Texto Áureo:Habacuque 1.13
Verdade Prática:A fim de cumprir os
seus planos Deus age soberanamente na vida de todas as nações da terra.
Leitura Bíblica: Habacuque 1.1-6; 2.1-4
Lição 09
INTRODUÇÃO
No
dialogo entre Habacuque e o Senhor, presenciamos uma singular beleza teológica
e literária. Ao longo do livro de Habacuque, deparamo-nos com uma das mais
notáveis declarações doutrinárias: “O justo, pela sua fé, viverá” (2.4). Este
oráculo fez-se tão notório, que se tornou uma das mais importantes temáticas em
o Novo Testamento (Rm 1.17 cf. Gl 3.8). Séculos mais tarde, inspirou Martinho
Lutero a deflagrar a Reforma Protestante.
I.
O LIVRO DE
HABACUQUE
1.
Contexto
histórico: Habacuque exerceu o seu ministério quando os caldeus
marchavam vitoriosamente pelo Oriente Médio (1.6). Tal marcha iniciou-se em 627
a.C. e foi concluída com a vitória sobre Faraó Neco, do Egito, na batalha de
Carquêmis, em 605 a.C (Jr 46.2). Tempo em que, de fato, os caldeus tornaram-se
um império pujante. Isso mostra que o profeta era contemporâneo de Jeremias e
Sofonias (Jr 1.1; Sf 1.1). Ele menciona ainda a opressão dos ímpios sobre os
pobres e o colapso da Justiça nacional (1.2-4) e descreve também o cenário do
reinado tirânico de Jeoiaquim, rei de Judá, entre 605 e 598 a.C (Jr 22.3, 13-18).
2.
Vida pessoal:
Não há informações, entro ou fora do livro, sobre a vida pessoal de Habacuque.
Apenas temos a declaração de que ele é profeta (1.1), detalhe este também
encontrado em Ageu e Zacarias (Ag 1.1; Zc 1.1). A partir dessas poucas
informações e pela finalização de seu livro (3.19), muitos estudiosos entendem
que Habacuque era um profeta bem aceito pela sociedade e – há quem afirme –
oriundo de família sacerdotal. A literatura rabínica apoia essa ideia.
3.
Estrutura e
mensagem: No estudo passado, aprendemos que o termo “peso” indica uma
“sentença pesada e profecia”. A exemplo do livro de Naum, esse oráculo foi
revelado à Habacuque na forma de visão (1.1). A profecia divide-se em três
capítulos. O primeiro denuncia a corrupção generalizada da nação e a
consequente resposta divina (2-17); o segundo, outra reposta do Eterno
(2.1-20); e a terceira, a oração de Habacuque (3.1-19). O oráculo divino, que
possui a mesma estrutura dos Salmos, tem como principal ênfase a fé.
II.
HABACUQUE E
A SITUAÇÃO DO PAÍS
1.
O clamor de
Habacuque: O que ocorria em Judá ia de encontro ao conhecimento que
Habacuque possuía a respeito do Deus de Israel. Mas como é possível aquele que
é justo e santo tolerar tamanha maldade? O profeta expressa sua perplexidade na
forma de lamentação: “Até quando, SENHOR [...]?” (1.2; Sl 13.1,2); “Por que
[...]?” (1.3; Sl 22.1). Essas perguntas indicam que, há tempos, Habacuque orava
a Deus em busca de solução.
2.
A descrição
do pecado: Assim, o profeta resume o quadro desolador do seu povo:
iniquidade e vexação; destruição e violência; contenda e litígio (1.3). A
Bíblia ARA (Almeida, Revista e Atualizada) emprega o termo “opressão”. A Bíblia
TB (Tradução Brasileira) usa “perversidade” no lugar de “vexação”. A estrutura
poética nessa descrição revela a falência da justiça e o abuso opressor das
autoridades em relação aos pobres.
3.
O colapso da
justiça nacional: A frouxidão da lei era consequência da corrupção
generalizada. Na esfera judiciaria, a sentença não era pronunciada, ou quando dado
o verectido, esta sempre beneficiava os poderosos (1.4). A sociedade sequer
lembrava-se da lei. Esta era o poder coercitivo para manter a ordem pública,
garantir a segurança e os direitos do cidadão (Dt 4.8; 17.18,19; 33.4; Js 1.8).
Mas a influência das autoridades piedosas não foi suficiente para mudar o
estado das coisas. Somente o Senhor onipotente de Israel é quem pode fazer
plena justiça.
III.
A RESPOSTA
DIVINA
1.
O juízo
divino é anunciado: Antes de Habacuque perceber a gravidade da
situação, Deus, que está no controle de todas as coisas, apenas aguardava o
tempo oportuno para agir e mostrar a razão de sua intervenção. Tudo estava nos
planos do Senhor. O profeta e todo o povo de Judá precisavam prestar mais
atenção aos acontecimentos mundiais, pois o Eterno realizaria, naqueles dias,
uma obra que eles não creriam, quando lhes fosse contada (1.5). Essa obra era
um novo império que Deus estava levantando no mundo. Não obstante, esse oráculo
também diz respeito à vinda do Messias (At 13.40,41).
2.
Os caldeus e a
questão ética (1.6): O império dos caldeus crescia e agigantava-se sob
a liderança do rei Nabucodonosor. Ele estava a caminho de Jerusalém para
invadir a província de Judá. No entanto, Habacuque ficou desapontado com essa
resposta. Como um povo idolatra, sem ética e respeito aos direitos humanos,
poderia castigar o povo de Deus? Ele pergunta: “por que, pois, olhas para os
que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais
justo do que ele?” (1.13). Trataria o Senhor os filhos de Judá como os animais?
(1.14). Permitiria à Babilônia fazer o que desejasse com o povo? (1.15-17).
IV.
DEUS
RESPONDE PELA SEGUNDA VEZ
1.
A espera de
Habacuque (2.1): Sabedor de que Deus lhe responderá, o profeta
prepara-se para ser argüido por Deus. Ele se posiciona como uma sentinela –
figura comumente empregada para descrever os profetas bíblicos. Sua função era
ficar alerta para escutar a palavra de Deus e transmiti-la ao povo (Is 21.8; Jr
6.17; Ez 3.17).
2.
A visão:
A resposta divina veio ao profeta através de uma visão transmitida com
agilidade e nitidez, dispensando a necessidade de que alguém lesse e a
interpretasse (2.2), pois se tratava de uma mensagem que, apesar de futurística,
era claríssima: A Babilônia desaparecerá da terra para sempre! No entanto,
Judá, apesar do castigo, sobreviverá (Jr 30.11). o desafio era crer na
mensagem! Ainda que seu cumprimento tardasse, Deus é fiel para cumprir a sua
palavra (2.3; Jr 1.12). Assim como naquele tempo, o mundo permanece no pecado
por causa da incredulidade e por isso não crê na pregação do Evangelho (Jo
9.41; 15.22; 16.9; 2 Co 4.4).
3.
O justo
viverá da fé: A expressão “alma que se incha” (2.4) refere-se ao
orgulho dos caldeus (1.10; Is 13.19). O justo é aquele que crê no julgamento de
Deus sobre a Babilônia (2.8). Ele sobreviverá à devastação de Judá pelo
exército de Nabucodonosor: “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4b). Mas ao mesmo
tempo é uma mensagem de profundo significado para a fé cristã (Rm 1.17; Gl 3.8;
Hb 10.38). Em o Novo Testamento, o “justo” é quem, proveniente de todas as
nações, acolhe a mensagem do Evangelho e é justificado pela fé em Jesus.
CONCLUSÃO
A
Palavra de Deus é suficiente para corrigir o Caminho tortuoso de qualquer
pessoa. Apesar de a resposta divina nem sempre ser o que esperamos, ela é
sempre a melhor. Quem não se lembra do fato ocorrido na vida de Naamã? (2 Rs
5.10-14). Isso acontece porque os caminhos e os pensamentos de Deus são
infinitamente mais elevados que os nossos (Is 55.8,9). Vivamos, pois, pela fé!
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central:OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas:61- 67
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