terça-feira, 20 de março de 2012

A BÍBLIA, O MANUAL DA DÉCADA DA COLHEITA


Texto Áureo: João 4.35
Verdade Prática: A Década da Colheita é a multiplicação de esforços evangelísticos para alcançar o mundo todo com as boas novas até o ano 2000.
Leitura Bíblica: João 4.35-38

Lição 08


INTRODUÇÃO


A lição deste domingo foi dedicada especialmente a Década da Colheita, aprovada pela Assembléia Geral Ordinária da CGADB – Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, realizada no mês de janeiro de 1990, em São Paulo, Sp. O propósito deste comentário é contribuir para que cada igreja e seus membros tomem conhecimento dos objetivos estabelecidos pelo projeto e haja um engajamento total na obra da evangelização.

I.       O QUE É A DÉCADA DA COLHEITA

Um projeto de tal magnitude como este enseja algumas interrogações sobre como surgiu, suas principais finalidades e o que significa para a Igreja no Brasil. É o que estudaremos neste ponto.
1.      Como surgiu o projeto: A Década da Colheita foi o resultado de um encontro de líderes das Assembléias de Deus em todo o mundo, realizado nos Estados Unidos, no ano de 1988, e do qual participou o atual presidente da CGADB, pastor José Wellington Bezerra da Costa. Por inspiração de Deus, através da palavra profética, depois de um tempo de fervorosa oração, foi então decidido que estes últimos dez anos do milênio seriam dedicados a uma inigualável colheita de almas em todo o mundo, em obediência ao mandamento do Senhor exarado em Jo 4.35.
2.      As finalidades do projeto: o propósito da década da colheita é multiplicar os esforços da Igreja e leva-la a abrir frentes em todas as áreas, usando todas as estratégias possíveis para conquistar as almas para o Reino de Deus. Cristo não se limitou a uma única forma para falar aos pecadores, mas utilizou-se de métodos variados para alcançar seus objetivos. Em Samaria, partiu de uma pessoa par alcançar toda a cidade, da parte para o todo, usando uma mulher cujo passado, em contraste com o presente, serviria para impactar toda a população (Jo 4). Em Jericó, usou estratégia parecida usando Zaqueu, um odiado cobrador de impostos, para ensinar sobre a universalidade da salvação, Lc 19.9,10. Ou seja, se Cristo lançou mão de estratégias corretas, a Igreja também deve fazê-lo.
A Década da Colheita não é um tempo escatológico que determine por si mesmo a data da volta de Cristo. O arrebatamento não está circunstancialmente condicionado aos projetos que a Igreja desenvolve, mas é um ato da soberania de Deus, cujo “dia e hora ninguém sabe”. Mas enquanto ele não vem, cabe a todos os crentes cumprirem seu papel na tarefa de ganhar almas, envolvendo-se nos projetos da Igreja, pois a evangelização é o caminho para que se complete “a plenitude dos gentios”, tempo que só Deus conhece, Rm 11.25.
3.      O que significa o projeto para o Brasil: No Brasil, a CGADB aprovou uma série de sugestões como diretrizes para serem aplicadas pelas igrejas, que podem solicitar esse material diretamente à comissão da Década da Colheita. Foram também estabelecidas metas bem claras para serem alcançadas até o ano 2000. Ei-las:
a)      Levantar um exército de três milhões de intercessores;
b)     Ganhar 50 milhões de almas para Cristo;
c)      Preparar 100 mil obreiros dispostos a trabalhar na seara do Mestre.
d)     Estabelecer 50 mil novas igrejas em todo o Brasil; e
e)      Enviar novos missionários para outras nações.

II.    A BÍBLIA AMPARA O TRABALHO COM OBJETIVOS DEFINIDOS

É possível que se questione a legitimidade bíblica de se estabelecerem alvos na obra da evangelização. Mas o que a Bíblia tem a dizer sobre isto?
1.      O que ensina o Antigo Testamento: Quando Deus ordenou a Abraão que deixasse a terra de seus familiares, deu-lhe instruções e objetivos bem definidos, Gn 12.1. Três passos deveriam ser tomados: a) Deixar a parentela; b) deixar a casa de seu pai; c) Dirigir-se à terra que o Senhor lhe mostraria. Apesar de a revelação não ter sido imediata (Hb 11.8-10). Abraão tinha um objetivo específico a alcançar. A descentralização administrativa orientada por Jetro a Moisés teve como objetivo tirar-lhe a sobrecarga, dividindo o peso da responsabilidade com outros assessores, para permitir maior agilidade nos processos decisórios, Ex 18.14-26. A construção do Tabernáculo demonstra a mesma verdade. Cada peça obedeceu a instruções minuciosas do Todo-poderoso, até mesmo nos pequenos detalhes, pois tinha como objetivo servir de símbolo para coisas espirituais.
2.      O que ensina o Novo Testamento: Quando o apóstolo Paulo usou a expressão “plenitude” no texto de Gl 4.4, pretendeu transmitir a ideia de que Cristo veio ao mundo no tempo definido de Deus. O Todo-poderoso, em sua presciência, predeterminara uma época exata (objetivo definido) para o nascimento do Salvador. O Mestre foi claro sobre a necessidade de planejamento em busca de objetivos específicos, quando ilustrou sobre o equilíbrio entre receita e despesa na execução de determinado empreendimento (Lc 14.28-30), isto é, cada meta demanda estratégia certas e compatíveis com o que foi proposto.
3.      A importância de se estabelecerem objetivos: Os objetivos são o ponto definido de chegada, contribuindo para que se saiba com clareza onde, quando e como alcança-los. Quem fixa alvos não precisa trabalhar dispersivamente, sem saber exatamente para onde ir. Ele conhece o tipo de Guerra que vai enfrentar e administra as estratégias para sair-se vencedor, Lc 14.31. Os objetivos servem, também, de estímulo, pois contribuem à distância para que cada um não os perca de vista e lute para torna-los tangíveis no prazo estipulado.

III. COMO ALCANÇAR OS OBJETIVOS DA DÉCADA DA COLHEITA

Os objetivos da Década da Colheita, analisado à luz da proporcionalidade do crescimento da AD brasileira nos últimos 80 anos, são perfeitamente viáveis.
1.      Integrando o exército da Intercessão: Para tornar-se parte do exército de três milhões de intercessores, basta cada igreja solicitar da Comissão da Década da Colheita uma remessa de cupons de oração e distribui-los entre seus membros, de modo que cada um preencha individualmente o seu, com nome e endereço, para depois remetê-lo pelo Correio aos escritórios da Década, que então enviará para cada intercessor um plano mensal de oração, com três objetivos diários de intercessão para os 30 ou 31 dias do mês. A Comissão sugere, ainda, que se promova meia hora de oração em todas as reuniões da igreja, sejam cultos públicos ou não, inclusive nos ensaios de grupos musicais etc, além de vigílias e jejum. É preciso que se retorne à prática da oração de maneira séria e sistematizada, partindo o exemplo da própria liderança.
2.      Ganhando 50 milhões de almas em 10 anos: Esta meta, à primeira vista, pode parecer exagerada, mas se colocarmos o número de membros, hoje, em volta de 10 milhões, representa um crescimento de 500 por cento. Projetando este número para um percentual anual aproximado, chega-se a 15% ao ano, cifra perfeitamente possível de ser alcançada. Uma igreja com dois mil membros, que cresça 15% no primeiro ano, chegará ao final dos 12 meses com mais 300 novos membros.
Mas é preciso sair da rotina e partir para total mobilização, abrindo frentes evangelísticas em todas as áreas. Como?
a) Cada Igreja estabelecendo seus objetivos anuais e levando seus membros a terem metas pessoais na área do discipulado cristão, com o compromisso de ganhar pelo menos uma alma por ano e treiná-la nos primeiros passos da vida cristã, 2 Tm 2.2;
 b) Dividindo a cidade em setores sistematicamente mapeados para que seja proveitoso o trabalho de casa em casa, At 5.42;
 c) Estimulando o retorno multiplicado dos pontos de pregação às casas de família, permitindo que a cada semana centenas de cultos venham a ser realizados, At 12.12,13; Rm 16.3,5;
d) Organizando programas específicos para alcançar segmentos distintos, como profissionais liberais, estudantes, professores, etc.
e) Cuidando da integração do novo convertido. Enfim, a Igreja deve estar permanentemente mobilizada.
3.      Implantando 50 mil novas igrejas e levantando 100 mil novos obreiros: Novas igrejas serão uma decorrência natural da multiplicação do número de novos convertidos. É desejo que, ao terminar a Década, não haja cidade, vila ou povoado sequer, no Brasil sem uma Assembléia de Deus. Como chegar a este objetivo?
a)      Cada igreja sede, em seu raio de ação, desbravando os novos loteamentos e vilas que se formam, bem como os bairros onde ainda não haja trabalho, fixando sempre um novo ponto de pregação em cada lugar;
b)     Havendo cooperação mútua entre as igrejas prósperas e as regiões carentes de recursos, de modo que aquelas contribuam para que estas possam manter seus obreiros já identificados com a própria terra.
4.      Enviando novos missionários para o mundo: A história de missões revela que o trabalho missionário sempre foi realizado simultaneamente à evangelização nacional. Essa idéia está expressa em At 1.8: “tanto em... como...” Há três pontos em que se firma o trabalho missionário: Orar, contribuir e enviar. Nem todas orar e contribuir. Se uma igreja, sozinha, não pode manter um missionário, ela pode juntar-se a um grupo maior, de três, quatro ou cinco igrejas para fazê-lo. A SENAMI – secretária Nacional de Missões da CGADB, existe exatamente para prestar assessoramento às igrejas nessa área. Por que não solicitar essa colaboração?

CONCLUSÃO

A Década da Colheita é, pois, uma mobilização sem precedentes em favor da evangelização. Não é que as igrejas não estejam evangelizando. O propósito é tornar este trabalho mais atuante, envolvente e produtivo. É multiplicar o que vem sendo feito segundo At 6.7. A seara é grande e precisa ser colhida antes que seu proprietário se apresente aos trabalhadores de todas as horas, principalmente os da undécima (M


Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/ 1991
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central: Conhecendo a Palavra de Deus.
Páginas: 27 - 30

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