segunda-feira, 25 de março de 2013

O QUE NÃO É BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO


Texto Áureo: 1 Coríntios 12.7

Verdade Prática: A experiência pentecostal é a certeza de que somos revestidos do poder de Deus, para vivermos vitoriosamente.

Leitura Bíblica: Atos 2.37-39; 1 Coríntios 13.8-10

 

Lição 07

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

A dificuldade para se aceitar a experiência do batismo com o Espírito Santo tem levado muitos servos de Deus a relegarem a referida experiência ao passado. O acontecimento do dia de Pentecostes nas vidas de quase 120 discípulos é tratado apenas como um evento histórico desnecessário à igreja atual. Por isso, nesta lição, estudaremos “o que não é batismo com o Espírito Santo”. Confrontaremos as declarações bíblicas com as antipentecostais.

 

I.                   EM RELAÇÃO À NOVA VIDA EM CRISTO

 

Esta nova vida é produzida pelo Espírito Santo, no ato da conversão. Diz a Bíblia: “Se alguém está em cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Esta passagem fala da experiência da salvação, que representa para o pecador sua “nova vida”, ou seja, seu novo “modus vivendi”. Ela é interpretada, erradamente, como o batismo com o Espírito Santo. Por isso, responderemos a esta questão nos quatro itens que se seguem:

1.      O batismo com o Espírito Santo não significa a regeneração: É o Espírito Santo quem realiza a obra da regeneração (Jo 3.5-8). Ele transforma a vida do pecador, agora morto “em delito e pecados” (Ef 2.1). No batismo com o Espírito Santo, após a conversão, o pecador é revestido do poder do alto, para viver vitoriosamente.

2.      O batismo com o Espírito Santo não é o perdão de pecados: Afirmam os antagonistas do movimento pentecostal que o batismo com o Espírito Santo é recebido no ato da conversão. Dizem que no dia de Pentecostes, não havia diferença entre os quase 120 discípulos reunidos no Cenáculo e os quase três mil que se converteram naquela ocasião. Entendem que todas aquelas pessoas, ao receberem e aceitarem a mensagem de Pedro foram automaticamente batizadas com o Espírito Santo. É inaceitável esta interpretação. Percebe-se, facilmente, a distinção entre os dois grupos. O primeiro, recebeu o “dom do Espírito” e falou  em “outras línguas”, enquanto que o segundo ouviu a mensagem para o arrependimento dos pecados, pregada por Pedro que falou da promessa aos que cressem: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38).

3.      Não há um só batismo: Esta declaração de que “não há um só batismo” choca-se com EF 4.5: “Há um só batismo”. Entretanto, não tomemos a frase de um texto isolado para contrariar o resto das Escrituras que falam da “doutrina dos batismos” (Hb 6.2). Embora a forma plural, no grego “baptismon”, em Hb 6.2, refira-se aos cerimoniais da purificação dos judeus (Mc 7.4), também faz distinção entre o batismo de João e o do Cristianismo (Lc 7.29; At 18.25; 19.3; Mt 28.19,20; Mc 16.16; At 2.38). Do ponto de vista bíblico, “há um só batismo” de arrependimento (Mc 1.4; At 2.38); “há um só batismo” com o Espírito Santo (Mt 3.11; At 1.5,8; 11.16; 19.2-6). Paulo, ao afirmar: “há um só batismo”, referia-se ao batismo em água, que simboliza o “sepultamento da velha vida”.

4.      O batismo com o Espírito Santo não significa a imersão no corpo de Cristo: Paulo escreveu aos Gálatas: “Pois todos vós, que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” (Gl 3.27). Esta passagem nada tem a ver com o batismo no Espírito Santo. Ser batizado em Cristo é o ato de regeneração em seu corpo, a sua igreja. Em 1 Co 12.13, lemos: “Fomos batizados no corpo de Cristo pelo único Espírito”.

 

II.                EM RELAÇÃO À MANIFESTAÇÃO DAS LÍNGUAS

 

O falar em línguas estranhas está em At 2.1-13. Há diferença entre o “ser batizado com o Espírito”. Os antagonistas não aceitam esta distinção, pois entendem que as duas manifestações são a mesma coisa. Entretanto, At 2.4 informa que estas experiências podem ser simultâneas, mas sempre distintas. Em primeiro lugar, os discípulos “foram cheios do Espírito” e depois “começaram a falar em outras línguas”. Nesta lição, respondemos às acusações e às falsas teorias contra a evidência do “falar em outras línguas”.

1.      As línguas faladas no dia de Pentecoste não resultaram de um delírio emocional: A expressão “outras línguas” serve de base para os antagonistas inventarem suposições teóricas e mentirosas acerca da declaração bíblica de que “começaram a falar em outras línguas”. Negam a evidência sobrenatural das línguas faladas, ao afirmarem que “outras línguas” não se refere Às produzidas pelo Espírito Santo, pois eram meramente humanas. Declaram que os discípulos, reunidos naquele dia, estavam perturbados emocionalmente. Por isso, num extravasamento de profunda emoção, ao lembrarem da morte do seu Senhor, de seus subconscientes brotaram palavras estranhas que representavam vários dialetos e diversas línguas. Informam que eram expressões poéticas e arcaicas, sem nenhuma relação com a realidade das línguas faladas pelos judeus vindos de todo o mundo. Denominam “glossas arcaicas e poéticas”, resultante de um delírio emocional muito forte. Ora, as palavras ou as frases, advindas do subconsciente, seriam impressões de fora, armazenadas sem o auxílio da mente (o consciente). Tudo isto é uma tentativa de negar a evidência sobrenatural das línguas faladas pelos discípulos. Deste modo, afirmam que as línguas faladas por eles resultaram da armazenagem em memória, trazida à tona pelas palavras, frases ou orações ouvidas a muito tempo e reproduzidas num momento de “êxtase emocional””. Ora, tudo isto é especulação mentirosa e perigosa que ofende a pessoa do Espírito Santo. Foi Ele quem ensinou os discípulos, sem a ajuda dos seus intelectos, a falar sobrenaturalmente aquelas línguas. Toda a tentativa antagonista é a de negar a evidência sobrenatural do falar em outras línguas. Na verdade, eram desconhecidas para os discípulos, mas constituíam-se em um sinal para os incrédulos (1 Co 14.22).

2.      As línguas ouvidas pela multidão não foi um milagre de audição: A narrativa de At 2.6-8 diz que a multidão, ao ouvir o barulho vindo do Cenáculo, ficou pasmada e confusa, diante do que ouviam e viam. As pessoas perguntaram umas as outras: “Não são todos galileus esse homens que estão falando? Então, como é que os ouvimos, cada um, na nossa própria língua?” (At 2.7,8). Declaram que as línguas ouvidas pela multidão foi um milagre de audição. Afirmam que os discípulos não falaram aquelas línguas, mas Deus transformou seus louvores em línguas, ouvidos só pela multidão. Com isto se esforçam para negar a evidência escrituturistica de que “falaram em outras línguas”. Ainda em nossos dias, admitem o batismo com o Espírito Santo sem a prova física do “falar em línguas”.

3.      As línguas estranhas não são articulações irracionais: É o Espírito Santo quem habilita e ensina o cristão a falar as línguas espirituais, às vezes, desconhecidas do que fala e por quem as ouve. Entretanto, não temos o direito de rejeitá-las com palavras blasfemas contra o Espírito Santo. Tratar as línguas espirituais como articulações irracionais, que produzem sons estranhos, com ruídos, grunhidos, gritos e ecos desconexos, é o mesmo que identificar o Espírito Santo como ser irracional.

Fizeram o mesmo com Jesus, em seu ministério terreno. Certa feita, Ele libertou um homem, cego, judô e endemoniado. Ao contemplarem o que fora liberto do demônio que o escravizara, os fariseus declararam: “Ele não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios” (Mt 12.24). Atribuíram ao Diabo, o poder pelo qual Jesus libertou aquele homem., Mas o Filho de Deus chamou a atenção deles: “Todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo nãos era perdoada” (MT 12.31). O Espírito Santo possui todos os atributos pessoais: fala, audição,intelecto, vontade e sentimento.

4.      As línguas estranhas não são apenas estrangeiras: At 2.5-13 registra a presença dos judeus de várias partes do mundo. Os discípulos, que formavam o grupo de quase 120 pessoas, eram oriundas da Galiléia e Judeia. No dia de Pentecostes, eles receberam o batismo com o Espírito Santo e começaram a falar as línguas dos partos, dos medos, dos elamitas, da Mesopotâmia, da Capadócia, do Ponto, Da Ásia, da Frigia, da Arábia, de Cirene e de Roma. Os judeus, nascidos nestes lugares, ouviram os discípulos falar suas línguas, quando não eram letrados, nem poliglotas. O Espírito Santo os habilitou a falar aqueles idiomas, sem que os mesmos os tivessem anteriormente estudado. Os antipentecostais declaram que Deus nos ajuda, por seu Espírito, a aprendermos as línguas estrangeiras, para pregarmos o Evangelho em todo o mundo. É um argumento desprovido de respeito ao Espírito Santo. Dizem alguns, com ironia, que falam vários idiomas. Entretanto, o que aconteceu com os discípulos no dia de Pentecostes, é que a terceira pessoa da Trindade os habilitou a falar aquelas línguas, como sinal do batismo com o Espírito Santo. Elas eram estrangeiras e conhecidas dos presentes naquela hora, mas eram desconhecidas dos discípulos. Foram faladas independemente da aprendizagem intelectual. Paulo ensina que as línguas espirituais são desconhecidas dos homens, pois falam diretamente com Deus (1 Co 14.2,14,18). Ele não proíbe que se fale em línguas. Pelo contrario, incentiva aos que receberam este dom que falem em línguas, mas ordeiramente (1 Co 14.26-28).

 

III.             EM RELAÇÃO À IGREJA, ONTEM E HOJE

 

“O falar em línguas” é importante para a Igreja de hoje? Atualmente, há necessidade das línguas estranhas, ou devem ficar relegadas à história da Igreja primitiva? O batismo com o Espírito Santo só é valido para a evidência do falar em línguas? Pode alguém recebê-lo sem precisar falar em línguas? São perguntas e questionamentos da Igreja atual. Responderemos estas questões, quando refutamos alguns falsos conceitos sobre a experiência do dia de Pentecoste.

1.      O batismo com o Espírito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias apostólicos: Afirmar que a experiência do dia de Pentecoste foi exclusiva e necessária, tão-somente para fortalecer a Igreja emergente, significa confinar o fato à história e desconhecer as dimensões da promessa apresentada por Pedro naquele dia. Ele citou a profecia de Joel 2.23,28,29 e declarou que seu cumprimento dava-se naquele momento. Em At 2.38,39, afirmou: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão de pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe; a tantas quantos Deus nosso Senhor chamar”. Por isso, não podemos limitar, nem reter a ação do Espírito Santo na história. Ele foi enviado para acompanhar a Igreja até a volta de Jesus.

2.      As línguas não cessaram: Paulo escreveu aos coríntios: “O amor jamais acaba; mas havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciências, passará; porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado” (1 Co 13.8-10). Esta passagem é mal interpretada. Sem qualquer critério exegético, alguns ensinadores burlam as regras de interpretação. Tomam apenas a parte do texto que lhes interessa, como: “havendo línguas, cessarão”, e abandonam o seu contexto. Não é preciso muito esforço para se entender, gramaticalmente, que a expressão fala do presente e do futuro.

 

 

Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)

Editora: CPAD

Trimestre:1/1994

Comentarista: Elienai Cabral

Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal

Páginas: 31 - 35

 

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