Texto Áureo: Atos 2.17
Verdade Prática: O Espírito santo não
veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar a igreja até aa vinda do
Senhor.
Leitura Bíblica: Joel 1.1; 2.28-32
Lição 03
INTRODUÇÃO
O
Movimento Pentecostal, no início do século 20, colocou o livro e Joel em
evidência, fazendo com que ele fosse conhecido como o “profeta pentecostal”.
Apesar disso, o anúncio da descida do Espírito Santo não é o tema predominante
de seus oráculos. A maior parte de suas profecias fala da praga da locusta e do
julgamento das nações no fim dos tempos.
I.
O LIVRO DE
JOEL NO CÂNON SAGRADO
1.
Contexto
histórico: Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel e a sua época. As
escassas informações baseiam-se em alguns lampejos extraídos de seu livro. Era
profeta de Judá e seu pai se chamava Petuel (1.1). Isso é tudo o que sabemos de
sua vida pessoal. Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a
contextualização histórica. Ele é anterior a todos os profetas literários, pois
tem-se como certo que escreveu suas profecias em 835 a.C. Trata-se da época em
que Judá estava sob a regência de Joiada durante a infância de Joás (2 Cr
23.16-21). Isso explica a influência e a presença significativa dos sacerdotes
no governo de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O templo estava em pleno funcionamento
(Jl 1.9,13, 14).
2.
Posição de
Joel no Cânon Sagrado: A ordem dos Profetas Menores em nossas versões
da Bíblia é a mesma do Cânon Judaico e da Vulgata Latina, mas não é
cronológica. Joel é o segundo livro, situado entre Oseías e Amós, mas na
Septuaginta há uma diferença na ordem dos primeiros seis livros: Oséias, Amós,
Miqueias, Joel, Obadias, Jonas.
3.
Estrutura e
mensagem: O oráculo foi entregue ao profeta por meio da palavra (1.1).
São três capítulos, mas a sua divisão na Bíblia Hebraica é diferente; lá temos
quatro capítulos, pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco
versículos e o conteúdo do capítulo quatro é exatamente o mesmo do nosso
capítulo três. São dois os temas principais: a praga da locusta (1.1 – 2.27) e
os eventos do fim dos tempos (2.28 – 3.21). O assunto do livro é escatológico,
com ameaças e promessas.
II.
A PESSOA DO
ESPÍRITO SANTO
1.
Sua personalidade: O Espírito Santo
está presente em toda a Bíblia, que o mostra claramente como uma pessoa e não
como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27), tem emoções (Ef 4.30) e
vontade (At 16.6-11; 1 Co 12.11). Há abundantes provas bíblicas de sua personalidade.
2.
Sua
divindade: O Espírito Santo é chamado textualmente de “deus de Israel”
(2 Sm 23.2,3). Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder, glória e majestade. Na
declaração batismal. Somos batizados também em seu nome (Mt 28.19; Ef 4.4-6).
Isso significa que o Espírito Santo é objeto da nossa fé e da nossa adoração.
Ele é tudo o que Deus é (1 Co 2.10,11).
3.
Como uma
pessoa pode ser derramada? Esta é uma das perguntas que alguns grupos
religiosos fazem frequentemente com a finalidade de “provar” que o Espírito santo
não é Deus nem uma pessoa. Aqui, por duas vezes a palavra profética afirma
“derramarei o meu Espírito” (2.28,29), o que é ratificado em o Novo Testamento
(At 2.17,18). Ao longo da história, a divindade do Espírito Santo sempre
encontrou oposição. Após o Concílio de Niceia, surgiram os pneumatomachoi
(“opositores do Espírito”) que, liderados por Eustáquio de Sebaste (300 – 380),
não aceitavam a divindade do Espírito Santo.
4.
Linguagem
metafórica: O “derramamento” do Espírito Santo é a expressão que a
Bíblia usa para descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo
Espírito. Trata-se de uma metáfora, figura que “consiste na transferência de um
termo para uma esfera de significação que não é sua, em virtude de uma
comparação implícita” (Gramática Rocha Lima).
III.
HORIZONTES
DA PROMESSA
1.
Ponto de
Partida: A profecia do derramamento do Espírito santo começou a ser
cumprida no dia de Pentecostes, que marcou a inauguração da Igreja (At 2.16). O
apóstolo Pedro empregou apropriadamente a expressão “nos últimos dias” (At
2.17) no lugar de “depois” (Jl 2.28a).
Não
faz sentido algum, por conseguinte, afirmar que a efusão do Espírito Santo foi
apenas para a Era Apostólica; antes, pelo contrário, começou com os apóstolos e
continua em nossos dias. Era o ponto de partida, e não de chegada.
2.
Comunicação
divina: Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a
comunicação com o seu povo por meio de sonhos, visões e profecias,
independentemente de idade, sexo e posição social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos
ressaltar que somente a Bíblia é a autoridade divina e definitiva na terra.
Quanto aos sonhos, visões e profecias, são-nos concedidos para a edificação
individual, e não podem ser usado para fundamentar doutrinas. A Bíblia Sagrada
é a nossa única regra de fé e prática.
IV.
O FIM DOS
TEMPOS
1.
Sinais:
A profecia de Joel fala ainda sobre aparição de sinais em cima no céu e embaixo
na terra, de sangue, fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas
e da lua tornando-se sangue (2.30,31). São manifestações teofânicas de Jeová
para revelar a si mesmo e também para executar juízo obre o pecado (Ex 19.18;
Ap 8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro citou integralmente em sua pregação (At
2.19,20). É de se notar que tais manifestações não foram vistas por ocasião do
Pentecostes. A explicação é que se trata do começo dos “últimos dias”.
2.
Etapas:
O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos
introdutórios dos “últimos dias” (At 2.17). Os sinais cósmicos acompanhados de
fogo, coluna de fumaça, etc., ausentes no dia de Pentecostes, dizem respeito à
Grande Tribulação, no epílogo da história, “antes que venha o grande e terrível
dia do Senhor” (Jl 2.31; At 2.20).
3.
Resultado:
A vinda do Espírito Santo, além de revestir os crentes em Jesus, resulta também
em salvação a todos os que desejam encontrar a vida eterna. O apóstolo Pedro
termina a citação de Joel com estas palavras: "Todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo” (At 2.21). O nome “SENHOR”, com letras maiúsculas,
indica na Bíblia Hebraica a presença do tetragrama YHWH (as quatro consoantes
do nome divino “Yaahweh, Javé, Yehovah, Jeová”). O apóstolo Paulo citou essa
passagem referindo-se a Jesus, e afirmando que o meigo Nazareno é o mesmo
grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).
CONCLUSÃO
O
derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da Igreja, que,
acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião sui generis. A
Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a
todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito santo, revestindo
de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (At 1.8;
Jo 16.7-11).
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e
Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2012
Comentarista: Esequias Soares
Tema Central: OS DOZE PROFETAS MENORES – Advertências e Consolações
para a Santificação da Igreja de Cristo
Páginas: 18 - 24
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