sexta-feira, 9 de março de 2012

A PARABOLA A RESPEITO DA RENUNCIA NA VIDA CRISTA


Texto Áureo: Lucas 14.26
Verdade Prática: Ser discípulos de Cristo exige renúncia a tudo, um preço a pagar em perdas nesta vida e uma luta a enfrentar contra os inimgos de nossa alma.
Época do evento: 29 d.C.
Local: A Caminho de Jerusalém
Leitura Bíblica: Lucas 14.25 - 33

Lição 09

INTRODUÇÃO

No texto ora em estudo, Jesus era seguido por uma grande multidão. Ao falar aos circunstantes, o Senhor lhes ensinou, de maneira muito clara, incisiva e até um tanto dura, sobre a atitude que deve tomar quem deseja ser seu seguidor. E utilizou-se de duas parábolas, que refletem muito bem o sentido do discipulado, suas lutas e dificuldades. O tema central é a renúncia e a abnegação, ante os desafios que se antepõem À carreira do discípulo cristão.

I.                   A VIDA CRISTÃ EXIGE A RENÚNCIA DE TUDO

1.      Aborrecer os familiares? (Lc 14.25): O verbo aborrecer é sinônimo de detestar, odiar. Com certeza, não foi esse sentido que Jesus desejou transmitir aos ouvintes acerca da condição para alguém se tornar seu discípulo. Na prábola, temos um caso típico de hebraísmo (expressão peculiar à língua hebraica). Na verdade, o Senhor quis dizer que se alguém deseja ser discípulo, precisa amar menos “pai, mãe, a mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, ...” que a Ele. Esse entendimento pode ser confirmado em Mt 15.4, quando lemos as palavras de Jesus, nos seguintes termos: “Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e; quem maldisser ao pai ou à mãe, morra de morte”.
Assim, entendemos que Jesus deseja discípulos os quais o amam mais do que os p´roprios familiares, sem, contudo, deixar de honrá-los. Na experiência cristã, temos exemplos de pessoas que foram expulsas de casa pelos pais, odiados pelos parentes, abandonados pelos conjuges ou filhos, por terem aceitado a Jesus Cristo como Salvador. E, assim mesmo, permaneceram firmes na fé, e cumpriram o que afirma a Palavra de Deus: “Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá” (Sl 27.10). Enquanto isso, há os que prteferiram seus parentes a Cristo, pertderam-se para sempre.
2.      Aborrecer a própria vida (Lc 14.26): A existÊncia é uma dádiva do Criador. Na parábola, não se trata de vida espiritual, mas da humana em si. Jesus disse que, além de ser necessário aborrecer (amar menos que a Ele) seus familiares, é necessário, também, renunciar a própria vida, para ser seu discípulo. Ele disse: “Quem achar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á” (Mt 10.39). Sabemos que isso não é fácil. É comum as pesoas dizerem: “Eu sou dono (a) da minha vida”; “ninguém manada em mim”; “não vou ser crente, pois eu faço o que quero de minha vida”. O amor à existÊncia humana, mesmo efêmera, passageira, curta, como “um conto ligeiro” (Sl 90.9), faz com que muitos percam a salvação. É importante que, no discipulado, mostremos ao novo convertido que renunciar a vida não significa ser apático, isolado. Enclausurado, numa redoma de religiosidade fanática. Muito ao contrário: é aborrecer a velha vida de pecados e assumir uma nova, abundante, cheia de felicidade, mesmo nas lutas, em Cristo Jesus (Jo 10.10b).
3.      Levar a cruz e seguir a Cristo (Lc 14.27): A era instrumento de tortura e execução, utilizado pelos romanos. Os condenados levavam-na publicamente. Para ser discípulo de Jesus, é necesário levar a cruz, não como condenado, mas salvo, liberto, rdimido. É um paradoxo, mas é verdade: a cruz da vida cristã é símbolo de libertação. Jesus disse: “Quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim” (Mt 10.37). Em outra ocasião, o Mestre asseverou aos discípulos: ‘Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mt 16.24). Renunciar (ou negar) a si mesmo, é coisa muito difícil. Por isso, muita gente não quer saber do Evangelho. É comum, mas não conseguem negar-se a si mesmas. Muitas vezes, para ser discípulo de Jesus, a cruz torna-se sinal de sofrimento físico, emocional e até espiritual. Assim como Jesus sofreu e levou a cruz sem o merecer, seus discípulos, às vezes, passam por momentos dolorosos, sofrem calúnias, mentiras, e até castigos físicos, e muitos chegam à morte, como ocorreu com os cristãos primitivos, e acontece ainda hoje em, países hostis ao Cristianismo. Muitos, em certas igrejas, não querem nem ouvir falar em cruz. Só pensam em vida boa, prazeres, dinheiro, e fama; em agradar o mundo, e nada de renúncia. Mas sem cruz não há discipulo de Jesus; não existe coroa, galardão, e glória.

II.                A VIDA CRISTÃ TEM UM CUSTO

1.      Comparada à construção de uma torre (Lc 14.28,29): Jesus chamou a atenção dos ouvintes, ao comparar o discipulado com a construção de uma torre. Neste ensino, encontramos alguns pontos a ressaltar, aplicáveis à vida cristã:
a)       A vontade do construtor: “Querendo edificar uma tore”. Em todo o empreendimento, nesta vida, precisamos, antes de tudo, de vontade para realizá-lo. Se alguém deseja ser discípulo de Cristo, precisa demonstrar muito interesse por isso. Jesus respeita a vontade do indivíduo, quanto à salvação. Ele não o obriga a aceitá-lo. “Se alguém quer vir após mim...” Cristo não age como em certas seitas e até igrejas, nas quais as pessoa são submetidas a “lavagem celebral” e seguem suas doutrinas cegamente, sem consciência de suas decisões. Seguimos a Jesus, quando lhe oferecemos um culto racional (Rm 12.1).
b)       Considerando o Custo: Para construir um edíficio, necesárioo se faz a elaboração de um orçlamento. “...se assenta primeiro a fazer conta dos gastos para ver se tem com que a acabar”. É uma lição extraordinária para os discípulos de Jesus. A vida espiritual é carísima. No seu custo, há duas parcelas. Uma, tão alta que ninguém pode pagar, mesmo se reunir todo o dinheiro do mundo 9Sl 49.6-8). Por isso, Jesus pagou esta conta por nós. A outra, igualmente valiosa, depende do homem. É a sua parte. Ele precisa:
1.                 Crer (Rm 10.9b, 10);
2.                 Arrepender-se (Mc 1.15); e
3.                 Confessar a cristo como Salvador (Rm 10.9,10).
Isso não é fácil. Já vimos que o homem precisa colocar em segundo plano o amor ao pai, a mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, e à própria vida, e conceder o primeiro lugar a Cristo. Na construção da vida cristã, há prejuízos a considerar. Muitas vezes, perdem-se amigos, parentes, empregos, posições na sociedade, prestígio social e tantas coisas mais.
c)        Considerando os ganhos: Uma construção, concluída, tem sua gratificação. Causa alegria a gente ver a obra, começar, crescer e, principalmente, terminar. O custo da vida cristã, suas lutas e dificulçdades, fica muito aquém dos ganhos obtidos. Paulo nos garante que, na tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, e no perigo, “em todas essasa coisas, somos mais do que vencedores, por aquele que nos amopu” e nada nos separará do amor de Deus, “que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.35,37-39). Diz, ainda, que “...a nossa leve e momentÂnea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17). Diante disso, vemos, na comparação entre as perdas e os ganhos (ou na relação custo-benefício) que os ganhos são infinitamente maiores. Jesus disse que o seu jugo (renúncia de si mesmo) é suave e o seu fardo é leve (Mt 11.30). Tudo isso deve ser considerado, conforme a par´bola, para que naõ venha a frustração na vida do discípulo, e ele seja escarnecido por alguiém que diga: “Este homem começou a edficar e não pode acabr” (Lc 14.39), ou seja: “resolveu ser crente, mas não se firmou”.

III.             A VIDA CRISTÃ É UMA LUTA

1.      Indo à guerra (Lc 14.31): Jesus falou sobre o rei que, ao se dirigir à guerra, primeiro deve assentar-se e tomar conselho, para verificar se pode vencer ou não o seu inimigo. Com essa figura, Ele afirmou que para ser seu discipulo, é preciso ter consciencia de que  a vida de seus seguidores é comparada a uma guerra espiritual. Quem se dispõe a entar numa luta, precisa ter espírito de renúncia. Ficam para trás o conforto, os gostos e prazeres, e o lutador tem de encarar a rudeza do campo de batalha.
2.      Nossos inimigos: Eles são inúmeros, terríveis e invisíveis. Paulo os classifica em principados, potestades, princípes das trevas e hostes espirituais da maldade (Ef 6.12). Ele se rfere aos diversos tipos de líderes, que são os demônios. O discípulo de jesus precisa ter consciência desta realidsade espiritual.
3.      Nossas armas: O cristão enfrenta lutas, mas dispõe de um arsenal fantástico, para vencer o inimigo. Seus armamentos são “armas da luz” (Rm 13.12); “...armas da justiça, à direita e à esquerda” (2 Co 6.7). O discípulo de Cristo tem direito de usar uma armadura, composta de: cinto da verdade, couraça da justiça, calçados preparatórios do Evangelho da paz, escudo da fé, capacete da salvação e da espada da justiça, que é a Palavra de Deus (Ef 6.14-17). Com este preparo, estamos tranquilos, pois a vitória é certa: “Porque as armas de nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4).
Finalmente, após enfatizar a necessidade da renúncia, da consciência do prteço a pagar e da luta que se tem de enfrentar, Jesus, ao concluir as parábolas, disse: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quento tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33). Deus nos ajude a entender verdades tão profundas, numa época em que muitos crentes buscam e difundem um evangelho “festeiro”, de danças, de roqueiros, de carnaval, em que tudo parece um clube religiosos de fim de semana! O preço da oração, do jejum, ds vigílias, da evangelização diuturna, das misões abnegadas, hoje, é deixada de lao. As parábolas mostram outras coisas. Precisamos percebê-las. A vinda de Jesus aproxima-se. Não podemos ser discípulos descuidados.


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/ 1994
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Tema Central: Parábolas de Jesus – Ensinos que Edificam
Páginas: 40 - 44

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