Texto Áureo: Lucas 14.26
Verdade Prática: Ser discípulos de
Cristo exige renúncia a tudo, um preço a pagar em perdas nesta vida e uma luta
a enfrentar contra os inimgos de nossa alma.
Época do evento: 29 d.C.
Local: A Caminho de Jerusalém
Leitura Bíblica: Lucas 14.25 - 33
Lição 09
INTRODUÇÃO
No texto ora
em estudo, Jesus era seguido por uma grande multidão. Ao falar aos
circunstantes, o Senhor lhes ensinou, de maneira muito clara, incisiva e até um
tanto dura, sobre a atitude que deve tomar quem deseja ser seu seguidor. E
utilizou-se de duas parábolas, que refletem muito bem o sentido do discipulado,
suas lutas e dificuldades. O tema central é a renúncia e a abnegação, ante os
desafios que se antepõem À carreira do discípulo cristão.
I.
A VIDA
CRISTÃ EXIGE A RENÚNCIA DE TUDO
1.
Aborrecer
os familiares? (Lc 14.25): O verbo aborrecer é sinônimo de detestar,
odiar. Com certeza, não foi esse sentido que Jesus desejou transmitir aos
ouvintes acerca da condição para alguém se tornar seu discípulo. Na prábola,
temos um caso típico de hebraísmo (expressão peculiar à língua hebraica). Na
verdade, o Senhor quis dizer que se alguém deseja ser discípulo, precisa amar
menos “pai, mãe, a mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, ...” que a Ele. Esse
entendimento pode ser confirmado em Mt 15.4, quando lemos as palavras de Jesus,
nos seguintes termos: “Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua
mãe; e; quem maldisser ao pai ou à mãe, morra de morte”.
Assim,
entendemos que Jesus deseja discípulos os quais o amam mais do que os p´roprios
familiares, sem, contudo, deixar de honrá-los. Na experiência cristã, temos
exemplos de pessoas que foram expulsas de casa pelos pais, odiados pelos
parentes, abandonados pelos conjuges ou filhos, por terem aceitado a Jesus
Cristo como Salvador. E, assim mesmo, permaneceram firmes na fé, e cumpriram o
que afirma a Palavra de Deus: “Porque, quando meu pai e minha mãe me
desampararem, o Senhor me recolherá” (Sl 27.10). Enquanto isso, há os que
prteferiram seus parentes a Cristo, pertderam-se para sempre.
2.
Aborrecer
a própria vida (Lc 14.26): A existÊncia é uma dádiva do Criador. Na
parábola, não se trata de vida espiritual, mas da humana em si. Jesus disse que,
além de ser necessário aborrecer (amar menos que a Ele) seus familiares, é
necessário, também, renunciar a própria vida, para ser seu discípulo. Ele
disse: “Quem achar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de
mim, achá-la-á” (Mt 10.39). Sabemos que isso não é fácil. É comum as pesoas
dizerem: “Eu sou dono (a) da minha vida”; “ninguém manada em mim”; “não vou ser
crente, pois eu faço o que quero de minha vida”. O amor à existÊncia humana,
mesmo efêmera, passageira, curta, como “um conto ligeiro” (Sl 90.9), faz com
que muitos percam a salvação. É importante que, no discipulado, mostremos ao
novo convertido que renunciar a vida não significa ser apático, isolado.
Enclausurado, numa redoma de religiosidade fanática. Muito ao contrário: é
aborrecer a velha vida de pecados e assumir uma nova, abundante, cheia de
felicidade, mesmo nas lutas, em
Cristo Jesus (Jo 10.10b).
3.
Levar a
cruz e seguir a Cristo (Lc 14.27): A era instrumento de tortura e
execução, utilizado pelos romanos. Os condenados levavam-na publicamente. Para
ser discípulo de Jesus, é necesário levar a cruz, não como condenado, mas
salvo, liberto, rdimido. É um paradoxo, mas é verdade: a cruz da vida cristã é
símbolo de libertação. Jesus disse: “Quem não toma a sua cruz, e não segue após
mim, não é digno de mim” (Mt 10.37). Em outra ocasião, o Mestre asseverou aos
discípulos: ‘Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre
si a sua cruz, e siga-me” (Mt 16.24). Renunciar (ou negar) a si mesmo, é coisa
muito difícil. Por isso, muita gente não quer saber do Evangelho. É comum, mas
não conseguem negar-se a si mesmas. Muitas vezes, para ser discípulo de Jesus,
a cruz torna-se sinal de sofrimento físico, emocional e até espiritual. Assim
como Jesus sofreu e levou a cruz sem o merecer, seus discípulos, às vezes,
passam por momentos dolorosos, sofrem calúnias, mentiras, e até castigos
físicos, e muitos chegam à morte, como ocorreu com os cristãos primitivos, e
acontece ainda hoje em, países hostis ao Cristianismo. Muitos, em certas
igrejas, não querem nem ouvir falar em cruz. Só pensam em vida boa, prazeres, dinheiro,
e fama; em agradar o mundo, e nada de renúncia. Mas sem cruz não há discipulo
de Jesus; não existe coroa, galardão, e glória.
II.
A VIDA
CRISTÃ TEM UM CUSTO
1. Comparada à construção de uma torre (Lc
14.28,29): Jesus chamou a atenção dos ouvintes, ao comparar o
discipulado com a construção de uma torre. Neste ensino, encontramos alguns
pontos a ressaltar, aplicáveis à vida cristã:
a) A vontade do construtor:
“Querendo edificar uma tore”. Em todo o empreendimento, nesta vida, precisamos,
antes de tudo, de vontade para realizá-lo. Se alguém deseja ser discípulo de
Cristo, precisa demonstrar muito interesse por isso. Jesus respeita a vontade
do indivíduo, quanto à salvação. Ele não o obriga a aceitá-lo. “Se alguém quer
vir após mim...” Cristo não age como em certas seitas e até igrejas, nas quais
as pessoa são submetidas a “lavagem celebral” e seguem suas doutrinas
cegamente, sem consciência de suas decisões. Seguimos a Jesus, quando lhe
oferecemos um culto racional (Rm 12.1).
b) Considerando o Custo: Para
construir um edíficio, necesárioo se faz a elaboração de um orçlamento. “...se
assenta primeiro a fazer conta dos gastos para ver se tem com que a acabar”. É
uma lição extraordinária para os discípulos de Jesus. A vida espiritual é
carísima. No seu custo, há duas parcelas. Uma, tão alta que ninguém pode pagar,
mesmo se reunir todo o dinheiro do mundo 9Sl 49.6-8). Por isso, Jesus pagou
esta conta por nós. A outra, igualmente valiosa, depende do homem. É a sua
parte. Ele precisa:
1.
Crer (Rm
10.9b, 10);
2.
Arrepender-se
(Mc 1.15); e
3.
Confessar a
cristo como Salvador (Rm 10.9,10).
Isso não é
fácil. Já vimos que o homem precisa colocar em segundo plano o amor ao pai, a
mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, e à própria vida, e conceder o primeiro
lugar a Cristo. Na construção da vida cristã, há prejuízos a considerar. Muitas
vezes, perdem-se amigos, parentes, empregos, posições na sociedade, prestígio
social e tantas coisas mais.
c)
Considerando
os ganhos: Uma construção, concluída, tem sua gratificação. Causa
alegria a gente ver a obra, começar, crescer e, principalmente, terminar. O
custo da vida cristã, suas lutas e dificulçdades, fica muito aquém dos ganhos
obtidos. Paulo nos garante que, na tribulação, angústia, perseguição, fome,
nudez, e no perigo, “em todas essasa coisas, somos mais do que vencedores, por
aquele que nos amopu” e nada nos separará do amor de Deus, “que está em Cristo Jesus nosso
Senhor” (Rm 8.35,37-39). Diz, ainda, que “...a nossa leve e momentÂnea
tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17).
Diante disso, vemos, na comparação entre as perdas e os ganhos (ou na relação
custo-benefício) que os ganhos são infinitamente maiores. Jesus disse que o seu
jugo (renúncia de si mesmo) é suave e o seu fardo é leve (Mt 11.30). Tudo isso deve
ser considerado, conforme a par´bola, para que naõ venha a frustração na vida
do discípulo, e ele seja escarnecido por alguiém que diga: “Este homem começou
a edficar e não pode acabr” (Lc 14.39), ou seja: “resolveu ser crente, mas não
se firmou”.
III.
A VIDA
CRISTÃ É UMA LUTA
1. Indo à guerra (Lc 14.31): Jesus
falou sobre o rei que, ao se dirigir à guerra, primeiro deve assentar-se e
tomar conselho, para verificar se pode vencer ou não o seu inimigo. Com essa
figura, Ele afirmou que para ser seu discipulo, é preciso ter consciencia de
que a vida de seus seguidores é
comparada a uma guerra espiritual. Quem se dispõe a entar numa luta, precisa
ter espírito de renúncia. Ficam para trás o conforto, os gostos e prazeres, e o
lutador tem de encarar a rudeza do campo de batalha.
2. Nossos inimigos: Eles são
inúmeros, terríveis e invisíveis. Paulo os classifica em principados,
potestades, princípes das trevas e hostes espirituais da maldade (Ef 6.12). Ele
se rfere aos diversos tipos de líderes, que são os demônios. O discípulo de
jesus precisa ter consciência desta realidsade espiritual.
3. Nossas armas: O cristão enfrenta
lutas, mas dispõe de um arsenal fantástico, para vencer o inimigo. Seus
armamentos são “armas da luz” (Rm 13.12); “...armas da justiça, à direita e à
esquerda” (2 Co 6.7). O discípulo de Cristo tem direito de usar uma armadura,
composta de: cinto da verdade, couraça da justiça, calçados preparatórios do
Evangelho da paz, escudo da fé, capacete da salvação e da espada da justiça,
que é a Palavra de Deus (Ef 6.14-17). Com este preparo, estamos tranquilos,
pois a vitória é certa: “Porque as armas de nossa milícia não são carnais, mas
sim poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4).
Finalmente,
após enfatizar a necessidade da renúncia, da consciência do prteço a pagar e da
luta que se tem de enfrentar, Jesus, ao concluir as parábolas, disse: “Assim,
pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quento tem, não pode ser meu
discípulo” (Lc 14.33). Deus nos ajude a entender verdades tão profundas, numa
época em que muitos crentes buscam e difundem um evangelho “festeiro”, de
danças, de roqueiros, de carnaval, em que tudo parece um clube religiosos de
fim de semana! O preço da oração, do jejum, ds vigílias, da evangelização
diuturna, das misões abnegadas, hoje, é deixada de lao. As parábolas mostram
outras coisas. Precisamos percebê-las. A vinda de Jesus aproxima-se. Não
podemos ser discípulos descuidados.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/ 1994
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Tema Central: Parábolas de Jesus – Ensinos que Edificam
Páginas: 40 - 44
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