Texto Áureo: 2 Crônica 30.27
Verdade Prática: Assim como hoje, a
oração no Antigo Testamento era um canal permanente de comunicação entre Deus e
o seu povo.
Leitura Bíblica: 1 Reis 18.31-39
Lição 02
INTRODUÇÃO
Estudar a
respeito da oração no Antigo Testamento é ter contato com as origens deste
imprescindível meio de relacionamento do homem com Deus. Nada se iguala à
segurança de sabermos que o Senhor está no controle: Ele pode tudo, sabe tudo e
tudo vê. O povo de Deus do Antigo Testamento tinha essa certeza, embora muitas
vezes não vivesse de acordo com ela por se afastarem dEle. Nas principais
divisões do cânon judaico, citadas por Jesus Cristo em Lc 24.44, nota-se que a
oração sempre foi uma prática das pessoas que possuíam intimidade com o Eterno
Deus. Tendo em vista os seus exemplos, a presente lição mencionará algumas
breves narrativas das Escrituras veterotestamentarias, sendo provenientes de
cada uma das divisões em que o diálogo com Deus foi decisivo.
I.
A ORAÇÃO NO
PENTATEUCO
- A oração
durante o Êxodo de Israel: Todo o relacionamento divino com Israel
foi aprofundado pela experiência do Êxodo; antes, durante e após este. No
deserto de Mídia, o Senhor ressaltou, o Senhor ressaltou esta verdade:
“Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho
ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas
dores. Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo
subir daquela terra a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e
mel” (Ex 3.7b,8a).
- A
gratidão de Israel a Deus: O povo de Deus era feliz e agradecido
ao Eterno Deus por ter sido liberto do jugo do Egito, da escravidão, do
cativeiro, da aflição (Ex 14.30,31; Sl 105.37-43; 136.11-26). Após sair do
Egito e sofrer a perseguição do exército de Faraó que acabou morto no Mar
Vermelho, o povo de Israel, uma vez livre, exultou e agradeceu ao Senhor
(Ex 15.1,2; Sl 136.10-16). Que tipo de adoração o crente eleva ao Senhor
se estiver sempre em sua mente a grandíssima libertação operada em sua
vida com a sua entrega ao Senhor Jesus, conversão e salvação? Tudo
recebido pela graça e amor de Deus! Esse crente se prostrará agradecido
diante daquEle que o livrou da escravidão do pecado e o tirou do reino das
trevas para a sua maravilhosa luz e também testemunhará de Cristo para os
outros.
- O
esquecimento e a ingratidão de Israel: O povo de Deus demonstrou
ingratidão ao esquecer-se daquEle que o ajudou e também daquilo que dEle
receberam. Em sua obstinada ingratidão, Israel mentiu ao afirmar que a
comida que havia deixado para trás, no Egito, era de “graça”, pois foi
paga com o trabalho escravo (Nm 11.5). Israel foi ingrato e descuidado ao
deixar o Egito com pessoas não crentes entre eles (Ex 12.38). A “mistura
de gente” levou o povo ao declínio espiritual, levando a adoração a Deus a
se transformar em murmuração e idolatria (Ex 15.23,24; 16.2-12; 17.2,3;
32.1-11; Nm 11.1-6; 14.1-4). O crente deve descansar nos propósitos de
Deus e ser-lhe grato por tudo (Rm 8.28; 1 Ts 5.18). Nesse aspecto, o texto
paulino de 1 Co 10.1-13 é um aviso de Deus para a igreja de hoje.
II.
A ORAÇÃO E
OS PROFETAS
- A oração
como fator decisivo no ministério profético: A oração era o elo
entre os profetas do Antigo Testamento e Deus. Por transmitir somente a
verdade do Senhor, os porta-vozes de Deus não eram muito benquistos pela
sociedade da época. Entretanto, as orações dos profetas mostram seu zelo
pela Palavra de Deus, seus lamentos e advertências quando não eram ouvidos
pelo povo. Muitos profetas exerceram seus ministérios em uma época em que
os israelitas viviam uma vida espiritual apena de aparência. Eles
empenhavam-se em fazer com que o povo compreendesse que para Deus o que
vale realmente é uma vida de compromisso com Ele, um culto real, uma
adoração precedida da consagração, e não uma adoração de palavras vazias
jogadas ao ar (Mq 6.6-8; Is 29.13; Am 5.10-15). Deus requer o mesmo dos
seus filhos hoje (Tg 1.25-27). O crente em Jesus deve viver de forma
compatível com a nova natureza que lhe foi gerada (Cl 3.1-17; Ef 4.17-32;
2 Pe 1.4-9).
- O profeta
Elias: A necessidade e o anseio de tornar Deus conhecido no meio
do seu próprio povo, que estava envolvido com idolatria, motivou o profeta
Elias a proferir uma das mais notáveis, destemidas e fervorosas orações do
Antigo Testamento. Elias arriscou sua vida e demonstrou submissão, coragem
e fé em Deus diante de todo o povo escolhido e dos profetas de Baal e
Asera (quantos podem fazer isso abertamente como Elias nos dias atuais?) e
orou, depositando toda sua confiança no Deus de Israel, pedindo fogo do
céu, no que foi prontamente atendido. O Senhor foi glorificado no meio do
povo, e a história de Israel mudou naquele dia (1 Rs 18.36-39).
- O profeta
Eliseu: Assim como Elias, Eliseu demonstrou ter uma vida de
humildade e íntima comunhão com o Senhor. Sua vida de oração permitiu que
tivesse uma profunda e ampla visão de mundo, algo que só os íntimos podem
usufruir (2 Rs 6.8-23). Este relacionamento com o Senhor lhe dava a
certeza de que suas orações seriam prontamente atendidas. Quanto mais o
homem conhece a Deus e sua Palavra, mais suas orações estarão de acordo
com a vontade divina e, portanto, mais e prontamente serão respondidas (Jo
15.7). Tal homem de Deus orava “no Espírito Santo” (Jd v 20; Ef 6.18).
III.
OS LIVROS
POÉTICOS E A ORAÇÃO
- Jó:
Este é um livro que mostra clara mente o valor da adoração e da oração (Jó
1.5; 16.16,17; 42.8). Mesmo em meio às adversidades sofridas, Jó
manteve-se fiel ao Senhor (1.20-22) e pôde experimentar grande vitória
justamente no momento em que orava (42.10).
- Salmo:
Os Salmos expressam o relacionamento de Israel com Deus. Neles observamos
a relação do homem com seu Criador: suas alegrias, tristezas, louvores,
lamentações, súplicas e adorações são expressas por meio das mais diversas
formas. Os vários tipos de salmos evidenciam que se pode expressar o
estado da alma diante de Deus, pois os seus diferentes estados não
precisam ser suprimidos na vida de um autêntico servo de Deus.
- A
experiência de Asafe: É praticamente impossível não se
identificar, em algum momento de nossa vida, com os sentimentos
expressados por Asafe no Salmo 73. Entretanto, precisamos, através da
oração, “entrar no santuário de Deus” para, assim como o salmista,
entender os propósitos do Senhor para nossas vidas.
CONCLUSÃO
Estudar a
oração no Antigo Testamento leva o crente a aprimorar seu relacionamento e
crescer em maturidade para com Deus. Homens do passado usufruíram de íntima
comunhão com o Criador mediante a oração. Como seres humano, nossas ansiedades
e necessidades podem e devem ser colocadas diante daquEle que é o nosso Pai (Fp
4.6; 1 Pe 5.7).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/ 2010
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: O poder e o ministério da oração – O relacionamento
do cristão com Deus
Páginas: 10 - 17
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