Texto Áureo: Genesis 2.24
Verdade Prática: É da vontade expressa
de Deus que levemos a sério o nosso relacionamento com Ele, com a família e com
a sociedade.
Leitura Bíblica: Malaquias 1.1; 2.10-16
Lição 13
INTRODUÇÃO
No
presente estudo, veremos que a mensagem de Malaquias enfoca a sacralidade do
relacionamento com o Altíssimo e com a família. Durante o exílio na Babilônia,
a idolatria de Judá fora definitivamente erradicada. A questão agora era outra:
o relacionamento do povo com Deus e com a família. E tais relacionamentos
precisavam ser encarados com mais piedade e temor.
I.
O LIVRO DE
MALAQUIAS
1.
Contexto
histórico: O livro não menciona diretamente o reinado em que Malaquias
exerceu seu ministério. Também não informa o nome do seu pai, nem o seu local
de nascimento. Isso é observável também nos livros de Obadias e Habacuque. Não
obstante, há evidências internas que permitem identificar o contexto político,
religioso e social do livro em apreço.
a.
O governador
de Judá: Jerusalém era governada por um pehah, palavra de origem
acádica traduzida por “príncipe” na ARC (Almeida Revista e Corrigida), ou
“governador”, na ARA e TB (1.8). O termo indica um governador persa e é
aplicado a Neemias (Ne 5.14). O seu equivalente na língua persa é tirshata
(“tirsata, governador”, cf. Ed 2.63; Ne 7.65; 8.9; 10.1). A profecia mostra que
o templo de Jerusalém já havia sido reconstruído e a prática dos sacrifícios,
retomada (1.7-10).
b.
A indiferença
religiosa: As principais denuncias de Malaquias são contra a lassidão e
o afrouxamento moral dos levitas (1.6); o divórcio e o casamento com mulheres
estrangeiras (2.10-16); e o descuido com os dízimos (3.7-12). Tudo isso aponta
para o período em que Neemias ausentou-se de Jerusalém (Ne 13.4-13,23-28). O
primeiro período de seu governo deu-se entre os anos 20 e 32 do rei Artaxerxes
(Ne 5.14) e equivale a 445 – 433 a.C
2.
A vida
pessoal de Malaquias: A expressão “pelo ministério de Malaquias” (1.1)
é tudo o que sabemos sobre sua vida pessoal. A forma hebraica do seu nome é
mal’achi, que significa “meu mensageiro”. A Septuaginta traduz por Ângelo sou
(“seu mensageiro, seu anjo”). O termo é ambíguo, pois pode referir-se a um nome
próprio ou a um título (3.1). No entanto, entendemos que Malaquias é o nome do
profeta, uma vez que nenhum livro dos doze profetas menores é anônimo. Por que
com Malaquias seria diferente?
3.
Estrutura e
mensagem: A profecia começa com a palavra hebraica massa – “peso,
sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (1.61; Hc 1.1; Zc 9.1;
12.1). O discurso é um sermão continuo com perguntas retóricas que formam uma
só unidade literária. São três os seus capítulos na Bíblia Hebraica, pois seis
versículos do capítulo quatro foram deslocados para o final do capítulo três. O
assunto do livro é a denúncia contra a formalidade religiosa: prática
generalizada com os fariseus e escribas na época do ministério terreno de Jesus
(Mt 232.2-7).
II.
O JUGO
DESIGUAL
1.
A paternidade
de Deus (2.10): A idéia de que Deus é o Pai de todos os seres humanos é
biblicamente válida. O Antigo Testamento expressa que essa paternidade
refere-se a Israel (Ex 4.22,23; Jr 31.9; Os 11.1). A criação divina dá base
para isso, embora não garanta uma relação pessoal com Ele (At 17.28,29). Jesus,
porém, fez-nos filhos de Deus por adoção. Por isso, temos liberdade e direito
de chamar ao Senhor de Pai (Mt 6.9; Jo 1.12; Gl 4.6).
2.
A
deslealdade: O termo “desleal” aparece cinco vezes nessa seção
(2.10,11,14-16). Trata-se do verbo hebraico bagad, que significa “agir
traiçoeiramente, agir com infidelidade”. Não profanar o concerto dos pais –
estabelecido no Sinai (2.10) que proíbe a união matrimonial com cônjuges
estrangeiros (Dt 7.1-4) – é uma instrução ratificada em o Novo Testamento (2 Co
6.14-16,18). O profeta retoma essa questão em seguida.
3.
O casamento
misto (2.11): É a união matrimonial de um homem ou uma mulher com
alguém descrente. O profeta chama isso de abominação e profanação. Os
envolvidos são ameaçados de extermínio juntamente com toda a sua família
(2.12).
a.
Abominação: O
termo hebraico para “abominação” é toevah e diz respeito a alguma coisa ou
prática repulsiva, detestável e ofensiva. A Bíblia aplica-o AA idolatria, ao
sacrifício de crianças, Às práticas homossexuais, etc (Dt 7.25; 12.31; Lv
18.22; 20.13). Trata-se de um termo muito forte, mas o profeta coloca todos
esses pecados no mesmo patamar (2.11).
b.
Profanação:
Profano é aquele que trata o sagrado como se fosse comum (Lv 10.10; Hb 12.16).
A “santidade do Senhor”, que Judá profanou (2.11), diz respeito ao Segundo Templo,
pois em seguida o oráculo explica: “a qual ele ama”. A violação do altar já
fora denunciada antes (1.7-10). Mas aqui Malaquias, considera o casamento misto
como transgressão da Lei de Moisés: “Judá [...] se casou com a filha de deus
estranho” (2.11b). A expressão indica mulher pagã e idolatra. E mais adiante
inclui também o divórcio (2.13-16).
III.
DEUS ODEIA O
DIVÓRCIO
1.
O
relacionamento conjugal (2.11-13): Malaquias é o único livro da Bíblia
que descreve o efeito devastador do divórcio na família, na igreja e na
sociedade. As lágrimas, os choros e os gemidos descritos aqui são das esposas
judias repudiadas. Elas eram santas e piedosas, mas foram injustiçadas ao serem
substituídas por mulheres idólatras e profanas. As israelitas não tinham a quem
recorrer. Nada podiam fazer senão derramar a alma diante de Deus. Por essa
razão, o Eterno não mais aceitou as ofertas de Judá (2.13). Isso vale para os
nossos dias. Deus não ouve a oração daqueles que tratam injustamente o seu
cônjuge (1 Pe 3.7). O marido deve amar a sua esposa como Cristo ama a Igreja
(Ef 5.25-29).
2.
O compromisso
do casamento: Os votos solenes de fidelidade mútua entre os noivos numa
cerimônia de casamento não são um acordo transitório com data de validade, mas
“um contrato jurídico de união espiritual” (Myer Pearlman). O próprio Deus
coloca-se como testemunha desse contrato. Por isso, a ruptura de um casamento é
deslealdade e traição (2.14). A reação divina contra tal perfídia é
contundente.
3.
A vontade de
Deus: A construção gramatical hebraica do versículo 15 é difícil. Mas
muitos entendem o seu significado como defesa da monogamia. Deus criou apenas
uma só mulher para Adão, tendo em vista a formação de uma descendência piedosa
(2.15). A poligamia e o divórcio são obstáculos aos propósitos divinos. É uma
desgraça para a família! Por isso, o Altíssimo aborrece e odeia o divórcio
(2.16). Ele ordena que “ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade”
(2.15).
CONCLUSÃO
A
sacralidade do relacionamento familiar deve ser levada em consideração por
todos os cristãos. Todos devem levar isso a sério, pois o casamento é de origem
divina e indissolúvel, devendo, portanto, ser honrado e venerado.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central:OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 90 - 96
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