Texto Áureo: Gálatas 6.7
Verdade Prática: A trama orquestrada
pela rainha Jezabel e o rei Acabe contra
Nabote demonstra quão danoso é render-se aos desejos da cobiça e de uma satisfação
pessoal.
Leitura Bíblica: 1
Reis 21.1-5; 15,16
Lição 07
INTRODUÇÃO
O episódio envolvendo o rei Acabe e a vinha de Nabote é um dos mais tristes
do registro bíblico. Uma grande injustiça cometida contra um homem inocente.
Triste porque vemos até onde pode chegar um coração cobiçoso. Por outro lado, o
fato é um dos que melhor revela a manifestação da justiça divina ante as
injustiças dos homens. Acabe matou Nabote e apropriou-se de suas terras.
Todavia, não pôde usufruir do fruto de seu pecado, porque o Senhor, através do
profeta Elias, o denunciou e o disciplinou.
É triste saber que soberanos governantes e reis injustos governam, mas é
mais maravilhoso saber que um Rei justo governa todo o universo.
I.
O OBJETO DA
COBIÇA
1.
O direito à
propriedade no Antigo Israel: De acordo com o livro de Levíticos, a
terra pertencia ao Senhor (Lv 25.213). O israelita da Antiga Aliança estava
consciente de que o Senhor havia dado o direito de explorar a terra como uma
concessão. Assim sendo, ele não poderia vender aquilo que lhe fora dado como
herança divina. O livro de Números destaca esse fato: “Assim, a herança dos
filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se
chegarão cada um à herança da tribo de seus pais” (Nm 36.7). Com isso, o Senhor
queria proteger seu povo da cobiça, além de garantir-lhe o direito de cultivar
a terra para sua subsistência.
Fica, pois, a lição de que não devemos cobiçar aquilo que é o próximo, nem
tampouco jogar fora aquilo que o Senhor nos confiou como despenseiros.
2.
A herança de
Nabote: Acabe queria a vinha de Nabote de qualquer jeito. Diante da
insistência do rei, Nabote contra argumentou: não poderia desfazer-se de sua
herança (1 Rs 21.3). Nabote era obediente ao Senhor e invocou o poder da lei
para proteger-se. Diante desse fato, o rei cobiçoso ficou triste, pois sabia
que até mesmo um monarca hebreu precisava submeter-se à lei divina (1 Sm
10.25). Mas Jezabel, sua esposa, que viera de um reino pagão, ficou
escandalizada com esse fato, pois entre os reinos gentios os governantes não
eram apenas soberanos, eram também tiranos (1 Rs 21.5-7). Dessa forma, ela
arquitetou um plano para apossar-se da vinha de Nabote (1 Rs 21.8-14).
Quantas pessoas tem consciência da ilegalidade de determinada coisa, mas
como Acabe ficam à procura de justificativas que a tornem legal. Cuidado! Deus
há de julgar os tiranos e mal feitores.
II.
AS CAUSAS DA
COBIÇA
1.
A casa de
campo de Acabe: O livro de 1 Reis destaca que Acabe possuía uma segunda
residência em Jezreel (1 Rs 18.45,46). Era uma casa de verão. A vinha de Nabote
estava, pois localizada próxima à residência de Acabe (1 Rs 21.1). O rei Acabe
possuía uma casa real, uma casa de campo, mas não estava satisfeito enquanto
não possuísse a pequena vinha do seu súdito, Nabote. É uma verdade que muitas
pessoas, mesmos sendo ricas, não se satisfazem com o que têm. Querem mais e
mais, e assim mesmo não conseguem encontrar satisfação. Nenhum ser humano
conseguirá satisfazer-se plenamente se o centro da sua satisfação não estiver
em Deus.
2.
A horta de
Acabe: Acabe esta dominado pelo desejo de “ter”, de “possuir”, Somente
a casa de verão, que sem dúvida era majestosa, não lhe satisfazia, queria agora
construir ao seu lado uma horta para que seus desejos pudessem ser realizados.
Não se importava em quebrar o mandamento divino: “Não cobiçaras” (Ex 2017).
Mais do que qualquer motivação externa, Acabe estava totalmente dominado pelos
desejos cobiçosos de seu coração.
Jamais devemos incorrer no erro de achar que os fins justificam os meios, e
assim quebrar a Palavra do Senhor na busca de um desejo meramente egoísta.
III.
O FRUTO DA
COBIÇA
1.
Falso
testemunho: As atitudes de Acabe foram acontecendo como reação em
cadeia. É evidente que um desejo pecaminoso não pode dar frutos bons. O
problema agora não era somente Acabe, mas também sua famigerada mulher, Jezabel
(1 Rs 21.7). Foi ela que arquitetou um plano sórdido para apossar-se da
propriedade de Nabote. Diz o texto sagrado que ela envolveu várias pessoas
nesse intento, incluindo os nobres do reino (1 Rs 21.8). Nobres sem nenhuma
nobreza! Escreveu uma carta e selou com o anel de Acabe. Por conseguinte,, com
o pleno consentimento do marido, engendrou o plano, a fim de que Nabote, o
Jezreelita, fosse acusado de ter blasfemado contra Deus e contra o rei (1 Rs
21.10). Um simples desejo que evoluiu para cobiça e falso testemunho.
2.
Assassinato e
apropriação indevida: A trama precisava ser bem feita para não gerar
desconfiança. E por isso um jejum deveria ser proclamado, como sinal de lamento
por haver Nabote blasfemado contra o Deus de Israel (1 Rs 21.9). Uma prática
religiosa foi usada para dar uma roupagem espiritual ao caso. Como foi
planejado, Nabote e sua família foram apedrejados e mortos injustamente! (1 Rs
21.13). Quantas vezes a Bíblia é usada para justificar práticas pecaminosas!
Resolvido o problema, agora o rei apoderar-se-ia da vinha de Nabote (1 Rs
21.16). Um abismo chama outro abismo. O pecado havia evoluido da cobiça para o
assassinato!
IV.
AS
CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA
1.
Julgamento
divino: tanto Acabe como a sua esposa Jezabel, estavam convencidos de
que ninguém maios sabia dos seus intentos. De fato, ninguém dentre o povo soube
dos bastidores desse estratagema diabólico, exceto Elias, o Tisbita. Tão logo
Acabe apossou-se da vinha de Nabote, ordena Deus ao profeta Elias que se apresente
ao rei e lhe proclame o Juízo divino: “Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor:
Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim
diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães
lamberão o teu sangue, o teu mesmo” (1 Rs 21.19,20).
Alguém pode enganar aos homens, mas nunca ao Senhor. Diante dEle todas as
coisas estão patentes (Hb 4.13).
2.
Arrependimento
e morte: Duas atitudes podem ser tomadas diante de uma sentença divina
de julgamento: arrepender-se ou rejeitar a correção. No caso de Acabe, o texto
sagrado destaca que logo após receber a profecia sentenciando a sua morte, ele
“rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e
dormia em cima de sacos e andava mansamente. Então veio a palavra do Senhor a
Elias, o tisbita, dizendo: Não viste que Acabe se humilha perante mim?
Porquanto, pois, se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas
nos dias de seu filho trarei este mal sobre a sua casa” (1 Rs 21.27-29). Acabe
arrependeu-se, mas mesmo assim não teve como se livrar das consequências de suas
ações (1 Rs 22.29-40; 2 Rs 1.1-17). O pecado sempre tem seu alto custo!
CONCLUSÃO
Lendo a história de Acabe, constatamos logo que o pecado não compensa. Todas
as nossas ações terão consequências, e algumas delas extremamente amargosas.
Deveríamos medir nossas intenções primeiramente pela Palavra de Deus e somente
assim evitaríamos dar vazão aos nossos instintos. Nossas ações glorificariam a
Deus em vez de satisfazer nossos egos. Acabe fracassou porque esqueceu-se da
Palavra de Deus, preferindo ouvir e seguir a orientação de uma pagã que nada
sabia sobre a Lei do Senhor. Quando alguém quebra a Palavra de Deus, na verdade
é ele quem esta se quebrando!
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/ 2013
Comentarista: José Gonçalves
Tema Central: Elias e Eliseu – Um ministério de Poder para toda a
Igreja
Páginas: 46 - 53
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