Texto Áureo: Provérbios 10.31
Verdade Prática: O conselho pode ser
muito sábio; porém, só terá valor se for acatado.
Leitura Bíblica: Êxodo
18.1-8, 13-22
Lição 05
INTRODUÇÃO
I.
QUEM ERAM OS
MIDIANITAS
1.
Um povo
idólatra (Nm 22.4-7; 25.1-6): Trata-se de um povo descendente de Abraão
e sua mulher Quetura (Gn 25.1-6). Os midianitas tornaram-se idólatras e
exerceram uma influência maléfica sobre Israel. Associaram-se aos moabitas e
aos amalequitas com o propósito de destruir Israel. Foi uma raça trabalhadora,
rica e dominante no comércio (Nm 31; Jz\ 8; Is 60.6). Afirmam os estudiosos
serem os midianitas os primeiros que domesticaram e usaram camelos.
2.
Estranho as
alianças: Embora os midianitas tivessem direito às promessas feitas a
Abraão, valeram-se do livre arbítrio e tomaram caminhos que desagradaram a
Deus. Assim, ficaram alienados das alianças divinas.
Quando
uma pessoa ou um povo rejeita a bênção de Deus, suas ações tornam-se impiedosas.
Foi o que aconteceu com os midianitas. Durante sete anos oprimiram a Israel com
tal crueldade, que muitos hebreus refugiaram-se em cavernas (Jz 6.1,2). O jovem
Gideão livrou Israel de um desses períodos de opressão (Jz 6.7,8,35).
3.
Alcançados
pela misericórdia de Deus (Dt 7.9; 2 Co 1.3): Embora sendo um povo
desviado dos caminhos de Deus, Moisés, que durante quarenta anos esteve em
Midiã como pastor de ovelhas, teria instruído aquele povo no conhecimento de
Jeová. Logo, conhecendo o verdadeiro Deus, Jetro prestou culto a Jeová,
oferecendo sacrifício ao Senhor, pois o Deus que ele seria era o mesmo de
Moisés (Ex 18.10-13). Assim sendo, ao pior pecador, Deus tem providenciado um
eficiente meio de salvá-lo, por Sua infinita misericórdia (Tt 2.11).
II.
JETRO, O SACERDOTE
ESTRANGEIRO
Alcançado
pela misericórdia de Deus, Jetro é mencionado nas Escrituras como o sacerdote
de Midiã (Ex 2.16; 3.1).
1.
Jetro tinha
conhecimento de Deus (Ex 18.10-13): Nas suas palavras, nestes
versículos, demonstrou júbilo por tudo que Jeová tinha feito, e, por isso
ofereceu-lhe sacrifícios na presença de todos os anciãos de Israel. Foi um
genuíno culto, pois até os mínimos detalhes não foram esquecidos. Era um reconhecimento
por muitas bênçãos alcançadas (Sl 116.12-14). Será que o leitor tem procedido
de modo semelhante.
2.
Servia a Deus
com suas limitações: Jetro não possuía os mesmos conhecimentos que o
seu genro Moisés a respeito de Deus, conforme indicam os textos (Ex 23.20,23;
32.9-24; 33.11-17). Mesmo assim, foi
responsável por um grande culto a Jeová (Ex 18.10-13). Graças a Deus que temos
a poderosa ajuda do Espírito Santo, que nos esclarece quanto ao verdadeiro
culto racional. Quanta negligência e irreverência encontramos em muitos que
dizem cultuar ao Deus vivo e verdadeiro (Rm 12.1; Sl 100.2,3). Quantos saem de
um culto, onde se oferecem louvores ao Senhor, pior do que quando entraram no
santuário. Se este for o teu caso prezado leitor, corrigi-te imediatamente. Pare
de murmurar, Deus não se agrada disso.
III.
JETRO, O
SOGRO DE MOISÉS
Moisés,
ao fugir do Egito (Ex 2.11-15), foi abrigar-se em Midiã, parando à beira de um
poço. Sete filhas de Jetro vieram tirar água para os rebanhos de seu pai. Vindo
os pastores, expulsaram-nas. Moisés interveio a favor delas, dando de beber ao
rebanho. Jetro, assombrado com o rápido regresso de suas filhas, ficou
inteirado da oportuna intervenção do egípcio. Em gratidão ofereceu sua
hospitalidade a Moisés. A permanência na casa de Jetro, conduziu Moisés ao
matrimônio com Zípora, uma de suas filhas.
1.
Doutrinado
por Moisés: Jetro descendente de Abraão (Gn 25.1-4), ainda não era
monoteísta. Sua declaração: “Agora sei que o Senhor é maior que todos os
deuses...” (Ex 18.11), significa que ele agora reconhecia Jeová como o único e
verdadeiro Deus. Se Moisés não tivesse fugido do Egito, seguindo para Midiã, é
bem provável que Jetro jamais viesse a ser conhecido fora daquela parte do
país. Todavia orientado pelo genro tornou-se parte da História Sagrada.
2.
Influenciado
pelo testemunho de Moisés: O bom testemunho de Moisés muito contribuiu
para influenciar o seu sogro. Diz a Bíblia que Moisés era conhecido como o
homem mais manso da terra (Nm 12.3; At 7.22), um notável elogio a quem possuía
tanta autoridade. Sua mansidão, seu caráter e zelo pelas coisas divinas, sua
vida de santidade, influenciaram a seu sogro Jetro. O Espírito Santo inspirou
os escritores do Novo Testamento a escreverem o nome de Moisés noventa e nove
vezes. O apóstolo Paulo, em uma de suas epístolas, diz que somos caratas
abertas para o mundo (2 Co 3.3). Que o nosso testemunho possa levar muitas
vidas à Cristo e outras a se dedicarem no santo trabalho do Senhor (At 10.22).
3.
Servindo a
Deus com Moisés: Durante quarenta anos Moisés habitou em Midiã como
pastor (At 7.30). Cremos que durante esses anos, repartiu com o seu sogro os
seus conhecimentos sobre Deus. Ao final dos quarenta anos, Deus o chamou no
meio da sarça ardente, para libertar os hebreus da escravidão dos egípcios,
obtendo a aprovação de Jetro (Ex 4.18-20).
IV.
JETRO, O
SÁBIO CONSELHEIRO
1.
O que é um
conselho: A palavra conselho é de origem latina consiliu, que significa
parecer, opinião sobre o que convém fazer.
2.
A
oportunidade do conselho (Ex 18.13-16): Jetro viu que Moisés gastava o
dia todo no atendimento ao povo, que era de aproximadamente de um milhão e meio
de almas. Atender a essa gente toda era trabalho maior que a resistência de um
homem. Muitos obreiros nos nossos dias estão trazendo para si compromissos que
se acumulam de tal modo, tornando inviável a sua execução e causando prejuízos
à causa de Cristo. A intenção pode ser a melhor possível, mas não devemos
esquecer que somos humanos, sujeitos ao cansaço físico e mental. Vide o exemplo
de Jesus e de Epafrodito (Mc 6.31; Fp 2.25-30). Não é pecado descansar.
Quantos, que por negligenciarem o descanso do seu corpo e os cuidados com sua
saúde, têm tido um ministério reduzido.
3.
A exposição
do conselho (Ex 18.19-24): Após analisar o desempenho da atividade de
Moisés, disse-lhe: “Não é bom o que fazes” (Ex 18.17). Iniciou, então, pela sua
experiência, apresentando ao seu genro um plano
administrativo, onde Moisés deveria apresentar a Deus os problemas
nacionais e de ordem geral, a fim de evitar o seu desgaste, pois as questões
particulares, as divergências pessoais não deviam ocupar o tempo que ele devia
dedicar a assuntos de maior importância (v 19). Em seguida sugeriu-lhe três
medidas importantíssimas: 1) Ensinar o povo os “estatutos e as leis”. O povo
deveria aprender a as leis para que pudesse observá-las. Quantas dificuldades
encontramos hoje, no sentido de desenvolver um bom programa nas nossas igrejas
por falta de pessoas que conheçam a Palavra de Deus (Sl
119.7,26,27,55,56,111,112). 2) O líder tem que ser o exemplo para os liderados.
Tem de estar pronto a mostrar com o seu exemplo “o caminho que devem andar e a
obra que devem fazer” (v 20). Vide o ensino de Paulo (1 Tm 4.12; Tt 2.7). 3) A
liderança consiste na distribuição de responsabilidades e na designação de
tarefas (v 21). Moisés, como líder, tinha a responsabilidade de descobrir
homens com as seguintes qualidades com os quais dividiria as tarefas: a)
”homens capazes”; b) “homens tementes a Deus”; c)”Homens comprometidos com a
verdade”; d) Homens que aborrecem a avareza”. As exigências continuam as mesmas
para escolha dos companheiros que ajudarão os nossos líderes (At 6.1-4; 2 Tm
2.2). Quantos nos dias atuais estão procurando posição e vantagens, sem possuir
as qualidades acima mencionadas.
4.
A eficácia do
conselho (Ex 18.23): Que sabedoria! Que prudência! Humildemente pede ao
genro que submetesse todo o plano para apreciação e aprovação de Deus. Era um
reconhecimento que muito acima de suas experiências estavam os propósitos e
vontade de Deus. Não se considerou autossuficiente. Que belo exemplo para nós,
que temos responsabilidade na Igreja de Deus (Pv 26.12; 1 Co 1.31; 2 Co
10.17,18).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 3º/ 1991
Comentarista: Adilson Farias Soares
Tema Central: Personagens do Antigo Testamento
Páginas: 17 - 20
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