sábado, 24 de novembro de 2012

OS ENSINOS DE CRISTO


Texto Áureo: Mateus 7.29
Verdade Prática: A divulgação do Evangelho consiste em ensinaremos as verdades que nos foram ensinadas.
Leitura Bíblica: João 7.14-18

Lição 12


INTRODUÇÃO


A mensagem de Cristo era a expressão da autoridade de um ensinador autêntico da palavra de Deus, que, no principio, criou o Universo, e tem poder para estabelecer uma nova vida naquele que a recebe com fé e obediência.

I.                   CRISTO, O MESTRE POR EXCELÊNCIA

1.      Cristo, o reconhecido Mestre: Nicodemos disse a Jesus: “Sabemos que és mestre vindo da parte de Deus” (Jo 3.2).
Atualmente, à semelhança de Nicodemos, milhares de pessoas afirmam o mesmo em relação ao Senhor. Aquele fariseu chamou Jesus “Rabi”, que significa um grande ensinador. Ele é, de fato, o Mestre dos mestres, sem igual, que se identificou pela exposição sapientíssima da mensagem celestial: “Se alguém quiser fazer a vontade dele (de Deus), conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo” (Jo 7.17).
2.      A qualificação do Mestre: Os conhecimentos que o tornaram o Mestre dos mestres vieram diretamente de Deus e constituíram a sua qualificação. Por isso, Jesus afirmou: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou”. Ele possuía tanta convicção, que a submetia ao juízo dos seus ouvintes, inclusive dos opositores.
3.      Era simples no estilo e na linguagem: Ninguém jamais transmitiu ensinos tão profundos quantos aos de Jesus. O maior dos mestres, seus ensinos foram os mais simples, e alcançaram todas as classes sociais. As verdades mais profundas e sérias eram expostas com um caráter de pura revelação dos mistérios de Deus ao povo humilde.
Ao iniciar o seu ministério nas regiões de Zebulom e Naftali, ao ensinar nas sinagogas, cumpriu-se a profecia: “O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz, aos que viviam na região e sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4.16).
4.      Grandes ensinos em poucas palavras: Em frases-curtas, expunha as verdades mais profundas a respeito da Lei e da Graça, do futuro e da eternidade, do Céu e do Inferno. Suas palavras produziam nos ouvintes o impacto capaz de despertar as consciências adormecidas, conduz indo-as à realidade dos deveres para com Deu. Foi capaz de resumir toda a lei e ordenanças do Antigo Testamento em dois preceitos que ocuparam pequeníssimo espaço (Mt 22.37-40). Ilustrou seus ensinos com parábolas e fatos comuns, e os imprimia na mente e na consciência dos ouvintes, levando-os a confessar: “Jamais alguém falou como este homem” (Jo 7.46).
5.      Seus ensinos tinham uma abrangência universal: Foram transmitidos para os judeus e todos os povos, em qualquer lugar e época. Muito longe de serem filosofias complicadas, seus ensinos apontavam a solução para os problemas de todas as classes, e vinham ao encontro das necessidades de todos os homens. A clareza de pensamento e as ilustrações práticas que assinalavam os ensinos de Jesus, tornaram-nos adaptáveis às crianças e após velhos, a pescadores e mestres da lei, no seu tempo e em nossos dias.

II.                A AUTORIDADE DOS ENSINOS DE JESUS

1.      O que distinguia os ensinos de Jesus: No término do sermão do monte, Mateus registra o seguinte: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas de sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mt 7.28,29).
O ensinamento dos escritos, simples produto do que tinham em mente, eram destituídos de vida e poder. No entanto, a doutrina de Jesus possuía força de decreto da autoridade competente. Suas lições eram leis; suas mensagens, mandamentos. É certo o que disse o Mestre: “O enviado de Deus fala palavras dele, por que Deus não dá Espírito por medida” (Jo 3.34).
2.      Como eram comunicados os ensinos de Cristo: Eram transmitidos no poder do Espírito santo aos seus ouvintes, qual resplendor de luz a dissipar-lhes as trevas e as dúvidas, ao implantar neles profunda convicção da verdade. Ele mesmo disse: “As palavras que vos tenho dito são espírito e vida” (Jo 6.63).

III.             EFEITOS DOS ENSINOS DE CRISTO

Quando, no caminho de Emaús, quatro eventos ocorreram desse encontro. Eles são efeitos característicos dos ensinos de Cristo.
1.      “Abriram-se-lhes os olhos, e o reconheceram” (Lc 24.31): No passado, o salmista dizia: “aa revelação das tuas palavras esclarece, e dá entendimento aos simples” (Sl 119.130). É vazia a mensagem que não traz ao ouvinte o conhecimento de Cristo. Era isto quer Pedro desejava para os seus leitores: “... crescei na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
2.      Ardia-lhes o coração: “Porventura não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc 24.32). A palavra de Cristo não alcança apenas o ouvido, mas também o coração (cf Sl 45.1).
3.      Visão missionária: Cleofas e seu companheiro, desiludidos da decisão que tomaram, quando seguiram o Senhor Jesus, agora, considerando-o morto, distanciavam-se de Jerusalém, como quem abandona uma causa perdida. Entretanto, a mensagem que lhe ardia o coração os fez retornar com uma missão: “E na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e os outros com eles... então os dois contaram o que lhes acontecera no caminho” (Lc 24.33-35). Livres do medo e do pessimismo, anunciaram o Cristo ressuscitado.
4.      Abriu-lhes o entendimento: “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 24.45). Para muitos, a Bíblia é um livro mentiroso, e a exposição dos ensinadores superficiais e dos falsos mestres simplesmente gera confusão e até mesmo conduz à incredulidade. Se o Preleitor é de fato portador do dom divino para ensinar, os resultados de sua mensagem são os mesmos da de Cristo aos discípulos desanimados.
A autoridade da mensagem de Cristo era reforçada pelo fato de ser exemplificada em sua própria vida. Ele ensinou o que viveu e viveu o que ensinou. Seus ouvintes entendiam melhor o poder da fé, mas pelo seu exemplo do que pelo seu ensino, pois a sua vida e seus feitos demonstravam visivelmente sua confiança em Deus, para triunfar em todas as circunstâncias adversas. Ensinou o valor da oração, e Ele mesmo passava a noite orando (Lc 6.12); o dever de perdoar, e perdoou solenemente, durante a sua vida, até a morte. Lucas, ao relatar a Teófilo o ministério do Mestre, coloca em primeiro lugar a ação e depois a palavra, ressaltando o que “Jesus fez e ensinou” (At 1.1).

IV.             O MÉTODO DE CRISTO

1.      Não usava esboço: Jesus não esboçava o seu ensino em ordem didática. Ele ensinava conforme a ocasião lhe oferecia a oportunidade. Isto não quer dizer que respondesse ao acaso. Dava suas respostas segundo sua prévia experiência com Deus e com os homens. Cristo possuía mente penetrante, célebre em encontrar o centro vital das questões.
Observamos isto na pergunta dos principais dos sacerdotes e dos escribas: “É lícito pagar tributo a César, ou não?” A resposta do Mestre mostrou ter Ele uma mente profunda, acostumada a analisar as coisas mais importantes da vida. Os que pretendiam apanhá-lo numa armadilha, ficaram “maravilhados da sua resposta” (Lc 20.19-26).
2.      Seus ensinos eram ilustrados adequadamente: O Mestre utilizou a linguagem do povo. Se não fora assim, a multidão não o teria ouvido com agrado. Ele fez uso de figuras familiares, comuns e inteligíveis; não especulou e nem falou com arrodeios. Seu ensino era simples como a sua vida. Exemplo: Falou do amor de Deus como um pai que tinha um filho perdido no mundo, cuja volta esperava ansiosamente (Lc 15.11-24). Isto não seria difícil para alguém compreender. Ilustra este mesmo amor, ao declarar a parábola da mulher e as dracmas perdias (Lc 15.8-10). Assim procedia como quem coloca o pasto ao alcance das ovelhas.
3.      O método de Cristo era prático: Ele ensinava para ter resultados práticos. Não lidava com hipóteses. Visava o tornar a vida mais eficiente, útil, bela e pura. Seu falar era franco, para que não houvesse dúvida. Um dia, seus discípulos lhe perguntaram: “Quem é o maior no reino dos céus?” Jesus, para tornar o seu ensino sobre o assunto mais concreto e os resultados mais reais, chamou uma criança e a pôs no meio deles e disse: “... se não vos converterdes e não fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino esse é o maior no Reino dos céus” (Mt 18.1-5).
4.      O método de Cristo era gradual: Ele procurava um ponto de contato entre a sua mente e o modo de pensar dos que o ouviam. Conduzia o pensamento dos seus ouvintes às regiões mais altas. Isto presenciamos, essencialmente, na preparação dos apóstolos. Primeiro, pelo ensino sobre o reino que Ele viera estabelecer. Segundo, sobre a qualidade do Instaurador do reino. Era um Messias misericordioso, amigo dos pobres e sofredores. Isto lhes ensinou, ao expulsar os demônios, curar os enfermos, ressuscitar os mortos e fartar os famintos no deserto. Em seguida, mostrou-lhes o seu poder sobre a fúria do vento. Depois de tudo isto, fez referência a assuntos mais difíceis, presente em tudo a revelação divina quanto ao amor de Deus para a salvação do homem, por seu intermédio (Jo 20.30,31).
5.      Cristo ensinava, criando atitudes: As mensagens de Cristo produziram em seus ouvintes atitudes definidas. Ao Mestre interessava também a qualidade da sua palavra. Não deixava os ouvintes em segundo plano. Ensinava-lhes como usar, na vida diária, o que lhes transmitiu. O ensino era para Jesus o instrumento e não o fim. Por isso, sua mensagem era concisa, perscrutadora, penetrante “como espada de dois gumes”.
Aos que o censuravam por comer com publicanos e pecadores, respondeu que os sãos não precisam de médicos, e sim os doentes (Mt 9.12).
Aos fariseus proferiu a parábola do Bom Samaritano, que lhes ensinou uma grande lição de vida. Mostrou-lhes que o nosso próximo é todo aquele que precisa de auxílio, amor, conforto e carinho (Lc 10.25-37).

V.                CARACTERÍSTICAS DOS ENSINOS DE CRISTO

1.      Foram proferidos na hora certa: “Jesus subiu ao templo e ensinava” (v 14). Sua mensagem não era decorada. Foi à Jerusalém no final da festa. Por que não foi antes? Porque no término das festividades havia mais pessoas, e tantos amigos como inimigos podiam vê-lo proferir ensinos do céu que fortificavam os fracos, consolavam os tristes e envergonhavam os seus opositores.
2.      A procedência dos ensinos de Cristo: Os judeus “maravilhavam-se e diziam: Como sabe estas letras sem haver estudado?” Senhor Jesus, certamente, não fora educado em uma escola de profetas ou aos pés de um rabino. Recebera “o Espírito sem medida”, e não precisava de conhecimentos humanos.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1994
Comentarista: Estevam Ângelo de Souza
Tema Central: Jesus Cristo Ferido de Deus
Páginas: 55 - 59







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