Texto Áureo: Mateus 7.29
Verdade Prática: A divulgação do
Evangelho consiste em ensinaremos as verdades que nos foram ensinadas.
Leitura Bíblica: João 7.14-18
Lição 12
INTRODUÇÃO
A
mensagem de Cristo era a expressão da autoridade de um ensinador autêntico da
palavra de Deus, que, no principio, criou o Universo, e tem poder para
estabelecer uma nova vida naquele que a recebe com fé e obediência.
I.
CRISTO, O
MESTRE POR EXCELÊNCIA
1.
Cristo, o
reconhecido Mestre: Nicodemos disse a Jesus: “Sabemos que és mestre
vindo da parte de Deus” (Jo 3.2).
Atualmente,
à semelhança de Nicodemos, milhares de pessoas afirmam o mesmo em relação ao
Senhor. Aquele fariseu chamou Jesus “Rabi”, que significa um grande ensinador.
Ele é, de fato, o Mestre dos mestres, sem igual, que se identificou pela
exposição sapientíssima da mensagem celestial: “Se alguém quiser fazer a
vontade dele (de Deus), conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou
se eu falo de mim mesmo” (Jo 7.17).
2.
A
qualificação do Mestre: Os conhecimentos que o tornaram o Mestre dos
mestres vieram diretamente de Deus e constituíram a sua qualificação. Por isso,
Jesus afirmou: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou”. Ele
possuía tanta convicção, que a submetia ao juízo dos seus ouvintes, inclusive
dos opositores.
3.
Era simples
no estilo e na linguagem: Ninguém jamais transmitiu ensinos tão
profundos quantos aos de Jesus. O maior dos mestres, seus ensinos foram os mais
simples, e alcançaram todas as classes sociais. As verdades mais profundas e
sérias eram expostas com um caráter de pura revelação dos mistérios de Deus ao
povo humilde.
Ao
iniciar o seu ministério nas regiões de Zebulom e Naftali, ao ensinar nas
sinagogas, cumpriu-se a profecia: “O povo que jazia nas trevas viu uma grande
luz, aos que viviam na região e sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Mt
4.16).
4.
Grandes
ensinos em poucas palavras: Em frases-curtas, expunha as verdades mais
profundas a respeito da Lei e da Graça, do futuro e da eternidade, do Céu e do
Inferno. Suas palavras produziam nos ouvintes o impacto capaz de despertar as
consciências adormecidas, conduz indo-as à realidade dos deveres para com Deu.
Foi capaz de resumir toda a lei e ordenanças do Antigo Testamento em dois
preceitos que ocuparam pequeníssimo espaço (Mt 22.37-40). Ilustrou seus ensinos
com parábolas e fatos comuns, e os imprimia na mente e na consciência dos
ouvintes, levando-os a confessar: “Jamais alguém falou como este homem” (Jo 7.46).
5.
Seus ensinos
tinham uma abrangência universal: Foram transmitidos para os judeus e
todos os povos, em qualquer lugar e época. Muito longe de serem filosofias
complicadas, seus ensinos apontavam a solução para os problemas de todas as
classes, e vinham ao encontro das necessidades de todos os homens. A clareza de
pensamento e as ilustrações práticas que assinalavam os ensinos de Jesus,
tornaram-nos adaptáveis às crianças e após velhos, a pescadores e mestres da
lei, no seu tempo e em nossos dias.
II.
A AUTORIDADE
DOS ENSINOS DE JESUS
1.
O que
distinguia os ensinos de Jesus: No término do sermão do monte, Mateus
registra o seguinte: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam
as multidões maravilhadas de sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem
autoridade e não como os escribas” (Mt 7.28,29).
O
ensinamento dos escritos, simples produto do que tinham em mente, eram
destituídos de vida e poder. No entanto, a doutrina de Jesus possuía força de
decreto da autoridade competente. Suas lições eram leis; suas mensagens,
mandamentos. É certo o que disse o Mestre: “O enviado de Deus fala palavras
dele, por que Deus não dá Espírito por medida” (Jo 3.34).
2.
Como eram
comunicados os ensinos de Cristo: Eram transmitidos no poder do
Espírito santo aos seus ouvintes, qual resplendor de luz a dissipar-lhes as
trevas e as dúvidas, ao implantar neles profunda convicção da verdade. Ele
mesmo disse: “As palavras que vos tenho dito são espírito e vida” (Jo 6.63).
III.
EFEITOS DOS
ENSINOS DE CRISTO
Quando,
no caminho de Emaús, quatro eventos ocorreram desse encontro. Eles são efeitos
característicos dos ensinos de Cristo.
1.
“Abriram-se-lhes
os olhos, e o reconheceram” (Lc 24.31): No passado, o salmista dizia:
“aa revelação das tuas palavras esclarece, e dá entendimento aos simples” (Sl
119.130). É vazia a mensagem que não traz ao ouvinte o conhecimento de Cristo.
Era isto quer Pedro desejava para os seus leitores: “... crescei na graça e no
conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
2.
Ardia-lhes o
coração: “Porventura não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho
nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc 24.32). A palavra de Cristo
não alcança apenas o ouvido, mas também o coração (cf Sl 45.1).
3.
Visão
missionária: Cleofas e seu companheiro, desiludidos da decisão que
tomaram, quando seguiram o Senhor Jesus, agora, considerando-o morto,
distanciavam-se de Jerusalém, como quem abandona uma causa perdida. Entretanto,
a mensagem que lhe ardia o coração os fez retornar com uma missão: “E na mesma
hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e
os outros com eles... então os dois contaram o que lhes acontecera no caminho”
(Lc 24.33-35). Livres do medo e do pessimismo, anunciaram o Cristo
ressuscitado.
4.
Abriu-lhes o
entendimento: “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as
Escrituras” (Lc 24.45). Para muitos, a Bíblia é um livro mentiroso, e a
exposição dos ensinadores superficiais e dos falsos mestres simplesmente gera
confusão e até mesmo conduz à incredulidade. Se o Preleitor é de fato portador
do dom divino para ensinar, os resultados de sua mensagem são os mesmos da de
Cristo aos discípulos desanimados.
A
autoridade da mensagem de Cristo era reforçada pelo fato de ser exemplificada
em sua própria vida. Ele ensinou o que viveu e viveu o que ensinou. Seus
ouvintes entendiam melhor o poder da fé, mas pelo seu exemplo do que pelo seu
ensino, pois a sua vida e seus feitos demonstravam visivelmente sua confiança
em Deus, para triunfar em todas as circunstâncias adversas. Ensinou o valor da
oração, e Ele mesmo passava a noite orando (Lc 6.12); o dever de perdoar, e
perdoou solenemente, durante a sua vida, até a morte. Lucas, ao relatar a
Teófilo o ministério do Mestre, coloca em primeiro lugar a ação e depois a palavra,
ressaltando o que “Jesus fez e ensinou” (At 1.1).
IV.
O MÉTODO DE
CRISTO
1.
Não usava
esboço: Jesus não esboçava o seu ensino em ordem didática. Ele ensinava
conforme a ocasião lhe oferecia a oportunidade. Isto não quer dizer que
respondesse ao acaso. Dava suas respostas segundo sua prévia experiência com
Deus e com os homens. Cristo possuía mente penetrante, célebre em encontrar o
centro vital das questões.
Observamos
isto na pergunta dos principais dos sacerdotes e dos escribas: “É lícito pagar
tributo a César, ou não?” A resposta do Mestre mostrou ter Ele uma mente
profunda, acostumada a analisar as coisas mais importantes da vida. Os que
pretendiam apanhá-lo numa armadilha, ficaram “maravilhados da sua resposta” (Lc
20.19-26).
2.
Seus ensinos
eram ilustrados adequadamente: O Mestre utilizou a linguagem do povo.
Se não fora assim, a multidão não o teria ouvido com agrado. Ele fez uso de
figuras familiares, comuns e inteligíveis; não especulou e nem falou com
arrodeios. Seu ensino era simples como a sua vida. Exemplo: Falou do amor de
Deus como um pai que tinha um filho perdido no mundo, cuja volta esperava
ansiosamente (Lc 15.11-24). Isto não seria difícil para alguém compreender.
Ilustra este mesmo amor, ao declarar a parábola da mulher e as dracmas perdias
(Lc 15.8-10). Assim procedia como quem coloca o pasto ao alcance das ovelhas.
3.
O método de
Cristo era prático: Ele ensinava para ter resultados práticos. Não
lidava com hipóteses. Visava o tornar a vida mais eficiente, útil, bela e pura.
Seu falar era franco, para que não houvesse dúvida. Um dia, seus discípulos lhe
perguntaram: “Quem é o maior no reino dos céus?” Jesus, para tornar o seu
ensino sobre o assunto mais concreto e os resultados mais reais, chamou uma
criança e a pôs no meio deles e disse: “... se não vos converterdes e não
fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus. Portanto,
aquele que se tornar humilde como este menino esse é o maior no Reino dos céus”
(Mt 18.1-5).
4.
O método de
Cristo era gradual: Ele procurava um ponto de contato entre a sua mente
e o modo de pensar dos que o ouviam. Conduzia o pensamento dos seus ouvintes às
regiões mais altas. Isto presenciamos, essencialmente, na preparação dos
apóstolos. Primeiro, pelo ensino sobre o reino que Ele viera estabelecer.
Segundo, sobre a qualidade do Instaurador do reino. Era um Messias
misericordioso, amigo dos pobres e sofredores. Isto lhes ensinou, ao expulsar
os demônios, curar os enfermos, ressuscitar os mortos e fartar os famintos no
deserto. Em seguida, mostrou-lhes o seu poder sobre a fúria do vento. Depois de
tudo isto, fez referência a assuntos mais difíceis, presente em tudo a
revelação divina quanto ao amor de Deus para a salvação do homem, por seu
intermédio (Jo 20.30,31).
5.
Cristo
ensinava, criando atitudes: As mensagens de Cristo produziram em seus
ouvintes atitudes definidas. Ao Mestre interessava também a qualidade da sua
palavra. Não deixava os ouvintes em segundo plano. Ensinava-lhes como usar, na
vida diária, o que lhes transmitiu. O ensino era para Jesus o instrumento e não
o fim. Por isso, sua mensagem era concisa, perscrutadora, penetrante “como
espada de dois gumes”.
Aos
que o censuravam por comer com publicanos e pecadores, respondeu que os sãos
não precisam de médicos, e sim os doentes (Mt 9.12).
Aos
fariseus proferiu a parábola do Bom Samaritano, que lhes ensinou uma grande
lição de vida. Mostrou-lhes que o nosso próximo é todo aquele que precisa de
auxílio, amor, conforto e carinho (Lc 10.25-37).
V.
CARACTERÍSTICAS
DOS ENSINOS DE CRISTO
1.
Foram
proferidos na hora certa: “Jesus subiu ao templo e ensinava” (v 14).
Sua mensagem não era decorada. Foi à Jerusalém no final da festa. Por que não
foi antes? Porque no término das festividades havia mais pessoas, e tantos
amigos como inimigos podiam vê-lo proferir ensinos do céu que fortificavam os
fracos, consolavam os tristes e envergonhavam os seus opositores.
2.
A procedência
dos ensinos de Cristo: Os judeus “maravilhavam-se e diziam: Como sabe
estas letras sem haver estudado?” Senhor Jesus, certamente, não fora educado em
uma escola de profetas ou aos pés de um rabino. Recebera “o Espírito sem
medida”, e não precisava de conhecimentos humanos.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1994
Comentarista: Estevam Ângelo de Souza
Tema Central: Jesus Cristo Ferido de Deus
Páginas: 55 - 59
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