Texto Áureo: 2 Coríntios 2.17
Verdade Prática: Os triunfalistas são os mercadores da Palavra de Deus que, desprezando a correta interpretação da Bíblia, aplicam de forma errônea os textos bíblicos em benefício próprio.
Leitura Bíblica: Hebreus 11.32-37
Lição 11
INTRODUÇÃO
O objetivo dos triunfalistas é basicamente mercadológico. Eles usam os mesmos recursos de marketing para persuadir o povo a receber suas crenças e práticas. Seus líderes inventam campanhas, usando como chamariz textos e personagens do Antigo Testamento. Afoitamente, empregam figuras e símbolos bíblicos completamente fora do contexto como ponto de contato para aproveitar-se da boa fé do povo de Deus e para arrecadar fundos. Alguns deles usam os meios de comunicação para criticar e atacar a teologia e o estudo sistemático da Palavra de Deus.
I. OS MERCADORES DA PALAVRA DE DEUS
1. Falsificadores e mercadores (2 Co 2.17): A palavra original usada para “falsificadores” é o verbo kapeleuõ que, segundo os dicionários da língua grega, significa “traficar, comerciar, falsificar, adulterar, lucrar com um negócio”. No contexto do Novo Testamento, o apóstolo está referindo-se tanto aos mercadores, aqueles que usam Palavra de Deus visando interesses pessoais, como aos falsificadores – os que adulteram a Palavra, a fim de agradar as pessoas e delas tirarem vantagens.
2. Prática da simonia: A palavra “simonia” procede do nome de Simão, o mágico de Samaria, que intentou comprar o dom do Espírito (At 8.18-21). Hoje, é aplicada aos mercadores da f[é, que oferecem as bênçãos divinas mediante o pagamento de certa quantia em dinheiro. O apóstolo Paulo via, com muita tristeza, o crescimento dessa tendência mercadológica; para combatê-la, usou uma palavra cujo sentido é “falsificar ou mercadejar a Palavra de Deus”. Isso envolve práticas de simonia e adulteração da Palavra de Deus; é transformar o cristianismo numa prática comercial, visando apenas interesses pessoais.
3. Forma Bíblica de levantar recursos financeiros: A obra de Deus faz-se com milagres e recursos financeiros. A Bíblia estabelece regras para se levantar tais recursos: dízimos e ofertas (Ml 3.10). No que tange a esse procedimento, o apóstolo Paulo baseava-se no sistema sacerdotal estabelecido na Lei de Moisés (1 Co 9.9,10) e nas palavras do próprio Senhor Jesus (1 Co 9.14). No entanto, muitos confundem a fé cristã com negócios e colocam a igreja nessa esfera, banalizando o sagrado e reduzindo as coisas de Deus à categoria de mero produto comercial. O tema do culto cristão é o Senhor Jesus, e não, as ofertas.
II. OS HERÓIS DA FÉ
- Os que fizeram proezas (VV 32-34): Encontramos na Bíblia muitos homens que fizeram proezas pelo poder de Deus: Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel entre outros. As conquistas foram para o povo de Deus; não para o seu deleite pessoal (Tg 4.3). É lastimável alguém usar essas passagens bíblicas para prometer ao povo carros importados, mansões e outras benesses materiais.
- Os mártires e perseguidos (36-38): A lista dos heróis da fé, registrada em Hebreus 11, mostra, por si só, as falácias dos triunfalistas. Nela, encontramos os que fizeram sucesso em nome do Deus de Israel, mas também os que sofreram todas as espécies de perseguições e intempéries. Isso mostra que, para cada crente, Deus tem um propósito específico.
- A decepção: Outra prova das falácias triunfalistas é que muitos dos que acreditaram nessa mensagem estão decepcionados e, até revoltados, pois se sentem enganados. A decepção não é com Deus e nem com a Sua Palavra, mas com os promotores do triunfalismo.
III. EXEGESE X EISEGESE
- Etimologia de “exegese”: O vocábulo “exegese” significa “exposição, explicação”. O sentido de exegese é extrair, conduzir par fora como um comentário crítico que analisa o texto no contexto original e o seu significado na atualidade (Ne 8.8); não é simplesmente uma exposição textual. Os princípios da exegese são conhecidos como hermenêutica, a ciência da interpretação. A interpretação correta, por conseguinte, vem de dentro da Bíblia.
- A falsificação chamada eisegese: A interpretação peculiar e tendenciosa de um texto bíblico vem de fora para dentro. As seitas são especialistas nisso. A eisegese, portanto, é o inverso da exegese. A preposição grega eis, “para dentro”, indica movimento de “fora para dentro”. Trata-se de uma maneira de contrabandear para o texto das Escrituras Sagradas as crenças e práticas particulares do intérprete. A Serpente, no Éden, argumentou com Eva algo que Deus não havia falado (Gn 2.16,17; 3.1). Satanás citou fora do contexto o Salmo 91.11 (Mt 4.5,6). Isso é o que se denomina de eisegese. Da mesma forma, são os artifícios atuais dos triunfalistas.
IV. O ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS
- Interesse pela ignorância: A Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia aos leigos no Concílio de Toulouse, França, em 1222. Isso facilitou ao clero romano a manipulação do rebanho durante séculos. Hoje, essa história parece repetir-se, pois há campanha sistemática de alguns desses triunfalistas contra o estudo da Palavra de Deus, pois querem ensinar algo que não está de acordo com a Bíblia. A vontade de Deus, com relação à Bíblia, é que seus filhos leiam, meditem e examinem as Escrituras Sagradas (Js 1.8; Sl 1.2; At 17.11).
- O poder da Palavra de Deus: Muitos estão nesses movimentos com o propósito de servir a Deus. É verdade que se converteram a Cristo mediante o trabalho dos triunfalistas; isso ninguém pode negar. A Palavra é a semente (Mt 13.19), e, a mão enferma, ou infeccionada que a semeia não compromete a germinação nem o seu nascimento. Mas a verdade é que muitos lá estão por haverem recebido a promessa de ficar ricos e de ter seus problemas resolvidos, e não como resultado do novo nascimento em Cristo Jesus. Quem segue um evangelho errado pode também terminar num céu errado.
CONCLUSÃO
Os triunfalistas proferem seus ataques contra todos os que amam e estudam a Palavra de Deus. Isto porque se sentem ameaçados; pois sabem que, dificilmente, ficarão entre eles os que descobrirem a verdade na leitura e no estudo da Bíblia.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 2º/2006
Comentarista: Esequias Soares
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: Heresias e Modismo – Combatendo os erros doutrinários
Páginas: 77 - 83
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