Texto Áureo: 1 Coríntios 12.7
Verdade Prática: A experiência
pentecostal é a certeza de que somos revestidos do poder de Deus, para vivermos
vitoriosamente.
Leitura Bíblica: Atos 2.37-39; 1 Coríntios 13.8-10
Lição 07
INTRODUÇÃO
A
dificuldade para se aceitar a experiência do batismo com o Espírito Santo tem
levado muitos servos de Deus a relegarem a referida experiência ao passado. O
acontecimento do dia de Pentecostes nas vidas de quase 120 discípulos é tratado
apenas como um evento histórico desnecessário à igreja atual. Por isso, nesta
lição, estudaremos “o que não é batismo com o Espírito Santo”. Confrontaremos
as declarações bíblicas com as antipentecostais.
I.
EM RELAÇÃO À
NOVA VIDA EM CRISTO
Esta
nova vida é produzida pelo Espírito Santo, no ato da conversão. Diz a Bíblia:
“Se alguém está em cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis
que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Esta passagem fala da experiência da
salvação, que representa para o pecador sua “nova vida”, ou seja, seu novo “modus
vivendi”. Ela é interpretada, erradamente, como o batismo com o Espírito Santo.
Por isso, responderemos a esta questão nos quatro itens que se seguem:
1.
O batismo com
o Espírito Santo não significa a regeneração: É o Espírito Santo quem
realiza a obra da regeneração (Jo 3.5-8). Ele transforma a vida do pecador,
agora morto “em delito e pecados” (Ef 2.1). No batismo com o Espírito Santo,
após a conversão, o pecador é revestido do poder do alto, para viver
vitoriosamente.
2.
O batismo com
o Espírito Santo não é o perdão de pecados: Afirmam os antagonistas do
movimento pentecostal que o batismo com o Espírito Santo é recebido no ato da
conversão. Dizem que no dia de Pentecostes, não havia diferença entre os quase
120 discípulos reunidos no Cenáculo e os quase três mil que se converteram
naquela ocasião. Entendem que todas aquelas pessoas, ao receberem e aceitarem a
mensagem de Pedro foram automaticamente batizadas com o Espírito Santo. É
inaceitável esta interpretação. Percebe-se, facilmente, a distinção entre os
dois grupos. O primeiro, recebeu o “dom do Espírito” e falou em “outras línguas”, enquanto que o segundo
ouviu a mensagem para o arrependimento dos pecados, pregada por Pedro que falou
da promessa aos que cressem: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito
Santo” (At 2.38).
3.
Não há um só
batismo: Esta declaração de que “não há um só batismo” choca-se com EF
4.5: “Há um só batismo”. Entretanto, não tomemos a frase de um texto isolado
para contrariar o resto das Escrituras que falam da “doutrina dos batismos” (Hb
6.2). Embora a forma plural, no grego “baptismon”, em Hb 6.2, refira-se aos
cerimoniais da purificação dos judeus (Mc 7.4), também faz distinção entre o
batismo de João e o do Cristianismo (Lc 7.29; At 18.25; 19.3; Mt 28.19,20; Mc
16.16; At 2.38). Do ponto de vista bíblico, “há um só batismo” de
arrependimento (Mc 1.4; At 2.38); “há um só batismo” com o Espírito Santo (Mt
3.11; At 1.5,8; 11.16; 19.2-6). Paulo, ao afirmar: “há um só batismo”,
referia-se ao batismo em água, que simboliza o “sepultamento da velha vida”.
4.
O batismo com
o Espírito Santo não significa a imersão no corpo de Cristo: Paulo
escreveu aos Gálatas: “Pois todos vós, que fostes batizados em Cristo, vos
revestistes de Cristo” (Gl 3.27). Esta passagem nada tem a ver com o batismo no
Espírito Santo. Ser batizado em Cristo é o ato de regeneração em seu corpo, a
sua igreja. Em 1 Co 12.13, lemos: “Fomos batizados no corpo de Cristo pelo
único Espírito”.
II.
EM RELAÇÃO À
MANIFESTAÇÃO DAS LÍNGUAS
O
falar em línguas estranhas está em At 2.1-13. Há diferença entre o “ser
batizado com o Espírito”. Os antagonistas não aceitam esta distinção, pois
entendem que as duas manifestações são a mesma coisa. Entretanto, At 2.4
informa que estas experiências podem ser simultâneas, mas sempre distintas. Em
primeiro lugar, os discípulos “foram cheios do Espírito” e depois “começaram a
falar em outras línguas”. Nesta lição, respondemos às acusações e às falsas
teorias contra a evidência do “falar em outras línguas”.
1.
As línguas
faladas no dia de Pentecoste não resultaram de um delírio emocional: A
expressão “outras línguas” serve de base para os antagonistas inventarem
suposições teóricas e mentirosas acerca da declaração bíblica de que “começaram
a falar em outras línguas”. Negam a evidência sobrenatural das línguas faladas,
ao afirmarem que “outras línguas” não se refere Às produzidas pelo Espírito
Santo, pois eram meramente humanas. Declaram que os discípulos, reunidos
naquele dia, estavam perturbados emocionalmente. Por isso, num extravasamento
de profunda emoção, ao lembrarem da morte do seu Senhor, de seus subconscientes
brotaram palavras estranhas que representavam vários dialetos e diversas
línguas. Informam que eram expressões poéticas e arcaicas, sem nenhuma relação
com a realidade das línguas faladas pelos judeus vindos de todo o mundo.
Denominam “glossas arcaicas e poéticas”, resultante de um delírio emocional
muito forte. Ora, as palavras ou as frases, advindas do subconsciente, seriam
impressões de fora, armazenadas sem o auxílio da mente (o consciente). Tudo
isto é uma tentativa de negar a evidência sobrenatural das línguas faladas
pelos discípulos. Deste modo, afirmam que as línguas faladas por eles
resultaram da armazenagem em memória, trazida à tona pelas palavras, frases ou
orações ouvidas a muito tempo e reproduzidas num momento de “êxtase
emocional””. Ora, tudo isto é especulação mentirosa e perigosa que ofende a
pessoa do Espírito Santo. Foi Ele quem ensinou os discípulos, sem a ajuda dos
seus intelectos, a falar sobrenaturalmente aquelas línguas. Toda a tentativa
antagonista é a de negar a evidência sobrenatural do falar em outras línguas.
Na verdade, eram desconhecidas para os discípulos, mas constituíam-se em um
sinal para os incrédulos (1 Co 14.22).
2.
As línguas
ouvidas pela multidão não foi um milagre de audição: A narrativa de At
2.6-8 diz que a multidão, ao ouvir o barulho vindo do Cenáculo, ficou pasmada e
confusa, diante do que ouviam e viam. As pessoas perguntaram umas as outras:
“Não são todos galileus esse homens que estão falando? Então, como é que os
ouvimos, cada um, na nossa própria língua?” (At 2.7,8). Declaram que as línguas
ouvidas pela multidão foi um milagre de audição. Afirmam que os discípulos não
falaram aquelas línguas, mas Deus transformou seus louvores em línguas, ouvidos
só pela multidão. Com isto se esforçam para negar a evidência escrituturistica
de que “falaram em outras línguas”. Ainda em nossos dias, admitem o batismo com
o Espírito Santo sem a prova física do “falar em línguas”.
3.
As línguas
estranhas não são articulações irracionais: É o Espírito Santo quem
habilita e ensina o cristão a falar as línguas espirituais, às vezes,
desconhecidas do que fala e por quem as ouve. Entretanto, não temos o direito
de rejeitá-las com palavras blasfemas contra o Espírito Santo. Tratar as
línguas espirituais como articulações irracionais, que produzem sons estranhos,
com ruídos, grunhidos, gritos e ecos desconexos, é o mesmo que identificar o
Espírito Santo como ser irracional.
Fizeram
o mesmo com Jesus, em seu ministério terreno. Certa feita, Ele libertou um
homem, cego, judô e endemoniado. Ao contemplarem o que fora liberto do demônio
que o escravizara, os fariseus declararam: “Ele não expele demônios senão pelo
poder de Belzebu, maioral dos demônios” (Mt 12.24). Atribuíram ao Diabo, o
poder pelo qual Jesus libertou aquele homem., Mas o Filho de Deus chamou a
atenção deles: “Todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a
blasfêmia contra o Espírito Santo nãos era perdoada” (MT 12.31). O Espírito
Santo possui todos os atributos pessoais: fala, audição,intelecto, vontade e
sentimento.
4.
As línguas estranhas
não são apenas estrangeiras: At 2.5-13 registra a presença dos judeus
de várias partes do mundo. Os discípulos, que formavam o grupo de quase 120
pessoas, eram oriundas da Galiléia e Judeia. No dia de Pentecostes, eles
receberam o batismo com o Espírito Santo e começaram a falar as línguas dos
partos, dos medos, dos elamitas, da Mesopotâmia, da Capadócia, do Ponto, Da
Ásia, da Frigia, da Arábia, de Cirene e de Roma. Os judeus, nascidos nestes
lugares, ouviram os discípulos falar suas línguas, quando não eram letrados,
nem poliglotas. O Espírito Santo os habilitou a falar aqueles idiomas, sem que
os mesmos os tivessem anteriormente estudado. Os antipentecostais declaram que
Deus nos ajuda, por seu Espírito, a aprendermos as línguas estrangeiras, para
pregarmos o Evangelho em todo o mundo. É um argumento desprovido de respeito ao
Espírito Santo. Dizem alguns, com ironia, que falam vários idiomas. Entretanto,
o que aconteceu com os discípulos no dia de Pentecostes, é que a terceira
pessoa da Trindade os habilitou a falar aquelas línguas, como sinal do batismo
com o Espírito Santo. Elas eram estrangeiras e conhecidas dos presentes naquela
hora, mas eram desconhecidas dos discípulos. Foram faladas independemente da
aprendizagem intelectual. Paulo ensina que as línguas espirituais são desconhecidas
dos homens, pois falam diretamente com Deus (1 Co 14.2,14,18). Ele não proíbe
que se fale em línguas. Pelo contrario, incentiva aos que receberam este dom
que falem em línguas, mas ordeiramente (1 Co 14.26-28).
III.
EM RELAÇÃO À
IGREJA, ONTEM E HOJE
“O
falar em línguas” é importante para a Igreja de hoje? Atualmente, há
necessidade das línguas estranhas, ou devem ficar relegadas à história da
Igreja primitiva? O batismo com o Espírito Santo só é valido para a evidência
do falar em línguas? Pode alguém recebê-lo sem precisar falar em línguas? São
perguntas e questionamentos da Igreja atual. Responderemos estas questões,
quando refutamos alguns falsos conceitos sobre a experiência do dia de
Pentecoste.
1.
O batismo com
o Espírito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias apostólicos:
Afirmar que a experiência do dia de Pentecoste foi exclusiva e necessária,
tão-somente para fortalecer a Igreja emergente, significa confinar o fato à
história e desconhecer as dimensões da promessa apresentada por Pedro naquele
dia. Ele citou a profecia de Joel 2.23,28,29 e declarou que seu cumprimento
dava-se naquele momento. Em At 2.38,39, afirmou: “Arrependei-vos, e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão de pecados; e recebereis
o dom do Espírito Santo; porque a promessa diz respeito a vós, a vossos filhos,
e a todos os que estão longe; a tantas quantos Deus nosso Senhor chamar”. Por
isso, não podemos limitar, nem reter a ação do Espírito Santo na história. Ele
foi enviado para acompanhar a Igreja até a volta de Jesus.
2.
As línguas
não cessaram: Paulo escreveu aos coríntios: “O amor jamais acaba; mas
havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciências,
passará; porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Quando, porém,
vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado” (1 Co 13.8-10).
Esta passagem é mal interpretada. Sem qualquer critério exegético, alguns
ensinadores burlam as regras de interpretação. Tomam apenas a parte do texto
que lhes interessa, como: “havendo línguas, cessarão”, e abandonam o seu
contexto. Não é preciso muito esforço para se entender, gramaticalmente, que a
expressão fala do presente e do futuro.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre:1/1994
Comentarista: Elienai Cabral
Tema Central:ESPÍRITO SANTO – A chama Pentecostal
Páginas: 31 - 35
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