Texto Áureo: Habacuque 3.18
Verdade Prática: Deus está acima de tudo, inclusive das bênçãos que
Ele, em suas infinitas provisões nos concede. O mais importante para os santos
não é ter a bênção: é ter e amar o Abençoador.
Leitura Bíblica: Números 21.4-9; 2 Reis 18.4,5
Lição 7
INTRODUÇÃO
“Não é difícil
para o povo de Deus forjar ídolos das boas coisas que já deixaram de ser
úteis”. A afirmação partiu de Warren W. Wiersbe ao discorrer sobre a corajosa
atitude de Ezequias que, ungido rei, ordenou fossem destruídos todos os ídolos
que havia em Judá, inclusive Neustã.
Era Neustã
aquela serpente de bronze que Deus mandara forjar em pleno Sinai a fim de que
todos os mordidos pelas víboras ardentes olhasse m para ela, e fossem de
imediato curados. Infelizmente, conforme veremos a seguir, o que no passado
fora bênção, no futuro far-se-ia maldição e tropeço. O veneno de Neustã ainda
pode ser fatal.
I.
A SERPENTE
DE BRONZE – SÍMBOLO DE REDENÇÃO
Como Israel
murmurasse contra Deus e se revoltasse contra Moisés em consequência das
agruras do deserto, o Senhor espalhou, por todo o arraial hebreu, serpentes
abrasadoras que começaram a picar os israelitas.
Já à beira da
morte, recorreram a Moisés que, após interceder pelos murmuradores, recebeu de
Jeová a seguinte instrução: “Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma
haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela” (Nm 21.8).
O que aconteceu
a seguir marcaria para sempre o relato dos grandes feitos de Deus: “E Moisés
fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma
serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo” (Nm 21.9).
Mas tarde, o
Senhor Jesus tomaria o episódio como símbolo de sua morte vicária: “E, como
Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja
levantado. Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha aa vida
eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.14-16).
II.
DE SÍMBOLO
SAGRADO A OBJETO DE APOSTASIA
Os israelitas
conservaram a serpente e bronze por mais de 700 anos. Nesse período, o símbolo
fez-se ídolo, o ídolo tomou o lugar de Deus e acabou por induzir Israel à
apostasia. A serpente, agora, era incensada como a deusa Neustã, cujo nome
significa ídolo de bronze.
Houve um homem,
entretanto, quer se dispôs aa desafiar a tradição, e a restabelecer o culto de
Jeová. Seria ele considerado o melhor rei de Israel de todos os tempos (2 Rs
18.5). Tão logo assumiu o trono “tirou os altos, e quebrou as estátuas, e
deitou abaixo aos bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés
fizera, porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e
lhe chamavam Neustã” (2 Rs 18.4).
As oposições a
Ezequias não eram pequenas. A classe sacerdotal tinha a serpente como um objeto
sagrado; os príncipes olhavam-na como relíquia de um glorioso passado; e o
povo, em sua ignorância, devotava-lhe singular estima, pois nela todos viam uma
divindade. Fosse Ezequias um mero homem do povo, e haveria de transformar a
serpente num patrimônio da humanidade. Acontece, porém, que ele era um homem de
Deus. E sabia muito bem que nada poderia estar acima do deus de Abraão, Isaque
e Jacó.
Não estaremos
nós a incensar alguma Neustã? Pode ser que, no passado, determinado objeto,
conceito ou atitude, tenha-nos sido uma grande bênção. Agora, porém, se
continuarmos a mirar em tais coisas, podemos correr o risco desviar-nos da
Palavra de Deus, que exige nos renovemos a cada manhã. Nenhum conceito pode
estar acima da Palavra de Deus. A Bíblia é soberana! Seus preceitos, suas leis
ee sua primazia estão acima de qualquer instituição, patrimônio, pessoa,
títulos, cargos, influência, posses, fama, bens, dotes ou de qualquer outra coisa
que nos seja predileta e talvez já transformada numa Neustã em nossa vida.
III.
QUANDO O
SAGRADO LEVA A PROFANAÇÃO
Os hebreus não
tiveram problemas apenas com os deuses pagãos. Enfrentaram também sérias
dificuldades com as bênçãos que lhes dispensava o Senhor. É que eles, como
muitos de nós, tinham a perigosa tendência de colocar aa bênção acima do
abençoador; a cura acima do Médico dos médicos; a prosperidade acima do Dono da
prata e do ouro; e a vitória acima do triunfante Senhor dos Exércitos. Acontece,
porém, que nada pode assumir o lugar de Deus em nossa vida ou na vida da
Igreja.
1. Quando a vitória traz a derrota:
O episódio é bastante significativo. Após derrotar os midianitas, resolveu
Gideão fazer uma estola de ouro para comemorar a vitória. Mas veja o que
aconteceu: “E fez Gideão disso um éfode e pô-lo na sua cidade, em Ofra; e todo
o Israel se prostituiu ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e à sua casa”
(Jz 8.27).
Sim, Israel foi
derrotado em seu próprio triunfo. Por que fazer de nossos triunfos o símbolo de
uma vitória que não é nossa, mas de Deus? Se vencermos o maligno, vencemo-lo
pelo sangue do Cordeiro, e não por nossos próprios méritos. Não fomos chamados
para tropeçar em nossos êxitos e sucessos; convocou-nos o Senhor para andarmos
de vitória em vitória (2 Co 2.14). Os triunfos passados não nos devem impedir
as vitórias no presente e as glórias no porvir.
2. Quando a aliança traz a derrota:
Israel não tinha uma clara percepção de seu status como povo de Deus. Pensavam
eles que, pelo simples fato de terem Abraão por pai, era-lhes mais que
suficiente para vencer todas as circunstâncias. Da aliança que o Senhor com eles
estabelecera, faziam um amuleto. Haja vista que, em suas guerras, a Arca da
Aliança estava sempre precedendo-lhes os exércitos. Mas um dia esta tomada
pelos filisteus (1 Sm 5.1).
Mais tarde, o
Senhor anuncia o fim da Arca da Aliança (Jr 3.16). Israel haveria de
compreender que não basta ser povo de Deus; é necessário andar como Deus o
requer: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos
sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
Não basta ter o
título de cristãos; é imprescindível que o Cristo de Deus esteja em nosso
coração e nele reine soberanamente. Não basta ser pentecostal; é urgente que
estejamos cheios do Espírito santo, e que a nossa vida seja consagrada a Deus e
ao seu serviço, de conformidade com o seu soberano querer.
3. Quando um monumento traz a derrota:
Se nos dias de Salomão, o Templo fora uma bênção para Israel, nos de Jeremias
convertera-se aquela construção num motivo de tropeço para Judá. Pois os judeus
acreditavam que, apesar de todos os seus gravíssimos pecados, o Senhor jamais
destruiria Jerusalém, porque em Jerusalém estava o santo templo, e neste
achava-se a Arca da Aliança. No entanto vem Jeremias e adverte-os: “Não vos
fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo
do Senhor é este” (Jr 7.4). Infelizmente, foi o que aconteceu. Vieram os
babilônios e deitaram por terra a Casa de Deus, e levaram os judeus cativos
para Babilônia (Jr 25.12).
Estejamos
precavidos com os monumentos! Todas as vezes que o povo de Deus perde suas
características proféticas, sacerdotais e reais, começa a esculpir monumentos
de sua história e de seus triunfos pretéritos. O Senhor, porém, não nos chamou
para erguer monumentos ao que éramos; requer Ele que nos entregou no cenáculo –
o Evangelho completo: Jesus Cristo Salva, batiza no Espírito Santo, opera
maravilhas e em breve haverá de nos arrebatar às eternas mansões.
CONCLUSÃO
Que Neustã lhe
está causando tropeços? Uma cura? Lembre-se: mais importante que a cura do
corpo é a revivificação da alma pelo Espírito Santo. Uma grande vitória? Não se
esqueça: as vitórias passadas não nos podem atrapalhar os triunfos do presente.
Uma pretensão? Tenha sempre isto em mente: Não basta ser povo de deus; temos de
andar como cristo andou. Um monumento à fé? Considere esta verdade: o movimento
do Espírito santo não pode ausentar-se de sua Igreja.
Não faça da
prosperidade um ídolo. Porque: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja
fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimentos;
as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia,
eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Hc 3.17,18).
Nenhum
benefício de Deus pode estar acima do Deus que nos concede todas bênçãos nos
lugares celestiais em Cristo Jesus.
Fonte: Lições Bíblicas (Jovens e Adultos)
Editora: CPAD
Trimestre: 4º/2000
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico: Antonio Gilberto
Tema Central: NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM – Quando a
idolatria ameaça a Igreja de Cristo
Páginas: 32 - 36
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