terça-feira, 15 de janeiro de 2013

AMOS A JUSTIÇA COMO PATE DA ADORAÇÃO



Texto Áureo: Mateus 5.20
Verdade Prática: Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus.
Leitura Bíblica: Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23

Lição 04


INTRODUÇÃO


O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro da Justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.

I.                   O LIVRO DE AMÓS

1.      Contexto histórico: Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém e exerceu o seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10). Foi, de acordo com a tradição judaico-cristã, contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio.
2.      Vida pessoal: Apesar de ser apenas um camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar em Betel, centro e religioso do reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16).
Todo o sistema político, religioso, social e jurídico do reino de Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6) No cardápio da iniquidade, estavam incluídos a inda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3).
3.      Estrutura e mensagem: O livro se divide em duas partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra (1 – 6) e a segunda, nas visões (7 – 9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26; At 7.42,43; 9.11,12; At 15.16-18).

II.                POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL

1.      Mau governo: Infelizmente, alguns líderes, como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,14; 1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério, também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1; 7.5-7).    
2.      A justiça social: É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías, Miqueias e Sofonias.
3.      O pecado: A expressão “Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo” (2.6) refere-se não a numeração matemática, mas é máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.

III.             INJUSTIÇAS SOCIAIS

1.      Decadência social (2.6): Amós condena o preconceito e a indiferença dos amis abastados no trato aos carentes do povo, que veem seus direitos serem violados (2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo chocante. Tal ato, que atenta contra a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma vez (8.4-6).
2.      Decadência moral: A prostituição cultual era outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual da nação: “Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome” (2.7). O pior é que tal prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).
3.      Decadência religiosa: O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Ex 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão “qualquer altar” (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses.

IV.             A VERDAEIRA ADORAÇÃO

1.      Adoração sem conversão: A despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel coimo Judá, reproduziam o pensamento pagão, segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar a ira dos deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2.      O significado dos sacrifícios: expressar a consagração do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas pacificas” (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente, que inclui flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacificas eram completamente voluntárias e tinham uma marca distinta, pois o próprio ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.11-21).
3.      Os cânticos: Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl 51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia principal de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública como individual. Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.

CONCLUSÃO

A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 25 - 31

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