperar na vida, porque
esquecem deste método tão eficaz. “As oportunidades seguem uma sequência: quem
se adianta passa e quem e atrasa fica”.
3.
Nossa vitória
depende de Cristo: Nossa vitória, a exemplo do povo eleito depende de
Cristo, não se prende à luta física, pois, necessariamente, se assim fosse,
seria então fracasso e não vitória. Somente em Cristo e por Cristo é que nossa
vitória estará assegurada. Cristo nos faz triunfar, porque Ele é vitorioso em
tudo quanto é e faz. Sempre há uma promessa de vitória a dizer: “Eles o
venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho...” (Ap
12.11).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 1992
Comentarista: Severino Pedro da Silva
Tema Central: JOSUÉ, o livro das vitórias.
Páginas: 06 - 09
Nenhum comentário:
Postar um comentário