quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O BEZERRO DE OURO E O PERIGO DOS CULTOS ALTERNATIVOS


Texto Áureo: Atos 7.41
Verdade Prática: O Senhor Deus haverá de ser adorado na beleza de sua santidade conforme as reinvindicações de sua Palavra. Nada pode substituir o verdadeiro culto divino.
Leitura Bíblica: Êxodo 32.1-8

Lição 10

INTRODUÇÃO

O que é um culto alternativo? É quando você substitui o Cordeiro de Deus pelo bezerro de ouro. Isto ocorre todas as vezes que se procura resultados imediatos e espalhafatosos. Haja vista o que se deu no Sinai. Infelizmente, o episódio nãos e limitou ao deserto; vem se repetindo, levando o desassossego e a confusão dos santos.
O culto divino não admite alternativas. Deus continua a exigir que seus filhos o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.24). Quando aos modismos, tem o mesmo destino daquele bezerro forjado por Arão; apesar do brilho de seu ouro, não passam de pó e cinza.

I.                   O QUE É O BEZERRO DE OURO

No contexto desta lição, bezerro de ouro é todo artificio utilizado para desviar-nos da verdadeira adoração que devemos tributar ao Todo Poderosos Deus. Em nossos dias, isto já se constitui numa síndrome. Ou seja: um “conjunto de sintomas que se apresentam numa doença e que a caracterizam”. A epidemia, que  começou a grassar durante a jornada de Israel no deserto, ameaça o progresso dos peregrinos de Cristo rumo ao Lar Celestial.
1.      A apostasia de Israel: Enquanto Moisés encontrava-se no monte Sinai a receber das mãos do Senhor as tábuas da Lei, o povo começou a impacientar-se. O que terá acontecido a este Moisés? Deixou-nos ele órfãos? Entregou-nos à própria sorte? Perguntavam os filhos de Israel. Acostumados ao politeísmo egípcio e não possuindo ainda uma fé enraizada no grande Eu Sou, exigiram de Arão:
“Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós” (Ex 32.1).
Buscando ganhar tempo e contentar a Israel, Arão deixa de ser homem de Deus e faz-se homem do povo. Que triste papel para um sacerdote! De intercessor que era reduz-se a um pobre santeiro! Dos pendentes e arrecadas de ouro que possuíam os hebreus, forma ele um bezerro de fundição. Da idolatria, a congregação israelita passa rapidamente à apostasia: “Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito” (Ex 32.4).
2.      A razão da apostasia de Israel: Os filhos de Israel caíram na apostasia devido a sua incredulidade. Eles precisavam ver para crer, e mesmo vendo não acreditavam. Sua fé, se é que a tinham, achava-se viciada: exigia continuados milagres e sinais. E apesar de os contemplar por quarenta anos ininterruptos, haveriam de morrer em seus pecados (At 7.36; Hb 3.17).
Como Moisés não está presente, ausentaram-se os sinais. Por isto pediram um substitutivo não somente para estes como também para o próprio Deus. Ao invés do criador, a criatura. Em vez das obras de Deus, as obras da carne. Em lugar da decência, o desregramento e os maus costumes.
3.      Um abismo chama outro abismo: A idolatria trouxe a apostasia, e a apostasia descambou na permissividade: “e o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantaram-se a folgar” (Ex 32.6), substitutivo para o culto divino lograram apenas uma festa onde não havia quaisquer limites morais. Foi necessária uma enérgica reprimenda de Moisés a fim de que o povo voltasse a si (Ex 32.25-29).
Roguemos ao Senhor que nos guarde dessas abominações, por que a santidade convém à Casa de Deus.

II.                O CULTO DIVINO NÃO ADMITE SUCEDÂNEOS

O culto divino, em muitas igrejas, vem sendo substituído por espetáculos e show. Em vez da simplicidade do cenáculo, a grandiosidade dos banquetes de Assuero. A pirotecnia ofusca a glória daquele que se acha entronizado entre os querubins. E o Cordeiro de Deus tem como sucedâneo o bezerro de ouro.
Púlpitos são transformados em palcos; obreiros fazem-se animadores de auditórios; os santos tornam-se meros espectadores e consumistas. Se algum pecador anseia por Deus, oferecem-lhe um evangelho falsos, destituído das boas novas do calvário e sem poder para salvar. Ao invés da mensagem do arrependimento, o que nos querem empurrar é um marketing comprometido com os costumes do Egito e com aa cultura de Canaã. Deus, no entanto, não mudou; de cada um de seus filhos está a exigir: “Ser-me-ei santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separarei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).
Quando João apresentou o Senhor Jesus ao mundo, não buscou nenhum  sucedâneo; foi direto e incisivo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Hoje, porém, apresenta-se ao pecador o ouro do bezerro e se esquece do sangue do Cordeiro. É por isso que as conversões são superficiais e sem profundidade. E se é superficial e não tem profundidade não pode ser conversão. E sem conversão ninguém poderá ver o Reino de Deus.
É hora de restaurarmos o culto divino a fim de que o Cordeiro de Deus receba toda a glória, toda honra e todo o louvor.

III.             AS CARACETRÍSTICAS DO CULTO DIVINO

Neste tópico, atentaremos as características do culto divino. E haveremos de constatar que, quando servimos a Deus em espírito e em verdade, não carecemos de nenhum sucedâneo.
1.      O culto: A palavra culto é originária do vocábulo latino culto, e significa adoração ou homenagem que se presta ao Supremo Ser. O culto é o momento de adoração por excelência do povo de Deus. Marca o encontro do pai Celeste com seus filhos.
2.      Finalidade do culto: A principal finalidade do culto é fortalecer e realçar a comunhão da alma com Deus. Serve como preparação para a nossa vida na eternidade, e deve ser visto como o prenúncio do serviço que, na Jerusalém Celeste, haveremos de prestar a Cristo.
Visa o verdadeiro culto integrar todo o nosso ser num serviço incondicional ao Criador. Leva-nos a separar-nos do mundo e a consagrar-nos inteiramente a Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
3.      Elementos do culto: A liturgia da Igreja Primitiva, ao contrário do culto levítico, era simples e carismática. Os dons espirituais faziam parte dos serviços, e ninguém estranhava quando alguém manifestava-se noutras línguas, pois eram estas interpretadas, exortando, consolando e edificando os fiéis, e descobrindo os corações aos incrédulos. Todas as coisas, porém, eram feitas com decência e ordem (1 Co 14.40).
Em pelo menos três ocasiões, o apóstolo refere-se aos elementos que compunham o culto da Igreja Primitiva. Aos coríntios, deixa bem claro que os atos litúrgicos devem ser usados para a edificação: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem linguagem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).
Já aos colossenses, realça os cânticos na adoração cristã: “A palavra de Cristo de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Cl 3.16).
E finalmente aos efésios, mostra o apóstolo que o verdadeiro culto a Deus é um eficiente meio da graça para enlevar a espiritualidade cristã: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graça por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” (Ef 5.18-21). (manual da Harpa Cristã, CPAD).

CONCLUSÃO

Os primitivos cristãos, como se vê, não precisavam de nenhum sucedâneo para o culto divino. De maneira simples e singela, cultuavam a Cristo que através de seu Espírito, fazia-se presente com poderosas manifestações. As reuniões da Igreja Primitiva eram autenticamente pentecostais. Não precisavam de nenhum bezerro de ouro, pois o Cordeiro estava sempre presente. Aliás nem o tal bezerro podiam fazer, pois não possuíam ouro nem prata, mas ousadamente declaravam: “Em nome de Jesus Cristo, O Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6). Não estamos aqui para exaltar a pobreza, mas para afirmar que o evangelho de poder que a Igreja recebeu do Senhor salva e liberta o mais vil pecador, e também transforma o crente de glória em glória, no seu viver diário, à imagem de Cristo pelo Espírito Santo.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2000
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM – Quando a idolatria ameaça a Igreja de Cristo
Páginas: 46 - 50

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