terça-feira, 13 de março de 2012

A PARABOLA DA GRANDE CEIA


Texto Áureo: Apocalipse 19.7
Verdade Prática: Só participarão da grande ceia, nas Bodas do Cordeiro, os que permanecerem fiéis, ou seja, viverem em obediência e santificação, valorizarem o convite para a salvação.
Época do evento: 29 d.C.
Local: A Caminho de Jerusalém
Leitura Bíblica: Lucas 14.15-24

Lição 13

INTRODUÇÃO

A parábola em estudo trata de uma lição espiritual de profundo significado evangelístico e escatológico. Evidência a primazia de Israel, sua ingratidão ao Senhor e a extensão do caráter universal da graça de Deus, ao propiciar o maravilhoso convite de salvação a todos os homens, e culminar com a Ceia nas Bodas do Cordeiro.
O mais importante para nós, no dia 25 de dezembro, não é a comemoração do natal, mas a garantia de participarmos da Grande Ceia, em consequência do nascimento, da vida, morte, ressurreição e ascensão de Cristo que em breve voltará e nos levará para as suas Bodas.

I.       O CONTEXTO DA PARÁBOLA

1.      O dia e o lugar (Lc 14.1): Jesus estava, em um dia de sábado, na casa de um fariseu, no cumprimento de mais uma jornada, em sua gloriosa missão terrena.
2.      Um ouvinte atento (Lc 14.15): Um dos que estavam à mesa não se conteve, e disse a Jesus: “Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus”. De acordo com Bailey, estudioso dos costumes orientais, “comer pão” é uma expressão idiomática do Oriente Médio. Ela significa participar de uma refeição. Enquanto os outros calados, aquele homem entendeu bem a mensagem de Jesus e seu  sentido espiritual. Ele tinha ouvidos para ouvir (Mt 11.15; 13.9). Não adianta admirar-se com as pregações, as mensagens e os belos sermões, somente. É preciso entende-los. Há muitos que ouvem mas não entendem (Mc 4.12; Lc 8.10).

II.    A GRANDE CEIA E OS MUITOS CONVIDADOS

1.      A grande ceia (Lc 14.16a): Sem dúvida alguma, o homem rico tipifica Deus. Os convidados, em primeira mão, eram os judeus. Em Is 25.6, vemos uma mensagem profética, através da qual Deus prepararia uma grande festa para Israel, no futuro, quando a nação se convertesse espiritualmente. A grande ceia, na parábola, prefigura o banquete, a ser realizado nos céus, por ocasião das Bodas do Cordeiro. Dele participarão todos os que aceitaram o convite para a Salvação, em Cristo Jesus (Ap 19.9).
2.      O servo sai a convidar (Lc 14.17): O dono da festa, “à hora da ceia”, mandou um servo de confiança dizer aos convidados que tudo estava preparado e eles já podiam vir ao banquete. Este serviçal, certamente, é uma forma genérica de representar todo e qualquer mensageiro, enviado por Deus a Israel, dentre os profetas e os apóstolos do Senhor. Em Mt 22.1-4, encontramos que “um certo rei” que enviou “seus servos” a chamar os convidados e eles rejeitaram o convite.
3.      O primeiro convite: Entendemos que os primeiros convidados foram os israelitas. No Antigo Testamento, Deus, Javé, já convidara Israel ao arrependimento (Jr 35.15). “... convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ez 33.11). Em Is 25.6, Deus promete a Israel um grande banquete. Se não bastasse o convite, através dos profetas, Deus mandou Jesus, o Messias, como Enviado Especial (Jo 1.11). Entre os orientais, um convite só era aceito, se fosse formulado duas vezes (Bailey). Um, antes da festa, o qual exigia a confirmação de que fora aceito. O outro, quando tudo estivesse pronto, “à hora da ceia”. Na verdade, o primeiro convite foi feito duas vezes a Israel. Uma, pelos profetas (Jr 35.15) e outra, por Jesus Cristo.
4.      A rejeição ao honroso convite (Lc 14.18-20): Nada justificava a ausência dos convidados, com desculpas sem sentido. Vejamos o porquê:
1.      “Comprei um campo...” (Lc 14.18): Àquela hora, era tal desculpa um insulto ou uma falta grave não comparecer à festa. A comida já estava à mesa. À época da parábola, ninguém comprava um campo “sem conhecer cada metro quadrado dele como a palma da sua mão” (Bailey). Além disso, a ceia era oferecida ao escurecer do dia. Não justificava alguém ir olhar um campo de noite. No lado espiritual, vemos que os judeus rejeitaram a deus e a Cristo, sem razão, pois todas as profecias apontavam para Jesus, o qual veio “na plenitude dos tempos” (Gl 4.4). Aquele convidado é típico das pessoas que, ao ouvirem o Evangelho, rejeitam o apelo, preocupadas com as coisas materiais. Dão mais valor
à terra do que ao Senhor Jesus.
2.      “Comprei cinco juntas de bois...” (Lc 14.19): Outra desculpa ridícula. No Oriente Médio, se alguém comprava bois, examinava-os primeiro, antes de fechar o negócio, ao observar se os animais aravam com os outros. E isso era feito à luz do dia. No caso, o convidado disse já os ter comprado. Além disso, a ceia era à noite e ninguém ia experimentá-los àquela hora. Mesmo com a (falsa) cortesia da desculpa, o convidado dava mais valor aos bovinos do que ao convite do dono da festa. Hoje, ainda acontece a mesma coisa. Há homens ricos, donos de fazenda, que não querem ouvir o Evangelho e muito menos aceitar o convite de Jesus. Modernamente, podemos dizer que preferem os bois, os tratores, as máquinas agrícolas, os carros, em vez da salvação em Cristo Jesus. Os dois tipos de convidados acima representam os que amam mais as riquezas materiais do que as coisas espirituais, oferecidas por Jesus. São semelhantes ao “mancebo rico” (Mc 10.21-23; Lc 18.21-24).
3.      “Casei, Não posso ir” Lc (14.20): O que deu essa desculpa foi o mais rude, deselegante, visto que, como os outros, já houvera recebido o convite e, certamente, confirmado sua participação, como era o costume, e nem sequer pediu para ser escusado. É um tipo de pessoa que ama mais os outros, ou os familiares do que a Jesus. Casar não é errado. É da vontade de Deus. Entretanto, quem ama mais o cônjuge do que a Cristo, não digno dele (Mt 10.37).

III. O SEGUNDO CONVITE

1.      A indignação do dono da festa: Na parábola, o anfitrião, indignado, mandou que o servo (mensageiro) saísse depressa e convidasse os indesejáveis, os pobres, os cegos, os aleijados e os mancos. Espiritualmente, quem seriam eles?
2.      Os pobres: Eram os gentios, considerado os deserdados das riquezas de Deus. Entretanto, na sua graça abrangente, o Senhor convidou os que não podiam adquirir a salvação por meios materiais. “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Is 55.1). A princípio, o segundo convite começou, dirigido aos proscritos de Israel (Lc 4.18), mas se estendeu aos gentios (Mc 16.15). Num sentido mais amplo, os pobres são todos os homens, que não possuem o suficiente para comprar a salvação (Sl 49.6-8).
3.      Os aleijados: Os gentios eram “aleijados”, devido sua formação espiritual deformada pelas falsas religiões do Budismo, Hinduísmo, Espiritismo, pelas filosofias, pelos sofismas, etc. Jesus, o médico divino, trouxe a cura espiritual e física aos enfermos (Lc 4.18).
4.      Os cegos: Eram os que integravam “O povo que estava assentado em trevas” e “viu uma grande luz” e “os que estavam assentados na região e sombra da morte” (Mt 4.16), para quem “a luz raiou”. Jesus veio convidar os homens a serem curados de sua cegueira espiritual, ao se apresentar como a luz do mundo (Jo 8.12). A Igreja do Senhor, no sentido universal e local, precisa ser portadora desta claridade para os “cegos”, convidados ao banquete da salvação, pois “tudo está preparado”.
5.      Os mancos: Eram os que não tinham firmeza na sua fé. Coxeavam entre dois pensamentos (1 Rs 18.21). Hoje, ainda há muitos mancos espirituais. Mas Deus quer lhes dar firmeza em seus passos (Sl 40.2).

IV.  O ÚLTIMO CONVITE

1.      Ainda há lugar (Lc 14.22-24): O servo da parábola, obediente, sai pelas ruas e bairros da cidade e convida os indesejáveis já descritos (Lc 14.21) e volta ao seu Senhor e lhe diz, surpreendentemente, que fez como ordenado, mais ainda há lugar. É uma figura espiritual da grandeza do reino de Deus. Por mais que se pregue o Evangelho, enquanto a porta não se fechar, sempre haverá lugar para um pecador arrependido que atenda ao convite de Jesus. Ele disse: “Vinde a mim, todos...” (Mt 11.28).
2.      Forçados a entrar (Lc 14.23): Como a casa não ficou cheia, o dono da festa ordenou que fosse levado um terceiro e último convite aos que estavam pelos “caminhos e valados”, desejoso de que mais viessem pessoas à ceia! Vemos, aí, uma figura da graça de Deus e do seu imensurável amor para com os perdidos. Pelos caminhos e valados estão os mais miseráveis do mundo, os piores pecadores. A Igreja de Jesus deve levar o Evangelho aos bêbados, aos drogados, às prostitutas e aos prostitutos, aos homossexuais, aos meninos de rua, lembrando que tais pessoas podem estar tanto na periferia das cidades, como nas escolas, nas universidades ou nos palacetes, que, espiritualmente, são lugares de miséria. Este convite é o da última hora, antes da vinda de Jesus. Na realidade, hoje, a igreja tem de “forçar” as pessoas a ouvirem o Evangelho, nas ruas, praças e casas (pregação fora de moda, para muitos), no rádio, etc., para incomodar os ímpios com a mensagem da salvação. Deus nos ajude nesta contribuição, para que a Casa do Senhor esteja cheia de convidados, na realização das Bodas do Cordeiro. Amém


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/ 1994
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Tema Central: Parábolas de Jesus – Ensinos que Edificam
Páginas: 60 - 64

10 comentários:

  1. Maravilhosa explicacao muito edificante para minha vida e meu ministério. Que Deus continue o agraciado com vasto conhecimento da palavra.

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  2. Muito bom! Estamos estudando as parábolas de JESUS e utilizarei seus comentários para edificação da igreja.

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  3. Muito bom. Gostei estou estudando sobre as parábolas de Jesus e utilizei também seus comentários.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. GOSTEI MUITO TBM...
    CERTAMENTE SERÁ DE MUITO BOM PROVEITO PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA...
    TBM SOU PROFESSOR DA EBD E USAREI NA LIÇÃO...
    ESTAMOS ESTUDANDO SOBRE AS PARÁBOLAS DE JESUS...

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Muito bom comentário vou aplicar no culto de ensino Deus continue abençoando vcs

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  8. Porque se agride religiões como falsas? Jesus pede tanto que não julgaivos uns aos outros? Que um dia exista compreensão para todos os homens, falta tanta humildade....

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