Texto Áureo: Mateus 5.20
Verdade Prática: Justiça e retidão são
elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus.
Leitura Bíblica: Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23
Lição 04
INTRODUÇÃO
O
livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social,
política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou
as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os
pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é
conhecido como o livro da Justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade
de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos:
justiça e retidão.
I.
O LIVRO DE
AMÓS
1.
Contexto histórico:
Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de
Jerusalém e exerceu o seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá,
e de Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10). Foi, de acordo com
a tradição judaico-cristã, contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias,
no período assírio.
2.
Vida pessoal:
Apesar de ser apenas um camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros”
(7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a
profetizar em Betel, centro e religioso do reino do Norte (4.4). Ali, Amós
enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei
Jeroboão II (7.10-16).
Todo
o sistema político, religioso, social e jurídico do reino de Israel estava contaminado.
Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou
pública a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os
pobres. Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a
sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos
necessitados (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6) No cardápio da iniquidade, estavam
incluídos a inda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7; 5.12;
6.1-3).
3.
Estrutura e
mensagem: O livro se divide em duas partes principais. A primeira
consiste nos oráculos que vieram pela palavra (1 – 6) e a segunda, nas visões
(7 – 9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel,
confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e
espirituais da nação. O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso
fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração
futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26; At
7.42,43; 9.11,12; At 15.16-18).
II.
POLÍTICA E
JUSTIÇA SOCIAL
1.
Mau governo:
Infelizmente, alguns líderes, como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate, causaram
a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,14; 1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um
desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de
ministério, também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1;
7.5-7).
2.
A justiça
social: É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais
justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é
parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta
do reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo
que em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías, Miqueias
e Sofonias.
3.
O pecado:
A expressão “Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o
castigo” (2.6) refere-se não a numeração matemática, mas é máxima comum na
literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq
5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e não há
como suspender a ira divina.
III.
INJUSTIÇAS
SOCIAIS
1.
Decadência
social (2.6): Amós condena o preconceito e a indiferença dos amis
abastados no trato aos carentes do povo, que veem seus direitos serem violados
(2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos pobres por um par de
sandálias é algo chocante. Tal ato, que atenta contra a dignidade humana,
demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos
favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para
torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma
vez (8.4-6).
2.
Decadência
moral: A prostituição cultual era outra prática chocante de Israel e
mostra a decadência moral e espiritual da nação: “Um homem e seu pai coabitam
com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome” (2.7). O pior é que tal
prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais
infligiam ao povo (2.7,8).
3.
Decadência
religiosa: O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém
mais respeitava (Ex 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à
crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto
que a expressão “qualquer altar” (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim
no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a
idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto
pagão e nos banquetes em honra aos deuses.
IV.
A VERDAEIRA
ADORAÇÃO
1. Adoração sem conversão: A
despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer
o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças.
Comportando-se assim, tanto Israel coimo Judá, reproduziam o pensamento pagão,
segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar a ira dos
deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas que
os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2.
O significado
dos sacrifícios: expressar a consagração do ofertante a Deus era uma das
marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas
pacificas” (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais.
Tratava-se de algo diferente, que inclui flor de farinha, pães asmos e espigas
tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv
2.14-16). Já as ofertas pacificas eram completamente voluntárias e tinham uma
marca distinta, pois o próprio ofertante podia comer parte do animal
sacrificado (Lv 7.11-21).
3.
Os cânticos:
Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles
perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira
adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O
genuíno sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl
51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para
descrever a adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia principal de todas é
de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública
como individual. Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.
CONCLUSÃO
A
adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração
puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo
(Mc 12.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos
esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de
combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 25 - 31
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