Texto Áureo: Lucas 4.18
Verdade Prática: A verdadeira prosperidade não reside no acúmulo de
bens materiais, mas se encontra na abundância dos bens espirituais que a graça
de Nosso Senhor Jesus Cristo nos proporciona.
Leitura Bíblica: Mateus 5.1-12
Lição 06
INTRODUÇÃO
As
bem-aventuranças de Jesus destacam os princípios que fundamentam a Lei e os
Profetas. Em cada sentença, enfatizam as riquezas espirituais em detrimento das
materiais. Isso deve ter escandalizado os escribas e fariseus, porque eles se
atinham mais à letra do que ao espírito da lei Mosaica. Faz-se necessário,
pois, nos voltarmos ao Sermão do Monte para reavaliarmos o que se vem ensinando
nos púlpitos de nossas igrejas. Caso contrário, agiremos como a classe
sacerdotal do tempo de Jesus. Além disso, corremos o risco de transformar a fé
cristã num mero e perigoso relacionamento mercantil entre o crente e Deus.
Vejamos, pois,
na aula de hoje, em que consiste a verdadeira prosperidade.
I. O FUNDAMENTO DAS BEM-AVENTURANÇAS
1. O significado das bem-aventuranças:
A expressão bem-aventurado vem da palavra latina beatus que, por seu turno,
originou o termo beatitude. No original grego, o vocábulo usado por Mateus é
makarios, cujo significado lembra felicidade, alegria divina e perfeita. Para
os antigos gregos, somente os deuses realmente eram felizes, isto é,
bem-aventurados. No hebraico, por outro lado, o vocábulo esher é traduzido, no
salmo primeiro, com o sentido de quão felizes são! O sentido, portanto, é o de
alguém que é feliz aos olhos de Deus por amar intensamente ao Senhor.
Observa-se
ainda que, na literatura grega clássica, a palavra era usada para se referir à
prosperidade material. Mas, na literatura sapiencial hebraica, ela se refere a
uma condição de bem-estar espiritual com Deus (Sl 1.1; 32.1; 112.1). Jesus
mantém esse último sentido.
2. Bem-aventurados os pobres (Mt 5.3):
No Sermão da Montanha, a pobreza não é vista propriamente como escassez de bens
materiais, mas como necessidade da alma. Nesse contexto, pobre é o que tem uma
carência espiritual! Por conseguinte, é aquele que reconhece suas verdadeiras
necessidades espirituais. E por isso almeja um relacionamento mais profundo com
Deus como o fez o salmista.
“Como o cervo
brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A
minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e me apresentarei
ante a face de Deus? As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de
noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? Quando me
lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a
multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a
multidão que festejava. Por que estás abatida, ó minha alma, e pó que te
perturbas em mim? Espera em deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua
presença” (Sl 42.1-5).
Almeja você a
presença de Deus? Então, busque-o como o salmista.
3. Bem-aventurados os que choram (Mt 5.4):
Por que um crente chora? O motivo pode ser tanto interno quanto externo. Às
vezes, choramos em decorrência de nossa própria situação espiritual, porque
almejamos aprofundar nossa comunhão com o Senhor. Queremos estar mais próximos
dEle. Suspiramos por uma intimidade maior com o Pai celeste. Outras vezes,
choramos por causa da situação espiritual em que o mundo se encontra (Is 6.5).
Se de fato choramos aos pés de Cristo, o consolo certamente virá.
II. A BEM-AVENTURANÇA DA MANSIDÃO E DA
MISERICÓRDIA
1. Bem-aventurados os mansos (Mt 5.5):
Nesse contexto, manso é aquele que demonstra total submissão à vontade de Deus,
mesmo quando esta parece contrariar seus interesses pessoais. Não é pieguice,
mas submissão consciente ao querer divino. Manso também é aquele que, apesar de
injustiçado, não procura a própria vingança, mas confia em Deus como seu
legítimo defensor (Is 41.17; Lc 18.1-8). Se você age com mansidão e submete-se
à vontade divina, você é verdadeiramente próspero. Isto significa que você
possui uma riqueza que muita gente almeja e não tem: o domínio próprio e a
conformação absoluta à vontade de Deus.
2. Bem-aventurados os que têm fome e sede
de justiça (Mt 5.6): Os verdadeiramente prósperos são aqueles que
demonstram uma forte desejo pela justiça divina e a buscam ansiosamente. Eles
estão conscientes de que a verdadeira prosperidade só é alcançada com a
instauração do reino de Deus. Assim, seremos todos saciados em nossa fome e
sede de justiça. Você anseia pelas coisas divinas? Ou só tem desejo por aquilo
que perece? Chegou o momento de pensarmos nas coisas do alto (Cl 3.2)
3. Bem-aventurados os misericordiosos (Mt
5.7): O léxico grego de Strong traduz essa expressão como “boa vontade
ao miserável e ao aflito associada ao desejo de ajudá-lo”. Em o Novo Testamento ,
a expressão ocorre com freqüência no sentido de perdão. O bem-aventurado tem um
coração não somente perdoador, mas disposto a socorrer os mais necessitados.
Ele sempre abrirá a mão e o coração àquele que precisa de um socorro material.
Você tem ajudado os órfãos, às viúvas e aos que se acham em dificuldades? Essa
é a verdadeira religião (Tg 1.27). Você sabe perdoar? Você sabe amar como Jesus
amou?
III. A BEM-AVENTURANÇA DA PUREZA E DA AFLIÇÃO
1. Bem-aventurados os limpos de coração (Mt
5.8): Jesus não se refere a uma
pureza meramente ritual. Ele se refere ao homem que se acha limpo e isento de
culpa. É uma pureza que vem de dentro, origina-se na alma. Você tem guardado o
seu coração incontaminado? (Fp 4.8).
2. Bem-aventurados os pacificadores (Mt
5.9): A Peshita, tradução aramaica de Mateus feita em 150d.C., traduz
essa expressão como os que fazem a paz! O pacificador é alguém que não somente
ama a paz, mas encontra-se comprometido com o processo que a ela conduz. Você
tem semeado a paz? Ou é alguém que se compraz em levar a guerra entre os filhos
de Deus? (Hb 12.14).
3. Bem-aventurados os perseguidos por causa
da justiça (Mt 5.10,11): O principio que o Senhor Jesus expõe é
frontalmente contrário à filosofia
materialista deste século. Sofrer injustiça, ser perseguido e até mesmo
martirizado por causa do reino de Deus são evidências de uma bem-aventurança
eterna. É o que ensina Jesus. Dificilmente os pregadores da prosperidade
aceitarão tais coisas. No entanto, eles se esquecem da advertência do Senhor:
“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições,
mas tende bom ânimo: eu venci i mundo” (Jo 16.33).
CONCLUSÃO
As
bem-aventuranças de Jesus contrariam totalmente os conceitos da Teologia da
Prosperidade. A grande lição que aprendemos com O Mestre é que o homem
realmente próspero não é aquele que pode ser avaliado de forma superficial e
materialista, mas aquele que encontrou a paz em Cristo (Rm 5.1). Isso não
significa que Deus não queira que os seus filhos prosperem materialmente. Mas a
prosperidade material nada representa sem a espiritual.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 1º/2012
Comentarista: José Gonçalves
Consultor Doutrinário e
Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: A Verdadeira Prosperidade – a vida Cristã abundante
Páginas: 41 - 48
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