terça-feira, 16 de abril de 2013

MALAQUIAS, A SACRALIDADE DA FAMILIA


Texto Áureo: Genesis 2.24

Verdade Prática: É da vontade expressa de Deus que levemos a sério o nosso relacionamento com Ele, com a família e com a sociedade.

Leitura Bíblica: Malaquias 1.1; 2.10-16

 

Lição 13

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

No presente estudo, veremos que a mensagem de Malaquias enfoca a sacralidade do relacionamento com o Altíssimo e com a família. Durante o exílio na Babilônia, a idolatria de Judá fora definitivamente erradicada. A questão agora era outra: o relacionamento do povo com Deus e com a família. E tais relacionamentos precisavam ser encarados com mais piedade e temor.

 

I.                   O LIVRO DE MALAQUIAS

 

1.      Contexto histórico: O livro não menciona diretamente o reinado em que Malaquias exerceu seu ministério. Também não informa o nome do seu pai, nem o seu local de nascimento. Isso é observável também nos livros de Obadias e Habacuque. Não obstante, há evidências internas que permitem identificar o contexto político, religioso e social do livro em apreço.

a.       O governador de Judá: Jerusalém era governada por um pehah, palavra de origem acádica traduzida por “príncipe” na ARC (Almeida Revista e Corrigida), ou “governador”, na ARA e TB (1.8). O termo indica um governador persa e é aplicado a Neemias (Ne 5.14). O seu equivalente na língua persa é tirshata (“tirsata, governador”, cf. Ed 2.63; Ne 7.65; 8.9; 10.1). A profecia mostra que o templo de Jerusalém já havia sido reconstruído e a prática dos sacrifícios, retomada (1.7-10).

b.      A indiferença religiosa: As principais denuncias de Malaquias são contra a lassidão e o afrouxamento moral dos levitas (1.6); o divórcio e o casamento com mulheres estrangeiras (2.10-16); e o descuido com os dízimos (3.7-12). Tudo isso aponta para o período em que Neemias ausentou-se de Jerusalém (Ne 13.4-13,23-28). O primeiro período de seu governo deu-se entre os anos 20 e 32 do rei Artaxerxes (Ne 5.14) e equivale a 445 – 433 a.C

2.      A vida pessoal de Malaquias: A expressão “pelo ministério de Malaquias” (1.1) é tudo o que sabemos sobre sua vida pessoal. A forma hebraica do seu nome é mal’achi, que significa “meu mensageiro”. A Septuaginta traduz por Ângelo sou (“seu mensageiro, seu anjo”). O termo é ambíguo, pois pode referir-se a um nome próprio ou a um título (3.1). No entanto, entendemos que Malaquias é o nome do profeta, uma vez que nenhum livro dos doze profetas menores é anônimo. Por que com Malaquias seria diferente?

3.      Estrutura e mensagem: A profecia começa com a palavra hebraica massa – “peso, sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (1.61; Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). O discurso é um sermão continuo com perguntas retóricas que formam uma só unidade literária. São três os seus capítulos na Bíblia Hebraica, pois seis versículos do capítulo quatro foram deslocados para o final do capítulo três. O assunto do livro é a denúncia contra a formalidade religiosa: prática generalizada com os fariseus e escribas na época do ministério terreno de Jesus (Mt 232.2-7).

 

II.                O JUGO DESIGUAL

 

1.      A paternidade de Deus (2.10): A idéia de que Deus é o Pai de todos os seres humanos é biblicamente válida. O Antigo Testamento expressa que essa paternidade refere-se a Israel (Ex 4.22,23; Jr 31.9; Os 11.1). A criação divina dá base para isso, embora não garanta uma relação pessoal com Ele (At 17.28,29). Jesus, porém, fez-nos filhos de Deus por adoção. Por isso, temos liberdade e direito de chamar ao Senhor de Pai (Mt 6.9; Jo 1.12; Gl 4.6).

2.      A deslealdade: O termo “desleal” aparece cinco vezes nessa seção (2.10,11,14-16). Trata-se do verbo hebraico bagad, que significa “agir traiçoeiramente, agir com infidelidade”. Não profanar o concerto dos pais – estabelecido no Sinai (2.10) que proíbe a união matrimonial com cônjuges estrangeiros (Dt 7.1-4) – é uma instrução ratificada em o Novo Testamento (2 Co 6.14-16,18). O profeta retoma essa questão em seguida.

3.      O casamento misto (2.11): É a união matrimonial de um homem ou uma mulher com alguém descrente. O profeta chama isso de abominação e profanação. Os envolvidos são ameaçados de extermínio juntamente com toda a sua família (2.12).

a.       Abominação: O termo hebraico para “abominação” é toevah e diz respeito a alguma coisa ou prática repulsiva, detestável e ofensiva. A Bíblia aplica-o AA idolatria, ao sacrifício de crianças, Às práticas homossexuais, etc (Dt 7.25; 12.31; Lv 18.22; 20.13). Trata-se de um termo muito forte, mas o profeta coloca todos esses pecados no mesmo patamar (2.11).

b.      Profanação: Profano é aquele que trata o sagrado como se fosse comum (Lv 10.10; Hb 12.16). A “santidade do Senhor”, que Judá profanou (2.11), diz respeito ao Segundo Templo, pois em seguida o oráculo explica: “a qual ele ama”. A violação do altar já fora denunciada antes (1.7-10). Mas aqui Malaquias, considera o casamento misto como transgressão da Lei de Moisés: “Judá [...] se casou com a filha de deus estranho” (2.11b). A expressão indica mulher pagã e idolatra. E mais adiante inclui também o divórcio (2.13-16).

 

III.             DEUS ODEIA O DIVÓRCIO

 

1.      O relacionamento conjugal (2.11-13): Malaquias é o único livro da Bíblia que descreve o efeito devastador do divórcio na família, na igreja e na sociedade. As lágrimas, os choros e os gemidos descritos aqui são das esposas judias repudiadas. Elas eram santas e piedosas, mas foram injustiçadas ao serem substituídas por mulheres idólatras e profanas. As israelitas não tinham a quem recorrer. Nada podiam fazer senão derramar a alma diante de Deus. Por essa razão, o Eterno não mais aceitou as ofertas de Judá (2.13). Isso vale para os nossos dias. Deus não ouve a oração daqueles que tratam injustamente o seu cônjuge (1 Pe 3.7). O marido deve amar a sua esposa como Cristo ama a Igreja (Ef 5.25-29).

2.      O compromisso do casamento: Os votos solenes de fidelidade mútua entre os noivos numa cerimônia de casamento não são um acordo transitório com data de validade, mas “um contrato jurídico de união espiritual” (Myer Pearlman). O próprio Deus coloca-se como testemunha desse contrato. Por isso, a ruptura de um casamento é deslealdade e traição (2.14). A reação divina contra tal perfídia é contundente.

3.      A vontade de Deus: A construção gramatical hebraica do versículo 15 é difícil. Mas muitos entendem o seu significado como defesa da monogamia. Deus criou apenas uma só mulher para Adão, tendo em vista a formação de uma descendência piedosa (2.15). A poligamia e o divórcio são obstáculos aos propósitos divinos. É uma desgraça para a família! Por isso, o Altíssimo aborrece e odeia o divórcio (2.16). Ele ordena que “ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade” (2.15).

 

CONCLUSÃO

 

A sacralidade do relacionamento familiar deve ser levada em consideração por todos os cristãos. Todos devem levar isso a sério, pois o casamento é de origem divina e indissolúvel, devendo, portanto, ser honrado e venerado.

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre:4º/2012

Comentarista: Esequias Soares

Tema Central:OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo

Páginas: 90 - 96

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